Capítulo 12

John continuou a sair todas as noites durante aquela semana, foi na universidade, na lanchonete e também retornou àquele bar da Marina, porém não descobriu nada de novo.

No sábado resolveu ir à um local diferente. Foi ao shopping e caminhou pelo local na esperança de encontrar aquela moça. Já estava cansado de caminhar e decidiu parar em uma lanchonete do local. Pediu algo e ficou ali observando as moças que circulavam pelo shopping.

"Quantas mulheres lindas, por que fui me apaixonar justamente por aquela moça?", pensou John.

John já estava a ponto de se levantar quando viu alguém que conhecia. Jane, Jodie e Nicole, as três estavam juntas e carregavam sacolas com suas compras.

"Ainda bem que elas não me viram", pensou John.

Elas foram embora sem perceber a sua presença.

"Então as três já se conheciam, e eu já saí com as três, preciso parar com isso. Logo todo mundo vai saber que estou me envolvendo com este tipo de mulher", pensou John. "Stephany é discreta, apesar de fazer algumas loucuras, não acredito que saia por aí dizendo que saiu comigo."

No domingo à noite a campainha tocou. Era Jennifer.

— Olá John, como está você?

— Olá Jennifer, tudo bem. E você, como está?

— Tudo bem!

— Deixa eu te ajudar com as malas. Que bom que você vai passar alguns dias aqui comigo. E nossa mãe, como está?

— Está bem, nossa vizinha vai posar lá em casa todas as noites para não deixar ela sozinha.

— E você, John, ainda continua com aquela ideia absurda?

— Sim! Ainda estou tentando encontrá-la. No entanto, coloquei um limite. Se até o final do ano não tiver nenhuma pista eu vou desistir.

— Ainda bem que você tomou esta decisão. Você não pode ficar a vida inteira procurando esta moça. Certamente que surgirão outras mulheres em sua vida.

A campainha tocou novamente.

— Quem será? Não estou esperando ninguém — disse John receoso.

John olhou pelo olho mágico da porta. Era Stephany.

"Droga! Esqueci de dizer para ela não aparecer por aqui esta semana", pensou John sem saber o que fazer.

— Olá, boa noite Stephany.

— Boa noite, John.

— Esta é minha irmã, Jennifer.

— Olá, prazer em conhecê-la — disse Stephany.

Stephany não ficou muito contente, pois seus planos sexuais não poderiam ser executados naquela noite.

— Esta é Stephany, minha colega de trabalho.

— Vocês dois formam um belo casal — disse Jennifer querendo fazer o papel de cupido.

— Somos apenas colegas de trabalho, nada além disso.

— Se dependesse de mim seria diferente. John vive sozinho e eu também. Se ele me desse uma chance eu poderia mostrar que posso fazer ele feliz — disse Stephany enquanto se acomodava no sofá.

Os três conversaram por aproximadamente uma hora, e depois Stephany foi embora.

— Você tem certeza que não existe nada entre você e Stephany? — perguntou sua irmã curiosa.

— Na verdade, existe sim, mas apenas sexo. Stephany veio aqui atrás disso. Ela não sabia que eu não estava sozinho.

— Eu percebi que ela não ficou muito contente em me ver por aqui, então era por isso. Desculpe por atrapalhar você.

— Não, você não atrapalhou nada. Eu também percebi que ela não gostou de te encontrar aqui, mas não tínhamos nenhum encontro marcado.

— Stephany é uma mulher madura e mora sozinha, ela nunca foi casada?

— Nunca! Um dia desses ela me contou que não pode ter filhos, acredita que é por isso que está solteira até hoje? Ela já teve muitos namorados, mas quando contou a verdade eles a abandonaram.

— Nossa! Ela é tão linda e carrega essa tristeza de não poder ter filhos. Eu imagino como isso pode ser difícil para ela. Você disse que existe apenas sexo entre vocês, como assim?

— Ela me procura sempre que está a fim. Eu nunca fiz qualquer coisa para que ela tivesse interesse por mim, até que um dia ela apareceu por aqui e me agarrou. Depois disso foram várias vezes. Mas de minha parte realmente não sinto nada por ela. Eu já disse isso para ela, mas mesmo assim ela ainda me procura. Um dia desses ela me pediu para arranjar alguém igual a mim para ela. Então eu fiz uma promessa para mim, se eu não conseguir encontrar esta moça até o final do ano eu me caso com Stephany.

— Você não pode se punir desta maneira. Não pode se casar com ela apenas por causa de sua frustração. Lembre-se que ela não pode te dar filhos — lembrou sua irmã.

— Prefiro me casar com Stephany do que continuar sozinho como estou — respondeu John. — Agora chega dessa conversa. Vamos comer alguma coisa?

— Sim, estou com fome. O que acha de pedirmos uma pizza? — disse Jennifer.

— Ótima ideia! Vou fazer o pedido, em quinze minutos o entregador estará aqui.

No outro dia cedo John deixou Jennifer na universidade e seguiu para o trabalho. Chegando no prédio onde trabalhava encontrou Stephany antes de chegar ao escritório.

— Bom dia, Stephany.

— Bom dia, John. Você poderia ter me avisado que não estaria sozinho ontem à noite.

