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Taehyung se encontrava dentro da sala de revelação – enquanto algumas fotos eram reveladas, ele xingava alto. Confuso, cansado e atordoado – podiam resumir seu estado.
Ele só queria gritar e socar alguém. A raiva não o deixara dormir, ou talvez fosse só a ansiedade para o grande jogo. Os caras estavam animados e marcaram de treinar uma última vez em algumas horas – o que dava tempo pra Kim analisar a situação de seu projeto.
E até o momento – estava uma merda.
Após rasgar foto por foto e as jogar no lixo, o cacheado socou a bancada de madeira, a dor que se alastrava pelo braço o acalmando ligeiramente. Ele estava esgotado mentalmente.
Jungkook o pilhava – estar com Jungkook era lembrar de cada segundo com Ryan, provavelmente por causa disso que ele se encontrava tão irritado ou odioso quando o menor estava por perto.
Jungkook despertava o pior em si – suas piores lembranças.
E ele nem ao menos reconhecia isso – pior, ficava defendendo o ex.
Mas aquilo que Namjoon falara na noite anterior ficou ecoando em sua mente. Rachel e Ross. Era um relacionamento abusivo e Kim havia dito que se fosse por amor, ele aguentaria, ele perdoaria e ele continuaria.
Mas por que ele criticava tanto Jungkook? – o menor só está fazendo exatamente o que ele faria.
Não – Taehyung não continuaria do lado de uma pessoa tão nojenta como Ryan, um estuprador ridículo e possessivo.
Mas Jungkook não via esse lado do ex – pelo menos não se permitia ver.
Consequências de um relacionamento abusivo. Mas o que Taehyung podia fazer em relação a isso?
Porra nenhuma.
Se a escolha de Jungkook era essa, não havia nada ao alcance de Kim que pudesse mudar essa condição. Mas...
Ninguém além de Kim sabia do ocorrido – e quem ficara sabendo, não acreditou. Taehyung podia tentar...
Não, Kim descartou todas as possibilidades assim que elas foram cogitadas. Jungkook não merecia sua ajuda. Se ele estava naquela situação, era simples e puramente por vontade própria.
Ryan já havia ido embora – ele só precisava superar.
Taehyung pensava como se fosse fácil.
A questão toda de sua confusão era: Jeon Jungkook o irritava por não aceitar, não acreditar e não tentar fazer nada, simplesmente nada, para mudar a situação desgastante na qual Ryan o deixara.
Taehyung estava preso para sempre com as lembranças nojentas e desgostosas de ser abusado e espancado – mas Jungkook não, Jungkook tinha uma chance de se livrar desse pesadelo e mesmo assim escolhia permanecer.
Isso irritava Kim. Ele fora dopado para ao menos facilitar o trabalho de Ryan em acabar com si – Jungkook fazia o mesmo por vontade própria.
A vontade de socar o menor fez Taehyung fechar os punhos. Jungkook não entendia a situação em que estava, a cegueira causada pelo relacionamento abusivo era grande demais – apenas Ryan poderia fazer ele enxergar de novo.
E Ryan nunca faria isso – pelo menos não por vontade própria.
O ódio de Taehyung por Jungkook só aumentava.
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Jungkook estava deitado na cama.
Eram quatro e cinquenta e sete da tarde.
Ele se recusara a levantar, a ir para a aula e a fazer qualquer coisa que envolvesse mexer algum músculo.
Após passar a noite chorando e revendo suas fotos com Ryan, o menor chegou à conclusão de que tinha que superar.
Ele nunca amaria alguém como ele amou Ryan, claro – e ainda ama, de fato. Mas ele podia tentar, ao menos.
Decidido à encontrar o dono do plug, Jungkook fez o que qualquer pessoa determinada faria.
Continuou deitado na cama.
Nem mesmo Yoongi conseguiu tirá-lo de lá. Suas mágoas e ressentimentos estavam acorrentando-o na cama. Lógico que havia uma pitada de drama naquela situação – mas se não tivesse, seria mesmo o Jungkook?
