[🏀 + 17] - A pegada do Coelho

Assim que chegaram na casa do moreno, Jungwon estava acanhado. Já era tarde e provavelmente todos já dormiam, mas ainda assim se sentia um estranho quando nunca tinha ido lá antes e aparecia pela primeira vez a essas horas da madrugada.

De início pensou em negar o convite de Jay e falar que estava cansado e que queria ir pra casa, mas então pensou melhor e decidiu que passar o resto da madrugada com ele seria bom. Ainda mais quando ele disse que queria comemorar de um jeito diferente. Apenas os dois. E apesar de todo o estresse, eles mereciam.

E ele se sentia um imundo por ir pela primeira vez na casa do moreno com segundas intenções, de madrugada quando a sua mãe e irmãos dormiam. Mas não podia pensar diferente quando esse desejo o corroía por dentro há tanto tempo.

Porém, assim que Jay acendeu a luz da sala, ambos se surpreenderam ao ver Junghee ainda acordado, jogando videogame. O moreninho olhou de canto de olho para eles e revirou os olhos ao ver o irmão abraçando o ruivo pela cintura.

— Não deveria estar acordado a essa hora, moleque.

Ele deu de ombros.

— Já é domingo. E a mamãe deixou.

— Aposto que ela não deixou você ficar no videogame até às três da manhã.

Jay falou em um tom de repreensão, entrando na casa com o ruivo ao seu encalço. Fechou a porta atrás de si e passou a chave.

— Ela nem se importa.

— Claro que se importa. — falou o óbvio — Ultimamente você tá muito rebelde.

— Igual você. — o menino levou os pés até o sofá.

— Tira os pés de cima do sofá, Junghee.

— Estão limpos. E eu estou de meia.

Jay revirou os olhos. Jungwon apenas observava os dois discutindo, calado.

— Vai já dormir.

— Não tô com sono.

— Eu não perguntei. Mandei você ir dormir.

Junghee soltou um gritinho estridente, desligando o Playstation com força e ignorância. Retirou o fone dos ouvidos e o lançou com brutalidade sobre a mesa de centro.

— Se você quebrar não vou deixar o papai te dar outro. — alertou.

— Tô nem aí. A única coisa que ele manda pra cá é dinheiro mesmo. Chegou em casa ontem e até então não veio aqui.

O menino saiu bufando, pisando fundo. Jay o chamou.

— Junghee vem aqui.

Mas ele o ignorou e continuou andando.

Sem paciência, Jay soltou Jungwon e caminhou até o irmão, o pegando pelo braço.

— Park Junghee! — gritou estressado.

— O que você quer? Que saco! — se alterou.

— Não grita.

— Me solta.

— Não vou até pedir desculpas.

— Vou pedir porra nenhuma!

O Park mais velho suspirou fundo.

— Não xinga.

— Não grita, não xinga, não faz isso, Junghee, não faz aquilo! — tentou imitar a voz dele — Para de ser chato!

— Chato? Agora eu sou chato? — também se alterou — Quero ver me chamar de chato quando vier me procurar pra jogar basquete ou videogame com você.

Os olhos do garoto se encheram de lágrimas e a raiva era visível em seu olhar.

Jungwon estremeceu.

— E quando você tem tempo? Passa a semana inteira na escola e quando vem pra casa simplesmente se tranca no quarto e mal sai para comer. Sempre diz que está ocupado com atividades mas é mentira porque você nunca gostou ou se importou em fazê-las.

— Eu não estou mentindo pra você sobre as atividades, Junghee. Eu realmente estou mudando e as fazendo. Se não acredita em mim, pergunta para o Jungwon — apontou para o ruivo.

— Para o Jungwon. Tudo é Jungwon agora! Depois que você começou a sair com ele esqueceu de mim e do Minmin.

— Hee, isso não é verdade.

— Ah, não? Então me fala quando foi a última vez que jogamos basquete juntos? Ou a última vez que você ouviu música e leu com o Jungmin?

Jay soltou o braço dele e ficou calado. Ele realmente não se recordava da última vez em que esteve presente na vida dos irmãos e se sentia um péssimo irmão mais velho.

— Tá vendo? Você não sabe. Não lembra.

— Junghee, não faz assim. Para com isso. — tentou segurá-lo outra vez.

— Sai Jay. Fica com seu namoradinho aí. Eu vou dormir.

Ditou enfurecido e saiu.

Jay caminhou de cabeça baixa até o sofá onde se sentou. Ele realmente havia vacilado feio com o irmão, porque ele até mesmo o chamou pela pronúncia certa de seu nome e não por “Parkzinho”. E ele odiava quando um dos irmãos o chamava corretamente.

Jungwon foi até ele, sentado ao seu lado. Levou a mão até a coxa descoberta pelo rasgo da calça e acariciou ali. Ele não disse nada, mas só de estar ao seu lado, o fazendo carinho, já dizia muitas coisas.

O moreno suspirou e o abraçou, o trazendo para seu colo. Jungwon descansou o rosto no pescoço dele e aproveitou do carinho que recebia no braço.

— Não fica assim não, Jay. Ele só está com a cabeça cheia. É coisa da adolescência.

— Quando essa fase vai passar?

— Ele só tem treze anos, então acho que só lá para os dezesseis. Mas vai passar tão rápido que você nem vai perceber.

Ele suspirou.

— Eu sou um péssimo irmão mais velho, não sou?

— Claro que não. Se você ainda tem dúvidas pergunte ao Minmin. Ele tem uma personalidade melhor que a do Junghee e vai te entender.

— Eu só queria que ele me escutasse ao menos uma vez.

O ruivo acariciou o peito dele, tentando aliviar o que ele sentia. A chuva grossa começou a cair e junto dela os trovões. Jungwon se encolheu ainda mais no colo do tatuado.

— Se você quiser se acertar com ele agora eu posso ir embora. — falou calmo.

— Não, Won. Não quero que vá. — o abraçou mais apertado. — E tá chovendo.

— O Junghee não gosta nem um pouquinho de mim, Jay. Ele deve ter ficado ainda mais irritado ao me ver. — suspirou baixinho — Acho que ele tem ciúmes de você comigo porque acha que eu vou acabar te roubando dele. Eu deveria ir embora.

— Não, meu amor. Você não vai. — beijou os lábios dele — Está chovendo muito e sua mãe e a minha também, me matariam se eu deixasse você sair assim.

Jungwon sorriu.

— Então tudo bem se eu ficar?

— Claro, gatinho.

Park o beijou carinhosamente nos lábios e depois deixou mais alguns beijinhos pelo pescoço branquinho. Acariciou o rostinho dele.

— Você está com sono? — perguntou ao separar as bocas. O ruivo negou — Quer assistir um filme?

Jungwon pensou meio incerto. Não queria assistir filme tampouco chegar naquela casa e presenciar uma discussão dos irmãos a qual deixou ambos machucados. O que ele queria mesmo desde que estavam no carro indo até lá, era ficar grudadinho com o quase namorado, trocando carícias. Mas não queria ser egoísta e achou que assistir um filme talvez distraísse o moreno.

— Quero. Mas qual?

Park o abraçou mais apertado.

— Não sei.

— Vamos pesquisar no catálogo.

— Você procura? Antes quero ir falar com o Junghee e fazer uma pipoca pra gente.

— Claro.

— O meu quarto fica no segundo andar, terceiro corredor, a primeira porta. Você vai saber quando chegar lá, tem uma placa com uma bola de basquete nela.

Jungwon assentiu e subiu as escadas, indo até onde o moreno indicou.

Jay suspirou e antes de subir as escadas, indo até o quarto do irmão.

Ao chegar em frente a porta, bateu na madeira. Não ouviu respostas então a abriu. Como já previa, Junghee ainda estava acordado. Ele assistia desenhos animados.

— Posso entrar?

O menino deu de ombros.

Jay entrou mesmo assim.

— Não disse para você dormir? — falou humorado, sem querer brigar.

— Não estou com sono.

— Eu imaginei.

O mais velho sentou-se na pontinha da cama.

— Estou indo assistir um filme com o Jungwon, você não quer ver com a gente?

Junghee o olhou de esguelha.

— Não, eu tô bem.

Jay suspirou.

— Hee, me desculpe por gritar com você.

— Sem problema. Eu fui um idiota também.

— Ei, não diga isso. — murmurou baixinho, acariciando os fios morenos — Você ainda é muito jovem para ser idiota.

— Vou fazer quatorze em breve.

— Mas ainda não fez.

Junghee concordou.

Jay decidiu perguntar algo a ele, mesmo que isso fosse deixá-lo ainda mais chateado.

— Por que você odeia tanto o Jungwon? Ele não é uma pessoa ruim.

— Eu não o odeio. Só sinto que não tenho uma conexão com ele como o Jungmin tem. — suspirou — E também tenho um pouco de inveja.

Park arqueou uma sobrancelha.

— Você tem inveja do Jungwon?

— Não dele, mas do que vocês dois tem.

— Não estou entendendo, Junghee.

— Sabe, você sempre foi um babaca com ele. O tratava mal, e o odiava. Chegava em casa nos finais de semana reclamando dele, mas mesmo assim ele gosta de você. Mesmo assim ele te ama. — fungou baixinho — E eu.. eu..

Não conseguiu dizer o resto, mas Jay já imaginava o que poderia ser.

— Não foi correspondido? Alguma garota não gosta de você, como você gosta dela?

O menino corou.

— N-não é isso.

— Então é por isso que está tão chateado?

— Não, Jay! Eu não quero contar.

Park suspirou, se levantando.

— Tudo bem. Se não quiser me contar, não vou forçá-lo. — sorriu — Eu vou fazer pipoca. Quer ir comigo?

Junghee torceu o lábio, mas se levantou mesmo assim. Juntos, os Park desceram as escadas e seguiram até a cozinha.

Jay pegou uma panela grande e colocou em cima do fogão. Jogou um fiozinho de azeite na panela e depois derramou uma boa quantidade de milho. Enquanto a pipoca não estourava, Park conversava com o irmão.

