Capítulo 11


E agora, como estão?


— Gatinho manhoso — eu ri e Harry resmungou.

— Estou com sono — ele bocejou.

Hazz estava atrás de mim, com os braços por cima dos meus ombros, apoiado em mim. Era de manhã cedo e estávamos andando pelo aeroporto para embarcarmos para a Itália. Theo tinha reservado um jatinho particular, porque éramos um grupo de quinze pessoas, os outros chegariam um ou dois dias depois. Eu nem queria saber quanto eu estava pagando por essa viagem.

Na noite anterior, quando comecei oficialmente a namorar o Hazz, ficamos um tempo no restaurante. É libertador poder conversar com alguém sobre qualquer coisa, fazer piadas ruins, falar mal de outras pessoas e confessar seus guilty pleasures sem ser julgado. Ainda mais quando esse alguém compartilha de opiniões parecidas com as suas.

Fora o fato que eu podia beijar Hazz a vontade e eu estava totalmente viciado nisso. Ele sempre usa algum tipo de gloss com sabor, o de hoje era de morango, mas eu sabia que ele tinha outros. Sempre me perguntei que gosto teria e era muito melhor que minha imaginação.

Quando chegamos em casa era tarde, ainda ficamos um bom tempo no deck da piscina e eu posso ou não ter empurrado Harry para dentro dela. E ele, pode ou não, ter se vingado me puxando junto. O que pode, ou não, ter causado que nos beijássemos dentro da piscina, com as roupas molhadas e coladas nos nossos corpos. E que pode ter se tornado um problema para mim quando fomos para nosso quarto e chegou a hora de tomarmos banho.

— Eu dormi tarde, me dá um desconto — ele resmungou no aeroporto. Harry estava tão agarrado em mim, que eu praticamente estava o carregando, mas eu gostava disso.

— Eu sei — ri dele. Mesmo depois de revezarmos para tomar banho e eu precisei mentalizar muito para não passar nenhum tipo de vergonha, nos deitamos e continuamos conversando. Em momento nenhum Hazz tinha tirado sua pulseira e nem eu a minha.

E, claro, nos beijamos muito.

— Em que mundo estamos vivendo que Harry está rabugento de sono e Louis de bom humor antes das oito da manhã? — Theo perguntou tomando seu café.

— Lou está de bom humor porque passou a noite com Harry. Harry está com sono e totalmente cansado porque passou a noite com o Lou — minha irmã respondeu. Ela estava com o cabelo solto, óculos escuros e um grande copo de café. Sendo a grande dramática que era.

— Ugh, nojento — Mike fez cara de nojo, Harry levantou a mão e mostrou o dedo do meio, sem nem abrir os olhos.

— Lou já corrompeu o Hazz — Isaac riu.

— Sem brigas crianças — John nos avisou, quando também mostrei o dedo para Isaac. — Vamos logo para tomarmos nossos lugares.

Depois da burocracia toda feita, finalmente nos alojamos nos nossos lugares. Eu estava sentado ao lado de Harry, Theo e Lottie de frente conosco. Minha irmã e Hazz apagaram minutos depois do avião decolar. Eu não entendo, eles parecem bebês, é só entrar em um veículo que está em movimento que já capotam de sono.

— Olha — Theo me mostrou uma coisa no tablet que ele estava mexendo. Eram fotos minhas do Harry no restaurante. Era uma sequência de fotos onde tinha nós dois rindo, eu fazendo carinho no seu rosto e nos beijando. Apesar das fotos postadas por fãs no sábado, quando Harry me beijou, terem sido nosso primeiro "flagra" nos beijando, elas estavam péssimas. Inclusive, muita gente duvidou que éramos nós mesmos. Mas naquelas fotos era nítido que era Hazz e eu.

— Trends de novo?

— Com certeza — ele suspirou. — Quer que tentemos apagar essas fotos ou quer se pronunciar?

— Já está na hora, né? — perguntei, mesmo sabendo a resposta e Theo concordou com a cabeça. — Depois eu posto alguma coisa, quero conversar com Harry primeiro, já joguei ele nesse furacão, não vou fazer isso de novo sem nem o avisar dessa vez.

— É uma merda, a história de vocês é a mais linda e louca que eu já vi, mas quase ninguém vai saber da verdade — ele resmungou e eu ri.