Ele chegou ao ponto de que precisava achar alguém que tinha uma câmera polaroide – e claro, alguém com perfil compatível ao seu.
Jeon Jungkook tinha um padrão para fodas. E a pessoa tinha que se encaixar nesse padrão.
Chateado demais para prosseguir a linha de pensamento, Jungkook apenas se aconchegou nos edredons e deixou-se dormir. Ele havia esquecido o script no quarto de Namjoon e Kim e – após choramingar muito, Namjoon trouxe o papel de volta para si.
Ryan não saía dos pensamentos de Jungkook e ao perceber que lágrimas já se formavam em seus olhos, o menor decidiu ir ensaiar.
O papel de Danny Zuko não iria ser seu sozinho.
Apenas tocar no papel das falas e ver a letra de Kim já fazia Jungkook bufar.
Taehyung o estressava, o deixava a flor da pele – parte por ter acusado seu ex de coisas bem sérias e parte por exalar egocentrismo. Kim era, simplesmente, tudo que Jungkook repudiava em alguém.
Ele não se dava com Taehyung – simples.
Mas Namjoon o fez pensar em algo – certo, Jungkook ainda acha que a Rachel não merece o Ross, afinal, ela era dramática e mimada e—talvez Jungkook visse um pouco de si na Rachel. E talvez – talvez – achasse que o fato de ela não merecer o Ross, mesmo ele tendo feito várias merdas com ela, se relacionasse ao fato de que ele talvez – talvez – não merecesse Ryan.
Consequências de um relacionamento abusivo.
Jungkook, de fato, não sabia a definição de amor.
Mas ele se relacionava muito com a Rachel, em certo ponto – ela, independente das merdas que Ross fazia, perdoava e continuava ali, pois sabia que no final, tudo terminaria bem e ela e Ross estariam juntos.
Jungkook queria um final exatamente assim.
Ele e Ryan juntos.
Ele não conseguia evitar – ele amava Ryan. Independente do que ele fez ou deixou de fazer, Jungkook o amava tanto, que amava por ele e por Ryan.
Não havia nada que ele podia fazer em relação a isso – porque ele queria isso.
E Kim não compreendia e não aceitava sua decisão – afinal, ela nem ao menos dizia respeito ao maior.
E o ódio de Jungkook por Taehyung só aumentava.
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- Eu estou preocupado com eles.
Namjoon comentou enquanto tomava seu milk-shake. Yoongi e Seokjin estavam á sua frente – os três haviam marcado de sair juntos antes do treino final, já que Jungkook estava preso no quarto e Kim estava isolado.
- Kook chegou bem chateado ontem. Até chorou. – Yoongi suspirou.
- O Jungkook? Chorando? – Seokjin estava chocado.
- Acontece mais frequentemente do que imagina. – o loiro soou triste.
- Taehyung não conseguiu dormir direito, também. – Namjoon acrescentou, o milk-shake de morango na metade já.
- Pode ser ansiedade pro jogo. – Seokjin deu de ombros enquanto detonava seu milk-shake de chocolate.
- Hm, Yoongi, er... – Namjoon coçou a nuca, sem jeito de prosseguir. – Taehyung comentou algo sobre, hm, relacionamento abusivo.
Yoongi ergueu uma sobrancelha.
- Está se referindo a—
- Jungkook e Ryan. – Namjoon foi direto ao ponto. O loiro mordeu o lábio, a testa franzida em confusão. – Você é o mais próximo de Jungkook então eu, hm, pensei que talvez—
- Jungkook não me conta muita coisa sobre Ryan. – Yoongi parecia exausto, como se aquele assunto o deixasse pra baixo. – Ryan quase nunca saía com a gente e, não sei, não conheço ele muito bem mas pelo que Jungkook comentava, de vez em nunca, ele era um cara legal.
Seokjin fez uma careta.
- Não sei não, nunca fui muito com a cara dele.
Namjoon deu de ombros.
