[🐰 + 00] - Prólogo: Acerto de contas

Dobrou o corredor, passando por uma lata de lixo onde descartou o palitinho do doce açucarado que comia outrora. Os barulhos altos ecoavam enquanto os pezinhos batiam forte no chão. Os passos eram certeiros e a ira consumia o pequeno ruivo. Jungwon  nunca foi uma pessoa impulsiva, mas quando se tratava de um certo Cãoelho esquecia todos os seus modos. E agora mesmo estava à procura do nomeado Park Jay para tirar boas satisfações e botar essa história a limpo.

As orelhas já estavam vermelhas e ele
apertava as mãozinhas com força, marcando as palmas com as unhas curtas. O rosto completamente corado e as sardinhas naturalmente claras, estavam mais escuras. Sua ira naquele momento era tanta, que sequer se importava com as pessoas que o olhavam torto, procurando entender o motivo para deixar o aluno prodígio tão irritadiço. Também não se importou com as aulas que já estavam prestes a começar. Colocou em sua cabeça que enquanto não encontrasse um certo Coelho tatuado não descansaria.

Apertou mais seus passos e próximo a sala de música, encontrou quatro dos amigos do bastardo que lhe proporcionava dores de cabeça diariamente. Sem hesitar, parou a poucos centímetros de distância do grupo de “delinquentes” — como ele mesmo gostava de nomear os desinteressados em seus próprios futuros —, conversando besteiras. Dentre todos ali, Jungwon  conhecia apenas um e foi a ele a quem se referiu:

— Cadê o desmiolado do Park ? — perguntou, estressado.

O grupo de meninos ali reunidos puseram sua atenção em si. Estava tão irritado que podia espumar de raiva. Alguns garotos riram da sua ceninha, outros o olhavam sem interesse.

— Oh, ruivo, se acalma aí.

Proferiu Kang Hansol, o único ali que ele conhecia. Já havia ficado com ele algumas vezes, quem realmente o conhece de verdade, sabe que sua vidinha pacata, não era apenas sobre estudos.

— Não vou perguntar mais uma vez, Kang. — respirou fundo para não surtar ainda mais — Cadê aquele fodido?

— Achei que você não fosse perguntar mais uma vez. — balbuciou baixinho, mais alto o suficiente para que o grupinho de caras tatuados ouvissem.

O grupo de amigos começou um coro de gargalhadas irritante. Jungwon  já estava sem paciência, quem aqueles bastardos eram para tirar sarro de si? Perguntou algo e queria a resposta já! Era mimado, tinha consciência disso. Mas também era desejado e todos ali o queriam, não tinha que fazer um mínimo esforço para ter o que queria, só precisava usar seu sorriso ofuscante para derrubar até mesmo o mais forte dos homens e aquela conversa já estava o cansando.

— Onde está o Park ? — perguntou outra vez, se aproximando do rapaz com quem falava. Suas mãos sorrateiras foram até os ombros tensos, o fazendo relaxar.

— Fica de boa, gracinha. — Hansol engoliu a saliva que estava segurando. Hesitou quando respondeu: — Está no outro corredor, com uma galera.

Jungwon  assentiu, satisfeito. Retirou suas mãos dos ombros de Kang e sorriu graciosamente, arrancando suspiros não só do com quem conversava, como de todos ali.

— Obrigado. — deixou que um sorrisinho cínico escapasse e se retirou.

O ruivinho seguiu em frente, rumando até outro corredor mais a frente, o qual fora lhe indicado. Pisava tão forte no chão que o mesmo poderia quebrar. As pessoas ao redor o olhavam curiosas sem entender o motivo para tamanha fúria, mas ele não ligava. Estava focado em encontrar o ser que mais odiava em toda a sua vida.