— Tem segredos que o grande público nunca saberá — dei de ombros.

Como estava muito cedo, a maioria dormiu, inclusive eu, mas era uma viagem de 12 horas, depois ainda tínhamos que entrar numa van e pegar estrada. Não ficaríamos em Roma, eu tinha alugado (quer dizer, Theo tinha alugado com meu dinheiro) uma grande casa em Anzio, uma pequena cidade praiana há 60 quilômetros de Roma.

Apesar de toda a desculpa sobre a comemoração do meu noivado, esse tempo seria para descansar um pouco longe dos holofotes. Mas também começaríamos a criar para meu próximo álbum. Eu já tinha ideias em mente e algumas músicas escritas, mas gostava de ter esse tempo com a banda para conversarmos e trocarmos ideias.

— Senhor Tomlinson — a comissária de bordo deixou os dois mousses de chocolate na bandeja na minha frente.

— Vai comer os dois? — Theo perguntou divertido.

— Não, são para Lottie e Hazz — indiquei os dois, que ainda estavam dormindo. Harry dormia tão bonitinho como aquelas princesas das histórias, minha irmã parecia o dragão prestes a matar alguém.

— Cuidando do maridinho e da irmãzinha? — meu assistente zombou de mim.

— Já tentou acordar esses dois? O único jeito de sair vivo é fazendo uma oferenda — apontei para os doces. — Se eu não os acordar agora, eles só vão acordar mais tarde e não vão dormir no horario certo. Como vamos chegar de manhã, eles vão demorar ainda mais para superar o jet lag.

— Sério, Louis, como você nunca percebeu que amava o Harry?

— Por quê?

— Você percebe como é cuidadoso com ele? Tudo à volta dele tem que ser perfeito. Você odeia comida saudável, mas era você saber que ele estava chegando, que mandava comprar esses lanchinhos que ele gosta. Quando ele aceitou fazer parte da tour, você revisou o cardápio inteiro da equipe. Agora, me diz Louis, quando é que você se preocupou com o que servimos de comida?

— Vão jogar essas coisas na minha cara toda vez? — perguntei cruzando os braços.

— Sim, cada oportunidade, e se não tiver oportunidade, eu crio uma — ele sorriu falso. — Quando comecei a trabalhar com você me avisaram que eu era o terceiro ou quarto assistente que você tentava, passei as primeiras semanas morrendo de medo de que você me demitisse. Mas agora que eu sou amigo da sua irmã e da primeira-dama, estou completamente relaxado.

— Mas é um folgado mesmo — neguei com a cabeça.

— A questão é que quando você gosta de verdade de alguém, você cuida, se preocupa com a pessoa, aprende os gostos e tenta atendê-los, mesmo que nem se dê conta disso — ele falou se ajeitando no seu assento. — Não é só sobre sentir atração física, mesmo que seja uma parte importante, é querer que a pessoa esteja confortável e segura.

— Ficar feliz pela felicidade do outro, eu sei — falei. — Bem, sabia na teoria, porque é muito fácil a gente falar sobre, mas viver é diferente. Estou entendendo melhor várias coisas que eu mesmo cantava sobre amor.

— Não se cobre tanto, todo mundo aqui é hipócrita.

— Tudo bem por aqui? — John perguntou, chegando até nós. Ele trazia dois copos de café. — Para você.

— Obrigado — Theo respondeu aceitando o copo e cheirando, sorrindo — tem canela?

— Sim, um pouco de canela e creme, porque eu sei que você não fica sem. E não fique só no café, existem outros líquidos para você beber.

— Vodca?

— Água — John o corrigiu — vou ter mesmo que voltar a te cobrar para beber água?

— Não, passamos dessa fase — Theo fez um gesto com a mão como se aquilo não fosse importante. Depois ele bebeu um gole do seu café e gemeu feliz. — Eu amo isso.

— Eu sei, seu viciado — meu empresário brincou.

Eu só estava observando a cena e meu olhos foram se arregalando quando entendi o que estava acontecendo. Hazz tinha razão, eu era muito lerdo para entender os sentimentos dos outros.

— Você está bem? — John perguntou, finalmente lembrando que eu, o cara que pagava seu salário, existia.

— Eu estou e você? Algo que queria me contar?

— Não, por quê? — ele estava confuso. Há! Não sou o único lerdo!

