[🏀 + 08] - Gloss de melancia

Saindo da sala de detenção, Jay cerrou os punhos e caminhou decidido. Seus passos eram grandes e fortes e ao que dava mais um, sua cabeça ficava ainda mais confusa.

O lado esquerdo dizia para ele se acalmar e esquecer isso, já que deveria ser consequência de dias sem transar. Já o lado direito gritava em seu ouvido o mandando ir, e que ele deveria fazer isso há muito tempo.

Talvez fosse o desejo que sentiu de beijá-lo no dia anterior, e de beijá-lo há poucos minutos atrás, ou até mesmo o sonho que teve agora a pouco com o ruivo que o perturbava tanto, mas ele estava certo do que queria. Iria atrás dele e mataria sua vontade de uma vez por todas.

Dobrando o corredor, seguiu até os dormitórios, onde deduziu que ele estaria, mas ao chegar lá, a porta de seu quarto estava trancada. Voltando todo o percurso que fez, olhava para todos os lados em busca do ruivinho de 1.74 de altura.

Passava os olhos com veemência, como uma águia que espreitava a sua presa, até que uma cabeleira de fogo chamou a sua atenção. Jungwon havia acabado de sair de uma sala, a qual apagou a luz, denunciando que estava vazia.

Jay não pensou duas vezes quando aumentou seus passos até chegar onde ele estava. Puxou em seu braço com uma mão e com a outra voltou a abrir a porta. Entrou na sala com o ruivo ao seu encalço e o soltou por um momento. Acendeu a luz e trancou a porta passando a chave.

Jungwon estava confuso, sem entender o motivo daquilo tudo. Antes que pudesse raciocinar ou falar algo coerente, Park voltou a agarrá-lo, o puxando pela cintura e colando os corpos com brutalidade.

- Jay, o que é isso? - lhe faltou o fôlego.

- Charles Darwin, o cara que criou a teoria da evolução. Em sua principal obra, Darwin propôs que a evolução ocorreria graças ao mecanismo conhecido como seleção natural. De acordo com essa teoria, os seres vivos, a todo tempo, estariam lutando para sobreviver no meio ambiente, e o meio seria responsável por selecionar aquele mais apto a sobreviver nele. - levou fôlego para os pulmões - Isso é suficiente para você?

- Jay, o que-

- Eu perguntei se isso é o suficiente - o interrompeu - Ou eu posso lhe dizer bem mais.

O ruivo ainda estava confuso, não entendia o que estava acontecendo, só sabia que estava fraco com o toque do tatuado. Muito fraco.

- Não precisa falar mais nada. Isso já está bom.

- Ótimo. - falou e atacou de vez os lábios atraentes.

Pego desprevenido, Jungwon ofegou abrindo a boca para que a língua dele entrasse. Confuso e sem saber onde colocar as mãos, as levou para sua nuca, puxando os fios negros. O beijo era desajeitado, inesperado por parte do ruivo, e molhado.

Jay o puxou para mais perto, apertando a cintura dele. A bolinha de seu piercing batia desengonçada nos dentes da frente de Jungwon ao que sua língua afoita invadiu a boca dele com pressa. Ofegante, apartou o ósculo mesmo a contra gosto.

Ainda próximos um do outro, Park passou a ponta da língua pelos próximos lábios e suspirou derrotado.

- Melancia - deduziu. Beijou o biquinho bonito para ter certeza. - A porra do gloss tem sabor de melancia.

Jungwon estava entorpecido.

- Era isso o que você queria? - perguntou, derretendo nos braços dele - Saber o sabor do meu gloss?

Park assentiu.

- Não só isso. Também queria descobrir o sabor dos seus lábios.

Proferiu afetado e voltou a atacá-lo em mais um beijo necessitado. Mesmo que ainda pego de surpresa, o ruivo devolveu o beijo na mesma medida, cedendo espaço quando ele pediu. Sem receio, empurrou a língua mais fundo na boca do moreno, quase arrancando seus cabelos, tamanha força que estava usando para descontar o prazer que sentia.

O beijo agora era mais apressado, cheio de línguas, onde elas dançavam em perfeita sincronia. Quando a falta de ar voltou, Jay encerrou o contato das bocas, indo em direção ao pescoço branquinho. Passou a deixar beijos e lambidas em todo o colo e cada vez ficava com mais vontade daquilo. Jungwon gemia e ofegava baixinho, perdendo as forças nos dedos, mas não largando os cabelos macios.

Os beijos carinhosos passaram a ser mordidas sedentas, e logo a língua molhada deslizava pela pele branquela, sugando-a com força. Jay chupava a epiderme com gula, se certificando de deixar suas marcas. Jungwon gemeu.

- P-Park, não faça isso - ofegou - Vai ficar marcado.

Jay sorriu em meio às lambidas.

- Mas essa é a intenção, ruivo.

- Não...

Com muito esforço, Jungwon conseguiu fazer com que o moreno se afastasse.

Park o admirou, apaixonado. Os lábios rosados naturalmente cheios se encontravam mais inchados devido aos beijos afoitos. Estavam melados pelo restinho do gloss. O rostinho estava corado e os olhos tinham suas pupilas dilatadas. Incrivelmente adorável.

Jay não resistiu e levou a mão até o rosto, acariciando a bochecha rubra. Automaticamente lembrou-se do sonho que tivera agora a pouco. O semblante do ruivo era o mesmo que viu em sua mente, calma, serena e inocente.

O corpo ferveu, sentindo contrações por toda epiderme. Fechou os olhos com força, sentindo a pele arder. Abriu os olhos e voltou a encarar o ruivo, suspirando.

- O que você está fazendo comigo, ruivinho? - sussurrou fraco.

Jungwon o olhou desentendido, fechando os olhinhos para aproveitar do carinho que recebia em sua face. Inclinou o rosto em direção a mão grande e tatuada.

- Por que você não sai da minha cabeça? - voltou a questionar-lhe - Por que me deixa tão perturbado em relação a você?

O segurou com mais força.

- Jay, e-eu não sei do que você está falando. - arrepiou-se - Me solta.

Park sorriu.

- Não, amor. Eu só vou te soltar depois que você me contar tudo o que está armando para me prender. Qual o seu segredo? O que está fazendo para nunca sair da minha mente?

Agora foi a vez do ruivo sorrir.

- Se você está confuso com seus sentimentos, Park, resolva-os por conta própria e não me envolva nisso.

- Como não te envolver? Como não, se é você quem me deixa tão confuso? - indignou-se - Responde, Jungwon.

Ele não disse nada. Ao contrário, virou o rosto, quebrando o contato visual.

- Por que sonhei com você? Duas vezes.

Jungwon voltou a encará-lo.

- Duas vezes?

Confirmou.

- Eu sonhei com você, no meu dormitório. No sonho eu te comia. - o ruivo arregalou os olhos. Já sabia daquilo, mas ainda assim ficava surpreso com a forma que ele dizia sem filtro algum - E agora sonhei de novo. Mas dessa vez você me chupava.

Indignado por tais sonhos, Jungwon voltou a encará-lo.

- Por que você não sonha algo normal, Jay? Sei lá, um sonho onde a gente anda de mãos dadas a caminho de uma sorveteira para tomar sorvete como dois bobos apaixonados? Você só pensa em sexo?

- Não. Mas foi o que eu sonhei. - esclareceu - Por que isso está acontecendo? Por que você não me deixa em paz?

- Eu não te deixo em paz, Jay? Você que não sai do meu pé! - se exaltou.

Mesmo concordando em nunca mais brigar, os dois estavam prestes a começar uma discussão ali dentro, trancados e abraçados. Jay ainda tinha suas mãos em volta da cintura do ruivo.

- Você deve estar tramando alguma coisa. Está fazendo algo para me deixar assim.

- Eu não estou fazendo nada, para de ser maluco!

- Então como você me explica os sonhos? E por que parecia tão real?

- Jay, eu não sei! Me solta.

- Já falei que não vou te soltar até me contar seu segredo!