— Como estão indo as coisas na escola?

O menino ficou tenso.

— Bem. Eu acho.

— Você não tem certeza?

— É.

Jay assentiu.

— Bem, o Jungwon vai dormir hoje aqui e só vai embora amanhã à noite. Tenta não se estressar muito.

Junghee deu de ombros.

— Você vai jogar basquete comigo?

— Vou — sorriu, bagunçando os fios já bagunçados.

O mais novo se afastou um pouco, indo para perto do fogão, olhando para a panela. O milho de pipoca estava lá dentro, esperando para se transformar em pequenas explosões de sabor. Jay pegou uma colher de pau e a entregou para o irmão. Hee começou a mexer o milho, imaginando uma dança bonita dos grãos. Ele tampou a panela.

As primeiras pipocas começaram a estourar, fazendo a tampa da panela pular. Junghee abaixou o fogo. Ele balançou a panela, garantindo que todas as pipocas tivessem sua chance de brilhar. Jay o observava com orgulho.

Depois de alguns minutos o cheiro da pipoca recém-estourada pairava no ar.

— Será que ele gosta de um pouco de manteiga ou com um toque de sal? — perguntou para o irmão — Sabe, o Jungwon.

Jay sorriu

— Acho que com manteiga. Não sei.

Junghee assentiu.

Quando o estouro diminuiu, o mais novo desligou o fogão e retirou a panela. Ele destampou-a, revelando um mar de pipocas fofinhas e douradas.

— Pipoca perfeita! — falou.

Hee pegou um prato e despejou as pipocas. Depois colocou um pouquinho de manteiga e misturou com o floquinhos macios. O cheiro subiu.

— Nossa, esse cheiro é divino! — Jay falou.

— Está mesmo. — concordou levando uma a boca — Posso pegar um pouco?

— Claro. Coloque em um prato.

Assentindo, Junghee colocou uma quantidade mínima em outro prato. Depois entregou o restante para o moreno.

— Vou na frente. Lembrei agora que esqueci de desligar a TV.

Jay assentiu.

— Hee, espera.

O moreninho virou-se para ele.

— Uh?

— Eu te amo.

Junghee o olhou um pouco confuso. Suas bochechas ganharam um tom a mais de rosa. Ele sorriu.

— Eu também te amo, Park.

Ele não esperou para ver a reação do mais velho e saiu.

Jay sorriu. Apertou o prato com as pipocas entre os dedos até que ficassem esbranquiçados. Não gostava de ficar brigado com nenhum dos irmãos. Ainda sorrindo, o moreno também deixou a cozinha, apagando as luzes ao sair.

Subiu as escadas indo para o andar de cima e ao abrir sua porta, sorriu ainda mais ao ver o ruivo sentando em sua cama, um pouco acanhado. A televisão estava ligada na aba principal da Disney, mas nenhum filme passava.

Jay entrou no quarto, levando uma pipoca à boca. Retirou a camisa que usava, a jogando em cima da cadeira de sua escrivaninha.

— Não achou nada interessante? — perguntou, trancando a porta atrás de si.

Jungwon negou.

— Não. Eu estava te esperando para escolhermos juntos. — sorriu — Você conseguiu conversar com o Junghee?

Jay suspirou.

— Um pouco. Nós nos entendemos, mas ele não quis me contar o que estava chateando ele. — caminhou até o pé da cama, onde o ruivo estava — Chamei ele para fazer a pipoca comigo, mas ele quem fez sozinho.

Jungwon sorriu, pegando uma das florzinhas macias que o lembrava algodão. Levou até a boca e mastigou com calma, sentindo o leve sabor salgado da manteiga. Estava uma delícia.

— Deve ser coisa da adolescência. Não se preocupe.

Park assentiu, sentando-se ao lado dele. O prato de pipoca nas mãos. Ao que iam conversando, iam comendo.

— Ele me falou que tinha inveja. Sabe, da gente. — sorriu tristonho.

O ruivo franziu a testa.

— Por quê?

— Ele disse que mesmo eu te tratando como tratava antes, você ainda consegue gostar de mim. Mesmo eu sendo um filho da puta pra você, no seu coração ainda tem espaço pra mim.

Jungwon suspirou. Terminou de engolir a pipoca que comia e levou a mão pequena até o rosto do moreno, fazendo ele o encarar. A bochecha estava quente.

— Ele ainda é muito jovem, Jay. — passou a ponta do dedinho pelos lábios finos — Eu gosto de você, independentemente do que aconteceu no nosso passado. Você mudou tanto. Não é mais aquele garoto rebelde que odiava praticamente todo mundo. Também não me odeia mais.

Jay sorriu.

— Eu nunca te odiei, Won. Só era orgulhoso o bastante para não assumir que gostava de você.

Jungwon abriu um sorriso grande. Voltou a acariciar a bochecha dele e o beijou com carinho. Jay ofegou, pego de surpresa. Também levou sua palma grande para o rosto corado do ruivo. Quebrou o contato, ainda sorrindo. Park colocou o prato de pipoca em cima do criado mudo ao lado da cama.

— Você gosta de mim? — Jungwon perguntou, sorrindo.

— Gosto. — voltou a beijá-lo com amor. — Gosto muito — balbuciou com os lábios ainda colados nos deles — De verdade.

Jungwon sorriu. Sorriu afetado, mas não disse as mesmas palavras as quais o moreno ansiava ouvir há muito tempo. Park tentou beijá-lo outra vez, mas Jungwon desviou, levando as mãos até o peito dele. O moreno se afastou minimamente.

Então, Park o olhou e perguntou:

— O que você quer assistir, meu amor? — pegou o controle remoto e foi passando os vários filmes que apareciam no catálogo.

— Não sei. Vamos ver algo que seja interessante.

Jay assentiu e continuou passando os filmes. Passou mais alguns e sorriu ao ver um que lhe chamou a atenção. Era comédia romântica e a única categoria que gostava era de terror, mas o nome daquele em específico o fez sorrir ao se recordar de sua vida com o ruivo.

— As 10 coisas que odeio em você.

Jungwon leu o nome do filme o qual o moreno parou.

— Interessante não acha? — sorriu — Isso te lembra algo?

Yang gargalhou fraquinho.

— É, me lembra.

— As 10 coisas que odeio em Yang Jungwon — sorriu.

— As 10 coisas que odeio em Park Jong-seong.

— Nossa, isso daria um ótimo podcast.

O ruivo sorriu outra vez.

— Com certeza. Ou então, as 10 coisas que odiamos um no outro.

Jay afagou o braço dele, o beijando. Dessa vez, Jungwon não rejeitou e se entregou ao beijo bom.

— Eu odeio que você seja tão lindo e encantador — Park sussurrou ao finalizar o ósculo.

— Eu odeio que você seja tão carinhoso e romântico comigo, mesmo que às vezes continue sendo um cafajeste e fazendo piadinhas sexuais o tempo todo.

O ruivo também sussurrou. Jay gargalhou fraquinho, concordando com ele.

— Vamos assistir esse mesmo?

— Uhum. Parece legal.

— Eu não gosto de comédia romântica, mas por você eu faço esse esforço — sorriu.

— Você é tão sem graça, Park.

— Eu sei.

O moreno deixou mais um beijinho nos lábios dele e voltou-se para a televisão. Clicou no botão do controle remoto, fazendo o filme iniciar. A introdução da Disney começou a passar.

— Ainda faltam em média uns dois minutos até que o filme comece. Nós podemos nos pegar enquanto isso.

Jungwon gargalhou.

— Park, nós nos pegamos quase sempre.

— É. Então pra que perder tempo?

Ditou eufórico e o beijou com força.

Park levou a mão até o rosto corado e impulsionou seu corpo por cima do dele, o fazendo deitar de costas na cama. Por estarem na ponta do colchão, Jay envolveu as pernas bonitas em sua cintura e o agarrou as coxas e a bunda, o levando até o meio da cama. Descansou o corpo másculo sobre o do ruivo.

A mão saiu do rosto e foi até o pescoço dele, segurando com certa posse mas não o privando de oxigênio. As bocas dançavam em uma sincronia perfeita, sem se perderem no ritmo. A falta de ar se fez presente e o moreno separou as bocas, levando a sua até o colo banquelo e com poucas sardinhas. Afastou um pouco a mão e começou a deixar selares na pele limpa, doido para marcá-la. Como se prevê-se aquilo, Jungwon ofegou.

— N-não deixe marcas, Park.

Jay bufou irritado e voltou a beijá-lo.

Em um movimento rápido, o ruivo girou os corpos, ficando agora por cima. Jay não ficou surpreso, sabia que ele gostava de comandar. Os lábios que não foram desunidos, ainda lutavam por espaço, deslizando com facilidade.

A chuva engrossou e os raios cortavam o céu. Jungwon se encolheu nos braços fortes mas não quebrou o contato das bocas. As mãos tatuadas foram de encontro às nádegas avantajadas, apertando a carne com gula. Yang ofegava e gemia baixinho, começando a mover o quadril.

Ele foi pego de surpresa quando Jay estapeou sua bunda com uma força gostosa. Separou os lábios para gemer baixinho. Voltaram a se beijar com pressa. O ruivo se movimentou por cima do moreno, controlando o quadril e a cintura para não acabar fazendo movimentos desconfortáveis para ambos.

Ao separar o beijo por falta de ar, Jay passou a novamente dar beijinhos por todo colo branquelo, descendo até o ombro, onde tinha algumas poucas sardas adoráveis. Beijou toda a região com carinho e amor. Jungwon sorriu, agarrado aos fios escuros.

Os primeiros diálogos do filme se iniciaram e Park com cuidado, segurou a cintura fina do mais baixo, o fazendo se deitar ao seu lado para que juntos pudessem assistir. Pegou também o prato de pipoca que havia colocado em cima do criado mudo, e se aconchegou no edredom. Passou um braço por baixo do corpo do ruivo e o trouxe para mais perto.

