Capítulo 71

N/A: Salve, salve, meus amores!

Quarta-feira é dia de quê? Atualização!

Então cola em mim e simbora ler.

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É por volta das seis e pouco da manhã, quando saio do banheiro na ponta do pé e enrolada na toalha após o banho. Me dirijo ao grande guarda-roupas tomando o devido cuidado para não fazer qualquer ruído, que acorde Sarah a quem deixei dormindo minutos atrás, antes de ir tomar banho. Uma olhada na mulher em minha cama e constato que ela continua dormindo.

Abro uma das portas do guarda-roupas à procura de uma roupa para ir trabalhar daqui a pouco. Vestidos, macacões, calças e acabo optando mesmo por uma saia social preta e uma blusa branca de linho sem mangas. Pego as cruzetas com as duas peças de roupa e as penduro no puxador da porta. De uma gaveta apanho um conjunto de lingerie escura e uma meia 3/4 preta. Lanço mais uma vez outro olhar na direção de Sarah e a mesma segue dormindo tranquila. Só irei lhe despertar quando eu estiver pronta. Me dará pena de fazer isso, pois ela está tão linda dormindo. Mas eu não posso ir embora sem avisá-la.

Sorrio ao lembrar que por duas vezes no passado, eu já havia a "abandonada" sozinha em uma cama. Mas a diferença daquelas vezes para agora é que a Srta. Gostosa e eu somos namoradas. Sem contar ainda que ela está na minha casa e não em um quarto de hotel.

Me viro de costas para Sarah por uns instantes e tirando a toalha, visto devagar e sem pressa a calcinha. Apanho o sutiã sem alça e coloco a peça também sem a menor pressa. Ao terminar, me viro para apanhar a toalha e levá-la ao banheiro, mas tomo um susto danado ao me deparar com aquela cretina gostosa devidamente acordada e sentada na cama com as costas apoiadas a cabeceira do móvel, os braços cruzados na altura dos seis cobertos pelo lençol e exibindo-me um sorriso estonteante.

- Que susto, criatura! Ainda pouco olhei e estava dormindo.

Ela sorri mais largamente antes de confidenciar:

- Só que já estou acordada há muitos minutos.

- Ah, então estava fingindo que dormia, sua cretina? - a sem vergonha apenas confirma com a cabeça. - Há quanto tempo exatamente está acordada me espiando? - me aproximo da cama segurando a toalha enrolada em meus braços que estão cruzados abaixo do peito.

- Acordada estou desde quando você estava no banho e te espiando desde que me deu as costas para se vestir.

- Sarah! - eu a encaro em um misto de choque e surpresa.

Ela ri alto e ainda revela que ao ouvir o chuveiro sua ideia logo foi de se juntar a mim no banho, só que mal teve tempo de tirar a coberta de si e levantar da cama, e eu já desligava o chuveiro. Foi então que lhe ocorreu a ideia de fingir que estava dormindo para assim que eu entrasse no quarto me dá um susto. Mas aí desistiu disto e resolveu esperar, ao imaginar que eu poderia acabar me vestindo ali por achar que ela estivesse dormindo, como foi exatamente o que aconteceu para o seu total deleite.

- Você é uma descarada total, Sarah Carolline!

Ela gargalha e logo me puxa pela toalha para me sentar em seu colo.

- Ei! Alguém está bem "animadinha", né? - comento assim que me sento em seu colo e sinto em minha bunda seu membro rígido escondido sob o tecido do lençol.

- Isso é culpa do seu "show" erótico ao vestir devagar sua lingerie.

É a minha vez de gargalhar ao ouvir sua resposta.

- Essa é boa! - digo ainda rindo.

Sarah ri daquele seu modo safado.

- Na verdade, sabe o que seria uma boa? - ela toca meu rosto enquanto sua outra mão acaricia minha cintura com o polegar.

Por que tenho a sensação de que ela vai vir com alguma proposta indecente? O sorriso malicioso em seus lábios dá essa exata impressão.

- O quê? - deixo a toalha descansar sobre minhas coxas e passo os braços em torno do pescoço de Sarah.

- Nós fazermos uma rapidinha pra você sanar a minha "animação" da qual você é a única culpa.

Pela segunda vez em um curto espaço de tempo, eu caio na gargalhada alta. Aquela diaba loira não presta mesmo! Sabia que ela viria com alguma proposta indecente! E, eu até adoraria ceder a esta tentadora proposta dela, mas infelizmente nós não temos tempo para isso, eu principalmente.