Jay o apertou em seus braços e ambos se encararam com as respirações ofegantes. O moreno não pensou duas vezes antes de voltar a beijá-lo com desejo.

As mãos pequenas ainda embrenhadas nos fios macios, os puxavam para todas as direções, procurando fôlego em meio ao beijo afoito. O moreno, aturdido com o momento, sugava os lábios cheinhos que já formigavam devido às chupadas fortes.

As mãos tatuadas na cintura fina faziam um estrago de apertos e dos lábios rosados do ruivo, gemidos e suspiros de satisfação escapavam. Jay não dava trégua nem descanso para a boca dele, e a maldita falta de ar já dava as caras.

Sem fôlego, Jungwon desfez o beijo. Ainda com a respiração desregulada, olhou para o tatuado que assim como ele, estava com um olhar profundo e brilhante. Ambos os peitos subiam e desciam em prol de controlar a respiração ofegante.

Ainda sem entender muita coisa, o ruivo sentiu quando o aperto em sua cintura aumentou. Jay o mantinha perto de si e sempre que sentia que ele estava escorrendo por dentro de seus braços, o apertava ainda mais. Confuso, Yang o encarou.

- O que foi isso? - ele perguntou ainda com sua respiração entrecortada.

Park suspirou, aproximando os corpos bem mais.

- Não sei. Me diz você, ruivinho.

Ele não respondeu. Não sabia o que dizer naquele momento. Aquele beijo repentino o pegou de surpresa, o deixando confuso.

Não é de hoje que Jungwon também queria beijá-lo e sentir todas as sensações boas que sentiu a pouco tempo. Jay derrepente começou a ter uma espécie de poder sobre si, que conseguia controlá-lo e manipulá-lo de uma forma boa.

Outra vez, Jungwon foi surpreendido quando Park voltou a atacar seus lábios em outro beijo afoito. Um beijo bom. Os dois se entregaram naquele momento e se deixaram levar. Jay levou uma das mãos até o rosto corado repleto de sardinha e o acariciou, controlando a osculação.

Jungwon gemeu baixinho, gostando daquele toque e levou ambas as mãos gordinhas até os ombros tensos do moreno. A outra mão do tatuado continuava em sua cintura, acariciando com cuidado e carinho. Os sons que escapavam dos lábios inchados e formigantes do mais novo, atiçaram a sua curiosidade, o fazendo aprofundar o contato

Jungwon nunca gostou tanto de um simples beijo como estava gostando daquele. A forma que Jay controlava os movimentos e o pegava de um jeito bom, era tão gostoso que ele desejou nunca mais parar. Porém, algo gritava em sua mente, o alertando de que fazer aquilo era errado.

O moreno nunca se importava com quem pegava e nem o lugar, então não demoraria menos de dez minutos para quando ele saísse dali, fosse pegar outra pessoa. Até mesmo uma garota três anos mais nova, que era praticamente uma criança. Ele gostaria de continuar ali, nos braços dele, mas fingiria que não.

Voltando a realidade, o ruivo desgrudou as bocas e com um movimento rápido, tentou empurrar o tatuado para longe, porém ele nem se mexeu. Bufando irritado, desviou para o lado quando Jay avançou outra vez, querendo um novo beijo. Com a manga do blazer, limpou seus lábios grudentos do restinho do gloss e de saliva.

Jungwon olhou no fundo dos olhos do moreno e colocou uma carranca no rosto. Jay parecia não querer soltá-lo e o apertava ainda mais os braços ao redor de sua cintura. Os lábios finos estavam um pouquinho inchados e avermelhados pelo recente beijo. Yang desviou o olhar, sem querer encarar os lábios bonitos.

Irritado, voltou a olhar o moreno quando disse:

- Você tem três segundos para me soltar, Park. - falou com firmeza.

Jay sorriu, grudando os corpos bem mais.

- E você tem três segundos para me dar outro beijo, ruivinho.

Jungwon fechou a cara e outra vez tentou empurrá-lo para longe de seu corpo, o que novamente foi em vão.

- Nem se eu estivesse louco te beijaria outra vez.

Park gargalhou alto, não comprando aquela desculpa.

- Estou viciado na sua boquinha, Cenourinha - sorriu malicioso - Agora minha vida depende do seus beijos.

- Morra então.

Conseguindo se livrar do aperto dele, Jungwon se afastou. Conturbado passou a mão pelos próprios cabelos tentando assimilar as coisas.

- Por que fez isso? Por que me beijou? E por que eu correspondi? - desesperou-se em busca de respostas.

Jay sorriu, mordendo a argolinha do piercing.

- Porque nós dois queríamos. Há muito tempo.

- Não! Eu não queria!

- Então por que me beijou de volta?

- Eu também não sei!

O moreno estalou a língua no céu da boca e foi na direção do menor. Sem o dar tempo de se afastar, segurou na cintura dele com ambas as mãos e o impulsionou para cima, o pegando no colo. Pego de surpresa, Jungwon envolveu o corpo grande com as pernas para não cair.

- O que é isso? Me coloca no chão, Jay!

- Não, meu pequeno. Eu quero você. - passou a ponta do nariz no pescoço arrepiado.

- Não! Eu preciso voltar pra aula, Park.

- Fica comigo só mais um pouquinho...

Antes que o ruivo pudesse refutar, Jay atacou o pescoço com mais beijos e chupões. A pele que já estava machadinha ficou ainda mais colorida. As marcas eram todas superficiais, mas uma bem visível estava avermelhada e bem escura. E foi nela que o tatuado focou.

Park passou a chupar somente naquela região, sugando a pele para dentro. Jungwon ofegava baixinho se deixando levar.

Os beijos afoitos perduraram por vários minutos e nenhum deles percebeu o tempo passar. Ficaram ali, dentro daquela sala, trancados por várias horas, se deleitando dos lábios um do outro.

• 🥕 •

O ruivo estava deitado de bruços, balançando as pernas no ar. Era sábado e agora tudo o que queria era descansar. O restante da semana passou em um sopro e todo esse tempo, não conseguia tirar da cabeça o beijo que teve com Jay.

Foi tão bom mas ao mesmo tempo tão errado. Ele gostaria de ter aproveitado mas daquele contato, entretanto, conhecia muito bem aquele Cãoelho descarado, e o papinho dos melhores amigos sobre ele estar apaixonado por si, já não colava mais.

Irritado consigo mesmo por pensar naquilo, virou-se na cama, bufando frustrado. Entrou no Instagram e a primeira foto que apareceu em seu explorar, era uma de Jay usando o uniforme vermelho do time. Revirou os olhos, fechando o aplicativo.

Seus olhos foram até a barra superior do aparelho, e seu assustou um tanto ao se dar conta do horário. Já se passavam das seis da tarde. Com muita preguiça, levantou-se da cama e caminhou até o banheiro.

Tomou um banho frio e relaxante e depois vestiu apenas uma bermuda e uma regata. Saiu de seu quarto, descendo para comer alguma coisa. Estava exausto.

- Boa tarde, meu amor. - seu pai o cumprimentou.

- Boa tarde.

Jungwon sorriu, indo até o mais velho que estava sentado no sofá, assistindo um seriado. Deixou um beijinho na bochecha dele e recebeu outro.

- Está cheiroso, vai a algum lugar?

- Não. Só tomei banho. Eu estou com fome.

- Eu fiz sua comida preferida, filho.

O ruivo sorriu.

- Obrigado, papai!

O mais velho sorriu. Quando Jungwon virou-se para sair, algo em sua derme chamou a atenção de Hyun-woo.

- Que mancha é essa em seu pescoço, Jungwon?

Ele arregalou os olhos, notando que as marcas que Jay deixou em seu pescoço na quarta ainda estavam bem visíveis. Automaticamente levou a mão até a marca avermelhada, com os olhos bem arregalados.

- F-foi um besouro! - falou rápido demais.

O Yang mais velho ergueu uma sobrancelha.

- Um besouro? - questionou-lhe de cenho franzido - Um besouro com mais de 1.75 de altura, tatuado, encrequeiro, fumante, burro e jogador de basquete?

