Capítulo 25

Talvez Richard estivesse certo sobre casar com Stephany sem amor, mas isso não parecia ser um problema, porque os dois se davam muito bem na cama. O fato dela ser cinco anos mais velha também não influenciava nada em um possível relacionamento sério entre eles, o verdadeiro problema era mesmo o fato de ela não poder ter filhos, pois John pretendia ter ao menos um filho, mas não adotivo.

Melissa seria outra opção, mas John também não a conhecia direito, não sabia se tinha família ou morava sozinha e também não sabia se ela poderia ter filhos, no final das contas John ainda estava indeciso e talvez deixasse esta decisão para a última hora mesmo.

Naquele dia durante o trabalho, enquanto estava pegando um cafezinho, Stephany se aproximou dele.

— A noite de ontem foi maravilhosa, gostaria de repeti-la todos os dias, não consigo entender por que um homem como você ainda está sozinho.

— Eu também gostaria de entender, mas isso está perto de acabar. Ano que vem não estarei mais sozinho, não importa o que vai acontecer nos próximos dias.

Neste momento Richard se aproximou.

— Falavam sobre o que?

— Apenas sobre os planos para o futuro, preciso dar um rumo para a minha vida — respondeu John.

— Já sabe o que vai fazer?

— Como eu já lhe disse, vou esperar até o final do ano, se não encontrar aquela moça vou me casar com qualquer outra mulher, mas sozinho não fico mais.

Stephany ouviu aquela frase e ficou imaginando se esta mulher poderia ser ela, mas não quis perguntar a John se ele já tinha em mente qual seria essa outra mulher. Porém, Richard sabia que Stephany era sim uma das opções de John.

— Bom, vamos voltar ao trabalho — disse John.

Naquela noite John foi ao bar da Marina, conforme seu cronograma. Chegou ao local e logo o garçom já trouxe o de costume sem ele nem ao menos pedir.

Passou aproximadamente uma hora e John já estava cansado de ficar ali, esperando algo acontecer. Neste tempo ficou relembrando as mulheres com quem ele já havia saído.

"Jane, Jodie, Nicole, Melissa, Stephany e ainda tem aquela outra que eu nem ao menos perguntei seu nome. Tudo isso em menos de um ano. Desse jeito estou quase igual a uma prostituta", pensou John. Afinal já tinha perdido a conta de quantas vezes tinha dormido com Stephany e com as outras mulheres com quem costumava transar.

Naquela noite, John não viu nenhuma de suas amigas e, como era até de se esperar, também não encontrou a moça que estava procurando.

Pagou a conta e saiu pelas avenidas da cidade, era pouco provável, mas quem sabe ela cruzasse em sua frente como já havia acontecido.

John andou por uma rua que não costumava frequentar, algumas mulheres estavam ali, quem sabe esperando algum cliente aparecer. Talvez não fossem prostitutas, mas isso era pouco provável.

"O que estas mulheres estariam fazendo aqui sozinhas se não fosse por isso?", pensou ele.

Quando se aproximou uma delas levantou a mão e John parou.

— Olá! Está querendo se divertir? — perguntou a mulher colocando a cabeça para dentro do carro de John.

— Quanto você cobra?

— Depende do serviço. Varia de vinte a cem dólares.

— Na verdade, hoje não estou a fim, só parei o carro porque você ergueu a mão. Pensei que queria uma carona.

— Tudo bem! — disse a mulher.

— Mas já que tomei seu tempo fique com seus vinte dólares.

— Obrigada moço.

John soube se sair daquela, mas na verdade jamais transaria com aquela mulher. Não era feia, mas começou a imaginar com que tipo de homens uma mulher daquela saía, ficando ali na beira da rua esperando alguém aparecer. Na verdade, começou até a imaginar com que tipo de homens as outras prostitutas com quem ele havia feito sexo também saíam. Talvez fosse melhor nem imaginar mesmo, pois ficaria com nojo de todas as mulheres com quem já havia saído, até mesmo de Stephany, pois John sabia que ela também fazia sexo com outros homens.

John tirou todos aqueles pensamentos da cabeça e então começou a pensar na moça que ele estava procurando. Mas voltou a pensar no assunto.

"Será que ela também já dormiu com vários homens? Bom, isso não importa. Se conseguir encontrá-la isso não terá a menor importância, estou apaixonado por ela e depois de tanto tempo procurando não desistiria do meu amor por causa disso", pensou ele.

Neste momento John chegou ao apartamento. Pensou em ligar para Stephany e dormir com ela mais uma vez, mas desistiu da ideia. Na verdade, também não sairia mais com ela antes de concluir sua busca. Caso sua busca não tivesse êxito, então, ficaria com Stephany mesmo. Isso já estava decidido.

