No dia seguinte John foi conversar com Richard logo cedo.

— Richard! Eu segui seus conselhos e fui em uma boate ontem.

— E aí. Alguma novidade?

— Fiquei umas duas horas por lá. Não encontrei ela, mas uma prostituta ofereceu seus serviços.

— Você a rejeitou, não é?

— Não! Eu saí com ela e fizemos sexo. Mas antes que me critique eu prometi para mim mesmo que vou parar com isso. Mesmo que apareça outra oportunidade, dessa vez vou rejeitá-la. Isso até o final do ano. Talvez eu saia com Stephany, mas ela não é prostituta.

— Ainda bem! Assim eu fico um pouco mais tranquilo — respondeu o amigo.

— Mas te digo uma coisa, naquele lugar eu não volto mais. Não imagino que uma mulher daquelas frequente um lugar como aquele.

— Então tente outros lugares. Siga a sua intuição, tente imaginar onde ela poderia estar. Eu já disse e vou repetir, no dia que você menos esperar irá encontrá-la. Tenho certeza do que estou falando.

— Espero que esteja certo, Richard.

O mês de outubro chegou ao fim, o tempo estava acabando, mas John ainda não havia desistido. No domingo foi na casa de Richard para almoçar. Era aniversário de casamento dos Tasly.

— Bom dia!

— Bom dia John.

— Como vai? — perguntou Catherine.

— Tudo bem!

— Você ainda continua com aquela ideia maluca?

— Sim! Ainda espero encontrar aquela moça.

— Já tem um bom tempo que está fazendo isso, não acha que já passou dos limites?

— Verdade! Já se passaram sete meses, mas ainda vou esperar até o final do ano. Já estou até me acostumando com a ideia de que não vou conseguir encontrá-la.

— Seria ótimo se você namorasse a minha irmã.

— Sim! Cristine é linda igual a você, com todo respeito. Mas não senti nada quando a vi, também não acredito que ela esteja interessa em mim. Você sabe que sobre o amor não temos controle. Nosso coração muitas vezes faz escolhas imprevisíveis.

— Sei disso. Mas quem sabe isso ainda pode acontecer. Por falar nisso, olha quem está chegando.

— Olá Cristine.

— Tudo bem Richard, como vai John?

— Como vai Cristine? Nossa! Como você está linda!

— Obrigada! Você também é um homem muito bonito. Não sei como pode não ter uma namorada?

— Ainda estou à procura. Mas você também está sozinha?

— Sim, estou. Mas esta foi minha opção, primeiro vou me formar em medicina para depois pensar nisso. Fiquei pensando naquele nosso primeiro encontro. Se eu fosse aquela mulher que está procurando não aceitaria namorar com você, como lidaria com esta situação?

— Seria difícil para mim, mas pelo menos esta história teria chegado ao fim. Na verdade, já está perto do fim mesmo, se não encontrar aquela moça até o final deste ano eu vou esquecer isso, mesmo contra a minha vontade.

Neste momento Harry veio caminhando e John o pegou no colo.

— Será que um dia vou ter um filho lindo assim também?

— Ainda vai encontrar alguém, tudo na vida tem seu tempo — disse Catherine.

"Se me casar com Stephany isso nunca será possível, ela não pode ter filhos", pensou John enquanto brincava com Harry.

— Não quero me meter na sua vida, mas você ainda está saindo com prostitutas? Tem feito exames regulares?

— Eu entendo sua preocupação, afinal você é médica. Mas eu parei com isso. Também sempre me cuidei e faço exames regulares.

Depois do almoço eles conversaram por algum tempo, depois John e Cristine foram embora.

— Não lembro se já comentei com você Catherine. John está pretendendo se casar com Stephany. Me pediu para não comentar com ninguém, mas sei que você não vai contar isso para ninguém.

— Como assim?

— Na verdade, ele não a ama, mas os dois têm saído juntos. Disse que se não encontrar a tal moça até o final do ano irá se casar com Stephany, mas isso não é tudo. Stephany também não pode ter filhos.

— Nossa! John está colocando em risco sua felicidade.

— Eu disse isso a ele, mas ele me disse que prefere se casar com ela do que continuar sozinho assim como está. Para piorar as coisas Stephany é louca por ele, é capaz de qualquer loucura para que John fique com ela.

— Então a única coisa que podemos fazer é torcer para que neste tempo que resta John finalmente encontre esta garota — disse Catherine.

— Sim! John já está decidido, não vai mudar de ideia. Nós tivemos uma conversa e ele já está até conformado que este será seu destino. Se eu pudesse fazer alguma coisa para ajudá-lo eu faria, mas se para ele está difícil encontrar esta moça, imagina para mim que nunca a vi.

— Você tem razão, infelizmente não podemos fazer nada. Vamos esperar para ver o que acontece.

John jamais poderia saber daquela conversa, a amizade dos dois era uma coisa que não poderia ser prejudicada, mas Richard precisava contar isso para Catherine, afinal, entre os dois também não existia segredo.