— O clima tá tão bom. — comentou, deitando no peito desnudo — Não tá com frio, Jay?

— Um pouco. Mas gosto de ficar sem camisa quando o clima tá gelado. — beijou a cabeça dele — É bom.

Jungwon sorriu.

— Eu também gosto quando está frio. Me sinto bem aqui.

— Se sente mesmo? Você não quer ir embora? — preocupou-se. — Posso te levar em casa quando a chuva parar

— Não. Quero ficar com você. — o abraçou.

Os primeiros momentos do filme já passavam, então os dois se empenharam em prestar atenção. Jay estava de olhos vidrados na TV, levando algumas pipocas à boca, enquanto Jungwon estava entediado. Gostava de filmes e assistir com quem gosta, num clima chuvoso e agarradinhos era muito bom, mas ele não queria nada disso naquele momento.

Pelo contrário, queria mais emoção. O filme que passava era de comédia romântica e lembrava muito eles dois, por isso era um pouco chato. E como quem não quer nada, Jungwon passou a fazer alguns desenhos imaginários no peito do moreno.

— Quando falou que queria comemorar, não achei que seria assim.

Park o encarou desentendido.

— Achou o que então?

— Eu pensei que fôssemos...

Jay sorriu malicioso já sabendo o que ele queria.

— Oh, meu amor, seja mais direto. Assim não entendo — apertou mais o corpo dele contra o seu.

— Achei que talvez fosse rolar algo, além dos beijos...

— Você quer foder, então? — foi direto ao ponto.

— E-eu...

Jungwon estava corado, vermelhinho como nunca antes. Talvez naquele momento aconteceria a primeira vez deles e ele não sabia como agir.

— Se você quiser, tudo bem. — acariciou o ombro desnudo — Apenas estou tentando me comportar.

— Eu não quero que você se comporte.

Park sorriu.

— Então você está pronto pra mim? Quer mesmo isso?

— Quero.

— Então já era o filme?

— Já era o filme. — sussurrou.

Jay sorriu safado, pegando o controle e desligando a televisão. O céu se iluminou com um raio e as cortinas balançavam com o vento. Park se levantou da cama para tirar a calça que vestia, ficando apenas de cueca. Quando voltou para a cama, ficou sentado. Abriu bem as pernas e sorriu lânguido.

— Oh, tão rápido assim? — Jungwon sorriu fraquinho.

Jay concordou, se aproximando dele.

— Não acha que está usando muita roupa, gatinho?

Jungwon novamente sorriu, concordando.

Não precisou se levantar para tirar suas roupas. A blusa fina saiu com facilidade e a calça apertada custou um pouco mas também largou o corpo esbelto. Agora ele também estava apenas de cueca. Branca. Rendada. Jay engoliu em seco.

— Porra... — sentiu o membro ficar ereto rapidamente e pulsar dentro do tecido fino da cueca — Você fez isso de propósito, não foi? Sabia que ia me deixar louco...

O ruivo fez um biquinho e foi até ele, sentando-se em seu colo. As mãos de Jay foram diretamente para as nádegas fartas, apertando com força.

O beijo afoito não demorou a ser iniciado. Jungwon rebolava no colo de Jay, agora sem mais nenhum pudor, certo de que o que aconteceria ali, era algo ansiado pelos dois e que não haveria arrependimentos. As mãos de Jay adentraram o tecido da cueca do ruivo, pronto para tirá-la. Jungwon quebrou o beijo.

— Acha mesmo que vou tirar minha linda cueca de renda para você?

Park suspirou com as possibilidades.

— Renda francesa? — perguntou, mesmo já sabendo que sim.

— Uhum.

Então sorriu malicioso.

— Sem problema, amor. Eu posso comer puxando o tecido de ladinho.

Jungwon o olhou perplexo, sem conseguir acreditar que ouviu aquilo. Sem tempo para refutar, seus lábios foram atacados. Se beijaram com pressa e com desejo. Os corpos estavam quentes e ainda mais excitados do que das outras vezes. O moreno tinha suas mãos dentro da cueca do ruivo, apertando as nádegas fartas. Depois de alguns minutos, Jay quebrou o beijo com muito custo.

— Você quer continuar? — perguntou ofegante, a respiração entrecortada.

— Se você também quiser, eu quero — o ruivinho soou tímido.

O moreno sorriu e logo voltou a beijá-lo.

Jungwon rebolava sobre o colo dele, sentindo o membro ereto em sua bunda. Park cortou o beijo apenas para deitá-lo nos edredons macios. Com seu corpo por cima do pequeno do ruivo, Jay ofegou, encantado com o rostinho corado, sendo iluminado apenas pela luz da lua e do céu estrelado que adentravam pela janela.

Ele então passou a contornar o desenho dos lábios do ruivo. A ponta do dedo deslizava pelo lábio inferior. Jungwon tinha sua boca entreaberta, deixando suspiros escaparem. Jay voltou a segurar em seu pescoço sensível, tomando cuidado para não colocar força e acabar privando-o de ar.

O observou por mais alguns segundos e voltou a beijá-lo com desejo. Os membros duros se tocavam, cobertos apenas pelo tecido da cueca. O moreno afoito passou a ondular o quadril, movimentando os corpos. Simulava estocadas fundas e precisas, deixando ambos entorpecidos.

Jay voltou a dar beijos pelo pescoço branquinho e do pescoço desceu para o torso. Beijou o busto com carinho, sugando a pele levemente e a segurando entre os dentes. Foi descendo e descendo até chegar nas aréolas rosadas. Chupou com vontade. Jungwon arqueou as costas e gemeu.

— Jay! — gritou, agregando os olhos.

Ao se tocar de onde estavam, o ruivo cobriu a boca com as duas mãos, mordendo os lábios para reprimir sons ao que Jay chupava seu mamilo com vontade.

Park ergueu os olhos, olhando para o ruivinho se contorcendo inteiro abaixo de si. A boca ainda sugava o mamilo sensível e os dedos agora brincavam um com o outro. Jungwon revirava os olhos a cada novo estímulo.

— E se eu tirar essa sua cueca bonita? — perguntou safado.

— J-Jay...

Jay sorriu e em um movimento rápido e bruto, arrancou o tecido que o ruivo tanto lutou para que continuasse em seu corpo. O olhou inteiramente despido por longos minutos e depois se apoiou em uma única mão, levando a destra até o queixo do ruivo. Jungwon teve seu rosto erguido e eles tiveram seus olhares conectados. Park conseguia ver o brilho rubro pulsar em suas bochechas enquanto que Jungwon podia ver o brilho das estrelas em seus olhos.

Apesar do que estava prestes a acontecer ali, um sentimento maior predominava. Dois corações, como estrelas em órbita, encontram-se no vasto céu da paixão, mesmo que isso ainda fosse uma grande incógnita para um deles. Seus olhos como raios de sol que atravessam nuvens de incerteza, iluminando o caminho um do outro.

Naquele momento, Jay via muitas coisas no olhar de Jungwon. Via um vasto mar, onde queria mergulhar fundo na alma dele. Cada onda de seu olhar trazia consigo sentimentos indecifráveis. O moreno, por sua vez, se sentia como o farol que guiava as suas embarcações perdidas em alto mar, em meio às ondas afoitas por uma tempestade.

O olhar feroz porém carinhoso do moreno, desceu até os lábios fartos do ruivo embaixo de si. Entrelaçou as mãos com força, em um pedido mudo para que ele não saísse dali. Que continuasse ao seu lado. E Jungwon, por um momento, pode ouvir e sentir a pulsação do coração dele através de suas veias, como se fossem rios que se encontram em um abraço eterno.

O vento cantava melodias lá fora, perfumando perfeitamente com a chuva que caía forte. Os lábios se aproximam, como pétalas de flores que se abrem ao primeiro raio de sol. Park fechou os olhos, sentindo seus lábios cada vez mais próximos aos do ruivo. Ele ansiava sentir o sabor deles outra vez. Estava viciado no beijo dele, era fato.

Um misto de sentimentos bons invadia seu peito e mente e de repente sorriu ao lembrar da conversa que teve com o amigo. Os conselhos que ele lhe dera. Estava na hora de pôr em prática tudo o que sempre quisera dizer ao garoto que sorria abaixo de si. Era o momento de dizer tudo o que havia dito à sua própria imagem no espelho. Dizer ao verdadeiro merecedor de tais palavras.

Jay abriu os olhos, enxergando toda a beleza que o ruivo carregava toda para ele. Os cabelos rebeldes estavam espalhados pelo travesseiro e alguns fios teimosos insistiam em cair em seus belos olhos amendoados. As bochechas cheinhas e tingidas pelo mais belo tom de rosa eram adoráveis. Os lábios grossos e vermelhinhos, entreabertos eram como um convite. Convidando os lábios finos a o abraçarem.

— Você é lindo. Completamente lindo. — ele sussurrou encantado.

— Você é ainda mais belo.

Park sorriu ainda mais. Um sorriso sincero. Inclinou a cabeça, aproximando-se ainda mais. Com a mão livre, segurou o rostinho corado pela excitação, o acariciando com o polegar. Jungwon fechou os olhos aguardando o momento em que as bocas brincavam juntas. Acabando com todo aquele sofrimento, Jay o beijou. Os lábios se tocaram, e ambos sentiram mistos de sentimentos e emoções. O gosto doce dos lábios de Jungwon junto com o calor que irradiava de seus corpos era magnífico.

Não era a primeira vez que se beijavam mas era, sem sombra de dúvidas, o melhor beijo que já tiveram. Apesar do momento, dos corpos nus, suados e ferventes, o contato das bocas era calmo, carinhoso. Jay se entregou completamente ao momento e Jungwon também, envolvendo-o com os braços. Ele o puxou para mais perto, aprofundando o beijo. Cada suspiro, cada toque, era uma promessa de amor.