Jungwon virou-se para ele assustado.

- Como sabe de tudo isso, pai?

- Então você assume que andou transando com um moleque sem vergonha? - brincou. O ruivo prendeu o fôlego - Eu pago sua escola para você estudar, Yang Jungwon e não ficar de namorico.

- N-não foi nada disso! Eu não transei com ele! - falou, se surpreendendo pelo seu tom firme.

Falar abertamente sobre tais assuntos com seus pais nunca foi algo tão difícil. Jungwon sempre teve uma boa relação com eles e sua mãe o entendia melhor, o ajudando quando tinha alguma desilusão amorosa. Já seu pai sempre fazia brincadeiras desse tipo, mas era muito ciumento. Sempre que algum garoto aparecia na vida de seu menininho, o senhor Yang o botava para correr.

Se assumir gay também não foi difícil. Ele ficou nervoso por ser necessário, mas não havia motivos. Ambos os progenitores o acolheram e demonstraram apoio. Minji se emocionou ao ver que seu filho estava se descobrindo e se abrindo para novas coisas. Hyun-woo disse que já sabia da sua orientação sexual e só estava esperando o momento em que ele mesmo contaria. O homem também assegurou que arrancaria fora o brinquedinho do primeiro que chegasse com segundas intenções.

- E qual o motivo desse chupão?

- Eu só beijei ele. E ele se empolgou.

Hyun-woo o olhou desconfiado.

- Não estou mentindo, pai.

- Sei que não. - sorriu - Confio em você filho. Mas não me importaria caso tivesse dado a ele. A bunda é sua, então...

Jungwon ficou como uma pimenta.

- Pai!

- O que foi? Eu não me importo. Mais se um dia eu ver esse moleque eu arranco o pa-

- Hyun-woo, já chega. - Minji chegou na sala, repreendendo o marido. - Você sabe que o Jungwon um dia irá namorar. E não vai demorar.

- Quero só ver o azarado que vai tentar. O meu bebê ainda nem saiu das fraldas!

A ruiva revirou os olhos.

Jungwon, mesmo que envergonhado, não tirava da cabeça como seu pai sabia todas as características de Jay sem ao menos ter o visto e como sabia que havia sido ele quem beijou e deixou tantas marcas em seu pescoço.

- Pai, como o senhor sabe tanto sobre o Jay? E como sabe que foi ele quem eu beijei?

Hyun-woo o encarou emburrado.

- Sua mãe me contou.

Jungwon ficou ainda mais confuso.

- Como soube? - perguntou agora para a mulher que soltou um risinho.

- Ah, meu amor, eu apenas deduzi. - ditou simplória - Ele chegou atrasado na minha aula, mas veio. E ele detesta as minhas aulas. - suspirou baixinho - Também fez o exercício. Acha que não foi para me agradar?

- E por que ele precisa te agradar, mãe?

- Ora, filho, porque ele quer algo com você e acha que eu provavelmente não aceitaria por ele ser como é.

Jungwon arregalou os olhos.

- Ele não quer nada comigo, mãe. A senhora andou conversando com os meninos?

Minji gargalhou divertida enquanto o marido revirou os olhos de braços cruzados.

- Então porque ele chegou todo faceiro para conversar comigo quando nunca fez isso antes? Ele queria conversar sobre relacionamentos. - sorriu da feição surpresa do filho - Me perguntou o que eu achava sobre um genro encrenqueiro e que não gosta muito de estudar. Ele praticamente se descreveu, Jungwonnie.

Jungwon arregalou os olhinhos, sem acreditar no que ouvia. Sentiu o rosto corar e por algum motivo, o coração acelerou. Ele acabou ficando sem palavras, não sabia o que pensar ou sentir.

- Mamãe, a senhora deve estar confundindo as coisas. - engoliu em seco.

- Ah, é? E por que ele ficou tão nervoso quando eu o questionei o porquê de todas aquelas perguntas sem lógica? Por que ele ficou corado e ainda mais nervoso quando eu perguntei se ele queria te namorar?

- A senhora perguntou isso a ele?

- Perguntei. E imagino que o Sunoo ficaria super alegre se descobrisse quem o Jay quer pedir em namoro. - sorriu façanha.

Jungwon ficou ainda mais corado. Ele não sabia o que dizer, então Hyun-woo disse por ele.

- Quero ver se ele moleque encrenqueiro vai pedir meu bebezinho em namoro. - protestou - E se você aceitar, Yang Jungwon, vai ficar dois finais de semana sem comer a melhor barriga de porco apimentada que só o Chef Yang sabe preparar!

O ruivinho arregalou os olhos. Ficar sem comer a barriga de porco apimentada que seu seu pai fazia era demais, tendo em vista que ele esperava ansiosamente durante toda a semana.

- Eu não vou aceitar, pai!

Hyun-woo sorriu vitorioso.

- Isso aí, garoto!

Minji revirou os olhos. Isso os dois ruivos tinham em comum.

- Não o ameace desse jeito, Hyun!

- Mas, querida, você quer que esse ser desprovido de inteligência leve nosso bebê para o mal caminho?

- Isso não vai conhecer, amor! E quem decide se vai ficar com o Jay ou não é o Jungwon e não nós.

O ruivo tentou chamar atenção deles.

- Dá para pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui? Eu não vou namorar com aquele garoto!

- Isso aí, filhão! - o mais velho foi até ele, o abraçando - Agora vai encher a barriguinha porque eu já estou escutando os ronquinhos!

Jungwon gargalhou exasperado quando o pai começou a fazer cócegas no pé de sua barriga. Ele sempre fazia isso.

Assim que Hyun-woo soltou o ruivo, ele seguiu até a cozinha onde encontrou uma porção de barriga de porco apimentada. Seu estômago roncou alto e a boca salivou. Deixou uma grande mordida naquela maravilha e gemeu deleitoso, apreciando o sabor.

Prestes a comer mais, foi interrompido quando seu celular o notificou algo. Era uma mensagem. Um número desconhecido. Desconfiado, pensou em ignorar e bloquear o contato depois, mas uma nova mensagem no ecrã o chamou a atenção.

Colocou os hashis ao lado da porção de comida e desbloqueou o celular, entrando nas mensagens daquele novo contato.

Unknown:

Oi minha vida 😁

[18:57]

Consegui seu contato com o Sunghoon hyung que conseguiu com o loirinho dele

[18:57]

Boa noite

[18:58]

Revirando os olhos para a falta de pontuações, o respondeu:

O que você quer, Park?

[18:58]

Eita bebê já sabe sabem quem é?

[18:58]

Eu posso ver a foto de perfil. E claramente não é uma extraterrestre. Me diz logo o que você quer.

[18:59]

Claro ruivinho 😁

[18:59]

Só queria saber se tá sentindo falta da minha boca na sua

[18:59]

🔥

[18:59]

Jungwon outra vez revirou os olhos. Até mesmo conversar com aquele moreno bonito por mensagens era frustrante.

Era apenas isso o que queria saber? Não! Não estou sentindo nem um pouquinho. E por que você escreve tudo parcelado? E pelo amor de Deus, Park, emoji de fogo?

[19:00]

A resposta não tardou a chegar.

Unknown:

Escrever assim é mais emocionante 👍🏻

[19:00]

O que você tem contra o foguinho ruivo?

[19:00]

Jura que não sentiu falta mesmo? Porque eu senti pra caralho 😏

[19:01]

O ruivo suspirou e voltou a comer mais do alimento gostoso. Outra mensagem chegou.

Unknown:

Mas não é isso o que quero falar

[19:04]

O Hobi tá fazendo 20 hoje

[19:04]

Vai ter uma festa na casa dele

[19:04]

Quer vir? Eu vou te pegar

[19:04]

A noite toda de preferência 😏

[19:05]

Jungwon engoliu na força do ódio. O respondeu:

Você flerta com esse emoji? Você precisa se atualizar, Park. E não, não irei para a festa do Sunghoon porque não fui convidado. Mas manda parabéns pra ele por mim.

