Capítulo 35

3/4

🔞🔞🔞


Hellen prontamente se pronuncia, pedindo mil desculpas a Sarah e dizendo que pediu para a irmã dela esperar que vinha avisar sobre sua visita, mas Carla não lhe deixou.

— E desde quando eu preciso ter minha presença avisada, Hellen? - Carla lança um olhar reprovador para a pobre da mulher, que baixa a cabeça encarando o chão. Acho que se pudesse Hellen se enfiaria debaixo da terra.

Depois da resposta atravessada a Hellen, Carla volta a encarar Sarah e eu, que me encontro escondida atrás da Srta. Gostosa.

— Tudo bem, Hellen. Nos deixe a sós com minha irmã. - Sarah se pronuncia uns dez segundos depois de Carla estar em silêncio nos olhando séria e com ar de recriminação.

— Me desculpe, senhora Andrade.

Sinto até dó dela. A coitada não sabe onde enfiar a cara. E eu atrás de Sarah não estou tão diferente dela. Mal tenho coragem de sustentar o olhar na direção de Carla. Para falar a verdade, eu sequer consigo dirigir um olhar a irmã de Sarah.

— Não se preocupe, Hellen. Pode ir.

Ela não precisou de uma terceira ordem para sumir dali. Eu adoraria ter essa chance também de sumir daquela sala.

Assim que Hellen nos deixa as três sozinhas, Carla não perde tempo e sem papas na língua dispara:

— Que porra é essa de vocês duas se pegando desse jeito, Sarah?

Ignorando a pergunta da irmã, Sarah se vira para mim, apanha de cima da mesa minha regata e me estende a peça.

— Vista, honey!

Mais que depressa puxo da mão dela a peça e me visto com ela rapidamente. Juro que se houvesse um buraco ali, eu me atiraria nele de cabeça e sem pensar duas vezes.

Vejo Sarah vestir na maior calma e paciência a sua camisa, que apanha da mesa de pebolim. Ela parece tão tranquila ao contrário de mim.

— Vai ficar tudo bem. - Sarah sussurra após se vestir enquanto segurava meus ombros e me envia uma piscadela.

De relance, observo por cima de seus ombros, que Carla nos espreita à espera de uma resposta. Pela cara dela não parece nada contente e temo que as coisas não fiquem tão bem assim como Sarah sussurrou.

Aquilo só está acontecendo por culpa dela. Se tivesse trancado a porta esta situação toda teria sido evitado. Mas não! Aquela teimosa não trancou a bendita da porta e olha no que deu.

— Estou esperando por alguma resposta, Sarah.

A Srta. Gostosa me lança um sorriso confiante e então se vira para sua irmã. Passando um dos braços por minha cintura, ela declara sem entremeios:

— Juliette e eu, nos apaixonamos e estamos juntas, Carla.

Eu não sei se lhe dou um beijo por ela ter contado aquilo assim a seco ou se lhe golpeio pelo mesmo motivo. Ela deveria ter tido mais cautelosa ao revelar aquilo.

Vejo na cara de Carla a surpresa, beirando a espanto, diante daquela revelação. Seus olhos arregalados estão quase saltando para fora do rosto.

— O que foi que disse?

— Exatamente o que ouviu, Carla.

Sinto que a mão de Sarah apertar de leve minha cintura. Olho para seu rosto e com o queixo erguido, Sarah tem o olhar fixo na irmã, encarando-a com altivez e sem qualquer temor.

— Você é noiva da prima dela.

Carla aponta para mim em descrença total. Ela parece claramente não acreditar naquilo.

— Vou terminar meu compromisso com Anitta para firmar um com Juliette.

Ao contar isso Sarah me puxa mais ainda para junto dela. Me sinto protegida e segura como se nada e nem ninguém pudesse me atingir. Mas ao mesmo tempo também há o sentimento de temor em virtude da forma como a irmã de Sarah nos olha.

— Você está louca, não é? Ou melhor, as duas enlouqueceram, não foi?

— A gente se apaixonou, Carla. E se, se apaixonar virou sinônimo de loucura... Então, Juliette e eu enlouquecemos mesmo, mana.

Se eu não estivesse tão apavorada com a situação e com meus músculos da face travados, até sorriria de alegria e felicidade por achar fofo e lindo o que Sarah acaba de falar. Mas eu sou incapaz de sorrir.

— E você fala assim?

— E quer que eu fale como?

Eu que até então me encontro calada, resolvo me pronunciar naquele papo e não deixar só para Sarah a tarefa de nos defender e explicar sobre nós a irmã dela.