As estrelas pareciam brilhar mais intensamente, como se estivessem celebrando aquele momento. Eles se perderam naquele beijo, no desejo que ardia entre eles. As intimidades se roçavam e suspiros e gemidos escapavam-lhe os lábios amassados um no outro. As línguas se tocavam sem pressa, desfilando no mais puro esplendor e explosão de sabores. Quando finalmente se separaram, os olhos do ruivo estavam tão brilhantes que nenhuma estrela poderia ser comparada com as pupilas cor de mel. Jay sorriu, acariciando a bochecha gordinha.

— Não sei se vou conseguir continuar depois disso. — Park falou em um fio de voz — É quase impossível transar com você agora quando nos beijamos tão apaixonadamente. Te olhar desse ângulo é uma maravilha.

Jungwon sorriu um pouco mais, tocando a mão dele com a sua.

— Então podemos fazer amor ao invés de transar. Não foi isso o que me prometeu?

— Foi. Mas talvez eu mude de ideia.

Falou com certa rapidez e voltou a beijá-lo. Mas dessa vez o beijo tinha pressa. Era afoito, bruto, molhado. Jungwon ergueu seu tronco tendo sua cintura rodeada pelo moreno. Sem ter onde se apoiar e aproveitar mais daquele contato, o ruivo agarrou os fios escuros, os puxando para cima. O beijo se tornava cada vez mais feroz e intenso, sendo aprofundado a cada instante que se passava. Jay ondulou o quadril, fazendo os membros se tocarem, causando uma fricção gostosa para ambos. Tudo parecia estar em câmera lenta.

— J-Jong-seong... — o ruivo arfou.

Jungwon fechou os olhos fortemente quando sentiu a boca quente e molhada do moreno lhe beijar o pescoço. Com as mãos ágeis, Park apertou a carne descoberta das coxas lisinhas, aprofundando o beijo. O ruivo ofegava, mergulhando num mar de tesão. Os corpos se roçavam frequentemente e as respirações ofegantes eram ouvidas quando as bocas se separavam em busca de ar.

O menor abriu os olhos encontrando os do moreno logo em seguida. Conseguia ver o desejo transbordando de suas íris e se perguntava se Jay podia ver aquilo em seus olhos também. O balançar da cama fazia barulho ao que a madeira colidia com a parede, mas nenhum dos dois se importavam com aquilo. Eles se encararam novamente com um olhar perigoso e feroz mas que se podia ver sentimentos perdidos neles. Suas respirações ofegantes tocavam ambos os rostos.

As bochechas do ruivo estavam banhadas num tom róseo, seus lábios agora inchados e mais vermelhos, os olhinhos semicerrados. Jay estava quase da mesma forma, desejando mais daquilo. As bocas se juntaram novamente em um novo beijo, esse agora mais veloz e furioso. Estavam quentes como uma fogueira, clamando por mais combustível. Jay se colocou entre as pernas do ruivo, segurando suas coxas, fazendo-o gemer contra os seus lábios.

O rebelde, por mais arrogante que fosse, tomava todo o cuidado ao tocar Jungwon, se martirizando antecipadamente por qualquer erro que viesse a acontecer. Quebrou o beijo e encarou o ruivo de cima, suspirando ao ver o torso leitoso. Fez o contorno dos lábios dele, passando a ponta do dedo pelos desenhos. Jungwon sugou o dedo para dentro de sua boca, chupando. Olhava no fundo dos olhos do moreno e sugava com força. Não se importava com quem estava fora, apenas queria mais daquele contato.

Jay foi pego de surpresa quando Jungwon girou sobre a cama, rodando os corpos. Agora, as costas largas do moreno estavam grudadas no canhão macio e o ruivo sentado em seu colo, bem em cima de sua ereção. Livres de qualquer peça de roupa, Park gemeu, revirando os olhos, ao sentir a glande inchada de seu membro pincelar a entrada quente do menor.

Jungwon se esgueirou por cima dele até estar sentado agora em cima das coxas fartas. Olhou para ele com os olhinhos brilhantes e por fim, encarou o membro ereto apontando para cima. Segurou o mastro com uma mão, sentindo a boca salivar. Ele então colocou a língua para fora e lambeu a glande inchada. Jay soltou um rugido do fundo da garganta.

Sem esperar mais, o ruivo abocanhou todo o volume de uma vez, subindo e parando na cabecinha molhada. E ali brincou um pouco, rodeando a carne macia com a pontinha da língua, rodeou a coroa parando na uretra. Provocou passando a língua no buraquinho molhado para só depois deslizar pelo freio. Impaciente, Jay puxou os fios do garoto o fazendo olhar para cima.

— Você é melhor do que isso, amor. — prendeu um gemido ao ver o rostinho corado dele — Coloca a língua para fora.

De imediato, Jungwon não esperou mais mais nenhum pedido e colocou a língua para fora. Sentiu quando o mastro pesado encostou no músculo quente. E como um gatinho manhoso, fechou os olhos, aproveitando os movimentos em sua língua e sentindo todo o cheiro da masculinidade que vinha de Jay.

O moreno sorriu safado, afastando o menor por um segundo. Sentou-se e apoiou as costas na cabeceira da cama, puxando o ruivo para o meio de suas pernas. Pelo o movimento repentino, Jungwon acabou se desequilibrando e caiu no meio dele, apoiando-se com as duas mãos no colchão. Seu rosto a poucos centímetros do pau duro.

Park agarrou o próprio falo gotejante, esfregando por todo o rosto corado do ruivo. Começando pelos lábios cheinhos, agora inchados, depois pelas bochechas quentes. Ele voltou a colocar a língua pra fora e o moreno passou a dar batidinhas ali com seu caralho duro.

Sem perder mais tempo, Jay passou a fazer pressão na língua estendida, mostrando o que queria. Jungwon abriu a boca ao máximo para acolher o pau pulsante na mesma. Fechou os olhos quando sentiu a garganta arder ao ser invadida sem dó. Ele então segurou o membro grosso com ambas as mãos e passou a chupá-lo da forma que mais gostava.

Os barulhos de sucção e os gemidos roucos de Jay eram os únicos sons que se sobressaiam dentro do quarto escuro. A chuva estava mais fraca e o vento que vinha da janela aberta esfriava os corpos quentes. Park rosnava em prazer e a visão que tinha do ruivo de quatro em sua frente, recebendo o seu cacete na boca era a melhor coisa que ele poderia ver.

Jungwon continuava o chupando mas em um dado momento parou, deixando o moreno confuso. Ele passou a tatear o criado mudo ao lado da cama, em busca de seu gloss que havia colocado lá quando chegou ao quarto, afinal, tinha planos em usá-lo. Assim que encontrou o que procurava, o desenroscou. Jay engoliu em seco ao ver em meio a penumbra, o ruivo ousado agraciar seus lábios com o maldito gloss que ainda o enlouqueceria.

O menor voltou para o meio das pernas dele, ficando na mesma posição que outrora. Jungwon chupava o moreno com gula e vontade, lambuzando o pau dele com sua saliva em demasia e deixando tudo grudento por conta do gloss que usava. Sugava a glande com força fazendo Jay tremelicar e revirar os olhos, perdido em tesão.

— Cacete! — Park gemeu rouco, agarrando os fios dele passando a ditar os movimentos.

Ele empurrou o quadril para frente, fazendo com que Jungwon se engasgasse em seu pau duro quando ele bateu no fim da garganta maltratada. Foi mais fundo, jogando a cabeça para trás ao mesmo tempo em que levou sua mão livre para as próprias madeixas escuras e as puxava, em puro êxtase.

Os músculos de seu abdômen se contraiam denunciando que já estava chegando ao seu limite. A outra mão permanecia nos fios ruivos, ajudando o menor na felação, indo cada vez mais fundo, fodendo a garganta. As estocadas continuaram brutas, chegando em um ponto onde Jungwon apenas abriu mais a boca, fechou os olhos com força, relaxou a garganta e apertou o lençol da cama entre os dedos, deixando que Jay fizesse o que quisesse.

— Hmm... — grunhiu sobre o pau do moreno.

Park focou a visão nele, sendo agraciado com a visão do ruivo masturbando o próprio membro. Os dedinhos pequenos se moviam agilmente pelo mastro e pela glande avermelhada. Ele então sorriu, agarrando cada vez mais os fios de fogo de Jungwon para ondular melhor o quadril e foder lentamente a boquinha dele. Da forma que queria.

Jungwon parou com a masturbação que fazia em si próprio e focou no prazer do moreno. Deixou que Jay continuasse a foder sua boca e nesse meio tempo, levou os dedinhos até os mamilos durinhos, brincando um pouco com eles.

— Ah... — o ruivo ofegou quando o caralho grosso escapou de seus lábios.

Ele olhou para a feição do moreno o encontrando com os olhos fechados e a cabeça pendida para trás. A mão tatuada enfraqueceu e largou seus cabelos. Querendo fazê-lo atingir logo seu clímax, o ruivinho levou a mão até a ereção dele e começou a masturbá-lo enquanto descia até as bolas pesadas, cheias de porra.

— Continua assim, amor... — rosnou — E-eu estou quase, não pare.

Acatando a ordem do moreno, o ruivinho empenhou-se em chupar tudo dele, como se sua vida dependesse daquilo. Seu prazer dependia. O tirou da boca apenas para respirar. Voltou a chupá-lo, a língua espalhando saliva. Em um estalo, se afastou do pau que expelia pré sêmen mas sua mão continuava no falo grosso. Subindo e descendo, subindo e descendo.

— Isso... — Jay aprovou, gemendo alto. Abriu os olhos encontrando os do ruivo o encarando — Coloca a língua pra fora.

Respirando ofegante, Jungwon fez assim como o moreno pediu. Jay gemeu, substituindo a mãozinha dele pela a sua. Começou a se punhetar, prendendo a respiração. Sua mão fazia movimentos precisos, com rapidez. Estava cada vez mais próximo de atingir seu prazer e a visão do ruivo com a língua para fora apenas esperando por ele fora seu limite.