- Kim parecia muito irritado ao falar dele.
- Kim está sempre muito irritado. – Yoongi rebateu.
- Não, Yoongi, estou falando sério, tipo, muito irritado mesmo. – Namjoon gesticulou com ênfase, esquecendo o milk-shake por um instante. – Jungkook falou alguma coisa de mentiras e se eu não tivesse segurado Taehyung, eu juro, Jungkook estaria no hospital agora.
Yoongi fez uma expressão de desespero e em seguida, bufou. Seokjin deu de ombros, perdido.
- Nunca entendi essa violência toda. Kim tem que tomar uns calmantes.
Namjoon ponderou por um instante, seu milk-shake já no final.
- Ele sempre diz que a vida deixou ele assim.
- Deve ter apanhado dos pais.
Namjoon endureceu rapidamente.
- Taehyung não vê os pais faz anos. Muitos anos.
Seokjin franziu o cenho.
- Como você sabe?
- Ele me contou quando estava bêbado. É a única maneira de fazer ele se abrir. – Namjoon suspirou. – Ele morou com um amigo até entrar aqui. Taehyung nunca teve contato com a família.
Yoongi encostou o queixo nas mãos, com um bico.
- Deve ser por isso que ele é assim.
Namjoon deu de ombros.
- Kim é um caso complicado. Ele só precisa de carinho.
Seokjin encarou os amigos enquanto pegava a calda de chocolate que grudara no copo do milk-shake com o canudo.
- E qual a desculpa de Jungkook? – Yoongi o encarou confuso, já na defensiva pelo amigo. – Taehyung não teve amor da família e Jungkook? Por que ele é tão... afrontoso?
O loiro suspirou.
- Jungkook perdeu a mãe recentemente. – Namjoon arregalou os olhos. – Imagine perder a mãe e ser traído pelo namorado? E foi tudo no mesmo mês. Jungkook surtou. Quando Jay morreu, Ryan foi seu porto seguro, sabe?
- Por isso ele é tão apegado à ele. – Seokjin questionou.
- Sim.
- E ele não tem mais ninguém? Pai, irmãos, tios? – Namjoon afastou o copo de milk-shake vazio de sua frente enquanto perguntava.
- Eu sei que as irmãs dele foram pro interior, o pai eu já não sei. – Yoongi parecia triste, todos ali estavam, na verdade. – Jungkook se afastou da família após a morte da mãe, Ryan era realmente o único para qual ele... ele ligava, sabe? Ryan supria a carência dele, acho que por isso que ele não quer superar.
- Acha que ele se sente na dívida? – Seokjin ergueu a sobrancelha em questionamento. Yoongi deu de ombros.
- Talvez se sinta na obrigação de ficar. Ryan ficou por ele.
- Mas... por que eles terminaram mesmo? – Namjoon estava mais confuso do que quando chegara ali.
Yoongi precisou pensar por um instante.
- Acho que foi traição. Não sei, na verdade. Kook nunca disse exatamente o que aconteceu. Ele só... chegou chorando um dia e disse que tinham terminado. – Yoongi estremeceu. – Naquele dia, eu pensei que ele fosse morrer de tanto chorar. Ele estava tão... desolado, parecia que tinha levado um tiro.
Namjoon engoliu em seco.
- Ótima conversa, rapazes. Com certeza me colocou no espirito pro grande jogo.
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Jungkook estava emburrado.
Yoongi o obrigara a ir ao jogo de abertura do campeonato – ele dissera que, como era seu último ano, não poderia perder a oportunidade de presenciar uma abertura de campeonato na própria uni. Por isso, sentado na arquibancada, a blusa dos Wolves por baixo da jaqueta jeans, o menor estava bufando e de bico.
- Quando o juiz apitar e liberar a bola, eu espero ver um grande sorriso nessa sua carinha, 'tá me ouvindo? – Yoongi ameaçou Jungkook com o hot-dog. O menor revirou os olhos e esboçou um sorriso falso e grande. – Bom garoto.