— "Pelo menos você teve coragem de assumir seus sentimentos, já tinha perdido as esperanças de isso acontecer de tanto que você demorou para entender" — repeti as palavras de John, desdenhando dele. Theo escondeu o sorriso tomando mais um gole de café, já meu empresário continuava com aquela cara de quem não estava entendendo nada. — Seu hipócrita! E burro! Hipócrita burro!

— Do que você está falando?

— "Do que você está falando?" — debochei de novo. — Quer saber, na minha vez ninguém me avisou, só ficavam de indireta. Vamos ver como que você, Senhor Sabe Tudo, o poderoso inteligente, se vira.

— Louis, pirou de vez? — ele me perguntou sério.

— E você — me virei para Theo, que se fazia de inocente — o que tem a dizer sobre isso?

— Eu te disse, todo mundo aqui é hipócrita. Inclusive seus amigos — ele sussurrou como se fosse um segredo.

— Desisto — John bufou, se afastando.

— O que está acontecendo? — Hazz resmungou, se virando e se escondendo no vão do meu pescoço.

— Achei muito injusto da sua parte me julgar por ser lerdo, sendo que nem fui o último a perceber meus sentimentos por outra pessoa — falei, fazendo carinho nos cachinhos.

— Hã? — ele me olhou sonolento e confuso.

— John e Theo.

— Ah, isso faz um tempo — ele se aconchegou para voltar a dormir.

— Não mesmo, o senhor precisa acordar, se não vai atrapalhar sua adaptação ao fuso horário.

— Não! Me deixa! — ele fechou os olhos com força, me abraçando apertado.

— Um gatinho bravo — Theo exclamou tirando fotos de nós. — O que? Só a Lottie pode? — revirei os olhos.

— Hazz, precisa acordar, vamos. Hazz. Tem mousse de chocolate.

— Com raspas de chocolate? — ele perguntou com um olho só aberto.

— Sim, do jeito que você gosta — eu ri do seu suspiro resignado, se ajeitando para pegar o doce.

— Agora temos que acordar o pequeno dragão loiro.

— Babaca — Lottie resmungou coçando os olhos. — Vocês fizeram tanto barulho que já acordei.

— Lottie, tem mousse — Harry falou feliz e minha irmã olhou interessada, já pegando o que sobrou para ela.



— Bem-vindos — Niall gritou quando entramos na casa que eu paguei, mas ele estava se sentindo o anfitrião.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei.

— Cheguei faz uma hora, estava em Londres, então vim mais rápido do que vocês. Ziam chega amanhã — ele me informou como se fosse a coisa mais normal do mundo. Quem tinha liberado a entrada dele?

— Vamos Harry, quero ver meu quarto — minha irmã disse puxando Harry com ela.

— Ei, lembra que agora ele divide quarto comigo? — gritei, mas ela, como uma legítima Tomlinson, mostrou o dedo para mim. — Sério, qual o problema dessa garota?

— Eu tenho planos para hoje a noite, vamos em uma festinha exclusiva — o irlandês disse, já chamando a atenção dos outros em volta.

— Como você chegou aqui há uma hora e já arrumou uma festa para irmos, sendo que aqui mal tem vida noturna? — perguntei surpreso e ele deu de ombros.

— Tenho meus contatos Tommo. Enfim, um hotel que fica perto da praia vai dar uma festinha, coisa pequena, mas já confirmei que todos nós vamos. Não se preocupe, vai ter segurança e não pode tirar ou filmar lá dentro — Niall completou antes que John negasse aquela ideia.

— Como que Brian aguenta você? — John perguntou para Niall, Brian era o empresário dele.

— Ele sabe que sou uma alma indomável, então me dá liberdade para viver minha vida — ele respondeu sorrindo arrogante.

— Traduzindo: Entregou nas mãos de Deus — Theo comentou, nos fazendo rir.

Os ignorei, indo direto para meu quarto. Era muito cedo na Itália, os raios de sol entravam pelas frestas da cortina. Nossa casa ficava um pouco afastada da cidade, tendo uma praia particular. Ainda estava um pouco frio, mas eu iria mergulhar um pouco hoje.

Abri a porta que dava para a sacada, aproveitando a manhã italiana, sentindo a brisa do mar. Era muito bom respirar aquele ar, dava uma tranquilidade e uma certeza que, independentemente de tudo que estivesse acontecendo, daria tudo certo.