Com um gemido entorpecido, explodiu em prazer, gozando bem na língua do menor, rosnando e resmungando palavras desconexas. Jatos de porra atingiram o rosto de Jungwon. Ele fechou a boca. Ainda com a respiração entrecortada e ofegante, Park olhou o ruivo. Sua mente estava nublada.

— Abre — pediu, traçando o lábio inferior dele com a ponta do dedo.

Jungwon piscou alucinado, olhando no fundo dos olhos de Jay quando abriu a boca, o mostrando uma enorme bagunça misturada de saliva e de sua porra.

— Caralho — seu olhar queimou o rosto do ruivinho — Engula tudo.

Assentindo, Jungwon fechou a boca novamente, fazendo um movimento na garganta. Logo abriu a boca outra vez, mostrando ao moreno que engoliu tudo assim como ele o pediu. Park o comeu com os olhos. Olhou para toda aquela figura empinada em sua frente com os olhinhos brilhantes e o rosto melado com sua porra. Mais abaixo, viu o pau dele pingando, terminado de expelir todo o seu prazer.

— Você deve estar tão necessitado — voltou a olhá-lo nos olhos — Venha cá, meu amor.

Se esgueirando como um gatinho, Jungwon foi até ele. Montou sobre seu colo, se aconchegando ali. O pau duro novamente pincelou a entrada pequena causando um tremor em ambos os corpos. Sem perder tempo, o ruivo beijou o moreno com tanta vontade que perdeu o fôlego com rapidez. Um pouco mais calmo, deixou o beijo fluir normalmente.

Park levou ambas as mãos até as coxas grossas, as acariciando. Ajudava o ruivo com os movimentos de vai e vem em seu colo, fazendo com que seu pau duro doesse a cada nova fricção. Jungwon fazia movimentos lentos, deslizando para frente e para trás. As bocas se moviam com ligeireza e os dentes de colidiam.

Os mais novo agarrou os fios negros e continouo com os movimentos calmos no colo do moreno. O pau duro e melado pincelava a entrada enrugada, causando tremores em ambos os corpos. As mãos grandes agora apertava as nádegas do ruivo sem dó de machucá-lo.

— Acho que não aguento mais esperar, Jay... — falou sem fôlego ao separar as bocas.

— Eu vou dar o que você quer, meu amor.

Jay ergueu-se ficando de joelhos na cama ainda com o menor em seu colo e sem quebrar o beijo. Com cuidado, deitou o ruivo na cama, engatinhando para cima dele. Desfez o beijo apenas para olhá-lo. Acariciou a bochecha corada, deslizando o dedo indicador pelo lábio entreaberto. Jungwon sugou a pontinha do dedo dele para dentro de sua boca, chupando com afinco.

Alucinado, Park se permitiu observar a sucção que o ruivo fazia em seu dedo, acumulando saliva para deslizar melhor. Sentiu seu pau fisgar ao imaginar a boquinha pequena do menor nele novamente. Quando achou que seu dedo já estava úmido o suficiente, o retirou de dentro da boca quentinha e o levou até o meio das pernas abertas do mais novo.

Com cuidado para não machucá-lo, deslizou o dedo para dentro dele. Movimentou devagar, alargando o suficiente para encaixar um segundo dígito. Os dois gemeram quando os dedos longos do mais velho invadiram o interior apertado do ruivinho. A boca do moreno abocanhou o mamilo esquecido e durinho, sugando com força. Lambuzava a pele rosada com sua saliva. Seus dedos se movimentavam com força dentro do ruivo, o fazendo gemer.

— Sabia... — Jay murmurou em meio a um gemido enquanto movia sua boca para o outro seio. — Sabia que estaria molhadinho pra mim.

Jungwon revirou os olhos ao sentir os dedos do moreno se inclinarem em seu interior, tendo sua próstata tocada com força.

— Jay!

Park sorriu.

— Está gostoso?

— Uhm... Sim... — manhou — Mas agora eu preciso de você dentro de mim.

Jay ofegou, cheio de expectativas.

Retirou seus dedos de dentro do menor e se afastou um tanto, apenas para abrir a gaveta do criado mudo e pegar um pacote de preservativo e um tubo de lubrificante.

Com certa pressa, abriu a embalagem preta e vestiu a proteção. Jogou uma boa quantidade de gel em sua mão e a espalhou por todo comprimento. Pegou mais uma quantidade favorável e levou até a entrada pequena, a acariciando. O ruivo gemeu baixinho. Park segurou seu membro, o levando até a entrada que se contraia em anseio. Ergueu um pouco as pernas curtas apenas para que seu pau se esfregasse nas bolas bonitas. Jungwon abriu mais suas pernas o permitindo entrar. E Park não perdeu tempo em penetrá-lo.

Jay encaixou primeiro a glande e foi forçando mais um pouco. Metade já estava dentro. Jungwon contraiu, sentindo uma leve dor se espalhar por seus músculos retraídos. Park iniciou um beijo lento, tentando distraí-lo do incômodo. Ao que o corpo do menor ia relaxando, o moreno se enfiava cada vez mais para dentro dele. Jungwon segurou os lados do rosto do tatuado, se esforçando para rebolar contra ele. A dor foi embora e o prazer o nocauteou com força. Ele tentava prender seus gemidos mas era impossível.

— Ah, tão gostoso... — o ruivo escondeu o rosto no pescoço suado do moreno.

Jay concordou passando a se empurrar com mais precisão. Iniciou uma sequência lenta de estocadas, fervendo em prazer. Tomou os lábios grossos nos seus, lambendo o inferior antes de adentrar sua língua e se enroscar com a do ruivo. Jungwon rodeou a cintura dele, sentindo o membro ereto o invadir com mais facilidade.

A mãozinha apertava o tecido do lençol com força, descontando todo o seu prazer. Jay a agarra, entrelaçando-a com a sua. As estocadas passaram a ser mais brutas e precisas. O membro inteiramente dentro do menor, pincelava sua próstata a cada penetrada. As bocas se moviam afoitas, impedindo os gemidos de escaparem.

O Yang ofegou, levando a mão livre até os fios morenos, os puxando. Jay, também com a mão livre, segurou firme sua cintura delgada para firmar os movimentos. Em uma estocada precisa, Jungwon separou as bocas, não segurando o gemido alto que escapou. Os olhos lacrimejantes fitaram os olhos grandes e depois os lábios finos entreabertos. Voltou a beijá-lo com pressa, prendendo mais um gemido. O moreno parecia descontrolado em suas ações e os movimentos eram cada vez mais brutos.

— C-calma... — Jungwon separou os lábios, franzindo o cenho. — Um pouco mais devagar.

Manhou sôfrego, sentindo suas pernas tremerem. Apoiou o queixo no ombro de Jay e suspirou audível, sentindo ele o invadir, indo cada vez mais fundo.

— Porra... — o moreno grunhiu.

Park saiu de dentro do ruivo por um momento, deixando apenas sua glande nele. Fechou os olhos e gemeu rouco quando voltou a penetrá-lo, entrando fundo e forte nele. Deixou outro gemido escapar ao se sentir acolhido e apertado na quentura do interior de Jungwon.

Jay continuava metendo, certeiro. O ruivo puxou seus fios com força, sussurrando em seu ouvido como ele o preenchia bem. O moreno rosnou, levando as mãos até as bochechas da bunda farta e as abrindo, procurando por espaço para penetrá-lo. Ambos estavam em êxtase, com as respirações ofegantes. O cheiro de sexo preenchia o quarto e o eco de seus gemidos sofregos aumentava a libido.

— Você me acolhe tão bem, amor. — disse o moreno baixinho, contra o ouvido do menor. — Eu não estou te machucando, estou?

— N-não...

Park assentiu, se retirando de dentro dele. O virou na cama rapidamente, deixando-o de bruços. Deixou um tapa estralado na banda esquerda e voltou a se enfiar nele com força. Mesmo que o moreno não pudesse ver, Jungwon fechou os olhos, sentindo uma grande vergonha quando ele abriu as bochechas de sua bunda, expondo sua entrada.

Park voltou a preenchê-lo com vontade, metendo sem dó. Ondulava o quadril com força, se enfiando mais fundo. O ruivo revirara os olhos, extasiado. Os corpos se conectavam de uma forma gostava, o moreno não tinha pena em foder a entradinha judiado do menor. Com a velocidade que os corpos se moviam, Jungwon ia para frente e para trás, seu membro duro sendo pressionado contra seu abdômen e o colchão.

— Por favor... — Jungwon pediu por alguma coisa, quase inconsciente.

Park gemeu rouco ao sentir-se apertado pela entradinha pequena.

— Por favor, o que? — perguntou, sorrindo safado.

— M-me faz gozar, Jay.

Acatando o pedido dele, Jay se empenhou em dar o que ele queria. Moveu o quadril com força, estocando com rapidez. Jungwon tremia embaixo de si, soluçando alto. Seu corpo sofreu um grande espasmo quando chegou ao seu clímax gozando nos lençois e sujando seu abdômen. Jay continuou a se mover, em busca de seu orgasmo e prolongando as sensações no corpo do ruivo.

Sentindo que estava cada vez mais perto, o moreno aumentou o ritmo de seu quadril, não dando descanso para seus pulmões que necessitavam de ar. Em um rugido rouco, Park gozou fortemente, revirando os olhos. Seu corpo estava fraco e cansado, implorando por seu colchão. Ao parar de sentir espasmos, se retirou de dentro do ruivo, arrancando a camisinha cheia, dando um nó na mesma. A jogou pelo chão e deitou-se ao lado de Jungwon.

Os dois corpos jaziam lado a lado sobre o colchão macio. Estavam imóveis, exceto pelo movimento rítmico de seus peitos subindo e descendo. O ar entra e sai de seus pulmões em rajadas ofegantes. Não há palavras entre eles, apenas o som compartilhado de sua luta para recuperar o fôlego. O suor escorre por suas testas, desenhando linhas salgadas que brilham sob o sol.

