A Mulher Estranha

Patrick e Alexis voltaram até a Models Baby e encheram as mochilas com todas as coisas que iriam levar, mas dessa vez não tiraram os olhos de Ben.
- Pronto - disse Patrick colocando a mochila nas costas.
- Sim, vamos logo antes que mais alguém tente sequestrar o nosso bebê.
- Droga.
- O que foi dessa vez?
- O berço, Ben precisa de um.
- Voltamos aqui depois e levamos.
- Ok.

Saíram do estabelecimento e fizeram todo o percurso de volta para casa. Apenas tiveram que parar uma única vez para que Patrick pudesse derrubar um infectado que cruzou seu caminho. Ele golpeou a criatura com uma única facada certeira no globo ocular direito, fazendo o cinzento se desmantelar e cair no chão feito uma pedra.

- Pronto? - perguntou Alexis de costas. Ela não queria que Ben presenciasse tal cena.
- Pronto. Eu ainda acho isso muito estranho.
- O que?
- Eles desapareceram, agora dificilmente encontramos algum.
- Isso é bom, certo?
- Talvez, mas e se estiverem todos juntos em algum lugar? Tipo uma rua, ou floresta.
- Desde que não venham para cá, tudo bem.
- E se vierem?
- Ficamos escondidos e você está se precipitando, vai ver eles morreram.
- Não vi nenhum corpo até agora então essa hipótese está fora de cogitação.
- Vamos sair logo daqui. Esse seu papo estranho já esta me dando medo.
- É só uma hipótese, como você disse, não há o que temer.
- Se os meus pais descobrirem que quase perdemos o Ben então vai haver algo bem grande para se temer.
- Mas eles não vão saber, certo?
- Saber do que? Eu não sei de nada,.você sabe?
- Também não.

Ambos voltaram a caminhar e não demorou muito para chegarem no ponto final da trajetória. Tom estava na porta da casa observando toda a rua deserta, lembrando da bagunça que a vizinhança era antes de tudo aquilo e agora só restava o silêncio.

- O que está fazendo pai, ficar aqui na porta é perigoso.
- Perigoso é ficar lá dentro com sua mãe - Tom pegou Ben dos braços de Alexis.
- Isso eu entendo bem, mulheres são bem irritantes quando querem - disse Patrick retirando a mochila pesada das costas.
- Cale a boca e me ajude a guardar as coisas do Ben no nosso quarto - pediu Alexis.
- Nada disso, peça a sua mãe. Eu vou voltar lá e trazer o berço.
- A gente vai junto, esqueceu?
- Não tem precisão de você ir. Fique aqui e guarde as coisas, vou ser rápido.
- Posso ir com você se quiser - Tom se ofereceu.
- Não precisa pessoal, eu aguento carregar uma caixa sozinho.
- Da última vez que tentou dar uma de herói você se ferrou bonito - Alexis o fuzilou com o olhar.
- Está com medo de ficar longe de mim outra vez?
- Não é isso idiota, apenas pare de tentar fazer tudo sozinho.
- Eu consigo carregar a caixa sozinho e é isso que eu farei. Guarde as coisas e pense em qual lugar do quarto o berço vai ficar.

Patrick deu as costas e deixou Alexis resmungando sozinha enquanto Tom ria.
- Seus pais são muito doidos Ben, espero que não adquira o mesmo temperamento que eles.
- Desgraçado - foi a última coisa que Alexis berrou antes de sumir casa a dentro.

Tom fez uma cara engraçada de espanto enquanto encarava Ben.
- Ela disse uma palavra muito feia, você viu? Se eles continuarem brigando assim você pode esquecer seu sonho de ter uma irmãzinha.

Patrick levou apenas cinco minutos para retornar a Models Baby e sem perder tempo direcionou-se até as caixas fechadas onde se encontravam os berços desmontados. Ficou analisando uma por uma a procura do mais caro e chique para poder levar, não iria se arriscar aquele tanto para que seu filho dormisse em um berço qualquer.

- Este é o melhor - uma voz feminina soou até seus ouvidos.
Patrick se virou rápido, ficando cara a cara com a mesma figura feminina pálida e maltratada que tempos antes havia sequestrado seu filho.
- De onde você veio?
- Este é o melhor - ela apontou para de baixo de uma prateleira - os melhores berços ficam escondidos em baixo das prateleiras para os clientes preferenciais.
- E como sabe disso?
- Eu venho muito aqui.

Patrick se abaixou perto a mulher e realmente haviam caixas em baixo da prateleira, estas eram de madeira polida e diferente das demais não eram tão grossas.
Ele a segurou e arrastou para fora.

- Parece mais pesada.
- E são. O seu filho vai gostar... Em relação a isso, quero pedir desculpas. Eu nem sempre sou daquele jeito.
- Não precisa se desculpar, depois de analisar toda a situação acabamos entendendo a sua atitude. Não foi legal, passou bem longe disso. Mas entendemos.
- Vocês tem comida? Um pouco... Já faz dias que não sei o que é comer algo descente.
- Temos, comida, água e um lugar seguro. Você pode vir comigo, será bem aceita desde que não tente nenhuma gracinha.
- Eu tenho onde morar... Apenas preciso de um pouco de comida e vou pagar depois, quando puder.
- Não precisa - Patrick fez impulso para tirar a caixa do chão - nós vamos te seder um pouco dos nossos mantimentos e água se precisar. O mundo mudou mas nós não precisamos mudar com ele.
- Não sei como agradecer.
- Não precisa. Agora vamos. Alias o meu nome é Patrick. E o seu?
- Ester, me chamo Ester.
- Prazer Ester.

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