Park  Jay era a réplica do Satanás, se não o próprio. Era um ser sarcástico, patético e mesquinho. Mulherengo e galinha, saía com todos e todas e dificilmente não estava atracado com alguém pelos cantos da escola. Cabulava aulas e só aparecia nos treinos de basquete porque gostava e queria defender seu título de capitão, pelo menos isso ele sabia fazer com louvor. E não havia um só dia que ele não estivesse aos beijos com alguém.

E era exatamente o que ele estava fazendo nesse exato momento.

Agarradinho (sintam a ironia) aos beijos com uma loira que mais esfregava os seios enormes no tatuado do que os próprios lábios. A mão forte e repleta de desenhos — os quais Jungwon  achava horríveis, ou fingia achar  —, seguravam com força a bunda da garota, a apertando sem nenhum pudor. E havia pessoas ao redor.

Pessoas!

Park  demônio Jay estava aos beijos com uma sem vergonha igualmente a si, com pessoas ao redor! A falta de vergonha era grande e o ruivo não conseguia entender como que ainda haviam garotas — e garotos — que não se davam o respeito ao ficar com aquele Cãoelho.

— Park  Jay!

Jungwon  não pensou duas vezes ao gritar aquele nome que tanto o causava dores de cabeça. As pessoas ali o olharam curiosas, e o próprio Satanás em pessoa — Jay — lhe deu atenção. O moreno rompeu o beijo com a loira, piscando maliciosamente para a mesma que saía de fininho. Ele sussurrou um “depois te encontro” e voltou-se para o ruivo furioso.

Jay sorria de escárnio, já sabendo o motivo para aquela Cenourinha estar ali.

Cenourinha.

Ele gostava de como aquilo soava.

— Opa, ruivinho! — o cumprimentou, estendendo a palma grande.

— Ruivinho é o cacete! — xingou exasperado — Por que caralhos trocou o meu teste com o seu? Você tem problemas?!

Jay o olhou sorridente. Afinal, já sabia que o menor lhe procuraria para tirar satisfações. Mas não tinha feito nada demais, apenas trocou os nomes dos testes. Um teste bobo de física o qual não sabia nem mesmo assinalar seu nome.

Apenas foi esperto o suficiente para distrair o ruivinho e trocar os testes, já que sabia que o dito cujo só assinava seu nome depois de responder todas as perguntas. Jungwon  colocou seu nome no teste do moreno com as respostas todas erradas, e Jay no seu. Era mesmo um gênio!

— Ah, sério Yang ? Você está fazendo um drama enorme no meio do corredor por isso? Uma coisinha boba dessas. — sussurrou baixinho, o sorrisinho cínico nunca abandonando os lábios finos.

— Uma coisinha boba? Você não pensa, sua anta? Eu poderia ter reprovado!

— É, mas não reprovou. — ditou sarcástico — E se eu não tivesse trocado os exames, o único reprovado aqui seria eu.

— Foda-se! Você roubou o meu esforço a troco de se dar bem! — gritou sentindo seus tímpanos doerem. Mas não se importava. Nesse momento só queria pôr para fora tudo o que estava entalado — Você poderia ao menos se dedicar uma única vez na sua vida para conseguir passar por si próprio! Mas não! Ao invés disso, está pelos corredores beijando e transando com todo mundo sem se importar! — soltou o fôlego que nem sabia que prendia — Acha isso legal, Uh? Decepcionando todos que te amam? Você é patético, Jay.

O tatuado abriu a boca mas nada dela saiu. Pela primeira vez na vida alguém conseguiu calá-lo. E o que o irritava ainda mais era que esse alguém, era Yang Jungwon .

Park teve vontade de xingar aquele ruivinho como nunca xingou alguém, quis humilhá-lo ali, na frente de todos e mostrar que não se abalava por um cara de um 1,74 de altura, mas não disse nada e se odiou por isso. Ele pensou em recuar e fingir que Jungwon não estava ali, mas quando os presentes no corredor começaram a vaiá-lo e chamá-lo de covarde, engoliu suas próprias reflexões. Era orgulhoso demais para deixar aquilo passar.