[19:06]

Respondeu rapidamente e voltou a comer. Já estava quase acabando. Outra mensagem foi enviada, desta vez, um áudio.

Unknown:

▷ ●---------------------- ↻ 00:14
"Olá, Jungwon! Boa noite. Obrigado! Você foi convidado para minha festa sim! Venha, por favor. Eu faço questão."

[19:07]

No áudio era o próprio Sunghoon que falava e Jungwon até sorriu um pouco por ver que Jay colocou o amigo para gravar uma mensagem para ele, para convencê-lo a ir.

Respondeu também em um áudio:

▷ ●---------------------- ↻00:05
"Boa noite, Sunghoon hyung. Muito obrigado pelo convite mas infelizmente não poderei ir."

[19:07]

▷ ●---------------------- ↻00:01
"Por que não?"

[19:08]

▷ ●---------------------- ↻00:05
"Eu não posso ir de mãos vazias! Não tenho presente."

[19:08]

▷ ●---------------------- ↻00:04
"Não se preocupe com isso, Won. Por favor, venha."

[19:08]

Jungwon pensou no que responder e antes de mandar sua decisão, recebeu um novo áudio.

Unknown:

▷ ●---------------------- ↻00:03
"Vem, amor. Vai me deixar aqui sozinho?"

[19:10]

Pego de surpresa pelo áudio recente, Jungwon quase se engasgou pelo tom rouco da voz de Jay. Provavelmente deveria estar fumando. Mantendo a calma, pensou se deveria ir ou não.

Sunoo com toda certeza estaria lá e não desgrudaria do namorado, então não tinha amigo para recorrer. Sem querer pensar demais, digitou antes que se arrependesse:

Eu irei!

[19:27]

Desligou o celular e respirou fundo. O aparelho apitou.

Unknown:

Passo na sua casa próximo as vinte e duas pode ser?

[19:27]

Sim.

[19:30]

Guardou o celular e terminou de comer. Lavou toda a louça suja e foi até seu quarto, passando pela sala onde seus pais assistiam um filme.

- Pai. Mãe. - chamou manso.

Ambos o olharam.

- Oi, meu amor.

- Mãe, sabe o Sunghoon?

- O bonitinho namorado do Sunoo?

- Sim. Hoje é aniversário dele. Ele vai fazer uma festa e me convidou. Eu posso ir? - perguntou sereno.

Minji sorriu e não pensou duas vezes antes de concordar.

- Claro, bebê.

- Posso ir, papai?

Hyun-woo o encarou.

- Sua mãe já deixou, não precisa me pedir.

- Tá bom. Eu vou estudar um pouco.

Minji o olhou confusa.

- Mas você não ia para a festa do Sunghoon?

- O Jay disse que vinha me pegar às vinte duas.

A ruiva arregalou os olhos.

- Mas que festa é essa que começa tão tarde? - perguntou indignada.

- Eu não sei, mãe. Também achei estranho.

Hyun-woo comprimiu os olhos.

- Como assim o Jay vai te pegar? Esse não é aquele moleque que marcou seu pescoço?

Os ruivos reviraram os olhos.

- Ele vem me buscar pai, e não me pegar. O senhor entendeu errado.

- Entendi errado coisa nenhuma! Vou fazer questão de ainda estar acordado esperando esse moleque chegar!

- Pai, não precisa disso. O senhor acorda cedo e está cansado.

- Está querendo me passar a perna, Jungwon?

- Não pai!

O Yang mais velho iria falar outra coisa, mas Minji pôs a mão em sua boca, o calando.

- Tome cuidado, meu amor. Se divirta e não use drogas. - a ruiva alertou.

- E nada de bebidas alcoólicas! - Hyun-woo concluiu ao tirar a mão da esposa de sua boca.

- Somente o necessário. - Minji cortou o marido.

Jungwon assentiu, sorrindo em agradecimento aos dois. Quando iria subir até seu quarto, ouviu quando os pais disseram em uníssono:

- Se for transar use camisinha!

O rosto do ruivo ficou quente.

- Já entendi! - falou envergonhado e subiu as escadas aos tropeços.

Já dentro de seu quarto, trancou a porta e suspirou fundo. Às vezes os seus pais não tinham papa na língua, e mesmo que o assunto não fosse um tabu para eles, ainda assim era vergonhoso, e ele nunca entendia como seu pai sabia que ele era passivo.

Balançando a cabeça para espantar os pensamentos, caminhou até sua escrivaninha, sentando-se na cadeira confortável. Ligou seu computador e abriu os livros e cadernos.

Resolveu alguns exercícios de trigonometria e outros de Bhaskara. Era uma fórmula fácil e até agradável de fazer, mas tinha muitos cálculos e o ruivinho acabava esquecendo, por isso sempre resolvia alguns problemas para exercitar a mente.

Depois de resolver todos os problemas corretamente, decidiu descansar um pouco. Pegou o celular para verificar as horas e viu que havia mais uma mensagem de Jay a qual fora enviada há meia hora atrás.

Clicou na foto de perfil e sem pensar demais, adicionou o número à sua lista de contatos. Depois disso, foi ver o que dizia a mensagem. Era outro áudio.

Park:

▷ ●---------------------- ↻00:03
"Gatinho, tá fazendo o que?"

[20:15 ]

Jungwon sorriu bobo e escutou o mesmo áudio várias vezes seguidas, apenas para ouvir a voz bonita o chamando por aquele apelido. Depois que seu momento de surtos passou, tratou logo de respondê-lo:

Estava estudando, mas já terminei.

[20:45]

Escreveu rapidamente e descansou o celular na mesa. Estalou os dedos das mãos e depois as costas. Assustou-se com a notificação do celular.

Park:

▷ ●---------------------- ↻00:05
"Caramba bebê, você estuda até mesmo nos finais de semana?"

[20:46]

▷ ●---------------------- ↻00:03
"Você é alguém pra casar."

[20:46]

Jungwon revirou os olhos mas deixou um risinho escapar.

Você é idiota? E o que aconteceu com sua voz?

[20:46]

Sem se aguentar, decidiu perguntar o que queria desde as primeiras mensagens que recebeu.

Park:

▷ ●---------------------- ↻00:02
"Nada, ué. Por quê?"

[20:47]

Nada não. É só que está mais grossa.

[20:49]

▷ ●---------------------- ↻00:05
"Então você gosta da minha voz, ruivo? Ah, Cenourinha safada."

[20:50 pm]

O ruivo não esperava aquela reação e resposta dele - mesmo que já fosse de se esperar -, e envergonhado, digitou rapidamente e largou o aparelho de volta na mesa.

Tchau, Park.

[20:55 pm]

E logo recebeu mais uma notificação:

Park:

▷ ●---------------------- ↻00:11
"Tchau, ruivinho. Daqui a pouco eu passo aí para te pegar. Não precisava se produzir tanto pra mim não, eu te acho lindo até sem roupa."

[20:56]

Ao ouvir o áudio recente, ficou ainda mais corado. O risinho safado que vinha no final da frase, arrepiou toda sua epiderme. Balançou a cabeça e finalizou a conversa com aquele "tchau" e desligou o aparelho para não ter perigo de cair na tentação de voltar a conversar com aquele moreno devasso.

Levantou-se da cama em um pulo só e foi tomar outro banho. Ao sair do banheiro vestiu um pijama que havia comprado recentemente; estampado com coelhinhos e cenourinhas. Se Jay o visse vestido naquilo, com certeza o zoaria.

Caminhou até seu enorme closet indo em busca de alguma roupa que combinasse com o tema da festa, o qual nem sabia, mas que provavelmente seria de drogas e preservativos. Pegou a primeira coisa que apareceu em sua frente e vestiu-se com pressa. Depois demorou mais um bom tempo para arrumar os cabelos ruivos.

Ao estar pronto, pegou o celular verificando as horas. Era vinte e uma e quarenta. Saiu do quarto sem se preocupar em fechar a porta e desceu até a sala, esperando seu motorista particular chegar.