O tempo estava acabando, já era dez de dezembro. John tinha apenas vinte e um dias para encontrar aquela moça de qualquer maneira.

John estava com pouco trabalho naquele dia e começou a visitar alguns sites na internet. Pesquisou alguma coisa que pudesse ajudá-lo a encontrar aquela moça. Mas o máximo que conseguiu foi cair em sites de relacionamento e de pornografia. Muitas mulheres bonitas e uma delas até tinha certa semelhança com aquela moça. Porém, não considerou em momento algum que realmente fosse ela.

Durante a noite foi até a lanchonete e mais uma vez a moça do caixa lhe disse que a garota não havia aparecido por lá.

John ficou desapontado, mas decidiu ficar ali por no mínimo duas horas. Já estava a ponto de ir embora quando Jodie entrou no local.

— Olá John!

— Como vai, Jodie. Já estava de saída, mas se estiver a fim de conversar eu fico mais um pouco.

— Tudo bem! Sei que não quer sair comigo, mas posso conversar um pouco, já ganhei algum dinheiro hoje.

— Apenas queria entender um pouco melhor sobre a vida que vocês levam. Você já chegou a sair com um cara nojento, apenas pelo dinheiro?

— Sim! Às vezes a gente até diz que não, mas quando oferecem uma grana alta não tem como recusar. Nem sempre conseguimos trabalho, então não podemos deixar algumas oportunidades passarem.

— E como é na cama, tem cara que exige sem preservativo?

— Sim, muitos não gostam de usar, mas eu, pelo menos, já digo logo que disso eu não abro mão. Precisamos cuidar de nossa saúde, mas conheço muitas mulheres que não se cuidam, fazem isso porque os caras oferecem grana alta e elas aceitam. Talvez se arrependam quando contraírem alguma doença grave. Se o cara quer transar e não se cuidar precisa ter uma única mulher em quem ele confia, ou seja, de preferência sua esposa. Mas não é isso o que acontece. Os caras saem com prostitutas e depois transmitem as doenças para suas esposas. São uns verdadeiros cafajestes. Sei que eu e as outras vivemos disso, na maioria das vezes os clientes são homens casados, você é um dos poucos homens solteiros com quem eu já saí. Muitos reclamam que suas mulheres são frias demais na cama, mas a maioria é sem vergonha mesmo.

— Você já fez alguma coisa que não queria?

— Sim! Uma vez um homem me pediu para ir até a casa dele. Para minha surpresa a mulher dele também estava lá e ia participar da festinha. Na hora eu não concordei, mas ele me ofereceu muito dinheiro e eu acabei fazendo sexo com os dois. Mas não gosto de mulheres, fiz apenas pelo dinheiro mesmo.

— Já pensou em sair dessa vida? Sabe que sua beleza e juventude não vão durar para sempre, e isso impede que fique nessa vida para sempre.

— Sim! Não me imagino velha e me prostituindo. Penso em parar um dia, quando juntar um bom dinheiro. Ou se algum dia um príncipe encantado aparecer, alguém que se apaixone por mim mesmo sabendo o meu passado. Sei que é difícil isso acontecer, mas quem sabe... Agora eu vou fazer uma pergunta a você. Você se casaria com uma mulher igual a mim?

— Você quer dizer com sua aparência, ou pelo fato de ser prostituta?

— Por eu ser prostituta, é claro.

— Não sei lhe responder, acho difícil de acontecer. Mas o amor é algo que não temos controle. Ninguém escolhe por quem irá se apaixonar. Acho que já é tarde. Ainda preciso trabalhar pela manhã.

— Eu também vou para casa, por hoje já ganhei o suficiente.

— Você está de que?

— Vou pegar um táxi.

— Quer uma carona? Te levo em casa.

— Tudo bem.

Chegando em frente ao prédio onde morava, Jodie fez uma última tentativa.

— Você tem certeza que não quer dormir comigo? Se o problema for dinheiro eu não lhe cobro nada.

— Não Jodie. O problema não é esse, e nem você. Adoraria transar com você, mas eu dei minha palavra. Já falei a mesma coisa para Jane e Nicole. Não seria justo com elas, mesmo que elas nunca saibam.

— Tudo bem. A verdade é que eu estou com vontade de ficar com você, mas talvez ainda tenhamos outra oportunidade.

— Quem sabe? Talvez sim.

John a deixou e foi embora. Depois ficou pensando naquilo que Jodie disse a ele em frente ao apartamento. Talvez fosse o jeito que ele tratava as mulheres, sempre com carinho e respeito que fazia elas gostarem de estar com ele. Até mesmo as prostitutas já estavam dizendo isso. John não sabia se aquilo era bom, mas poderia dizer que estava feliz por ser querido pelas mulheres.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top