— E o que você tem a ver com isso seu mimadinho de merda? — não era o que queria dizer mais nada coerente veio em sua mente. — O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta, porra.

Jungwon recuou um passa para trás. Percebeu que aquilo mexeu com o moreno.

— Eu não queria ter feito você se sentir assim, tá legal? Eu não vou com sua cara e... — embolou-se com as próprias palavras — Quer saber? Você é um puxa saco do caralho que só faz merda, seu babaca. Não consegue ver que isso te prejudica? E a mim também!

Park deixou um risinho cínico sair de seus lábios.

— Puxa saco, eu? Você que está fazendo um show por conta da porra de um teste! E que se dane se me prejudica ou não, o problema é todo meu. Eu não estou nem aí para você! — respirou fundo antes de voltar a olhar o menor — Olha só quem fala, Yang  Jungwon, o aluno prodígio babão dos professores!

Ao escutar tal sentença proferida a si, as bochechas estufadas inflaram pelo ódio. A face coralina e as sardas escuras denunciavam todo seu desprezo para com o Park. Seus olhos tremeram e lacrimejaram tamanho desprezo que sentia, sua maior vontade explícita na face quente era atacar aquele bocudo com tapas e socos, mas sabia que se agisse pela raiva com certeza apanharia, já que Jay era bem maior e mais musculoso que ele, mas não acreditaria que ele seria capaz de o bater, seria?

Respirou fundo e disse:

— Você não falou isso!

— Ah, eu falei, sim! — Park sorriu travesso, pronto para fazer o que sabia fazer de melhor: Jogar na cara. — E agora, o bebezinho ruivo vai fazer o quê? Chorar no colinho da mamãe? — afinou a voz, tentando imitar a do outro.

Seus amigos que estavam ali no grupinho antes do Yang chegar e mais outras pessoas que passavam por ali, riram debochando do mesmo.

— Seu bastardo filho da puta! Você tenta ser melhor em tudo não é? Quer ser o bonitão pegador, o mauricinho que todos acham gostoso, mas só ainda está aqui porque é filho da diretora!

Jungwon proferiu com raiva, resfolegando calmamente, tentando levar ar de volta para os pulmões. As pessoas suspiraram surpresas e um coro de “Se fodeu, Park”, “Vai com calma, ruivinho” e “se soquem logo”, ecoou pelo corredor.

Jay encarou Jungwon perplexo.

As madeixas ruivas tingidas estavam bagunçadas e o rosto vermelhinho fazendo contraste com as poucas sardas adoráveis que Yang tinha, só deixava o Park  ainda mais instigado. O que aquele ruivinho tinha de bonito tinha de insuportável. Um sorriso babaca se formou nos lábios bem desenhados e atraentes do moreno. Ele passou a pontinha da língua pelo metal gelado do piercing que havia no canto da boca e proferiu:

— E você só tem notas boas porque é filho da professora.

Todos alí mais uma vez não seguraram a risada, nem mesmo Jay que explodiu em uma galhofada cínica ao ver o rostinho do outro completamente corado. Por mais que existisse a raiva estampada em seu belo rosto, agora o que predominava era a vergonha.

Park quase se sentiu mal. Quase.

— O que foi? Doeu? Caralho, eu nem senti. — acrescenta.

Aquilo fora o estopim para Jungwon sair pisando forte dali, as lágrimas de humilhação já desciam em abundância. Ninguém nunca ousou lhe afrontar, mas aquele Coelho dos infernos fazia questão de mostrar o contrário. Tinha tanto ódio por ele que olhar para aquele rostinho bonito lhe trazia náuseas. Por que os mais bonitos eram os mais babacas?

— Não vai embora não, bebê. Já cansou de brincar? — debochou, fazendo um high-five com o amigo que estava ao seu lado.

Como resposta, Jungwon apenas mostrou o dedinho do meio, nem fez questão de virar-se.