Após acariciar o queixo de Jungkook como se fosse um cachorro, Yoongi voltou a conversar com Seokjin sobre qualquer coisa relacionada ao fato dos Wolves estarem jogando contra os Poutrins.
Jungkook não fazia ideia de quem eram os Poutrins, mas gostara do uniforme deles – era rosa pink. Justamente por isso, quando ouviu um torcedor dos Wolves gritar atrás de si que eles eram um bando de maricas viadinhos por usarem uniforme "da Barbie", Jungkook virou para trás e os xingou.
- Desde quando cores definem gênero ou orientação sexual, idiota?
O torcedor o encarou com confusão e em seguida, o mandou se fuder.
- Jungkook, ei, para com isso. – Seokjin resmungou enquanto segurava um Jungkook irritado pela cintura, o impedindo de subir pelos bancos da arquibancada até o torcedor.
- Me solta, Seokjinie, me deixa quebrar a cara desse imbecil preconceituoso homofóbico do caralho e—
- Para de fazer show, Jungkook. – Yoongi comentou com a mão no rosto, envergonhado, afinal, muitas pessoas os encaravam agora.
- Mas ele—ele—Arg, vocês me irritam. – resmungando e batendo os pezinhos no chão, como uma criança emburrada, Jungkook cruzou os braços e bufou. – E vá se fuder você! – virando pra trás mais uma vez, Jungkook mostrou o dedo do meio pro torcedor, que devolveu em provocação. – 'Tá vendo isso, Seokjin? Eu 'tô falando que essas pessoas não tem medo de morrer, me solta que eu vou chutar a cara daquele fudido e—
- Vai precisar pular muito pra conseguir isso, hein. – Seokjin resmungou enquanto voltava a segurar o amigo no lugar.
- Pra quem estava chateado hoje de manhã, você parece bem disposto, hein, Kook? – Yoongi comentou por cima do hot-dog. Jungkook bufou.
- Me chupa.
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Taehyung andava pra lá e pra cá no vestiário, nervoso e fulminando em ansiedade. O treinador Travis dizia algumas palavras incentivadoras pros outros jogadores enquanto aproveitava pra falar as táticas de ataque e defesa.
Taehyung que havia as feito. Se eles perdessem o jogo de hoje, seria por culpa sua.
Sentando-se no banco ao lado dos armários, Kim colocou a cabeça entre as mãos enquanto tentava se acalmar – ou ao menos canalizar suas energias pro jogo. Sentiu uma mão em sua perna e suspirou ao ver Namjoon sorrindo ameno.
- Ei, campeão. – abraçando Kim pelo ombro, Namjoon o apertou de leve. – Como está?
Taehyung fez um bico, como se estivesse avaliando sua situação.
- Um cigarro faria bem agora.
- Tem dez minutos, eu seguro o aquecimento até lá. – Namjoon sorriu para o amigo, que apenas assentiu.
Taehyung estava nervoso demais pra sorrir.
Após pegar um cigarro do maço de Marlboro e seu isqueiro do armário que dividia com Namjoon, Taehyung saiu disfarçadamente do vestiário, o corredor que levava até a saída lateral do campo sendo seu refúgio.
Ele estava algumas tragadas mais tarde quando sentiu mãos indo ao encontro de sua cintura, o aperto forte o fazendo engasgar com a fumaça que inalava. O arrepio que tomou conta de sua espinha já o indicou que coisa boa não era.
Ele conhecia aquela pegada.
- Sentiu minha falta, amor?
O estômago de Taehyung foi tomado por uma ânsia instantânea, seus punhos se fecharam e sua garganta emperrou ao que ele ouviu aquela voz – aquela que o atormentava toda noite em seus pesadelos.
Virando rapidamente, Kim saiu do aperto, suas enormes mãos indo diretamente para o peito do rapaz enquanto o pressionava contra a parede do corredor, o baque forte fazendo o mesmo perder o ar, apenas para retomar o sorriso safado.