— Carla nada disso foi planejado. Aconteceu! - diante de tal fala, eu atraio instantaneamente, os olhares das duas irmãs. Tendo suas atenções em mim, eu explico: - Quando conheci a irmã houve um interesse mútuo e a gente acabou... "ficando", mas eu não sabia que ela era comprometida com a Anitta e nem ela sabia que eu era prima dela. Soubemos disso quando você e ela foram pra casa dos meus pais, e Anitta nos contou do noivado. -  resumo a ela toda a história. Carla me encara com desconfiança e de semblante nada amigável.

— Mana foi um susto pra mim, quando cheguei lá e descobri pelos porta-retratos que Juliette é parente da Anitta.

— Pois não percebi nada. Você soube disfarçar muito bem isso pelo visto.

— Eu tinha que disfarçar. Seria constrangedor demais se notassem.

— Todo esse tempo vocês estão de caso?

Aquela palavra final de Carla me deixa desconfortável. "Caso", esse termo é tão forte, mas infelizmente é a realidade. Sarah e eu temos um caso! Eu sou sua amante, pois oficialmente ela ainda é comprometida com minha prima, mas mantém uma relação extra comigo. Portanto, mesmo detestando tal fato, eu tenho que reconhecer qual é o meu atual papel naquela relação e este é de amante, por enquanto.

— Carla é da Juliette que eu gosto, mana. E se nós estamos mantendo isso as escondidas, é porque ainda não falei com a dona Abadia. Quero contar primeiro pra ela e os sócios. Assim que fizer isso falo com Anitta e desmancho meu compromisso com ela.

— Você não respondeu o que eu perguntei, Sarah.

— Estamos juntas de fato a pouco tempo.

— Então em Santa Mônica, vocês não estavam juntas?

— Não. - me apresso em responder e explico: - Antes do reencontro na casa dos meus pais, eu e sua irmã estávamos dez dias sem nos vermos, Carla. A primeira e única vez foi na festa. E depois disso não nos vimos mais, porque não trocamos número de contato algum para tal.

— E vocês acham certo estarem enganando a Anitta desse modo? Pelo que percebi ela gosta de você, Sarah. E ainda está esperando um filho seu.

E lá vamos nós para a história do filho...

— Essa criança não é minha, Carla!

— Como?

Carla se surpreende enormemente com o que ouve e ela não foi a única. Eu também fico surpresa, porque não estava esperando que Sarah revelasse aquilo a irmã dela.

— Eu não sou a mãe do filho que Anitta espera.

— Mas como assim?

— Você sabe que ela e eu tínhamos uma relação aberta. Ficávamos juntas, mas também ficávamos com outras pessoas. Não havia compromisso real entre nós.

— Eu sei, você me disse algo a este respeito. E, sinceramente, não entendo como isso entre vocês podia ser taxado de relação.

— Mas era!

Assim como Carla, eu também não via como aquilo podia ser denominado de relação mesmo. Mas enfim, tem gosto peculiares para tudo, inclusive para formas de relacionamentos.

— Se você não é a mãe então de quem é essa criança, Sarah?

— Boa pergunta. Não sei. Anitta não quis me contar isso de jeito algum.

Mas eu sei bem porque ela não quis te contar.

— Por que mentiu que o filho é seu?

— Por causa da condição que existe pra que eu assuma o controle da empresa. Você sabe que eu quero muito isso.

— Agora tô vendo que quer mesmo.

— Além do mais, eu te contei que meu casamento com ela é somente um acordo pré-estabelecido entre ambas as partes, justamente, por conta dessa condição.

— Mas como pôde esconder de mim isso do filho não ser seu, Sarah?

Carla demonstra certa indignação e ressentimento.

— Anitta me fez jurar que não contaria a ninguém sobre o bebê não ser meu.

Então é por isso também que ela não contou ao tal Rodolffo, seu amigo. Com certeza, minha prima a fez jurar para não correr o risco disto chegar aos ouvidos do verdadeiro pai da criança. Ou será que é do conhecimento de Rodolffo ser o pai desta criança e ele próprio quem pediu a minha prima para não contar isso? É bem capaz, já que o sujeito é casado e, com certeza, não vai querer ver tanto seu casamento ser arruinado pelo surgimento de uma gravidez fora do matrimônio, quanto a sua amizade com Sarah ir pelo ralo. Difícil saber quem é o pior nesta situação toda: Rodolffo ou Anitta.

— Quer dizer que o meu sobrinho, não é meu?

Coitada da Carla é visível sua decepção e frustração.