— Rebola assim não gatinho, só deixa essa sua bunda ainda mais gostosinha.

Falou por fim, suspirando afetado.

Se tinha uma coisa que deixava Jay louco naquele ruivo era sem sombras de dúvidas a bunda arrebitada e as coxas grossas. Aquilo era mais um motivo para deixar o moreno rebelde completamente pirado das ideias. Jungwon  era bonito, isso não podia negar. Ele tinha um corpo delineado, cheio de curvas, sequer lembraria um corpo masculino se não fosse pelas panturrilhas desenhadas e os músculos nos braços.

— Caralho, Jay! — Sunghoon  que observara toda aquela cena sorriu travesso — Esse ruivo nunca vai dar para você.

Park  negou com um sorrisinho de lado. Não queria transar com Jungwon, por agora só tirar seu juízo já estava de bom tamanho. Mas também não negaria que adoraria ouvir o ruivo gemendo seu nome baixinho no pé do ouvido.

Gargalhou maléfico.

— Esse peixinho ainda cai na minha rede, Sung hyung. Pode anotar minhas palavras. E de caneta laranja!

• 🥕 •

Depois do ocorrido no corredor principal, Jungwon  saiu vermelho igual uma pimenta em direção a sua primeira aula. Quando todas elas acabaram, foi até seu dormitório onde pretendia tomar um longo banho gelado para se acalmar, mas acabou se estressando ainda mais ao não encontrar seu melhor amigo. Depois de tomar banho, deitou para dormir um pouco mais como já era de se esperar, não conseguiu. Logo teve que voltar para as aulas seguintes e o dia passou em um sopro.

Agora o ruivo andava pelos corredores tentando esfriar a mente. Descobriu que Sunoo não iria naquele dia pois estava doente o que só o irritou ainda mais.

— Argh! Que ódio! Por que aquele Cãoelho dos infernos tem que existir? Maldita hora em que a senhora Park foi inventar de transar sem camisinha!

Exclamou irritado enquanto andava em direção ao jardim principal, eram sete horas da noite e ele queria ar fresco. Desde o início das aulas quando foi falar com o Park mônio (Park mais demônio, entende?) que estava desconcertado. Aquele capetinha conseguia lhe estressar em apenas abrir a boca!

Para completar, Sunoo estava doente e Heeseung só queria saber do namorado. Seus melhores amigo com certeza aguentaria todas suas lamentações em relação ao demônio tatuado. Ele caminhava desatento até a saída onde conseguiria seu tão esperado ar fresco, quando trombou em alguém. Ou melhor, naquele alguém.

— Ah, me desculpe! Estou um pouco avoado hoje. — sorriu tímido.

Havia batido de frente ao peitoral de Kim Mingyu um dos caras mais bonito e inteligente de todo colégio e um dos únicos que despertava-o interesse e conseguia deixá-lo tímido. Óbvio que Jungwon não queria um relacionamento com ele, mas o Kim não era de se jogar fora.

— Tudo bem, Wonie.

O sorriso cresceu em seus lábios cheinhos. Não era mentira que era maluquinho para lascar um beijo naquele carinha bonito, mas não tinha coragem o que soava completamente sem coerência, porque quando Yang Jungwon  queria alguém, ele tinha na palma de sua mão.

— Ah, então nós dois temos uma parcela de culpa. — sorriu encantado.

Mingyu sorriu fraquinho e quando estava prestes a responder, alguém o interrompeu.

— Cuidado para não escorregar na baba do Yang, Kim.

A atenção dos dois que sorriam um para o outro, se desviaram automaticamente para uma terceira voz. Uma voz bem conhecida pelos dois garotos.

Jungwon revirou os olhos.

Park estava encostado no batente do portão que levaria até a saída. O ruivo murchou ao ver o moreno ali, todo atrevido. Ele olhava para os dois garotos com os braços cruzados e olhar cínico, ao que sorria sarcástico brincando com o piercing da boca, enroscando-o com o da língua.

