ᴍᴇ ᴅᴇɪxᴇ ᴇᴍ ᴘᴀᴢ

Yongbok correu, fugindo de todos aqueles guardas nas suas costas, Bang Chan que o esperava do lado de fora percebeu que alguma coisa tinha dado errado e acompanhou o moreno na sua corrida frenética.

O coração do moreno estava acelerado, não pela corrida, mas sim pelo que havia feito, pensou o porque daquilo, Sana tinha nada haver com os seus problemas mas mesmo assim tirou sua vida de forma injusta, o seu primeiro impulso ao parar de correr para descansar foi socar a árvore mais próxima de si com toda a sua força diversas vezes, sentindo a dor em seu punho quando a pele dos seus dedos se arranharam aos poucos.

— Bok, para com isso! — Bang Chan tentou segurá-lo, mas não obteve sucesso, foi empurrado com força para trás — O que aconteceu lá dentro? Você disse que ia tentar conversar com o Minho.

Yongbok se sentou no chão, encostando sua cabeça na árvore que havia socada poucos segundos depois, os olhos estavam fechados com força.

— Eu achei que ele tinha desistido de mim, achei que não foi atrás de mim e me protegeu porque perdoava seu pai, eu estava errado, durante esses três anos, eu sempre estive errado sobre Minho. — sua voz já estava embargada — Achei que Sana sabia de tudo, por isso me tratava daquela forma tão doce mas virou as costas para mim quando pedi ajuda.

— O que foi que você fez, Yongbok?

— Eu matei ela... Matei a Sana e ia fazer o mesmo com o Minho...

O silêncio reinou sobre os dois, Bang Chan balançou a cabeça em negação, não conseguia acreditar no que tinha ouvido da boca do mais novo, cresceu ao lado de Yongbok na academia, sabia como ele era próximo de Sana e Minho, sabia como o moreno era, ele não tinha coragem de tirar a vida de alguém.

— Foi você que matou aquelas outras famílias também? — o silêncio do moreno foi desconfortável, ele só conseguiu acenar positivamente com a cabeça enquanto ainda estava de costas para o mais velho — Eu não acredito nisso... Que merda, Yongbok! Você enlouqueceu?

Os gritos de Bang Chan fez a cabeça do moreno ficar mais confusa do que já estava, tampou suas orelhas com as mãos e abaixou a cabeça enquanto as lágrimas antes contidas caiam sem parar, mesmo abafando todos os sons à sua volta, conseguia ouvir mais gritos, gritos de noites anteriores, gritos embargados pedindo por ajuda, o xingando e choros altos, estava tudo tão alto que sua cabeça parecia que ia explodir, sua respiração ficou cada vez mais pesada e seu corpo tremia incontrolavelmente, sentia que realmente estava enlouquecendo. Nesses últimos três anos longe, ele estava enlouquecendo aos poucos, enlouquecendo sozinho, escondido e ouvindo a maldita voz de sua cabeça que o mandavam se vingar, fazer todos reconhecerem seu nome novamente, mas agora não só como um jovem prodígio.

— Vá embora! — Yongbok gritou e ao sentir a mão pesada de Bang Chan em seu ombro, o empurrou novamente — Me deixe sozinho!

Me deixe em paz...

Bang Chan ficou mais confuso ainda, sabia que o moreno não estava bem, mas ele não o deixava se aproximar ou ajudar, o empurrava e gritava para ir embora, como se estivesse desesperado por isso, parecia ouvir nada que ele dizia, estava mergulhado em sua própria mente e gritava desesperadamente para ficar sozinho. Bang Chan tentou se aproximar uma última vez, mas foi ameaçado pelo menor com sua espada e acabou não tendo outra saída, a não ser ir embora.

Paz...

...

— A identidade do Assassino Noturno foi revelada! — uma mulher dizia para sua amiga enquanto servia uma das mesas da Casa de Chá — Quem diria que seria o garotinho brilhante que corria pelas ruas com aquele guarda e os filhos do senhor Lee, ele era cheio de energia e carinho...

As pessoas da Casa de Chá conversavam, era o assunto do momento na capital.

— Ontem ele entrou na casa dos Lee! — ela exclamou — A senhorita Sana foi assassinada e ele foi até o quarto do líder da família! O senhor Lee o reconheceu como Yongbok, aquele garoto que foi expulso da família.

Hyunjin, um dos clientes do estabelecimento, deixou sorriso suave pintou seu rosto, só conseguiu imaginar que finalmente iria ter sua diversão no lugar, esperar por tanto tempo havia dado bons frutos.

Yongbok, o Assassino Noturno.

...

Nesse dia, o Rei anunciou que os seus melhores guardas e os melhores alunos da academia partiriam para fazer um cerco contra Yongbok.

No momento em que o enorme grupo da guarda real se dirigiu para a floresta em que o Lee fugiu e desapareceu, gritos do tipo "capturem o assassino", "matem-no" e "façam ele pagar pelos seus crimes" ecoaram pela cidade, os cidadãos da capital gritavam para dar mas força de vontade para os guardas. À noite tudo terminaria, eles estavam indo executar Yongbok, não o prender.