— Pra todos essa criança é minha, portanto seu sobrinho ou sobrinha. Ninguém deve saber que isso é mentira, Carla.

— Por quê?

— Porque não. Já me comprometi com Anitta a assumir o filho dela como meu e vou manter isso.

— O que você acha disso, Juliette? Está de acordo?

Me desconserta a pergunta a queima roupas dela. Jamais imaginei que Carla fosse me lançar aquele questionamento de supetão e noto que as duas irmãs me encaram de maneira acintosa à espera de uma resposta. Eu deveria dizer a verdade, contudo, opto por não dizê-la.

— Carla essa é uma decisão da sua irmã, que eu prefiro não me intrometer e nem opinar. Até porque ela já tem a decisão dela muito bem tomada.

Eu vou manter a minha opinião só para mim mesma.

— Você gosta de verdade dessa babaca da minha irmã, Juliette?

— Ei, sua anã! Isso é jeito de falar da sua irmã mais velha?

Vejo Sarah acertar um leve tapa no braço de Carla que abre um sorriso.

Sorrio também. Depois da tensão de momentos atrás, é bom ver que agora, o clima é mais leve e descontraído. Mudou da água para o vinho.

Lanço um olhar para Sarah postada ao meu lado e só então respondo a pergunta de Carla com toda a verdade, que há dentro do meu coração.

— Gosto demais, como nunca havia gostado de outra pessoa antes, Carla. - e voltando minha atenção a irmã de Sarah, eu prossigo lhe dizendo: - Saiba que pra mim não é nada confortável esta situação toda dela e eu estarmos juntas com Sarah ainda comprometida com minha prima. Mas ela me garantiu que vai resolver isso assim que a mãe de vocês voltar.

— E vou mesmo, honey.

— É nisso que estou acreditando.

— Acho bom mesmo você resolver, mana, porque nem a Anitta e nem a Juliette, merecem esta situação.

— Sei bem disso, Carla. Não pense que me agrada enganar Anitta e esconder dos outros o que Juliette e eu temos. Por mim pegava o telefone e contava a coroa logo, mas isso não é conversa pra se tratar por telefone. Você sabe bem como é a nossa mãe.

- Ô, se sei!

- Então, vou esperar a dona Abadia voltar na sexta e resolver essa situação.

— Se vocês se gostam como dá pra ver na cara de vocês... Então vão em frente. Mas você tem que terminar logo com a Anitta, Sarah.

— Eu vou terminar.

— Certo!

— Agora que esclarecemos o flagra que nos deu, me diz o que veio fazer aqui?

— Estava passando por perto e resolvi parar pra te visitar. Achei que estaria sozinha, de bobeira aqui. Então ia te convidar pra gente ir naquele barzinho de sempre. Mas você já tá muito bem acompanhada e acredito que nem vá aceitar o convite, não?

— Fica pra uma próxima, mana.

— Tudo bem. Vou indo então.

Carla e Sarah trocam um abraço. Depois a irmã da Srta. Gostosa veio se despedir de mim com um abraço.

— Tchau, Juliette.

— Tchau, Carla. E me desculpa pela forma como descobriu sobre sua irmã e eu. - peço após nosso abraço.

— Que isso! Não esquenta. Foi só um susto de momento. Além do mais, já flagrei aqui situações bem mais constrangedoras que esta, não é Sarah?

— Ah, é? - olho para Sarah não gostando nada daquela informação dada por Carla.

— É! - Carla quem respondeu.

— Você não estava indo, Carla Carolina? - Sarah diz e sinto certa tensão em sua voz.

— Estou indo, Sarah Carolline! Não precisa me expulsar para evitar que eu conte seus casos pervertidos a Juliette.

— Cala a boca, anã. Bora, que a gente te leva até a porta.Vai. - Sarah empurra a irmã que ri. Ao lado dela eu apenas lanço um olhar reprovador a Srta. Gostosa.

Nós três seguimos para à sala e após uma nova despedida com abraços, Carla vai embora do apartamento de Sarah.

— Depois daquela reação dela ao nos flagrar naquela situação, eu achei que sua irmã ia ser terminantemente contra a gente. - comento com Sarah assim que Carla já tinha ido.

— Minha irmã nunca ia ser contra a gente. Até porque, ela não mencionou, mas vou te confidenciar que quando voltamos da sua cidade, ela comentou comigo que tinha gostado bastante de você. Inclusive chegou até a dizer, que se gostasse de mulheres, ia investir em você.

— Nossa! Sério?

— Muito! E que bom que a minha irmã é hétero e apaixonada pelo namorado dela, porque eu não ia gostar nada de tê-la como uma rival e ficar disputando você com ela. Ia parecer coisa de novela.