• 🥕 •

Tempos depois, Jungwon ouviu um barulho de buzina de carro do lado de fora de sua casa e deduziu ser o Jay. Ele olhou alarmado para o topo das escadas, com medo de seu pai aparecer ali e acabar falando algo para o moreno.

Alarmado, levantou-se do sofá em um pulo e caminhou até a porta. Quando estava prestes a abrir, ouviu um pigarro atrás de si. Virou-se lentamente, encontrando Hyun-woo na metade dos degraus, enrolado com um cobertor grosso e pantufas fofinhas nos pés. Novamente a buzina soou, assustando o ruivo.

- Oi, pai.

- Já está indo? - falou em meio a bocejos.

- Sim.

O Yang mais velho assentiu.

- Volte pra casa antes das quatro.

- Tudo bem.

O homem coçou os olhos e voltou a subir as escadas. Jungwon suspirou. Ele realmente achou que seu pai iria implicar com o moreno. O som da buzina ecoou em seu ouvido novamente, ele dessa vez, abriu a porta e saiu de casa, recebendo a brisa gelada do vento no rosto.

Jay estava do lado de fora, escorado no seu carro, de braços cruzados e uma jaqueta de couro o protegendo do frio. Usava uma camisa básica preta, uma calça que abraçava bem suas coxas grossas e um par de coturnos, ambos também pretos. Ele tinha um colar um tanto exótico no pescoço. Estava com um sorrisinho de canto.

- Boa noite, gatinho.

- Boa noite.

Jungwon foi se aproximando dele até parar em sua frente.

- Você tá lindo pra cacete. - elogiou do seu jeito.

- Você também não está tão feio.

Jay sorriu, levando a mão até a bochecha dele. Se aproximou e grudou os lábios.

O ruivo não estava esperando pelo momento e esgueirou-se para trás, separando as bocas.

- O que foi? - ergueu a sobrancelha, agora com o piercing - Não gostou?

- Eu só não estou acostumado com você me beijando a todo momento.

- Então é bom que se acostume. - sorriu safado e voltou a beijá-lo.

O beijo não demorou muito, foi apenas um simples toque. Park separou os lábios e entrou no carro, esperando que o ruivo fizesse o mesmo. Assim que Jungwon ocupou o banco do passageiro, o moreno deu partida.

Durante todo o trajeto, Jungwon foi observando a paisagem pela janela do carro, esse movimento fazia seu pescoço ficar inclinado e a jaqueta com pelinhos que usava, decaiu um pouco, mostrando sua pele marcada. Jay sorriu ao ver as marcas que ele havia deixado ainda presentes no ruivo.

O primeiro sinal fechou. Park parou o veículo e aproveitou o momento para encarar o ruivo bonito ao seu lado. Sua mão estava descascando na coxa, e sem saber se deveria ou não, o moreno a pegou e a segurou na sua. O gesto chamou a atenção de Jungwon que o olhou surpreso.

- O que?

Jay não respondeu.

Ele passou a acariciar a mão pequena porque sentia que deveria fazer aquilo. Mas o olhar confuso do ruivo o fez achar que ele desaprovava o ato. Soltou a mão dele rapidamente e desviou o olhar, olhando para o lado de fora da janela.

Jungwon sorriu fraquinho de sua reação e sacou o celular do bolso, abrindo a câmera e capturando uma foto dele, olhando para fora, querendo que o momento constrangedor passasse. O sinal abriu e Park suspirou baixinho, mas não passou despercebido pelo ruivo.

A viagem seguiu tranquila, em um silêncio mórbido. Jungwon olhava para todos os lados esperando chegar logo. O GPS mostrava que eles estavam a três minutos de um posto de gasolina. O ruivo se animou com vontade de comer salgadinho.

- Jay, podemos parar naquele posto?

O moreno olhou na direção em que o dedinho apontava e assentiu, parando no posto de gasolina assim que chegaram. Não perguntou o que ele queria fazer ali, apenas observou quando ele desceu do carro e seguiu até a parte de conveniência.

Tempos depois, ele retornou com um pacote de Doritos em uma mão e uma garrafa de água na outra. Voltou a ocupar o lugar do passageiro e Park arrancou com o carro.

- Por que foi comprar isso? - perguntou - Onde você está indo tem bastante comida.

O ruivo revirou os olhos.

- Eu só fiquei com vontade. - deu de ombros abrindo o pacotinho. - Quer?

Jay o olhou de esguelha.

- Estou dirigindo.

Jungwon concordou e levou um salgadinho até a boca, saboreando a massa crocante. Comeu mais alguns até deixar apenas metade dos triângulos no pacote e limpou a ponta dos dedos avermelhados na própria calça. Abriu a garrafinha de água e também tomou metade.

Agora no GPS dizia que estavam a dez minutos da casa do aniversariante. Jungwon olhou para o restante do salgadinho e depois para os lábios do moreno. Sem pensar muito, pegou um triângulo e o levou em direção a boca dele. Park o olhou rapidamente, desentendido.

- Come - falou.

Jay abriu a boca minimamente, recebendo o salgadinho que derreteu em sua boca. Jungwon fez isso por mais quatro vezes. Quando iria colocar mais um triângulo na boca dele, Park negou.

- Coma.

Jungwon o olhou de soslaio.

- Mas eu já comi a minha parte. Essa é a sua. - ditou simplório, empurrando o salgadinho para ele.

Jay negou sorridente, abrindo a boca para comer mais.

A velocidade do carro aumentou para que chegassem mais rápido. Jungwon também se apressou para alimentar o moreno e em menos de dois minutos, ele já tinha acabado de comer o restante dos salgadinhos. Não muito tempo depois, Jay estacionou na garagem da casa de Sunghoon.

O barulho da música estava alto, mas aquilo não incomodaria os vizinhos, dado que os pais do aniversariante "alugaram" a rua durante toda aquela noite para que o filho se divertisse com os amigos. Eles passariam a noite em um hotel, deixando a casa liberada para o primogênito.

Havia vários carros ocupando a rua e as luzes coloridas ofuscavam o lugar. Jay, sendo melhor amigo do dono da casa, teve o privilégio de deixar seu carro que custava o preço de um apartamento cinco estrelas, na garagem da residência, e não largado na rua como tantos outros.

O ruivo já estava animado e quando iria abrir a porta do carro, foi interrompido por Jay que desceu primeiro. Ele deu a volta no carro e abriu a porta para o ruivo.

- Pode descer, princesa.

O ruivo revirou os olhos, descendo do carro.

- De todos os apelidos que já me deu, esse com certeza foi o pior.

- Por que? Quer que eu te chame de príncipe?

- Não. Mas é bem melhor que princesa.

- Tá legal, meu príncipe. - sorriu - Vamos entrar.

Park segurou em sua cintura, o guiando para dentro da casa. Eles entraram pela porta que tinha na garagem, a qual levava direto para os fundos da casa, onde tinha uma enorme área de lazer, churrasqueira elétrica, e uma grande piscina com algumas bóias.

Jungwon se surpreendeu por aquela área da casa estar vazia. Jay percebeu seu interesse naquilo e sorriu, o abraçando mais quando uma brisa fria bateu em ambos.

- O Hoon têm muito apego a essa área da casa. - Ele não quer que pessoas estranhas venham aqui, mesmo ele chamando metade da escola para a festa dele.

O ruivo balançou a cabeça assentindo. Ao que eles caminhavam pela grama que tinha ali, indo em direção a uma enorme porta que os levariam para dentro da mansão, um assunto martelava sua cabeça.

- A Soha não veio, não é? - perguntou.

Jay deixou um risinho escapar.

- Não. O Sunghoon não suporta ela então não a convidou. O Sunoo também não vai com a cara dela e mesmo que o hyung gostasse da Soha, não a convidaria porque o namorado não gosta dela.

Jungwon assentiu.

- Que bom. Assim não preciso me preocupar em voltar para casa com o cabelo podre a alguma bebida.

- Eu sinto muito por aquilo.

- Tudo bem, Park. É passado.

Eles chegaram na porta. Jay pegou uma chave do bolso, e a encaixou na fechadura, destrancando-a.