- Sinto muito, senhorita tarada, só que me verei obrigada a recusar sua proposta indecente, porque não posso chegar atrasada no trabalho hoje. - bico seus lábios rapidamente e saio de seu colo em um pulo antes que aquele ser gostoso tenha tempo de me deter nisso.

- Espera aí... Está me dispensando por causa de trabalho?

- Infelizmente! - respondo alto já do banheiro onde tinha ido deixar a toalha.

- Por isso que dizem que na vida tudo que vai, volta pra você.

- Por que está dizendo isso? - indago de volta ao quarto e lançando um rápido e curioso olhar à Sarah enquanto sigo na direção das meias que deixei penduradas junto com a roupa que separei para vestir agora.

- Bem é que já usei essa justificativa de trabalho para dispensar algumas mulheres logo na manhã seguinte a primeira noite em que passamos juntas.

Eu não gosto nada quando ela menciona sobre as outras mulheres com as quais se envolveu. Sei que ela teve uma vida antes de me conhecer - uma vida que diga-se de passagem, era BEM agitada - mas ainda assim me incomoda quando ela traz esse tipo de comentário para as nossas conversas, como desconfio que a ela também incomode quando falo dos meus ex's.

- Eu acho melhor você se levantar logo e tomar banho. - mudo de assunto. - Não posso chegar tarde no trabalho.

- O que faço com essa 'animação' toda que ainda persiste?

Por cima dos ombros observo que Sarah aponta para o volume em sua calcinha, que por sinal está bem evidente.

Eu juro que não queria, mas foi inevitável não rir da careta de angustiada de Sarah.

- Você ri é? - com os olhos espremidos, Sarah me encara e mais ainda que eu rio. - Não sabe como é incômodo ficar excitada assim.

Bate uma dó dela, então vou parando de rir.

- Desculpa. - peço, ficando de frente para a direção dela na cama.

- Desculpo se vier pra cama. - ela abre um sorriso safado.

- Não joga baixo comigo, sua tentação do inferno. - ela ri. - E eu tenho uma sugestão para o que você deve fazer com essa "animação" toda.

- Qual seria sua sugestão?

Só para provocá-la eu lhe sugiro:

- Uma ducha fria.

- Não quero ducha fria! Quero você, Ju! Volta pra cama, honey.

Estou prestes a rebater seu pedido quando ouço Camilla bater na porta do quarto e me dizer que falta quinze minutos para sairmos

- Eu levo a Juliette ao trabalho, Camilla. Pode deixar! - Sarah se adianta em dizer bem alto.

Adoro o fato de ir com ela para o trabalho. E é bom ver que ela parece ter deixado o "atrito" de ontem, no ontem mesmo. Vendo-a assim cheia de sorrisos e 'animada' desse jeito, nem parece a mesma mulher aborrecida e tensa de ontem a noite. Em parte foi minha culpa ela ter ficado daquela forma.

Quem manda ter lhe dito merda!

Bom dia pra você também, voz intrometida!

Bom dia, insolente!

E só pra você saber, eu não pretendo repetir mais a bobagem de ontem.

Quero só vê!

- Ah, então já vou nessa. - a fala de Camilla do lado de fora do quarto evita de eu dar uma resposta grosseira aquela peste de voz - Assim aproveito pra dar uma passada na cafeteria antes de ir para a editora. Tchauzinho pra vocês, meu casal!

- Tchau! - Sarah e eu dizemos juntas.

- Ainda dá pra você repensar sua decisão. - Sarah pisca com malícia para mim.

Ela não desiste, misericórdia!

- Sarah não dá. E se vai me levar como disse, então levanta logo e cuida de tomar seu banho, vai! Eu não posso me atrasar. - apresso aquela cretina enquanto apoio um dos pés no colchão para subir a meia calça pela minha perna. Hoje é reunião geral com editores e assistentes e não são admitidos atrasos de ninguém nessas ocasiões.

- Já vi que não vai rolar mesmo rapidinha alguma, né?

- Não. - infelizmente, porque eu adoraria isso. - Vai logo tomar banho, meu bem, por favor.

- Só vou porque pediu desse jeito e ainda me chamou de modo carinhoso. - ela sorri.

Sorrio de volta e vejo Sarah se levantar da cama. A peste só de provocação tira a calcinha ali no quarto mesmo para ficar exibindo seu membro excitado. E ainda tem a audácia de dizer: "Olha o que você está perdendo?!", antes de seguir desfilando de maneira engraçada com aquela ereção toda em direção ao banheiro.