Eu não resisto e rio do comentário de Sarah.

E não seria nada desagradável ser disputada por duas loiras lindas como as irmãs Andrade. Seria uma disputa entre a certinha X a mulherenga. E apesar de gostar das certinhas, neste caso, em particular, eu prefiro ficar mesmo com a mulherenga, no caso, a Sarah, a minha Srta. Gostosona.

— Ia mesmo! - concordo. - Agora mudando de assunto, que história é essa dela já ter flagrado situações mais constrangedoras aqui?

— Sério que você vai querer ir pra esse caminho?

Pensando melhor acho que não faz sentido algum ficar abordando esse assunto. Ela teve uma vida antes de mim, assim como, eu tive uma antes dela. E creio que futricar o passado dela, querendo saber: Quantas e quais foram algumas dessas situações que Carla já flagrou da irmã, não seria agradável para mim. Melhor nem saber ou tentar descobrir. Certamente, é um bem que faço a mim mesma não buscar àquelas respostas.

Eu já ia responder ao questionamento de Sarah, quando Hellen aparece na sala.

— Senhora Andrade, mais uma vez queria lhe pedir desculpas pelo ocorrido. Lhe criei um grande problema com sua irmã, não é?

— Fique tranquila, que não criou. Tudo foi resolvido e esclarecido com ela.

— Fico aliviada então. Vou terminar de fazer o serviço que eu estava fazendo pra ir embora. Com licença.

— Toda.

— Coitada! Ela ficou visivelmente sem graça com a situação. - comento após Hellen nos deixar a sós na sala.

— É, mas a culpa não foi dela.

— Não foi mesmo. Foi sua, sua cretina, por não ter trancado a bendita da porta, quando estávamos juntas.

Ela abre um sorriso divertido.

— Eu assumo minha total culpa. E, prometo que vou trancar a porta dessa vez. Agora vamos voltar lá para a sala de jogos, pois ainda quero o meu prêmio pela vitória no bilhar.

— Quer?

Não é possível que ela ainda esteja no clima para isso?

— Claro! E quero muito! Portanto, vamos voltar pra sala agora.

Antes que eu pensasse em dizer algo, Sarah já tinha me pego no colo e me jogado sobre seus ombros, exatamente como fez lá na casa dos meus pais.

— Sarah me põe no chão.

— Não!

— Ai! - reclamo, rindo quando ela acerta um tapa na minha bunda.

— Ah! Antes de irmos, preciso dar um aviso à Hellen.

— Você não vai me levar assim até a cozinha vai?

Sem se dar ao trabalho de responder, a cretina segue comigo em seus ombros até a cozinha.

— Eu não acredito que você esteja fazendo isso. - resmungo em desaprovação e escuto aquela cretina rir desavergonhadamente.

Ela chega na cozinha e dá ordens expressas a Hellen de que não quer ser importunada na sala de jogos de maneira alguma. E se alguém ligar querendo falar com ela é para dizer que não está. Pode ser quem for, mas ela não está para absolutamente NINGUÉM! E, por fim, ainda avisa de que assim que a secretária terminar seu serviço, ela pode ir sem avisar mesmo.

— Sim, senhora! - ouço Hellen concordar com Sarah.

E quando aquela cretina de uma figa se vira para sair da cozinha, vejo Hellen me encarar com uma cara de puro divertimento com aquela cena ridícula de mim nos ombros de Sarah feito uma saca de batata.

— Que vergonha, você me fez passar! - reclamo com Sarah quando já tínhamos saído da cozinha.

Ela apenas ri e bate na minha bunda outra vez, enquanto seguimos pelo corredor.

— Ai! Eu vou bater na sua bunda também. - ameaço aquela cretina.

— Pode bater! Palmada de amor não dói mesmo! - a cretina cai na risada.

Em questão de poucos instantes nós entramos novamente na sala. Vejo Sarah agora trancar a porta e se afastar da mesma após isso. Alguns passos depois, ela me coloca no chão e ao encarar a Srta. Gostosa, eu posso vê-la com um sorriso estampado na cara.

— Isso não foi engraçado! - reclamo séria e ela ri.

— Foi sim!... Agora somos... Você e eu sobre essa mesa, honey!

O sorriso em seus lábios some e o olhar que ela me lança após essas últimas palavras que me dirige, fazem meu ventre se contrair com o que acontecerá conosco naquela mesa.

Hora de servir de jantar para aquela cretina linda e alimentar a fome insaciável que ela tem de sexo.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top