- Você tem uma chave da porta dos fundos da casa do seu amigo? - Jungwon perguntou surpreso.

Park deixou um risinho escapar.

- Tenho a da porta de entrada também.

Falou simples, puxando o ruivo para dentro da casa.

A porta dos fundos dava direto na cozinha, e seguindo o moreno, chegaram até a sala. Jungwon ficou surpreso com todas aquelas pessoas amontoadas. Elas dançavam e se divertiam, com copos e alguns aperitivos nas mãos. Garçons transitavam por todos os lados, servindo os jovens.

A decoração era bem bonita. Tudo néon. Luzes coloridas piscavam para todos os lados e ali não tinha nada parecido com uma decoração de drogas ou preservativos. Pelo visto, o ruivo se enganou e o jogador de basquete não era nada parecido com o melhor amigo.

Jay avistou o aniversariante um pouco mais no centro, conversando com alguns convidados que acabaram de chegar. Segurou a mão do ruivo para não perdê-lo no meio da multidão, e seguiu até o amigo.

- Chegamos, Hoon! - falou assim que chegou até ele, um pouco alto por conta da música.

Sunghoon virou-se para eles e sorriu, se despedindo dos convidados que foram se divertir.

- Oi, Jungwon! Que bom que veio! - falou no mesmo tom de voz que Jay.

- Obrigado pelo convite, hyung. Me perdoe por não ter conseguido trazer um presente. - falou envergonhado.

- Não se preocupe com isso! - sorriu educado - Não quer beber nada?

- Ah, não. Eu estou bem, obrigado.

- E você, Jongseong? Não vai querer nada? Tem bebida no freezer da cozinha. Pode ir lá, você já é de casa.

- Estou dirigindo, Hoon.

O agora adulto ergueu uma sobrancelha.

- Mas você não iria dormir aqui?

- Sim, mas ainda tenho que levar o Jungwon em casa.

- Oh, verdade. - concordou - Bem, eu vou recepcionar os convidados. Fiquem à vontade.

Ele falou sorridente e saiu.

- Você pode beber se quiser, Park. Eu peço um táxi.

- Nada disso, gatinho. Prometi a senhora Yang que te deixaria sã e salvo em casa.

Yang arregalou os olhos.

- Como assim?

- Mandei mensagem pra ela falando que iria me responsabilizar por você. - piscou pra ele.

- Como você conseguiu o número da minha mãe?

- Com o loirinho.

- Ah, o Sunoo me paga!

- Deixa ele, amor. Ele é um dos poucos que apoia a gente.

- Apoiar em que? Olha o que você está falando, garoto!

Jay gargalhou fraquinho.

Jungwon emburrou-se e virou para o outro lado, avistando o amigo linguarudo não muito longe conversando com Heeseung e outro garoto baixinho. Decidiu que ia lá. Começou a se afastar do moreno mas ele o segurou pelo braço.

- Aonde pensa que vai? Você é minha responsabilidade essa noite.

- Eu não sou mais uma criança, Jay.

- Hoje será a minha.

O ruivo bufou.

- Eu só vou lá ali onde os meninos estão - apontou.

Park assentiu.

Antes de soltar o braço do ruivo, o puxou fazendo os corpos se chocarem. O beijou carinhosamente em um beijo casto.

- Vai lá, ruivinho. - falou ao separar os lábios - Estou de olho em você. - selou os lábios cheinhos mais duas vezes.

Com as pernas moles pelo o que acabou de acontecer, Jungwon saiu pelo meio das pessoas que dançavam animadas, até conseguir ver os melhores amigos melhor. Olhou para trás percebendo que Jay ainda o olhava. Voltou sua atenção para frente e caminhou lentamente até chegar onde os meninos estavam.

Ao se aproximar, pode ver que o garoto baixinho que estava com Heeseung e Sunoo, era Jihoon.

- Oi meninos. - ele os cumprimentou.

- Jungwon hyung, você veio! - Jihoon o abraçou.

- O Jay me convenceu. Ele pediu para o Sunghoon gravar um áudio me convidando.

- Na verdade foi eu que mandei o Sunghoon falar, Won - Sunoo assumiu. - Você já estava convidado mas não queria vir aí eu aproveitei que o Jay já estava falando com você e pedi para o Hoon falar também.

O ruivo revirou os olhos.

- Onde está o Jake hyung, Hee?

- Em casa. Não quis vir.

Ele assentiu.

- Do que vocês estavam conversando?

- Sobre futuros pretendentes. - Sunoo sorriu.

- Pra quem?

- Para você e para o Jihoon!

- Lee Heeseung!

O ruivo o repreendeu enquanto o mais novo ficou corado.

- Ah, qual é, Wonnie? Você já está encalhado há tanto tempo.

- Não tô não! Vocês que estavam, só que agora começaram a namorar!

- Exatamente, nós estávamos. - Sunoo argumentou - Agora precisamos arranjar um namorado para você porque já temos um em mente para o Jihoon.

Jungwon ficou curioso.

- Quem?

- O Mingyu. - Jihoon falou envergonhado.

- O Gyu?

- Sim. Nós nos conhecemos desde que tínhamos quatro e seis anos. Nossos pais também são amigos.

- E você gosta dele?

- Gosto. - falou envergonhado - Eu comecei a gostar dele quando tinha doze anos, mas ele não sabe. E acho que ele também não gosta de mim.

- Ah, não fique assim, bebê! - Sunoo o abraçou - Eu tenho certeza que ele gosta sim! Não viu como ele te defendeu do Jay?

- Ele só fez isso porque me conhece a muito tempo. - falou um pouco mais alto por conta da música - Mas o Jay hyung gosta do Jungwonie.

Jungwon arregalou os olhos.

- Sim, ele gosta! - os dois falaram em uníssono.

- Vocês ainda estão com isso? - perguntou.

- Claro. E ele não parou de te olhar desde que você chegou aqui - Heeseung falou.

- O que?

Ele então olhou na direção em que o moreno estava e se surpreendeu ao ver que ele realmente o olhava.

- Ele gosta de você, hyung - Jihoon tornou a dizer - Ele até mesmo te pediu desculpas quando fez aquela brincadeira comigo e pediu desculpas também a mim e a Mingyu-ssi quando você mandou ele pedir.

- M-mas isso não quer dizer nada! - olhou para o mais novo.

Antes que algum deles pudesse rebater, Jay apareceu ali.

- Olá, meninos. Posso roubar o ruivinho por alguns minutos?

- Pode! - os três falaram em uníssono.

Sem ter escolhas de refutar, Jungwon se viu sendo arrastado pelo moreno.

- Ei! Para onde estar me levando?

- Você vai ver.

Jay segurou na mão dele e o guiou entre as pessoas. Eles subiram as escadas e não muito tempo depois, estavam no segundo andar da casa.

Eles pararam em uma das primeiras portas brancas a qual Park a abriu. Era um quarto muito bonito. Tinha uma cama kingsize no centro, e o ruivo conseguiu ver pela porta aberta, uma cesta de basquete na parede. Jay entrou no quarto e logo saiu.

- O que foi fazer lá?

- Pegar meu celular que deixei carregando - mostrou o aparelho para o ruivo.

- Ah. É um quarto de hóspedes?

- Não. É o quarto do Sunghoon.

Park voltou a pegar em sua mão e o levar para outro lugar. Chegaram em outra porta. Essa, assim que o moreno abriu, levou o ruivo junto.

- Esse sim é um quarto de hóspedes. O que eu fico sempre que venho aqui - falou.

Jungwon concordou.

- E por que me trouxe aqui?

- Porque eu não estava mais aguentando só te olhar.

- O que? - falou baixinho, a música não era tão alta ali.

- Eu preciso te beijar, ruivo. - proferiu, prensando o corpo do menor na parede e o beijando com vontade.

Jungwon entreabriu os lábios para que a língua dele passasse. Ainda não estava acostumado com os beijos brutos dele. Park o pegou no colo, o segurando pelas coxas fartas. Jungwon rodeou a cintura dele com as panturrilhas e aprofundou o beijo, suspirando gostoso.