- Peste! Você joga baixo, viu?! Mas não vai me persuadir, cretina. - falo alto para ela.

De dentro do banheiro apenas ouço Sarah rir alto.

🔞🔞🔞


- Se importa de eu ligar o rádio Sarah?

Gosto de ir ouvindo música, me relaxa e faz o caminho para o trabalho passar mais rápido.

- Sinta-se à vontade, honey.

Ligo o aparelho de som e vou mudando as estações até parar em uma que toca o comecinho de With or Without You do U2. Resolvo deixar naquela música mesmo porque a adoro. E sem perceber, já estou cantarolando a canção.

- Você canta bem.

Olho para Sarah e ela sorri, voltando sua atenção a rodovia.

- Canto tão bem quanto um pato rouco, né?

Ela ri alto e balança a cabeça de maneira negativa.

- Não acho isso. Inclusive gostei da sua voz cantando. É linda demais!

Ela pisca um olho para mim ao desviar rapidamente sua atenção da rodovia para olhar mais uma vez na minha direção.

Já que ela tinha gostado, eu prossigo a cantoria e recebo vez ou outra olhares seguidos de sorrisos de Sarah.

A música chega ao seu final e o radialista anuncia a próxima By My Side de uma banda chamada INXS. Sarah aumenta um pouco mais o volume do som, pois diz que gosta daquela música.

- Então é a sua vez de cantar.

Ela me olha assustada.

- Não!

- Ah, canta essa música pra mim, vai. Eu cantei a anterior pra você. Agora sua vez de retribuir a gentileza.

- Nem pensar. Sou péssima cantando, honey.

- Então acabo de descobrir algo além de contar piadas em que você não é... Excelente? - ela apenas sorri. - Mas aposto que você não deve ser tão pior assim que eu cantando. Vai, canta! Estamos só nós duas. Mais ninguém além de mim vai te ouvir. E eu prometo não te zoar muito se você se sair ruim.

Satisfazendo a minha vontade, ela começa a cantarolar o trecho que toca.

- In the dark of night... Those small hours... I drift away... When I'm with you

Sorrio surpreendida positivamente, pois ela não canta ruim como disse. Sua voz rouca é bem agradável e segue no compasso exato da canção.

- In the dark of night... By my side... In the dark of night... By my side... I wish you were... I wish you were

Seus dedos batem no volante do carro enquanto Sarah canta. Ela ainda canta mais um pedaço e depois para, alegando que já está de bom tamanho.

- Você canta bem sim.

- Gentileza sua. - Sarah diminui um pouco o volume do som e um instante de silêncio nos envolve. Noto a expressão do meu amor ficar séria.

- Que foi? - toco em seu braço.

- Estou pensando aqui seriamente se devo passar na casa da coroa depois que te deixar no trabalho ou apenas ligar pra saber como ela está.

- Posso te dar uma sugestão sincera? - ela assente. - Vá lá. Certifique-se pessoalmente do estado dela.

Percebo que minha resposta a surpreende. Acho que ela julgou que por conta da mãe dela não gostar de mim, eu fosse convencê-la a apenas ligar e não ir ver a mãe. Mas eu jamais farei isso. Por mim, ela nem teria se desentendido com a própria mãe. Me deixa angustiada saber que por minha causa elas brigaram a ponto da mãe dela chegar a parar em um hospital.

- Apesar dos problemas que vocês têm e do fato dela não aceitar sua relação comigo, ela é sua mãe. Isso nunca mudará, Sarah.

- Meu pai sempre dizia isso mesmo de "apesar dos problemas Abadia é minha mãe e isso nunca iria mudar". Tenho mais certeza ainda de que se ele fosse vivo, iria gostar de você.

Sorrio, tocando seus cabelos e ouvindo Sarah me confirmar logo em seguida que irá ver a mãe, ao invés de só ligar.

- Boa garota.

- Nem sempre!

Aproveitando que a mãe dela está sendo o nosso assunto, eu resolvo partilhar com Sarah sobre a minha ideia de procurar Abadia para conversar com ela a sós. Óbvio, que não pretendo fazer isso agora, já que a mulher ainda está se recuperando do susto de ontem. Minha intenção é de procurá-la na semana que vem. Porém ao me ouvir dizer tal coisa, a Srta. Gostosa me encara na mesma hora e é categórico em dizer para eu "descartar essa ideia".

Franzo a testa diante de tal fala feita de maneira exasperada e ríspida.