Ouvi a porta sendo aberta e olhei para trás, vendo Harry sorrindo. Ele deixou sua mala no chão do quarto, perto da minha. Estendi minha mão e ele aceitou, então o puxei e o abracei.

— Aqui é lindo— ele murmurou, se aconchegando a mim.

Eu o beijei, porque era tudo que eu queria fazer pelo resto da vida. Os lábios dele eram macios e eu gostava como ele ia desmontando nos meus braços, me deixando apertá-lo e levá-lo comigo até umas das espreguiçadeiras que ficavam na sacada.

— Lou — ele gemeu baixinho, sentado no meu colo — não podemos continuar isso.

— Estou só te beijando — respondi com sorriso de canto. Percebi que adorava quando ele ficava manhoso no meu colo.

— Sim e só de ficarmos nos beijando já estamos assim — ele indicou a bagunça que nos tornávamos — imagina se continuarmos? Vamos, estão todos esperando para tomarmos café da manhã.

— Não, podemos ficar nesse quarto e ignorar que os outros existem? — pedi o abraçando e o impedindo de se levantar.

— Isso inclui sua irmã, seu melhor amigo e sua banda? — perguntou rindo.

— Esses eu estou tentando me livrar faz tempo — resmunguei beijando seu pescoço e Harry gemeu baixinho. Interessante.

— Lou — ele bateu no meu ombro. — Temos que ir, depois continuamos isso.

— Isso é uma promessa? — o provoquei quando nos levantamos e tive que arrumar minha calça. — Porque ontem à noite eu já tive que dormir duro, desse jeito vou ter um caso sério de bolas azuis.

— E por que você dormiu duro? — Hazz me perguntou se fazendo de inocente.

— Porque eu estava respeitando seu tempo — respondi cerrando os olhos, porque pelo jeito dele, sabia que viria uma resposta afiada.

— E eu pedi para me respeitar?

Eu travei no lugar, ele tinha dito aquilo?

Ele tinha aquele sorriso provocador no rosto. Então ele se inclinou para perto de mim, sua boca próxima do meu ouvido, mas sem realmente encostar nenhuma parte do seu corpo no meu.

— Você dormiu duro porque quis — ele sussurrou — se tivesse feito o que queria, eu teria adorado. Ah, na cama, não precisa ser gentil comigo, nesses momentos eu não gosto de gentilezas — ele beijou meu rosto delicadamente e se afastou.

Nós estávamos no corredor dos quartos, onde qualquer um poderia nos ver, por isso eu não podia simplesmente agarrá-lo e fazer o que queria e ele sabia disso. Tanto que riu e seguiu pelo corredor como se não tivesse acabado de desconfigurar meu cérebro.

— Harry! — gritei o chamando, mas ele apenas olhou por cima do ombro, ainda andando em direção às escadas. — Isso vai ter volta!

— Promessa, apenas promessas — zombou e desceu as escadas.

Ele seria a minha morte, eu tinha certeza!

Depois de ter ficado um pouco no banheiro, jogando água no meu rosto e respirando fundo para controlar meu corpo, desci para me encontrar com todo mundo. Um grande café da manhã tipicamente italiano estava servido na sala de jantar, a maioria já estava ali e me sentei ao lado de Harry, que ainda tinha um sorriso zombeteiro no rosto.

O resto do dia foi nos instalando, depois fomos à praia e passamos boa parte do dia lá, inclusive almoçamos. Enquanto Harry, Lottie e Theo aproveitavam para se bronzear, passei a maior parte do tempo na areia ou no deck com os meninos da banda, conversando e bebendo. Expus algumas ideias que eu tinha para o novo álbum e novas músicas. Niall e eu também falamos de um feat e do jogo de futebol beneficente que sempre organizávamos.

Acabamos jogando um pouco, foi divertido Harry torcendo por mim, mas aquela traidora que chamo de irmã ficou torcendo pela minha derrota. Nadamos um pouco juntos e beijei Harry no mar. Primeiro ele ficou constrangido por ser a primeira vez que fazíamos na frente das pessoas que convivem conosco (a vez em Nova York não conta por que ele estava bêbado), mas como ninguém se importou muito, ele relaxou.

No final da tarde descansamos, depois de um banho, ficamos deitados na cama só de cueca trocando beijos preguiçosos até dormirmos um pouco. Aquele estava sendo um dos melhores dias da minha vida.