Jay começou a caminhar pelo quarto às cegas, ainda com a boca colada na do ruivo e ele em seus braços. Colocou o corpo dele com delicadeza na cama, e deitou-se por cima, sem desgrudar as bocas. O beijou com desejo. Assim que a falta de ar chegou, o moreno levou a boca até o pescoço marcado e agora não se importou de deixar a marca forte em apenas um só lugar.

Chupou toda área livre do pescoço sedoso, marcando sem dor. Jungwon gemia ao sentir a pele ser sugada e Jay insaciável, tinha fome de mais. O moreno passou a friccionar o quadril na bunda do ruivo, simulando estocadas brutas. Jungwon gemeu alto só de imaginar aquilo.

Jay voltou a atacar os lábios inchados com força, acariciando a cintura dele. Park tocava cada parte do corpinho bonito, aproveitando todos os gemidos e arfadas que Jungwon deixava escapar. Sentindo o membro dar sinal de vida dentro da cueca, parou com os movimentos para que não acabasse fazendo algo que talvez Jungwon não gostasse.

Jay praticamente engolia a boca do ruivo sem ao menos deixá-lo respirar e quando iria voltar a beijá-lo no pescoço, a porta de repente foi aberta. Os dois se separam assustados. Mas logo o moreno suspirou aliviado ao ver Sunghoon ali.

- Caralho. - o jogador desviou o olhar.

- Porra, Sunghoon! De novo!? - Jay saiu de cima do ruivo.

Jungwon corou.

- Foi mal atrapalhar aí, mas a gente vai jogar verdade ou consequência. Vocês querem ir?

- Eu quero te quebrar na porrada agora.

Sunghoon gargalhou alto vendo o estado do melhor amigo.

Jungwon também se levantou e com as pernas meias bambas, quase caiu. Arrumou os fios bagunçados.

- Eu quero brincar também. - sorriu constrangido.

Park o olhou.

- Então eu também vou.

- Vamos logo! - a atenção do Jung foi parar no pescoço do ruivo - Ãn, Jungwon?

- Oi?

- É melhor você usar algo que cubra seu pescoço.

Ele o olhou desentendido.

- Por que?

Nem um dos dois garotos responderam. Confuso e curioso, o ruivo seguiu até um espelho próximo à porta. Arregalou os olhos ao ver o estado de seu colo.

- Park Jong-seong!

O moreno gargalhou fraquinho e foi até o pequeno closet que tinha no quarto. Lá ele deixava algumas de suas roupas. Voltou com um casaco de gola alta e o entregou para Jungwon.

Emburrado, o ruivo tomou a peça de suas mãos. Rapidamente, ele tirou o que estava usando e vestiu o do moreno. Deixou o seu na cama desforrada e ainda bicudo, acompanhou os dois garotos mais velhos até o jardim.

Assim que chegaram, quem ia participar da brincadeira já estava no local marcado. Com todos os amigos reunidos na roda, o aniversariante pegou a garrafa vazia e a colocou no centro da rodinha de amigos

- Vamos começar! - o loiro se animou.

- Quem começa?

- Eu. - Niki sugeriu.

Assim que todos concordaram, o mentolado girou a garrafa e ela parou com o gargalo apontando para Sunoo. Ele sorriu.

- Verdade ou consequência, loirinho?

- Verdade.

Niki sorriu mostrando o dentinhos curtos.

- Você faria parte de um trisal?

Aquela pergunta deixou a maioria de boca aberta. Jay olhou para o melhor amigo, querendo ver sua reação, mas ele sorria. Sunoo também encarou o namorado com um sorriso sugestivo e Sunghoon assentiu. O loiro falou:

- Com certeza!

A resposta dele fez um clima surgir entre os amigos, mas não entre os envolvidos.

- Nossa, já começa assim? - Jungwon falou descontraído, tentando quebrar o silêncio.

Sunoo sorriu e girou a garrafa. Ela parou no aniversariante. O sorriso do loiro triplicou.

- Verdade ou consequência, meu amor?

- Consequência. - sorriu.

Sunoo tirou sua carta da manga:

- Eu te desafio a me deixar sentar no seu colo pelo restante do jogo!

A roda de amigos gargalhou alto do desafio proposto.

- Meu Deus, boneco! - Sunghoon sorriu safado - Vem.

Sunoo se rastejou até o namorado, sentado no colo dele.

- Certo, vamos continuar. - Sunghoon falou.

Girou a garrafa e esperou para ver quem seria o próximo a jogar.

Todos olhavam ansiosamente para a garrafa, esperando o momento em que ela pararia de girar. E quando ela parou, apontou para Jungwon. Sunghoon ergueu os olhos da garrafa e os levou para o melhor amigo que devolveu o olhar.

Ele sorriu e perguntou:

- Verdade ou consequência, Jungwonie?

- Verdade - respondeu, sem hesitar.

Ele sorriu insinuantemente para o amigo e depois voltou a olhar o ruivo.

- Certo, então me diga, você já ficou com alguém dessa roda?

Todos ficaram desgostosos com a pergunta, porque não tinha nada de novo. Sim, Jungwon já havia ficado com pessoas que estavam na roda e aquilo não era segredo para ninguém. Mas Sunghoon sabia o que estava fazendo quando perguntou aquilo.

Jungwon olhou para os lados, olhando para todos. Viu os rostos dos amigos, alguns surpresos, outros rindo. Continuou olhando até que seus olhos pararam no moreno ao seu lado.

Ela respirou fundo e disse:

- Sim, eu já fiquei.

- Com quem? - Jung insistiu.

Jay bufou irritado.

- É apenas uma pergunta por vez, Sunghoon. Isso não vale. - protestou.

- Mas se o Jungwon quiser responder ele pode. - deu de ombros.

Park ficou calado, sabendo que não poderia obrigar o ruivo a não falar o nome de quem ele já havia ficado. E nem precisava daquilo, já que todos já sabiam.

- Com quem foi, Jungwon hyung? - Jihoon perguntou curioso.

O ruivo olhou novamente para todos os rosto da rodinha de amigos, e disse:

- Apenas fiquei com o Doyoon, o Hansol e o...

- E o...? - Sunoo o encorajou a dizer, estando curioso para saber quem foi a outra pessoa dali que o amigo já ficou.

Jungwon suspirou fundo. Encarou o moreno e levou uma boa quantidade de oxigênio para os pulmões. Suspirou e falou:

- E o Jay. - revelou, olhando nos olhos dele.

Todos ficaram em silêncio por um instante. Depois, começaram a fofocar entre si. Sunoo assim como Heeseung, estavam surpresos pela revelação. Jungwon não chegou a contá-los sobre o beijo que tiveram na quarta e a forma em que eles descobriram foi chocante.

Jungwon sentiu seu rosto queimar. Ele não esperava receber todos aqueles olhares surpresos. Ao seu lado, Jay tinha um sorriso vitorioso e satisfeito.

- Qual o motivo da surpresa? - Park perguntou - É sério que vocês nunca desconfiaram que a gente se pegava? - brincou.

Jungwon ficou ainda mais vermelho e os outros mais surpresos. Os melhores amigos do ruivo, indignados.

- Cala a boca, Jay. Só foi uma vez e nem faz tanto tempo.

Park sorriu de canto, olhando para Doyoon com um olhar cínico. Ele pegava fogo. Já o loiro e o moreno, encaravam o ruivo com um olhar mortal e que gritava um "mais tarde conversamos".

- Tudo bem, o Jungwon e o Jay se pegarem é problema deles, vamos continuar o jogo - Mingyu falou deixando todos mais uma vez surpresos.

- Gostei disso, nerd - Park sorriu.

Mingyu revirou os olhos.

Jungwon tentou disfarçar o constrangimento e continuou o jogo. Pegou a garrafa e a girou de novo. Dessa vez, a mesma apontou para o próprio Mingyu.

- Verdade ou consequência, Gyu? - ele perguntou e Park suspirou baixinho pelo apelido.