- O que está fazendo aqui, Ryan?
Kim rosnou enquanto ainda mantinha o cigarro entre os lábios, as duas mãos quase fundindo o corpo de Ryan contra a parede. Os olhos escuros de Taehyung fuzilavam o rapaz.
- Vim ver o meu bebê. – com um bico falso, Ryan respondeu. Sua voz era puro sarcasmo. – Matar a saudade.
Taehyung controlou o ímpeto de vomitar.
- Não quero te ver.
- Não estava falando de você. – com um sorriso sacana, Ryan fitou as mãos de Kim contra seu peito, seus olhos estavam divertidos.
- Jungkook não vai querer falar com você. – Taehyung disse, sua voz transmitia confiança mas ele não acreditava realmente naquelas palavras.
- Isso é o que veremos. – dando de ombros, Ryan acariciou os músculos tensionados dos braços de Taehyung, deslizando seus dedos até as mãos do cacheado. – Você ficou mais forte nesse último ano.
- É pra quebrar a cara de pessoas como você.
- Você pode tentar. Da última vez deu azar. – sorrindo orgulhoso, Ryan se desvencilhou do aperto de Kim com facilidade, o cacheado soltou um grunhido de decepção ao ver o rapaz solto. – Lembra? Quando te soquei tanto que quase desmaiou?
- Eu desmaiei. – Taehyung rosnou.
- Ah, foi? – dando de ombros, Ryan fez uma careta indiferente. – Não estava prestando muita atenção, devia estar distraído com algo mais importante.
- Tipo em perder seu namorado? – provocando, Kim ergueu uma sobrancelha. Ryan o encarou irritado.
- Escute aqui seu merda – Ryan pegou Kim pela gola da camiseta do time, o erguendo do chão como se suas tentativas de se livrar fossem inúteis, e de fato eram. – Veja como fala do meu namorado—
- Ex-namorado. – Kim revidou, mesmo que estivesse começando a ficar sem fôlego pelo aperto, apenas as pontinhas de seus pés tocavam o chão.
- Por culpa sua.
- Eu não fiz nada! Você fez! Você me forçou!
Ryan riu desdenhoso, aproximando seu rosto do de Taehyung.
- Até parece que você não gostou.
- Seu nojento. – Taehyung cuspiu no rosto de Ryan. – Você merece morrer sozinho. Uma pena que Jungkook não enxerga isso agora, mas um dia ele vai te dispensar e vai—
- Cala a boca! – Ryan gritou em seu rosto, completamente exaltado. – Jungkook sempre vai ser meu e de mais ninguém. Ele me ama! Você só está com inveja porque ninguém gosta de você porque você é um merda rude e egocêntrico que ninguém consegue aturar e—
Taehyung impulsionou as pernas para cima e chutou a barriga de Ryan, ambos indo de contato ao chão em um baque alto. Em segundos, Kim estava de pé e antes mesmo de disferir algum soco ou chute em Ryan, ele já estava de pé também, o rosto vermelho em raiva.
- Você não tem ao menos vergonha do que fez? – Taehyung soou desgostoso, a respiração acelerada. Ryan riu, descontraído.
- Se eu tivesse a oportunidade, faria tudo de novo. – elevando sua voz, Ryan ergueu as mãos em agradecimento. – Eu te derrubaria com alguns remedinhos, te foderia como eu bem entendesse, receberia um boquete fantástico e daria uma surra em você, apenas para ver seu corpinho ridículo jogado e sangrando no chão. – dando de ombros, Ryan sorriu maldoso. – Eu faria tudo novamente, Kim, só pra te ver desmaiado.
Taehyung demorou alguns segundos pra responder, o corpo travado diante daquelas palavras. Cada sensação ruim, sentimento desesperado e o gosto amargo da dor retornou ao seu sistema naquele instante. Com uma coragem até então, desconhecida, o cacheado rebateu, a voz trêmula em discernimento.
- Não pensa em Jungkook? Nem um pouquinho?
Ryan fingiu uma expressão de surpresa.