Mas aí fomos na tal festa que Niall tinha arrumado, já comecei a me estressar ainda em casa, porque Harry foi se arrumar no quarto da minha irmã. Eu tive que esperar na sala enquanto conversava com John e Jamie. Alguns meninos da banda já estavam prontos, Niall chegou brincando e Jamie estava me contando que Sebastian, o profissional que seria segurança de Harry chegaria na tarde do dia seguinte.

Foi quando olhei para as escadas, já que tinha ouvido as risadas de Hazz e da minha irmã, e os vi descendo. Minha irmã usava um macacão curto, que terminava na altura das coxas e botas. Harry usava uma calça preta bem justa, que abraçava com perfeição suas pernas e quadril, botas e uma camisa social preta também, mas transparente a ponto de eu ver suas tatuagens.

Ele sorriu para mim e eu sabia que estava ferrado naquela noite.



A festa realmente era privada, devia ter menos de trezentas pessoas, que para nós, que estávamos acostumados com a vida noturna de Los Angeles e Nova York, era pequena. Mas eu agradecia por isso, porque mesmo com só aquilo de gente, eu já estava ficando louco, se tivesse mais eu teria surtado, jogado Hazz sobre meu ombro e o levado dali.

E eu não tinha descartado essa possibilidade ainda.

Fazia um pouco mais de duas horas que estávamos ali, os seguranças realmente não deixavam ninguém tirar foto, o que nos deixou confortável. Fora que Jamie ficou o tempo todo conosco. O DJ tinha uma boa setlits, era bem mais pop do que eu gostaria normalmente, mas eram músicas muito boas. Até brincamos e brindamos quando tocava algum remix de músicas minhas ou do Niall. Todo mundo estava se divertindo, alguns até demais.

Lottie e Harry estavam dançando como se não houvesse amanhã. Não se importavam de rebolar ou fazer o movimento que fosse. Por um lado, era muito bom os ver tão soltos, por outro eu queria morrer de ciúmes com cada pessoa que parava para assistir ao show que estavam dando.

Eu podia dizer que era ciúme de irmão mais velho falando alto, mas para que mentir? Óbvio que me incomodava quando minha irmã recebia olhares daquele jeito, como se ela fosse um pedaço de carne. E talvez eu tenha esbarrado um pouco mais forte do que deveria em quem estava desrespeitando minha irmã, mas coisa pouca, nada grave. Nenhum osso foi quebrado no processo.

Mas o jeito que Harry mexia seu corpo, como ele olhava para mim, claramente me provocando, como passava suas mãos pelo seu corpo e como sorria me desafiando a fazer algo, aquilo sim estava me enlouquecendo.

Niall estava do meu lado reclamando de algo e eu não entendia qual o problema dele, já que ele estava animado até cinco minutos antes e agora estava falando mal da tal festa. Então dois rapazes chegaram em Lottie e Harry, Lottie riu e até conversou, mas Hazz negou na hora.

— Não mesmo — resmunguei. Eu não tinha passado toda essa loucura para um italianinho de merda tentar levar o Hazz de mim.

— Vai lá, eu levo a Lottie embora — Niall garantiu e olhei desconfiado. Ele estava solícito demais, mas aquele Don Juan do Mundo Invertido estava próximo demais do meu namorado, então nem perguntei.

Deixei meu copo com Niall e fui até Harry. O italianinho que, por acaso, tinha mais gel no cabelo do que uma pessoa normal deveria ter, falava algo em inglês, mas com sotaque forte. O ignorei por completo, colocando minha mão na cintura de Hazz e beijando seu pescoço, que se arrepiou inteiro.

— Tudo bem? — sussurrei no ouvido dele, raspando meus dentes no lóbulo da sua orelha.

— Provocador — ele murmurou em resposta, me fazendo sorrir de canto. — Dante, esse é o Louis, meu noivo.

Tive que me segurar muito para não revirar os olhos. Dante? Um italiano chamado Dante? Que clichê.

— Oi — o cumprimentei a contragosto. Ele estava me olhando feio, claramente irritado por eu ter o atrapalhado, mas quando ele me olhou bem, arregalou os olhos, finalmente entendendo quem eu era.