— Desculpe-me, Stephany. Sinceramente esqueci de avisá-la. Aliás, minha irmã ficará esta semana inteira aqui em São Francisco e ficará hospedada em meu apartamento. É melhor não aparecer por lá a não ser que seja apenas para conversar.

— Não se preocupe. Não vou aparecer, pode ficar sossegado — disse ela chateada.

"Stephany não estava contente, não esperava que eu tivesse visita. Pelo menos por esta semana ela não deve aparecer por lá", pensou John.

— Bom dia, Richard.

— Bom dia, John.

— E aí, já tem alguma pista sobre a garota?

— Não. Só saí com uma prostituta um dia desses. Já estou começando a acreditar que meu destino é dormir com este tipo de mulher.

— Você ainda vai acabar encontrando alguém que goste de você. É preciso ter um pouco de paciência. Como eu já lhe disse, talvez quando você não esteja mais procurando, essa tal garota aparecerá como num passe de mágica.

— Espero que você esteja certo.

— Hoje você é casado, mas quando você era solteiro chegou a sair com alguma prostituta?

— Sim, mas apenas uma vez. Isso aconteceu antes de eu conhecer Catherine. Eu queria saber como era fazer sexo com uma prostituta. Então marquei um encontro. Na verdade, foi muito bom, mas nunca mais repeti a dose de medo de ficar viciado. Se é que você me entende. Logo depois conheci Catherine e até hoje ela é minha única mulher.

— Eu também, se um dia tiver uma mulher nunca vou traí-la. Saio com prostitutas porque não sou comprometido.

— Por falar em mulheres, você ainda não conheceu Cristine. Poderíamos marcar um almoço qualquer dia desses para que vocês possam se conhecer.

— Qualquer dia desses quem sabe. Mas como já lhe disse não quero me envolver amorosamente com ninguém. Pelo menos por enquanto.

— Tudo bem. Quando surgir uma oportunidade eu lhe aviso, John.

No final do expediente John foi para a universidade, tinha combinado de pegar Jennifer. Sua irmã entrou no carro e os dois saíram pelas avenidas de São Francisco. Os dois conversavam quando John olhou para o carro ao lado e viu o vulto de uma mulher através do vidro.

— É ela — disse John.

— Ela quem?

— É a moça que eu tanto procuro, ela está naquele carro preto. Vou seguir o carro.

— Você tem certeza?

— Sim! Nunca me enganaria, ela estava a poucos metros de nós.

John seguiu aquele carro por várias ruas. De repente o trânsito parou e John ficou preso no sinal vermelho, porém o carro, que estava um pouco à frente, prosseguiu. Quando John conseguiu sair já não era mais possível ver o carro.

— Droga! Mais uma vez perdi a chance de encontrá-la! Jennifer, você conseguiu anotar a placa?

— Não, infelizmente não anotei, aliás, nem dava para ver direito. Já está escurecendo, nestas horas é difícil de enxergar a placa de um carro.

— Tudo bem! Quem tinha que anotar a placa era eu. Sou um idiota mesmo! — disse John tremendamente desapontado. Esta não é a primeira vez que tive a oportunidade de descobrir quem é ela. Na primeira vez foi no metrô, eu estava chegando à estação e a vi, mas em meio ao tumulto acabei a perdendo de vista. Em outra oportunidade eu já estava no metrô, saindo da estação, quando olhei pela janela e a vi. Na terceira vez parei no sinal vermelho e ela estava passando, como eu não podia descer do carro e sair correndo tive que esperar o sinal abrir para estacionar o carro, mas também não consegui mais ver onde ela tinha ido. E hoje, novamente, acontece a mesma coisa.

— Tudo tem seu tempo. Talvez tudo isso tenha algum sentido. Talvez quando você menos esperar irá encontrá-la.

— Richard já me disse a mesma coisa. Depois dessa o que acha de irmos à algum lugar?

— Pode ser, conhece algum lugar bacana?

— Tem uma lanchonete bem legal. Vamos lá então — disse John.

John levou sua irmã na mesma lanchonete onde tudo começou. Lá ele acreditava que não corria risco de encontrar suas amigas.

— Para mim um refrigerante de limão. E você Jennifer?

— Eu quero um suco — disse ela. Nós temos uma coisa em comum, não bebemos. Acho que isso é trauma pelo que nós vivemos com nosso pai.

— Eu tenho certeza absoluta de que é, mas prefiro assim. Aliás, a bebida não me faz falta alguma.

Nisso Jodie entrou na lanchonete. Imediatamente avista John.

— Olá, John. Está acompanhado hoje.

— Olá, Jodie. Não é o que você está pensando. Esta é minha irmã, Jennifer. Está passando esta semana em minha casa. Jennifer. Esta é minha amiga Jodie.

— Olá, como vai?

— Bom, deixa eu ir porque tenho compromisso, até mais — disse Jodie.

— Amiga é... — disse Jennifer com um sorriso largo.

— Esta é uma daquelas mulheres com quem eu já saí.

— Eu percebi mesmo — disse Jennifer. — Pior que ela pensou que eu fosse uma das delas.

— Sim, na verdade nem sei se ela acreditou que você é minha irmã.

Os dois comeram um lanche e depois foram embora. Mais um dia se passou e a busca de John ainda continuava sem fim.


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