As respirações começam a diminuir, tornando-se menos erráticas e mais profundas. Aos poucos, o mundo ao redor começa a se reafirmar, o som da chuva mais controlada, o cantar do vento. Mas por agora, tudo o que existe para eles é o colchão macio sob seus corpos e o teto acima. Park olhou para Jungwon que ainda estava de bruços e tinha seus olhos quase fechados.

— Está tudo bem, meu amor? — perguntou preocupado — Fui muito bruto?

O ruivo negou.

— Não. — um bocejar escapou de sua boca. — Quero mais.

Jay deixou uma risada rouca sair.

— Não está cansado? Foi intenso.

Jungwon não o ouviu. Levantou-se rapidamente, com suas energias renovadas. Com rapidez, montou o moreno que mal teve tempo de reagir. Então o beijou com pressa. O beijo era atrapalhado, os dentes se batendo e causando um tilintar junto do piercing do moreno. O ruivo o segurava desesperadamente, tentando evitar que ele escapasse de seus braços.

Jungwon começou a rebolar contra ele, aumentando o seu desejo e a sua fome por mais. Queria se sentir ainda mais alargado pelo moreno. A mão esquerda do maior segurou atrás de sua cabeça, o afastando minimamente.

— Eu quero mais, Jay. — falou com um brilho intenso no olhar.

Park assentiu, sentindo seu pau doer.

— Espere um segundo, preciso pegar outra camisinha.

Antes que ele pudesse sair, Jungwon o prendeu no lugar, sem ao menos descer de seu colo.

— Não. Eu quero sem.

— Jungwon, nã-

O ruivo levou a ponta do dedo para os lábios dele, o calando.

— Shhh, cala a boca — ele o interrompeu.

Ficando calado, Jay apenas jogou a cabeça para trás quando o ruivo se auto penetrou. Não teve tempo nem mesmo de associar a nova rodada que teriam pois Jungwon estava sedento e começou a sentar com força e rapidez. Ele quicava com vontade e não se preocupava mais em conter os gemidos altos que deixava sair de sua garganta.

— Por favor... não pare... — pediu, mesmo que ele fosse o único a se dar prazer no corpo do moreno.

Suas bochechas estavam vermelhas pelo sexo quente e ele não se importava com a possível assadura que teria mais tarde, apenas queria saciar seu prazer que parecia não ter fim. Ele subiu no caralho do outro, deixando apenas a cabecinha em seu interior e sentou com força, engolindo tudo de uma única vez.

Park engoliu um gemido rouco, sentindo sua barriga formigar. O ruivo continuava sentando com precisão, fazendo um líquido pegajoso escorrer de sua entrada maltratada. Completamente úmido e escorregadio, o pau do moreno fugiu de sua abertura, se esfregando contra o meio de sua bunda melada. Jay rugiu, estapeando a bochecha quentinha de sua nádega. Jungwon levou a mãozinha até a ereção grossa do mais velho, a levando até sua entrada mais uma vez, esfregando a cabeça inchada levemente em seu orifício antes de se penetrar de novo.

— Ah, caralho... — o moreno gemeu, indo fundo dentro do ruivo.

Jungwon sentava com força e Jay ajudava nos movimentos, o fodendo ao mesmo tempo em que ele se fodia em seu cacete. O ruivo, já sentindo outro orgasmo se aproximar, beijou os lábios do mais velho, puxando o inferior entre os dentes. Chupava a língua dele sem pudor, como gostava de fazer.

Intensificou seus movimentos, gemendo cada vez mais alto contra a boca do moreno. Sua bunda ia de encontro com a pélvis de Jay, o som dos corpos se chocando era deleitoso.

— Eu estou vindo, Jayie... — murmurou, manhoso demais, sensível demais.

Park se movimentou contra ele, o fodendo com pressa. Jungwon apertou a carne de seu peito, fincando as unhas na pele, se fodendo no pau grosso e querendo mais contato, querendo chegar ao seu limite.

— Ah! — sentou com mais força, molhado os lábios. — Tão bom...

Com mais uma sentada raivosa, o ruivo manhou, esporrando contra a barriga de Jay. Seus olhinhos se revirando e fazendo com que o rebelde sorrisse sacana. Cansado demais, o ruivinho deitou-se sobre ele, tentando regular a respiração.

Percebendo a relutância do menor para se mover mais uma vez, Jay girou os corpos com brutalidade, ficando novamente por cima dele. Sem ao menos ter saído do interior apertado, Park voltou a estocá-lo com força. Jungwon arregalou os olhos, sentindo espasmos em seu corpo sensível.

— O-o que está fazendo, P-Park? Eu j-já gozei! — gemeu manhoso.

— Mas eu não. — sorriu safado — Não pode ser tão egoísta, Cenourinha.

Obstinado a chegar novamente ao seu prazer, o moreno segurou ambos os braços molengas do menor sobre sua cabeça, estocando com fúria, ofegando alto como um louco. Jungwon sorria, aproveitando-se da sensação prolongada de seu prazer. Ele encarou o braço tatuado que prendia os seus, depois os olhos negros, percebendo que amava se sentir perdido neles.

Park estocou mais algumas vezes, o penetrando com maestria e experiência até esporrar dentro dele. Jungwon estremeceu com a sensação e quando seus braços foram soltos, agarrou-se ao moreno que o abraçou de volta.

O quarto estava em desordem. Há travesseiros jogados pelo chão e as roupas espalhadas por cada canto. Jungwon e Jay continuam com seus corpos entrelaçados em um abraço apertado, tentando recuperar o fôlego. Suas respirações ainda irregulares e rápidas devido aos recentes movimentos frenéticos.

O som das respirações ofegantes é acompanhado pelo suave zumbido do vento lá fora, e dentro do quarto, é como se o tempo tivesse parado. Eles estão cercados por montanhas de travesseiros amassados, testemunhas silenciosas do que acabou de ocorrer.

Com cada respiração, eles se acalmam, sentindo o calor um do outro e o ritmo cardíaco diminuindo. Eles sorriem, sem dizer uma palavra, comunicando-se através do conforto do contato e da serenidade do momento compartilhado. Aos poucos, a respiração deles se sincroniza, tornando-se mais lenta e profunda. O mundo exterior pode esperar; agora é um tempo para descanso, para estar juntos, e para apreciar a simplicidade de um abraço após uma intensa conexão entre os corpos.

— Acha que sua mãe e irmãos ouviram? — o ruivo perguntou, a vergonha o acometendo.

Jay sorriu rouco, apertando o abraço.

— O Junghee tem o sono pesado. O Jungmin dorme ouvindo música e quanto a minha mãe, ela com certeza ouviu.

Jungwon se encolheu mais no corpo dele, sentindo seu rosto quente. Ele choramingou baixinho enquanto Jay sorriu fraco. Depois de muita birra e constrangimento, Park finalmente conseguiu convencer o ruivo a irem tomar um banho antes de dormirem.

• 🥕 •

O quarto estava mergulhado em uma penumbra suave, as cortinas mal filtrando a luz da lua que se infiltrava pelas frestas. O ar estava carregado de eletricidade, como se o próprio universo segurasse a respiração, esperando pelo desfecho dessa confissão.

Ambos os garotos estavam deitados lado a lado, os corpos ainda quentes do calor compartilhado sob os lençois. A cama bagunçada revelava o que havia acontecido há poucos minutos e o cheiro de sexo ainda impregnava o ambiente. Agora, com o silêncio pesando sobre eles, Jay sentia um aperto no coração.

Ele virou o rosto na direção do ruivo, observando as sombras dançarem sobre seu rosto e os olhinhos fechados. O seu coração batia descompassado, e ele engoliu em seco antes de falar:

— Won, eu posso te confessar uma coisa? Parece bobo, mas...  — falou inquieto.

Jungwon se mexeu por cima de seu corpo, acariciando o peito desnudo e o encarando com atenção.

— Claro que pode.

Jay hesitou, buscando as palavras certas antes de finalmente dizer:

— No momento em que nossos olhos se encontraram, o meu mundo inteiro desapareceu, e eu soube que estava perdido.

O ruivo abriu a boca surpreso.

— O que quer dizer com isso?

Outra vez ele hesitou. Jay nunca imaginou que estaria ali, prestes a confessar seus sentimentos ao garoto que antes odiava e que agora o deixava tão confuso.

E ele estava lá, deitado em seu peito, o observando com tranquilidade e os olhos serenos. Os cabelos ruivos dançavam suavemente com a brisa que vinha da janela aberta e o moreno não conseguia desviar os olhos dele. Como isso havia chegado a esse ponto? Como o ódio que sentia havia se transformado em algo tão intenso?

Jay levou a mão até a bochecha quentinha, acariciando a pele, meio incerto. A garganta estava seca e as palavras amontoadas em sua mente. Engoliu em seco.

— O que quero dizer é que estou apaixonado por você. Perdidamente apaixonado. — as palavras saíram trêmulas, mas ele continuou — O que sinto é um pouco confuso, mas sei o que sinto por você. Eu costumava te odiar. Achava você irritante, insuportável. Mas, de alguma forma, tudo mudou.

Jungwon não conseguia formular uma frase coerente. Engoliu em seco, com medo de ter entendido errado.

— Mudou como?

O moreno respirou fundo, soltando o ar que prendia.

— Percebi que o que eu sentia não era ódio. Era confusão, medo… e amor.. — olhou nos olhos dele, sentindo sua barriga doer — Eu te amo, Jungwon, mesmo quando não entendo por quê. Mesmo quando isso não faz sentido. Mas eu te amo e sempre deixei isso claro, apenas você não percebia.

Jungwon fungou, desviando o olhar. Estava confuso e não sabia o que dizer. Como reagir. Não sabia se Jay estava apenas brincando com sua cara e coração, mas em seus olhos não tinham traços de mentira. Tinham honestidade. A mão em sua bochecha tremia e suava frio, as pernas entrelaçadas as suas estavam inquietas e a garganta engolia em seco incessantemente. O nervosismo era perceptível. Assim como ele, Jungwon também estava confuso. Tudo aconteceu tão de repente.