Caspita! Você é Louis Tomlinson! — Pronto, esse merda era meu fã e eu teria que tratá-lo bem.

— Sou, e aí? — falei irritado, mas tentando esconder. Hazz riu, afinal ele me conhecia muito bem.

— Eu sou muito seu fã, você é incrível, amo suas músicas! Não acredito que na vez que te encontro, não posso tirar foto com você — Dante disse chateado.

— É, né? Que pena — Harry me deu uma cotovelada discreta.

— Pode me dar um autógrafo? — ele pediu, já esquecendo que o meu noivo estava ali, o que era ótimo.

— Claro — sorri falsamente e ele correu para buscar algo que eu pudesse assinar. — Merda.

— Não seja mau com seu fã — Hazz me provocou, se virando nos meus braços e abraçando meu pescoço.

— Se ele não tivesse dado em cima do meu namorado, estaria me sentindo muito mais simpático. Mas eu culpo você.

— Eu? — perguntou sorrindo.

— Sim, com você dançando desse jeito, não tinha como tirar os olhos de você. Qualquer um aqui estava doido para te tocar e te levar para casa — respondi beijando seu pescoço.

— Então não posso dançar mais? — seus olhos estavam fechados, aproveitando o momento, sorri contra sua pele.

— Pode, inclusive eu amei assistir, poderia passar horas te vendo dançar. Mas, quando algum idiota acha que tem chance com você, me irrita.

— Por quê? — ele abriu os olhos, olhando diretamente nos meus. Seu quadril raspando de leve no meu. Coloquei minha mão na sua nuca e o puxei para mais perto, sussurrando no seu ouvido:

— Porque sou eu que vou te levar para casa, é na minha cama que você estará e é o meu nome que você vai gritar enquanto eu te faço gozar.

— Lou — ele gemeu e tremeu nos meus braços.

— Aqui! Achei papel! — Dante, aquele infeliz de merda, apareceu me estendendo um bloquinho e uma caneta — Pode assinar para meu amigo e um para a minha amiga?

— Vamos fazer assim, vou autografar algumas folhas, aí você leva para seus amigos e distribuí, que tal? — falei sorrindo, mas respirando fundo.

— Claro — ele sorriu feliz e tudo o que eu queria era jogar aquele bloco e a caneta nele.

Autografei cinco folhas diferentes e devolvi, ele me agradeceu demais e quis me abraçar. Harry só ria de mim e do meu desespero de me livrar daquele italiano. Quando ele finalmente se foi, Harry tinha voltado a dançar, mas o abracei, colando nos corpos.

— Você está fazendo de propósito — murmurei, já que ele dançava esfregando sua bunda no meu pau.

— Não entendi — ele se fez de inocente, mas sem parar o que estava fazendo.

— Hazz, você sabe muito bem do que estou falando — puxei seu quadril para trás, pressionando meu pau duro contra sua bunda e ele inspirou fundo — é você que faz isso comigo.

— Se isso é por mim, o que você vai fazer a respeito?

Enrolei minha mão no seu cabelo e o puxei para trás, o fazendo inclinar sua cabeça e gemer baixinho, mordendo o lábio. Era bom saber que eu poderia fazer o que quisesse com ele e não precisava me preocupar se estava sendo bruto. Nos levei até um ponto da parede, me encostando nela e o mantendo na minha frente, pressionando seu corpo no meu, para que ele sentisse como eu o queria.

Mordi seu pescoço, não a ponto de deixar marcas, mas para seu corpo se arrepiar e ele saber que não tinha mais como escapar. Ele engoliu em seco e quando fui atacá-lo de novo, pressionando meu pau em sua bunda, percebi que a música que tocava no momento era uma música minha, do primeiro álbum.

— Você disse que transava ouvindo minhas músicas, não é? — o provoquei, ele não respondia, apenas respirava levemente ofegante e gemia baixinho. — Era isso que imaginava? Eu entrando em você enquanto ouvia a minha voz? Eu entrando em você várias e várias vezes, te mordendo e te lambendo, até que você goze no meu pau.

— Si... sim — ele gemeu.

— Se alguém nos ver agora, pensaria que você está apenas dançando, não se esfregando em mim, desesperado pelo meu pau — mordi seu pescoço de novo e ele choramingou.

— Lou...