- Sarah quero conversar com sua mãe e desfazer o pensamento errado que ela tem de mim. - tento argumentar sobre minhas intenções através daquele encontro com a mãe dela, para ver se assim a Srta. Gostosa entende meu propósito com tal encontro.

- Nem pensar! Deixa a coroa na dela, Juliette. Não a procure pra conversar nada.

Novamente um silêncio de poucos segundos toma conta do carro até que eu ainda não satisfeita, torno a me pronunciar querendo saber de Sarah suas razões para não querer que eu procure a mãe dela. Talvez fosse mera ilusão minha, mas de verdade achei que Sarah fosse aprovar e até me incentivar a isso, mas não. Ela se mostra inteiramente avessa a essa ideia.

- Abadia já foi grosseira com você na minha presença. Tenho certeza que se procurá-la longe dos meus olhos, ela será grosseira em dobro. E se isso acontecer, eu vou esquecer que ela é minha mãe e tirar sérias satisfações com ela.

Longe de mim piorar mais ainda as coisas entre ela e a mãe. Só achei que aquela minha atitude pudesse quem sabe, amenizar as coisas. Era apenas uma tentativa, mas ouvindo Sarah falar desse modo, acho que não será mesmo uma boa ideia procurar a mãe dela.

- Eu só faria isso por você. Ela é sua mãe e...

Sarah nem sequer me deixa concluir a fala e vai logo dizendo que se eu quero fazer algo por ela, então que eu não procure sua mãe para nada.

- Pode fazer isso por mim? - ela me lança um rápido olhar antes de pegar a curva para a avenida principal.

- Posso! - respondo, virando o rosto para encarar a rua pela janela fumê do carro.

O restante do trajeto até a editora foi feito em total silêncio por nós e embalado pelas músicas que tocam no rádio.

- Está entregue ao seu trabalho, senhorita.

- Obrigada! Até mais. - lhe dou um rápido beijo e já estou pronta para abrir a porta do carro, quando Sarah me detém e questiona se eu fiquei aborrecida com o fato de ela não ter concordado em eu ir conversar com a mãe dela. - Sinceramente? - ela assente de modo positivo. - Um pouco, mas entendo suas razões pra isso. Além do mais, nunca iria me perdoar se você brigasse mais uma vez com sua mãe por minha causa.

Tudo bem que ela já tinha me dito que a relação com a mãe nunca foi das melhores, mas eu não vou me sentir bem se ela se desentender de novo com Abadia ou pior ainda, for as vias de fato com a mulher por minha causa. Isso jamais!

- Eu conheço a mãe que tenho, Ju. E vai por mim... Ela será mais uma vez de uma extrema grosseira com você se for falar com ela sem eu estar presente. Por isso que não quero que vá procurá-la. Quero evitar confusão com ela e desgosto a você.

Se a minha ida até a mãe dela irá acarretar em mais confusão ainda, então melhor nem ir mesmo falar com aquela senhora.

- Tudo bem. Eu não vou procurá-la!... Agora preciso ir.

- Antes eu preciso te falar mais uma coisa. - ela me detém novamente. Assim eu vou chegar atrasada por culpa dela.

- Não vai demorar, né? Senão vou me atrasar. Estou quase em cima da hora.

- O que tenho pra falar vai ser rápido. - sinalizo com a mão para que ela prossiga em sua fala e assim Sarah faz: - Agora que já terminei com a sua prima e contei a coroa sobre nós, só me resta falar com os seus pais. - engulo seco já imaginando que mais merda virá pela frente dessa conversa com meus pais. - Quero que ligue hoje ou amanhã pra eles e diga que nesse próximo sábado está indo lá falar com eles. Aí, nós vamos cedo no meu jatinho pra Santa Mônica. Falamos com Lourival e Fátima sobre nós e já faço logo o pedido de casamento ao seu pai.

Ela fala aquelas coisas de uma maneira tão natural que parece tudo tão simples e prático de ser resolvido. Mas eu sei que não será assim. A meu vê não será uma boa ideia essa dela de fazer o pedido agora. Sem contar que eu prefiro ir sozinha até eles para falar a sós com meus pais sobre meu relacionamento com Sarah. Chego a externar exatamente isso à Srta. Gostosa, mas ela não tem a menor chance de se pronunciar, pois seu celular toca bem na hora. Agradeço mentalmente por isso.

- É da casa da minha mãe. - ela revela ao olhar no visor do aparelho.

- Então atenda. Eu já preciso ir mesmo. - lhe dou outro beijo e saio do carro. Mentalmente agradeço mais uma vez o fato daquela ligação ter interrompido nosso diálogo.