O sexo que tiveram há pouco tempo foi ótimo. Bom demais e especial demais. Os dois sabiam que se envolver daquela maneira era um grande passo dado em suas vidas porque sentiam que ali, não seria apenas mais uma transa casual. Um sexo de uma noite. E no ato, eles sentiram o amor. Foi tudo tão maravilhoso, mas agora veio a confusão tão repentina. Os mesmos sentimentos que teve antes do jogo vinham à tona.

Mesmo conhecendo Jay há três anos e sabendo bem como ele era, o jeito rude e rebelde de ser que havia mudado há uns meses para algo mais simpático e educado, ele ainda tinha suas dúvidas. Apenas ele sabia o quão ruim e difícil foi superar o seu último relacionamento, mesmo que ele fosse o único que amava e o único que saiu machucado e usado.

Tinha medo de depositar muita confiança no moreno e acabar se quebrando outra vez. Ser humilhado outra vez. O seu coração dizia que Jay era um novo alguém, uma nova pessoa que jamais o machucaria. Mas a sua mente racional, o dizia que tudo aquilo era apenas mais um jogo idiota. E ele não queria ficar para perder novamente. Também tinha medo de alguma forma acabar machucando o moreno ao invés de ser machucado. Gostava dele mas não sabia se era recíproco o sentimento de amor.

Estava dividido. Tão confuso quanto o Park. Ele sabia que sentia algo por ele, que seu coração batia acelerado sempre que o via e seu peito se apertava sempre que não tinha notícias. Mas ainda assim era tão frustrante. Atordoado, levantou de cima do peito dele, ficando sentado na cama. Jay também se sentou e o olhou aflito.

— Fala alguma coisa, Won. Por favor. — sussurrou em um fio de voz.

Jungwon voltou a olhá-lo com a visão turva, um pouco embaçada pelas lágrimas que surgiam. Se sentiu culpado ao ver os olhos escuros e grandes marejados. Sem o brilho tão bonito.

— E-eu não sei o que dizer. — se perdeu em meio aos pensamentos — É confuso demais.

Jay segurou as mãozinhas dele, desesperado.

— Então me diz o que sente por mim. Me fale se o que eu sinto por você é recíproco ou se eu estou amando sozinho.

O ruivo voltou a desviar o olhar e ainda sem encará-lo, disse baixinho:

— Eu... Eu gosto de você. Mais do que deveria. — fungou — Mas não sei se é amor. Não sei se é paixão ou apenas carinho por tudo o que tivemos até aqui. Não sei se é o tipo de amor que dura para sempre ou apenas uma conexão passageira. Eu não sei, Jay.

O moreno sentiu um nó na garganta.

— Então, não é recíproco?

Jungwon voltou a encará-lo, sentindo-se ainda mais confuso.

— Acho que não. — falou rápido demais ouvindo um suspiro pesado do moreno — Não que eu não goste de você, Jay. Eu gosto. Mas a parte da paixão... Eu... eu não sei.

Sentindo o coração apertar, Jay afrouxou o aperto nas mãos dele, quase às soltando. Um nó tomou sua garganta.

— E-eu estou indo rápido demais?

O ruivo o olhou com desespero. O que mais temia estava prestes a acontecer. Não queria ferir o moreno, machucá-lo era a última coisa que queria.

— Não, Jay. Eu que sou muito lento.

Ele assentiu, sem querer acreditar.

— Nós transamos. — fungou baixinho — Acha que foi um erro?

— Não, não acho. É normal fazermos sexo com quem estamos ficando. — tentou não enfraquecer — Não é como se nós nunca tivéssemos transado antes.

— Mas foi diferente. Pelo menos pra mim. — suspirou — Eu senti algo a mais quando fiz com você. Algo que nunca tinha sentido antes.

Jungwon engoliu em seco.

— O que você sentiu?

— Eu senti amor. Senti por você na nossa primeira vez o que nunca senti antes com nenhuma outra pessoa. — falou de uma vez, sendo sincero — Eu me senti a porra de um garoto virgem tendo sua primeira transa. Fiquei com medo de não saber agir com você e acabar te decepcionando. Tive medo de não te satisfazer, Jungwon!

Sua mãos tremiam como nunca.

De repente começou a suar de nervoso. Sua respiração ficou quente e entrecortada, medo o consumia. Jungwon se desesperou ao vê-lo daquela forma e o abraçou com força, o confortando. Deixou um beijinho na bochecha dele e acariciou os fios escuros. Se sentindo ainda culpado por tudo aquilo, foi inevitável segurar as próprias lágrimas.

Ao ouvi-lo chorar, Jay se afastou minimamente. Secou suas lágrimas e se empenhou em ser forte naquele momento. Jungwon já fora machucado, já teve seu coração quebrado enquanto ele nunca sentiu a dor de ser rejeitado. Estava sentindo agora mas a ignorou. O ruivo precisava de consolo e ele era a melhor pessoa para consolá-lo.

— Respira. — tentou acalmá-lo e controlar suas lágrimas — Não chore. Não vale a pena chorar por isso.

Ofegante, Jungwon olhou no fundo dos olhos do moreno.

— Como não vale a pena? Você acabou de se declarar pra mim, Jayie.

Ele sorriu, tentando amenizar o momento.

— E você não corresponde. E tá tudo bem, Won. Não tem que se martirizar por isso.

— M-mas...

Ele não conseguiu terminar. Explodiu em mais lágrimas carregando toda a dor para si. O ruivo se encolheu, o peito apertado e os soluços escapando de seus lábios. As lágrimas corriam livremente, borrando sua visão enquanto ele lutava para respirar. Cada respiração parecia um esforço hercúleo, como se o ar estivesse sendo sugado de seus pulmões.

Ele apertou os punhos, as unhas cravando na palma das mãos. A culpa o consumia, uma tempestade furiosa dentro de si. Jay estava ali, tão perto, com os olhos cheios de lágrimas que não se atreviam a escorrer. Jungwon ofegou ainda mais quando sentiu os braços deles o envolver outra vez. No calor do abraço do moreno Jungwon se sentia acolhido. Queria permanecer ali por mais tempo, mas a culpa pesada não o permitia.

Por mais que não demonstrasse, ele sabia que Jay deveria estar sentindo uma forte dor em seu coração agora, como se uma mão enorme estivesse o apertando, o esmagando. Ele sabia bem o tamanho da dor que era ser negado por alguém que se ama e tudo o que ele não queria que acontecesse estava acontecendo. Não que ele estivesse de fato negando os sentimentos do moreno, mas a sua confusão causou uma ainda maior. E era isso o que temia.

— E-eu sinto muito — sussurrou, a voz quase inaudível. — Você me odeia agora, não é?

Park engoliu o choro e o encarou quando ele se afastou. Levantou a cabeça para espantar as lágrimas.

— Não odeio. Nunca odiei, só era idiota demais para assumir o contrário. — suspirou — Antes de virmos pra cá eu falei com o Sunghoon hyung. Ele me aconselhou a conversar com você e contar tudo o que sentia, mas eu sabia que não daria certo. — tocou o rosto dele — Não quero que você se desculpe, eu sabia que era um risco. Sei que não sou uma ótima pessoa e por conta disso seu pai, o meu pai e metade da escola me odeiam. E eu fui o único que fiz com essas pessoas me odiassem.

— Jun...

Jay sorriu, acariciando a bochecha rubra, manchada pelas lágrimas.

— Sempre ouvi de pessoas próximas que eu era muito parecido com o meu pai. Mas eu não sou igual aquele filho da puta. Nunca serei. — uma lágrima de ódio rolou de seu olho ao lembrar de seu pai — Eu só estou dizendo isso para que você não ache que eu quero te machucar. Mas você está chorando agora e a culpa é minha. Eu fui idiota em querer apressar as coisas com você. Me perdoe. — dessa vez ele não pode segurar as lágrimas que desceram pelo seu rosto como uma cascata — E-eu não deveria ter me apaixonado por você, Jungwon. Era por isso que não queria me aproximar tanto. Por medo que isso viesse acontecer. Desculpa.

Agora mais controlado, Jungwon levou as mãos até o rosto dele, tentando acalmá-lo como ele fizera consigo.

— Ei, calma. Está tudo bem se apaixonar. — acariciou o rosto dele — O coração não obedece a regras. Ele simplesmente se apaixona, sem pedir permissão.

Jay fungou secando as lágrimas.

— O que você pensa sobre o amor?

Jungwon sorriu fraquinho e o respondeu:

— Penso que é uma das experiências humanas mais profundas e complexas que existem. Ele transcende barreiras culturais, linguísticas e temporais. É uma jornada individual e coletiva. Cada pessoa experimenta e interpreta o amor de maneira única. — falou seu ponto de vista — E isso o que está acontecendo com nós nesse momento, Jay. Estamos experimentando esse sentimento ao nosso modo. Mesmo que seja um pouco difícil de entender o meu lado.

Jay assentiu. Não resistiu e novamente o abraçou apertado. O abraçou com força, temendo que aquele fosse o último abraço que teria com ele.

— Antes eu não acreditava no amor. Achava uma mentira boba que as pessoas inventam para estar perto de outras — o apertou mais em seus braços — Hoje acho que o amor é como um livro de romance. Onde os autores contam tudo o que acontece entre os protagonistas.

Depois de alguns minutos em silêncio, Park voltou a encarar o ruivo, mas ainda estavam próximos.

— Não entendi essa metáfora, mesmo achando-a linda. — fez um biquinho.

— Bem, imagine o amor como um livro de romance, com suas páginas cheias de emoções, encontros e desencontros. — ofegou, sem querer ter outra crise.

— Ainda não consegui entender.

Jay sorriu, o olhando enquanto ainda mantinha seus braços ao redor da cintura pequena.

— Então vamos ver por tópicos. — deixou um beijinho na cabeça dele, sentindo uma forte dor em seu âmago — Número 1: A capa. O amor começa como uma capa intrigante. Às vezes, é amor à primeira vista, como quando você pega um livro e se apaixona pela arte da capa. A atração inicial é como o primeiro olhar entre duas pessoas. Número 2: Primeiras Páginas. À medida que você lê as primeiras páginas, descobre personagens complexos e suas histórias. Da mesma forma, no amor, você conhece alguém profundamente, descobrindo suas peculiaridades, sonhos e medos.