I wanna see the way you move for me, baby. I wanna see the way you move for me, baby. I wanna see the way you move for me — cantei no seu ouvido junto com a música, o fazendo choramingar — Eu sempre amei o jeito que você se move e vou amar ainda mais quando você estiver cavalgando em mim.

— Lou... eu... quero...

— Você quer isso, não é? Você quer muito ficar de quatro para mim e eu vou gostar tanto — dei ênfase me esfregando nele. — Vou adorar ver sua bunda enquanto ela engole meu pau e você implora por mais — agarrei sua bunda, a apertando com força.

— Vamos embora, por favor — ele pediu e eu o virei, ficando de frente para mim. Nossos paus duros se esbarrando, causando um incômodo por causa dos jeans.

— Está tão desesperado assim? Nem está aguentando, não é? Como vamos fazer isso a noite toda se não aguenta?

— Eu aguento, eu juro! — o abracei, beijando e lambendo seu pescoço, nossos quadris se movimentando quase sozinhos.

It's so right you know. It's so right. It's so right. 'Cause I'll take you home — cantei de novo e ele me beijou.

O beijo foi voraz, ele estava mesmo desesperado e, por mais que eu tentasse aparentar calma, eu estava bem pior. Estávamos agarrados um no outro, nossos corpos se esfregando e eu tinha certeza, se não o levasse dali naquele momento, eu iria fazer uma besteira bem grande.

— Vem — eu disse quando o beijo acabou, ele concordou comigo. Os dois com lábios inchados e respirações ofegantes.

Tinha taxistas na frente do hotel, o que foi uma sorte, porque não podíamos ficar muito tempo parados esperando por um veículo, se não poderíamos ser reconhecidos. Eu definitivamente não ia querer dar autógrafos de pau duro.

Hazz estava abraçado em mim, nós beijávamos a todo momento, só parando para entrar no carro e dar o endereço da casa em que estávamos. Tivemos que nos controlar para não protagonizar nenhuma cena constrangedora, pelo menos para o motorista. Mandei mensagem para Theo, explicando que tínhamos ido embora, porque se tivesse mandado para John ele ligaria me chamando de irresponsável ou algo assim.

Tenho certeza de que paguei bem mais do que precisava naquela corrida, mas não importava. O segurança responsável pelo portão da casa se assustou um pouco, Hazz e eu chegamos do nada e corríamos como loucos, rindo da aventura. Entramos e fomos direto para nosso quarto, aproveitando que tudo estava em silêncio.

Tranquei a porta e empurrei Harry contra ela, o beijando como eu queria fazer desde que o vi dançando daquele jeito. Minhas mãos vagaram pelo seu corpo, abri sua camisa de um jeito tão desesperado, que arranquei alguns botões no processo.

— Sua pele é tão perfeita, minhas marcas vão ficar lindas nela — eu disse entre seus lábios, apertando seus mamilos e o ouvindo gemer, se esfregando em mim. — Eu sabia que você era sensível.

— É só com você — ele gemeu.

— Comigo? — sorri convencido, me inclinando e pegando um dos seus mamilos com a boca, mordendo de leve e chupando.

Suas mãos foram para meu cabelo, ele não sabia se me empurrava para longe ou me prendia ali. Ele estava uma bagunça e eu iria piorar a situação,

— Tire a roupa e suba na cama — ordenei e ele piscou para mim, parecendo perdido. Segurei seu queixo com força e o puxei, o fazendo olhar nos meus olhos — Não gosto de repetir, me obedeça de primeira. Agora tire a roupa e suba na cama.

Ele engoliu em seco e concordou. O libertei e ele rapidamente chutou suas botas, se livrou das roupas e logo estava totalmente despido. Harry se ajoelhou no meio da cama, se sentando sobre os calcanhares, submisso a mim.

Ele me olhava com expectativa, mordendo seu lábio inferior. Andei em volta da cama, admirando por um minuto. Tomei meu tempo para tirar meus tênis, minhas meias e minha camiseta. Abri o botão da minha calça e desci um pouco o zíper, o olhar de Harry me acompanhando em cada movimento.

Me ajoelhei na sua frente e dei um beijo leve em seus lábios, não o deixando aprofundar como queria. Passei as pontas dos dedos desde suas coxas, subindo pelo seu abdômen, seu peito e chegando no seu rosto.

— Tão lindo — sussurrei, ele engoliu em seco de novo — deite na cama.


:D

2/2

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