- Meu Deus, eu esqueci do meu bebê! – colocando a mão sobre a boca aberta, Ryan suspirou dramaticamente. – Eu trairia Jungkook do mesmo jeito, quantas vezes fossem necessárias pra ter você de boca no meu pau.
Kim perdeu a consciência naquele instante.
Jogando Ryan contra a parede de forma brusca, Taehyung desferiu socos na boca de seu estômago, tirando-lhe o ar imediatamente. Agitando as mãos em desespero, Ryan tentou achar apoio.
- Você devia ter vergonha na cara de falar isso sobre Jungkook,de-- de falar essas coisas. Você é doente se acha que o que fez é certo e—
Taehyung foi impedido de continuar quando Ryan agarrou sua mão no ar e o puxou contra a parede, em seu lugar. Antes de reagir, Kim já estava levando socos na costela. Tentando chutar Ryan ou desvencilhar suas mãos, o cacheado reverberava as sensações que sentira quando fora espancado.
Logo após Jungkook ver ele com Ryan.
E agora, naquele momento – seu corpo não reagia, travado pelo emaranhado de lembranças ruins.
Quando se deu por conta, estava contra o chão, o pé de Ryan contra seu peitoral, o impedindo de respirar. Sua visão começara a embaçar e seus braços caíram moles ao lado de seu torso. Somente quando se dera por vencido e começara a desfalecer, Taehyung sentiu todo o peso de Ryan ser retirado de seu corpo com brutalidade.
Conforme conseguia respirar novamente, Kim começou a retomar os sentidos. Sua visão melhorou de foco e quando pode sentir seus braços novamente, se ergueu nos cotovelos a tempo de ver Namjoon empurrando Ryan contra a parede.
Pronto para se levantar e ajudar, Taehyung ouviu a voz do treinador Travis.
- Kim! Namjoon! Vamos entrar agora, deixem de palhaçada! Resolvam isso depois do jogo!
Taehyung não precisou olhar para saber que o treinador os observava da porta do vestiário. Namjoon soltou Ryan com desgosto e ajudando o cacheado a levantar do chão, observou o rapaz deixar o corredor despreocupadamente.
Travis era o novo treinador – se Hawks ainda estivesse ali, era capaz de ter deixado Ryan bater nos rapazes. Todos amavam Ryan.
Namjoon lançou um olhar preocupado para Taehyung mas o maior apenas suspirou e o empurrou para o vestiário.
- Taehyung...
- O quanto você ouviu? – a voz do cacheado estava falha. Namjoon suspirou.
- Por que nunca disse nada sobre o ex namorado do Jungkook te estuprar?
Mordendo o lábio e encarando Namjoon nos olhos, Taehyung sentiu-se sem chão. Parando na porta do vestiário, o cacheado abraçou o amigo fortemente.
Kim Taehyung não era muito de abraçar.
- Prometo que explico tudo depois.
Namjoon apertou o amigo contra seu peito.
- Acho bom explicar mesmo.
Em minutos, estavam entrando em campo. A torcida estava agitadíssima, as arquibancadas lotadas – a uni fora aberta para convidados, afinal, eram os jogos do campeonato, todos os torcedores de todos os times eram convidados para assistirem.
Isso explica porque Ryan estava lá – algum jogador deve tê-lo convidado.
Taehyung estava completamente avoado, seus pensamentos de volta ao dia em que sua vida virou um inferno. Percebendo o estado do amigo, Namjoon o abraçou pelo ombro ao entrar pelo gramado, a torcida os aplaudindo conforme iam para o centro do campo.
- Ei, lembre-se, eu sempre estarei na sua linha de frente, sim? – Namjoon fez referência à posição em que jogavam, já que ele ficava na frente de Kim e o dava a bola. O maior assentiu com um leve sorriso, completamente forçado.
Ele estava confuso demais pra sorrir naquele momento.
Só voltou a focar na realidade quando ouviu o apito e recebeu a bola de Namjoon.
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