Fez uma pausa para recuperar o fôlego mas logo voltou a falar:

— Número 3: Enredo Cativante. O enredo de um romance nos envolve. Ele nos faz rir, chorar e torcer pelos personagens. No amor, o enredo é a jornada compartilhada: os momentos felizes, os desafios e as reviravoltas inesperadas. Número 4: Conflitos e Desafios. Assim como os personagens enfrentam obstáculos no romance, o amor também passa por desafios. Às vezes, há mal-entendidos, distância ou diferenças. Mas é a superação desses obstáculos que torna a história mais rica.

Jungwon o ouviu com atenção, aproveitando o carinho que recebia na nuca. Ele continuou:

— Número 5: Clímax e Desfecho. O clímax de um romance é o momento crucial, onde tudo se revela. No amor, esse pode ser o momento em que você decide ficar junto, superando todas as adversidades. E o desfecho? Bem, isso é o que vocês dois escrevem juntos. Número 6: Reler e Recordar. Assim como reler um livro favorito, o amor permite que você reviva momentos especiais. Você relembra os sorrisos, as palavras doces e os gestos significativos. E por fim, número 7: Epílogo. É onde você imagina o “e viveram felizes para sempre”. No amor, o epílogo é o futuro que vocês construirão juntos.

Ao finalizar seu pensamento, o ruivo estava sem palavras. Toda aquela analogia que ele havia feito, agora fazia sentido em sua cabeça. Ele, por instinto, acabou pegando a mão do moreno que descansava em seu abdômen.

— Uau, que incrível — sorriu, segurando a mão tatuada — Então, sim, o amor é como um livro de romance. Cheio de páginas emocionantes, personagens apaixonantes e uma história única que só nós dois podemos escrever. E bem, já estamos no tópico 4.

Jay o olhou surpreso, mas com o fio de esperança.

— N-nós?

— Sim. Nós. — se aproximou dele, selando os lábios finos pela primeira vez em toda a conversa — Eu estou tão confuso quanto você, Jay. Mas nós podemos tentar. O meu choro foi de culpa, por não saber o que realmente sinto por você e te fazer sofrer.

O moreno suspirou.

— Você falou que não sente o mesmo por mim.

— Eu gosto de você, mas não sei se é amor. E isso não quer dizer que eu não esteja disposto a ficar com você — o olhou com convicção — Eu não tive a melhor experiência com meu primeiro relacionamento, Park. Eu tenho medo de acontecer tudo de novo.

— Mas não vai! Eu te amo, Wonie. Eu nunca faria nada que te machucasse. — se desesperou — Eu sei que não sou a melhor pessoa para você, mas confia em mim.

Jungwon sorriu.

— Sei disso, Jay. E é por isso que eu quero ficar com você. Quero aprender a amar de novo junto de você. Nos dois ensinando um a o outro. Eu confio em você.

— Então se eu te pedisse em namoro você aceitaria? Aceitaria ser meu namorado?

Jungwon o encarou, os olhos carregando uma mistura de culpa e ressentimento. Ele queria acreditar nele, queria acreditar que Jong-seong estava diferente. Que ele era diferente. Mas o medo o segurava e parecia não querer soltá-lo.

— Jay... — começou, a voz suave. — Eu fiquei muito machucado antes, você sabe. O Jaewon foi o meu primeiro namorado e eu só era um garotinho ingênuo. Me entreguei demais. Aquele idiota me deixou com feridas que ainda não cicatrizaram completamente. Não por ainda amá-lo, mas por tudo o que ele me fez passar. — suspirou — Eu tenho medo de me entregar novamente e ser magoado mais uma vez. E sei que isso não justifica todo esse medo que estou sentindo, que talvez você nem faça eu derramar uma única lágrima de tristeza, mas eu tenho medo!

Jay ofegou, sentindo uma lágrima rolar por um de seus olhos. Jungwon levou as mãos até a boca, sentindo o coração apertar por vê-lo chorar mais uma vez. A culpa voltou com tudo.

— E-eu entendo. Não sei o que você deve estar sentindo agora porque nunca fui quebrado antes. Mas eu te entendo de verdade — sorriu, limpando a lágrima fugitiva — Eu só não quero ser comparado com o Jaewon. Não quero que você continue tendo a mesma visão de mim. Eu mudei. Eu não sou como ele. — segurou as mãos dele — Eu só quero cuidar de você, amor. Te fazer sorrir e estar ao seu lado. Eu não vou te machucar. Eu posso ter todos os meus defeitos mas não sou como o Jaewon ou como o meu pai.

Jungwon suspirou, lutando contra as lágrimas.

— Por que nunca me disse isso? Por que não me disse como se sentia antes?

O moreno desviou o olhar, soltando as mãos pequenas.

— Esquece. É bobagem.

— Não, Jay! Não é bobagem! Você está se declarando pra mim e dizendo que quer estar ao meu lado mesmo eu não estando pronto para me entregar!

Jay voltou a encará-lo, sorrindo tristonho.

— Acho que já tenho minha resposta.

— Resposta do que?!

— Sobre você aceitar ser meu namorado. Era por isso que não queria falar nada porque sabia que ia ser rejeitado. E doi sentir isso.

O ruivo ofegou.

— Eu não estou te rejeitando, Jay! Não pense assim.

— Você mesmo disse que não está pronto, Jungwon. Como vamos ter algo se apenas um de nós está amando? — ele explodiu, lutando para não desabar novamente.

Jungwon levou as mãos até o rosto dele, mantendo os olhares grudados.

— Você não me ouviu? Eu não estou pronto, mas estou disposto a tentar, Jay. O que estamos tendo já é alguma coisa e podemos continuar assim. Vamos dar passos pequenos, um de cada vez.

— M-mas eu já queria.. logo. Agora. Quero que você seja meu namorado. E-eu já esperei tanto...

Jay suspirou alto, sentindo mais lágrimas caírem. Olhou nos olhos marejados do ruivo e viu a dor que ele sentia neles. Se sentindo um idiota, se afastou.

Afinal, o que ele esperava que iria acontecer? Era tão óbvio que Jungwon ainda não estava preparado, que ele não queria aquilo. Mas ele agiu com impulsividade e pensou somente nele. Achando que se demonstrasse seu amor seria correspondido. Tcs, que tolice.

Jungwon estava tão machucado quanto ele, se não mais. Ele passou por coisas horríveis nas mãos de um canalha, sofreu pela infidelidade dele e sofreu ainda mais quando descobriu que tudo não passava de uma maldita aposta. E não havia nada que Jay mais odiasse do que traição e enganação. Mas Jungwon não sabia disso e ele nem sabia como mostrá-lo esse seu lado.

— Me desculpa — sussurrou, se acanhando — E-eu não deveria ter dito isso. Não deveria ter dito nada. Por favor, esqueça o que eu falei. Esqueça tudo o que eu disse e se achar melhor esqueça o que aconteceu hoje. — fungou — Vamos continuar tendo o que temos, se não der certo, podemos ser apenas amigos. Sem relacionamento, alianças, amor. Só... por diversão. E se não quiser ser meu amigo, tudo bem.

Jungwon se apavorou ao sentir toda a dor que saía junto das palavras dele. Atordoado, se aproximo, voltando a segurar em seu rosto. Antes que Jay pudesse reagir, seus lábios foram tomados pelos sedentos do ruivo.

Jungwon o beijou com pressa, mas com amor. Os sentimentos estavam em conflito e as línguas se moviam, ainda que hesitantes. O desenrolar do ósculo era bom, suave. Jay estava afoito, perdido em pensamentos. Já sem fôlego, Jungwon separou os lábios.

— Eu não vou esquecer o que me disse, Jay. Não vou esquecer de hoje. Do que aconteceu. — sorriu, não podendo mais segurar suas lágrimas — Não me peça desculpas por ter falado o que sente.

— Eu fui egoísta. Só pensei em mim e não em você. Em nós dois. Desculpa. — suspirou.

Jungwon novamente sorriu, beijando os lábios finos outra vez.

— Olha, hoje eu ainda não estou pronto para aceitar o seu pedido de namoro — deixou mais um beijinho nos lábios dele — Mas se você me fazer essa mesma pergunta daqui três meses, eu prometo dizer sim.

Jay o olhou com os olhos arregalados. Seu coração batia acelerado e ele abria e fechava a boca, mas dela nada saia. Com as mãos tremendo, mais lágrimas rolaram pelos seus olhos, essas de alegria e ansiedade. Ele olhou para Jungwon que tinha o sorriso mais bonito que ele já tinha visto em todo o tempo que o conhecia.

— Três meses... — repetiu mentalmente, calculando o tempo. Era um prazo longo, mas ele estava disposto a esperar. — Três meses para provar que sou diferente, que posso ser alguém em que você possa confiar.

— Eu já confio em você, Jay. — sorriu.

— Eu vou esperar, Won. Três meses, um dia de cada vez. — sua voz saiu trêmula — Noventa e um dias para provar que sou o cara certo.

Jungwon ainda sorria, e o moreno sentiu como se o mundo inteiro estivesse suspenso naquele momento. Completamente devoto aquela imagem.

— Eu gosto de você, Seong. Apenas preciso de um pouco de tempo para curar minhas feridas passadas. E me abrir para novas aventuras.

— Eu vou esperar por você, ao seu lado — murmurou, inclinando-se para mais um beijo. — Cada momento que passar, eu vou fazer de tudo para ser melhor para você. Vou me esforçar ao máximo para te ter.

Jungwon sorria tanto que seus olhos doíam pela forma em que eles se fechavam. Ele não conseguia ver o rosto do moreno mas sabia que ele também sorria. Tão próximos, os lábios se tocaram mais uma vez, iniciando mais uma sequência de beijos.

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