- Verdade.

Jungwon pensou no que perguntar. Ele olhou para Jihoon e lembrou da conversa que tiveram há uma horas atrás. Querendo ajudar o mais novo amigo, perguntou:

- Você está gostando de alguém? - voltou a encarar o mais alto.

- Eu gosto - não pensou duas vezes antes de responder, com um sorriso enorme no rosto.

Ao ouvir aquilo, Jihoon abaixou a cabeça, tristonho.

Jungwon se sentiu uma péssima pessoa por perguntar aquilo. Logo Mingyu girou a garrafa. Ela parou em Kyungsoo.

- Verdade ou consequência?

- Verdade.

- Ficaria com alguém dessa roda?

Do sorrio arteiro.

- Ficaria. - passou a língua pelos lábios - Com o bonitinho ali. - apontou para Jihoon.

O sangue de Mingyu ferveu e suas mãos fecharam-se em punhos.

Kyungsoo girou a garrafa. Apontou para Doyoon. Do sorriu cúmplice para o co-capitão.

- Verdade ou consequência, mano?

- Consequência - sorriu.

- Então eu te desafio a... - colocou a mão no queixo, fingindo pensar. Mas ele já sabia o que mandaria o amigo fazer - Eu te desafio a beijar o ruivinho.

Jungwon arregalou os olhos. Jay revirou os seus. Eles se olharam, sem saber o que fazer.

Kyungsoo começou a incentivar.

- Vai, cara! Beija seu ruivinho!

Jay mordeu a carninha da boca com força, tentando controlar a raiva que sentia.

- Eu não sei se quero beijá-lo. - Jungwon falou incerto.

- É só um beijo, Jungwon. - Doyoon falou - Qual o problema em me beijar de novo? Você já fez isso.

- É, ruivo. Isso é uma brincadeira. - Do insistia.

- Ei, gente, calma aí. - Heeseung interfe - É sim só uma brincadeira, mas se o Jungwon não quiser beijar o Doyoon vocês não podem obrigá-lo.

- Não é nada de mais, Heeseung - Doyoon falou.

Park estava se controlando para não sair no soco com ele.

- T-tudo bem, eu... eu beijo.

Os dois amigos comemoraram e Jay fechou a cara.

Doyoon se levantou, indo até o outro lado da roda, parando em frente ao ruivo. Jungwon também se levantou meio sem jeito. Aproximaram-se um do outro e se beijaram rapidamente. Foi um beijo sem graça, sem vontade por parte do ruivo. Quando o co-capitão estava prestes a aprofundar o beijo, Jungwon o afastou.

Jay observou a cena, que acontecia bem ao seu lado. Murmurou algo inaudível e pôs uma carranca no rosto, sentindo o canto de seu lábio ainda cortado doer. Não se importou com isso. Sem saber o motivo, levantou-se de súbito, se afastando da roda. Sunghoon percebeu o desconforto dele desde o início daquele desafio idiota.

- Jay, cara, pra onde você vai? - se preocupou.

- Pra outro lugar.

- Que lugar? Não vai mais brincar?

- Eu já cansei. - ditou e se retirou.

Depois que ele saiu, Jungwon também deixou o jogo, indo atrás dele. O silêncio prevaleceu.

- Que climão, hein. - o mentolado falou.

O jogo continuou.

Jungwon se apressou em procurar pelo moreno no meio de tantas pessoas, e o avistou não muito longe, sentado em um banco, fumando. Ele se aproximou.

Park percebeu a presença do ruivo mas não deu atenção, continuou tragando o cigarro, levando a fumaça preta para dentro dos pulmões e a soltando pela boca e nariz. Mesmo com o cheiro ruim do cigarro, Jungwon sentou do lado dele.

- Por que você fuma tanto? - perguntou.

Jay demorou a respondê-lo.

- Vício - respondeu simplório.

- Isso vai acabar com seus pulmões - Park não deu atenção. - Por que saiu do jogo?

O moreno tragou mais uma vez, soprando a fumaça.

- Já estava chato.

Jungwon concordou. Ele tossiu um pouco quando o vento trouxe a fumaça do cigarro do moreno para seu rosto. Jay girou o corpo para o outro lado, evitando que a fumaça fosse na direção do ruivo.

- Jay?

- Fala.

- Você... você ficou com ciúmes? - perguntou baixinho.

Ele sorriu rouco.

- Se eu fiquei com ciúmes de você? Não, Jungwon. Eu não fiquei.

- Ah. Tá bom.

Jungwon ficou inquieto. Balançava as perninhas no ar e tremia de frio. Verificou as horas no celular e viu que já se aproximava das quatro da manhã. Precisava voltar para casa.

- Uh, Jay... - o moreno não o respondeu. - Você poderia me levar em casa?

Outra vez, sem respostas.

Jungwon esperou por alguns longos minutos em um silêncio constrangedor. A resposta novamente não veio. Cansando se esperar levantou-se do banquinho.

- Tudo bem. Eu posso pedir um táxi.

Falou decidido, começando a caminhar. Jay segurou em seu braço, e pela primeira vez desde que sentou-se ao seu lado, ele olhou o ruivo nos olhos.

- Por que já quer ir embora?

- Já está tarde. Meu pai disse para mim voltar antes das quatro.

- Dorme aqui. O Sunghoon tem um quarto sobrando. - não comentou que o quarto que se referia, era o mesmo que ele sempre dormia toda vez que visitava o amigo.

- Com todas essas pessoas? Meus pais não deixariam.

- A festa já vai acabar.

Jungwon ergueu uma sobrancelha.

- Como sabe?

Jay não respondeu, apenas apontou com a cabeça. Jungwon olhou na mesma direção, vendo Sunghoon se despedir dos convidados. A música sequer tocava.

- Eu não posso. Preciso voltar.

Tentou se soltar do aperto dele, mas Park não o largou.

- E se você pedir a seus pais pra ficar? Eles vão deixar. Você é responsável e eles confiam em você. Liga pra eles.

- Meus pais estão dormindo, Jay.

- Então manda mensagem avisando - se desesperou, ficando de pé. Jogou o cigarro pela metade fora.

- Por que quer tanto que eu fique aqui?

- Porque eu quero ficar com você.

O ruivo ficou surpreso.

- O que?

- Quero dormir com você, Jungwon.

Ele corou.

- Você quer transar comigo? - perguntou arrepiado.

Jay sorriu.

- Quero. Mas hoje não. - levou a mão até uma mecha ruiva, a levando para trás da orelha - Eu só quero dormir do seu lado.

Jungwon suspirou, pensando em negar.

- Por favor, gatinho. - voltou a insistir - Eu prometo que não vou fazer nada com você.

- Eu sei que não.

- Então fica comigo. É domingo, podemos acordar tarde e depois eu te levo pra casa.

O ruivo não sabia o que falar. As pessoas começaram a ir embora e aos poucos a casa ia ficando vazia. Os funcionários que foram contratados justamente para arrumar a mansão depois que a festa acabasse, começaram a chegar.

- E se o Sunghoon não gostar? Ou os pais dele? - começou meio incerto.

- O Sung te adora, Yang. Os pais dele não estão em casa e mesmo que tivessem não te mandariam embora - tentou convencê-lo - Os seus amigos também vão dormir aqui.

- O Sunoo, Heeseung e Woozi? - perguntou.

- Uhum.

Jungwon pensou mais um pouquinho.

- Tudo bem. Eu só preciso mandar mensagem para meus pais verem quando acordarem.

Jay sorriu, tentando conter a felicidade.

O ruivo voltou a se sentar no banquinho, e começou a digitar para os pais, os avisando que dormiria na casa do amigo, mas que não precisavam se preocupar, ele ficaria bem. Park ainda sorria bobo, imaginando tudo o que poderia acontecer de agora em diante, afinal, a melhor parte ainda estava por vir.

ah, vim avisar que criei uma conta no Instagram (@jicologia) para compartilhar conteúdos sobre essa e outras fanfics do meu perfil. Ficarei grata se puderem me ajudar indo lá no perfil! <3

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