- Te ligo mais tarde. - ela diz de dentro carro.

Apenas assinto já do lado de fora do veículo. Aceno para Sarah e sigo meu caminho de poucos passos até a entrada do prédio. Antes, porém, de cruzar a porta giratória da editora lanço um último olhar à Sarah e ela está com uma das mãos deslizando pela testa, parece estar discutindo ao celular. Balanço a cabeça e entro no prédio.

🔞🔞🔞

- Cami o que você têm? - cochicho enquanto seguimos com nossos almoços na direção da mesa onde nossos amigos estão a nossa espera.

Camilla está estranha, meio triste e calada, coisas que não condizem com ela e sua personalidade alegre e falante, isso me chama mais ainda a atenção. Desde a reunião ocorrida há horas que notei algo de errado com minha amiga, mas na ocasião não houve qualquer oportunidade de saber de Cami isso. E logo depois da reunião terminar não deu também, porque tive bastante trabalho com Pocah. Todavia, agora que estamos no nosso horário livre de almoço, não perco a chance de saber a razão daquele comportamento tão avesso da minha amiga.

- Depois eu te conto! - ela me cochicha de volta. Seu sorriso forçado ao fim da fala me dá a certeza de que algo realmente de errado aconteceu.

Chegamos ao nosso grupo e durante todo nosso horário de almoço eu noto Camilla quieta. Ela pouco come e seu comportamento até chama a atenção dos demais. Indagada sobre o que tinha, Camilla apenas responde que não teve uma boa noite de sono. Mas quando ela foi me chamar no quarto, eu podia apostar pela sua voz que ela parecia bem. Algo deve ter acontecido depois que ela saiu de casa. Eu preciso falar com a minha amiga e tentar descobrir o que houve com ela.

Espero o fim do almoço e quando este vem, e o pessoal se despede para voltar aos seus respectivos postos de trabalho, eu puxo Camilla até o banheiro com a desculpa de nós retocarmos a maquiagem. Mas tão logo chegamos lá e ficamos sozinha após duas outras funcionárias saírem do banheiro, eu indago Camilla sobre o que ela tem.

Após dar um longo suspiro e ficar em silêncio com cara de choro, minha amiga conta que após sair de casa deu uma passada na cafeteria que vez ou outra nós passamos no caminho para à editora e ao entrar no lugar, se deparou com a cena de Daniel aos beijos com uma garota em uma das mesas do local.

- Ai, amiga, sinto muito. - abraço Camilla.

- E eu já estava até gostando dele, sabe?

Gostaria de saber qual o prazer de alguns homens em nos enganar? Se não gosta da mulher porquê não termina em vez de ficar nos traindo? Eu hein?! Ô, raiva!

- Eu sei bem o que você está sentindo agora.

Ah, e como eu sabia!

- Fui até ele e acredita que o safado ainda tentou dizer que não era o que eu estava pensando? - Camilla se afasta, desfazendo nosso abraço.

- Que cara de pau! Essa frase só piora mais ainda a situação. Quando Bruno disse isso na vez em que eu o flagrei com a Vitória, a minha raiva triplicou.

- A minha também. Eu quis bater nele e na mulher, mas me dei conta que só seria perda de tempo. Avisei pra ele não ousar me procurar nunca mais.

- Se ele botar os pés lá em casa eu acabou com ele. - ameaço com raiva por aquele cara fazer aquilo com a minha amiga.

- Acredito que ele não fará isso. Agora é bola pra frente e vida que segue. Daniel não é o único homem na face da terra. Vou arranjar outro muito melhor e mais gostoso que ele.

Camilla sorri forçadamente e vejo que aquilo é só um gesto para evitar que seu choro venha. É nítido que ela está fazendo um esforço para não ceder aquilo. Eu iria comentar sobre tal fato, porém não houve tempo já que Cami anuncia que precisamos voltar ao trabalho. E assim nós fazemos.

Já em minha mesa momentos mais tarde, eu redijo um documento para a minha chefe, mas vire-mexe penso no que minha amiga me contou e sinto uma tremenda raiva. Daniel se mostrava um sujeito tão gente boa e parecia estar gostando da Camilla, mas no fim das contas ele demonstrou ser tão canalha quanto meu ex foi comigo. Que ódio desse tipo de homem! Se pudesse exterminar todos esse tipos da terra, eu exterminaria!