A noite caiu junto com a chuva e não tiveram notícias da caçada, a residência dos Hwang estava com sua proteção um pouco frágil, já que vários dos guardas que os protegiam foram designados para a missão de capturar Yongbok, talvez tenha sido isso que assinou sua sentença de morte. Yongbok invadiu a residência dos Hwang, matando o líder e sua esposa, passando de quarto em quarto para matar qualquer outro familiar que estivesse dentro da residência.

Até em que abriu a porta de um dos quartos e encontrou um homem alto com cabelo escuro e longo, que jogou um dos vasos de dentro do quarto na sua direção e correu aproveitando a sua distração.

Ele correu até a porta da saída onde encontrou Han Jisung e Lee Minho.

— Quem é você? — Minho perguntou assim que o viu.

— Sou filho dos Hwang — ele disse mostrando sua insígnia com o seu brasão familiar — Como ele entrou aqui? Não estavam o perseguindo?

— Estávamos, mas ele fugiu e percebemos que estava vindo para cá — Minho explicou, parecia cansado — ele tem um objetivo bem claro de eliminar todas as famílias que deram apoio ao assassinato do seus pais.

— Você quer dizer que aqueles rumores antigos sobre a expulsão do Yongbok ser injusta é verdadeira? Ele realmente estava certo sobre o antigo líder Lee comandar o assassinato dos seus pais...? — o Han ficou admirado — Todos achavam que ele havia ameaçado o senhor Lee porque havia enlouquecido.

— Talvez ele tenha enlouquecido agora, entregou o cúmplice dele para nós durante a perseguição. Bang Chan não havia desaparecido, estava ao lado dele, mas durante o cerco na estrada, o Bang apareceu para protegê-lo, Yongbok simplesmente o abandonou e fugiu. — Yongbok chegou no local mas parou ao ver Minho ao lado dos dois — Corram para fora, vou mantê-lo ocupado.

— Cuidado, senhor Lee... — Jisung disse e correu com Hyunjin atrás de si.

Yongbok não queria ter que lutar contra Minho, desistiu na primeira vez que tentou matá-lo e não queria tentar novamente, mas não foi o caso do Lee mais velho, ele estava com raiva, o olhar dele era o mesmo que o de Yongbok, era o olhar de alguém que necessitava de vingança e que já havia perdido seu último fio de sanidade. Mesmo que não quisesse duelar contra seu primo, ele não iria ficar parado ao ser atacado por Minho, ele iria revidar. Algo que os dois sabiam muito bem era quem seria o vencedor antes mesmo de começar o duelo, Yongbok sempre teve suas habilidades elogiadas, se destacava em tudo que fazia e sempre ficava na frente de Minho, o Lee mais velho se jogou na derrota e sabia disso, mas isso não o impedia de lutar com todas as suas forças.

Os braços do Lee mais velho doíam, os diversos cortes feitos pela espada de seu primo sangravam sem cessar, cada ataque do outro era rápido demais para conseguir se defender com tantos machucados que o impossibilitava de mover-se rapidamente. O último golpe que sentiu foi a espada de Yongbok perfurando seu ombro profundamente, como resposta ao seu ataque, Minho perfurou o abdômen do mais novo, devolvendo o ataque, os dois estavam feridos, poderia ser visto como um duelo justo.

Yongbok empurrou Minho para trás, se soltando e saiu da residência tropeçando por causa da dor, fugindo do lugar rapidamente.

...

Lá fora, Jisung e Hyunjin respiravam pesadamente, por insistência do Hwang, os dois esperaram por Minho, observando a porta da saída, mas quem saiu foi Yongbok, caminhava tropeçando levemente enquanto apertava o lado esquerdo do seu abdômen com sua mão livre e a mão esquerda segurava sua espada fortemente.

O Han percebeu que ele estava machucado, sendo um alvo fácil para si, então se aproximou do Lee. Yongbok percebeu a aproximação e levantou seu olhar, se deparando com os olhos do Han, que apontava uma espada para si.

Repentinamente, o Han sentiu um forte dor em seu peito, enquanto uma espada de um dos guardas abatido o perfurava, perdeu a força de seus braços e deixou a espada preparada para atacar o pescoço do Lee cair no chão. Quando o corpo de Jisung caiu no chão, Yongbok se deparou com o rosto de Hyunjin, que parecia estressado, ele soltou a espada com impaciência e chutou o corpo do Han.

— Esperei por isso por tanto tempo, e você ousa voltar machucado, Bok? — Yongbok não entendia o que o mais alto queria dizer — Esse tempo no mundo humano o deixou fraco demais. Fuja enquanto ainda tem tempo, morra sem dignidade em algum lugar sujo, renasça, tenha outra vida miserável, destrua todos à sua volta até esse ciclo ter um fim.

— Sua voz... — Yongbok tentou dizer enquanto alguns fios de sangue sujavam seus lábios — na minha cabeça...

A voz desse homem é a mesma que me destruiu.

— Termine logo o seu castigo, Bok, morra, na sua próxima vida isso terá seu fim definitivo. Ficará em paz.

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