— Me erra, Park! — o moreno levanta as mãos como se falasse que havia se rendido, pouco se importando com o que o outro havia dito — A gente se vê por aí, Won.

Mingyu ditou e se retirou, voltando para dentro dos enormes corredores do colégio.

Jay sorriu ainda mais ao visualizar o rostinho maravilhado do Yang que nem mesmo retrucou a sua provocação, o deixando indignado.

— “A gente se vê por aí, Won.” Ah, faça-me o favor!

Só agora que o ruivo voltou a notar o outro ali, o olhando com desdém.

— Vai ver se eu tô na esquina, demônio!

— Pra quê? Já tô te vendo aqui, gatinho.

Jungwon bufou irritado, o que o fez cruzar os braços e bater o pezinho no chão sem ao menos perceber. O moreno sorriu.

— Por que você só não esquece que estou aqui, e vai pegar mais um de seus ficantes?

— Porque quem eu quero pegar não me dá moral — fingiu uma carinha triste com biquinho e tudo, olhando safado para o outro.

— Ah, essa é nova. Park Jongseong sendo rejeitado? Quem foi que feriu o seu ego? — colocou um sorrisinho no rosto bonito, encarando o moreno.

— Começa com Yang e termina com Jungwon, por quê?

O sorrisinho que antes desenhava a boca bonita, sumira.

Jungwon sentiu seu rosto esquentar e as bochechas pinicarem. O rostinho já estava completamente vermelho e as orelhas pegando fogo. Se sentiu patético por ficar envergonhado por algo que fora dito pelo Park.

— Você fica lindo todo vermelhinho assim, sabia? — provocou, vendo o ruivinho ficar ainda mais vermelho.

— N-não diga bobagens, Jay! — proferiu, se auto repreendendo por gaguejar e ter dado o gostinho da vitória para o moreno.

— Mas não é de todo uma mentira. Você é realmente lindo e quando fica todo vermelhinho fica ainda mais gostoso — continuou, adorando ver os olhinhos arregalados do menor — Você tenta dá uma de valentão para cima de mim, mas é só eu falar o quão delicioso você é, Cenourinha, que você já se derrete todinho. Louco por mim.

— Pare de ser convencido, seu idiota! Eu nunca me deitaria com você! — indagou irritado.

— Mas eu não disse que queria que você se deitasse comigo, você que supôs isso, gatinho.

Jungwon  revirou os olhos mais uma vez para as provocações do moreno.

— Oh, não faça isso, amor. Não revire os olhinhos para mim assim. — o maior fora se aproximando sorrateiro do ruivo até está próximo o suficiente do corpo incrivelmente pequeno. — Quero que o faça quando eu estiver te fodendo gostoso. — ditou baixinho ao pé do ouvido do menino, lambendo o lóbulo da orelha quentinha e o vendo se arrepiar. Sorriu fraquinho.

— Você é um idiota! — Jungwon recuperou-se do momento de fraqueza e empurrou o moreno para longe de si, ainda desconcertado — Queria que você nunca tivesse nascido!

Park sorriu ladino.

— Que bom que minha mãe resolveu transar sem camisinha dezenove anos atrás.

Jungwon abaixou o olhar ainda mais vermelho — se é que era possível —  se sentido um bobo por o moreno ter escutado o que ele havia dito. Não ousou nem sequer olhar na cara do maior e saiu correndo dali, todo destrambelhado, nem ligando mais para o ar fresco que tanto ansiava.

— Você ainda vai implorar por meu pau, ruivinho!

Ele ouviu o moreno gritar em plenos pulmões por já estar consideravelmente afastado do mesmo, mas não se importou apenas correu para seu dormitório. Sorrindo safado, Jay proferiu em voz alta o que nunca cogitou ao menor pensar:

— Esse baixinho ainda vai me deixar louco!

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