"Mas se você cruzar o meu caminho Daniel vai ouvir poucas e boas. Ah, vai!", Penso, apertando com força o mouse do computador antes de dar um clique no botão para abrir outro documento semelhante ao que redigi.

Meu celular toca na bolsa e interrompo o trabalho para atender a chamada. Na tela vejo o nome de Sarah. Atendo prontamente sua ligação. Nela, a Srta. Gostosa me conta um tanto aborrecida que está indo viajar às pressas daqui a pouco para à Alemanha por conta do funcionário que roubou a fórmula do medicamento e posteriormente tentou matá-la - enfim encontraram o sujeito. E depois de ir se certificar com os próprios olhos que o sujeito está preso, ela conta que irá à Amsterdã, Haarlem e Wormer, todas cidades da Holanda, encontrar-se com fornecedores de produtos e maquinários farmacêuticos.

- Eu pretendo voltar na sexta a noite, pois sábado iremos viajar pra falar com seus pais, ok?

- Eu posso fazer isso sozinha, Sarah.

- Não! Quero ir junto. Estar com você quando contar. E não quero discussão quanto a isso, honey.

"Mandona!", Penso comigo.

Resolvo não contestar sua fala para não haver discussão entre nós. Mas eu ainda vou tentar persuadi-la dessa ideia de estar junto comigo quando contar aos meus pais sobre nós. Ainda terei uns dias pela frente para isso.

- Espero que ligue para Lourival e Fátima logo.

- Eu vou ligar, Sarah.

Ela não precisa ficar me lembrando o que tenho que fazer, porque eu sei.

- Agora preciso desligar. Tenho que ajeitar umas coisas aqui em casa, pois saio já já.

- Boa viagem e cuidado.

- Pode deixar!... Vou sentir sua falta.

Sorrio toda boba.

- Eu também vou sentir a sua, cretina.

Ouço o som da risada de Sarah do outro lado da linha e logo em seguida nos despedimos com um "te amo" de ambas às partes.

Suspiro após guardar o celular na bolsa. Já estava sentindo sua falta antes mesmo dela ter partido.

Droga esqueci de perguntar como estava a mãe dela. Mas quando Sarah ligar de novo eu pergunto.

Só não esquece a cabeça por aí porque ela fica grudada no pescoço.

Se manca, intrometida, eu hein.

Novamente o celular toca. Deve ser a Sarah. Ótimo, porque assim posso saber agora mesmo da mãe dela.

Apanho o celular mais uma vez e franzo a testa ao ver um número que eu não conheço, mas que tenho a impressão de já ter visto antes.

- Alô! - atendo porque pode ser importante e referente a trabalho.

- Você pode ter ganho a batalha, mas não a guerra... Irmãzinha!

Eu não tive tempo nem de rebater aquela afronta, pois a ligação foi encerrada tão logo Anitta acabou de falar.

Na mesma hora ligo de volta. Não vou deixar aquilo por isso mesmo. Ela não vai me ligar ameaçando e ficar assim. No terceiro toque a voz antipática de Anitta fala ironicamente meu nome.

- Escuta aqui, você não me ameaça não, que eu já te disse que não tenho medo de você, Anitta.

- Não pense que vai ficar com a Sarah, porque você não vai, Juliette. Sarah vai casar comigo, maninha!

- Pára de me chamar de "maninha", "irmãzinha" ou algo parecido. Nós somos PRIMAS!... E vai sonhando que a Sarah ainda vai casar com você. Pelo que sei, ela já terminou o compromisso de vocês.

- Mas eu vou reverter isso. Tenho uma grande vantagem sobre você, Juliette. Sou bem quista pela mãe da Sarah, ao contrário de você.

- Claro, você a envenenou contra mim.

- Eu não tenho nada a ver com isso.

Ouço sua risada irônica soar do outro lado da linha.

- Por que será que eu não acredito em você?

- Eu não sou a única que não te quer perto da Sarah. Sua ex-amiga, por exemplo, é uma dessas pessoas. Vitória falou um monte sobre você. E ela foi bem convincente, sabia?

Filha da mãe! Vitória me paga, essa vaca!

- Você e ela são duas...

Ela nem me deixa concluir e mais uma vez ratifica sua ameaça sobre contar aos nossos pais sobre meu caso com a noiva dela.

- Ex-noiva. - a corrijo prontamente. - E quer saber do que mais? Pega essa sua ameaça e engole.

Bato o telefone na cara dela.

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Vitória e Anitta em uma aliança contra a Juliette?

Tá vindo rajadão pela frente 🗣️🗣️

Xero e até sexta-feira 😘

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