Capítulo 31 - Rebeca Wilson


Boa leitura XoXo

Não estava acreditando que o tempo todo era essa mulher. Estava me recusando a acreditar. Uma coisa tão boba, mandando mensagens anônimas para mim, o que ela queria? O Tom? E porquê não disse à ele? Ele não é casado comigo, não. Não sou um obstáculo. Tom é o próprio obstáculo. Com certeza essa garota criou algo na cabeça dela, uma rivalidade feminina. Me trata bem cara a cara, mas por mensagens parece uma maluca. Agora ela vai me explicar tudo como uma adulta e uma mulher resolvida. Que negócio é esse? Estava me sentindo em um filme de suspense, mas este era misturado com comédia.

— O que é isso, garota?

Rebeca virou em um pulo quando agarrei seu braço. Sua feição era de incoformada, estava tentando entender o que se passava ali. Eu mostrava totalmente minha raiva, minhas veias estavam quase soltando da minha testa.

— Você ainda pergunta? Eu sei de tudo.

— Tudo o que, Camila? Não tô entendendo. -seu cenho estava marcado, enrugado. — Por favor, pode soltar meu braço? Está me machucando.

Soltei. Minha respiração foi junto. Analisei sua cara de pau e mudei a direção de meu rosto, avistando uma cadeira vaga. Fui até ela me sentando.

— Eu vou ser bem direta, sem alvoroço. Por que está me perturbando com mensagens e ligações anônimas?

Minha pergunta fez com o semblante da menina á minha frente mudasse no mesmo segundo. Rebeca ficou pálida na mesma hora, mas tentou disfarçar sua cara de indignação. Poderia dizer que estava em choque com a boca aberta, eu queria rir, mas mantive a linha. Agora é a hora de pôr as cartas na mesa e acabar com a graça dessa mulher que está chegando na fase adulta agora.

— Oi? Quem não está entendendo sou eu. É aquele assunto que comentou em um dos almoços que me convidou para ir com você e sua amiga? –disfarçou.

Bufei. Não gosto de joguinhos. Ri sarcástica da sua fala alguns minutos depois do silêncio. Coloquei meus pés em cima da mesa.

— Não pode pôr o pé aí. A mesa é da minha chefe, ela não vai gostar. –suplicou a morena.

— Você quer que eu tire o pé daqui?

— Quero, e muito! Por favor...

A voz, o jeito de escrever não batia com as suas falas pessoalmente. Quem será que fica com ela enquanto fala comigo no telefone? Com certeza ela não está sozinha. Rebeca me encarava preocupada. E eu pensava olhando bem para os fundos de seus olhos, mas eu não estava prestando muito atenção nela. Quero saber quem é a pessoa por trás das ligações, o motivo real das mensagens, porque ser tão rude e quem é Carolaine que a operadora registrou na lista telefônica.

— Eu também quero que me conte a verdade. –disse tirando os pés e me levantando.

— Camila, eu já disse que não sei do que está falando.

— Claro que sabe! Não se faz de sonsa. –ficamos um pouco em silêncio, pois ia dizer algo mas hesitei. Retornei. — Quantos anos você tem?

— Vinte e três.

— Muito nova, muitas coisas podem ser explicada... Eu vi você me olhando enquanto eu conversava com o senhor Hiddleston e depois mexia no celular. Não liguei, afinal é algo normal. Mas sabe o que não é normal, Rebeca? Você largar o celular na mesma hora que a mensagem anônima chegar ao meu celular. –conforme eu dizia ela prestava atenção. Realmente pela cara dela não parecia ela, algumas coisas ainda não se encaixavam, seu rosto estava triste, desapontado. Estava sentindo que seria uma acusação forte e falsa.

— Camila, pode ter sido coincidência, ok? Eu disse que podia me procurar caso queira sobre esse assunto, é algo sério. Não sei como ainda não resolveu. Mas eu preciso ir, está na minha hora e muito tarde. –checou o relógio. — Vai dar sete da noite. Me ligue caso precise de mim. Boa noite!

Eu não acredito que ela não admitiu. Eu estava tão perto, estava tão na cara. Será que errei? Isso está me preocupando novamente... Parece cena de filme, ou estou exagerando? Vou ficar de olho nessa garota. Uma jovem querendo brincar com coisa séria, pode ser que na cabeça dela isso não seja um problema, um crime, ameaças são crimes, ela é nova, existe várias razões para querer isso. Eu chuto por ela dizer tanto no meu ouvido que quer Tom, e se antes ela não sabia de nada, agora sabe pelas vídeos, e é por isso as ameaças. ''Estou'' com a pessoa que ela se interessou, tudo veio á tona. Está passando as cenas na minha cabeça agora quando ela entrou na empresa, as conversas com a melhor amiga, os conselhos que me pediu quando eu estava perto delas, as perguntas, as vezes que ela me procurou para saber sobre ele e para falar sobre ela, as insistências dela com nosso chefe. Pode ser muito isso, porque se não for, o que será? Nunca fiz mal á ela, e se o que eu suspeito for verdade, tudo fará sentido.

Existe vários tipos de pessoas nesse mundo, e ela se encaixou na louca e apareceu na minha vida. E quem será essa Carolaine? Eu quero muito saber, isso não pode ser coincidência. Minha vida parou de ser monótona e sem graça há muito tempo, tudo agora não é só coincidência, parece que tudo acontece por uma razão, nos momentos certos e arrisco a dizer que até quando ''quero'', ou penso sobre. Digo, depois de voltar à Nova Iorque.

Saí da sala e fechei a porta atrás de mim, percebi até que estava descalça. Não tinha ninguém ali, deve ser o horário. Peguei meus saltos e meus outros pertences que deixei ali, e fui embora. Tudo escuro, peguei o elevador e apertei o térreo. A noite já havia tomado conta do céu, a brisa estava gelada. Meus saltos estavam nas mãos. Atravessei a rua e abri meu carro. Joguei as coisas no banco do passageiro e deitei um pouco no banco, o deitando para trás, para descansar as costas para dirigir bem. Mas não durou muito. Pulei de susto tentando fechar o vidro da janela que já estava se fechando junto com a tranca da porta quando alguém bateu no vidro do carro, eu apenas fechei os olhos.

Rebeca's POV

Camila me deu um baita susto aparecendo na sala após as mensagens. Na mesma hora meu coração acelerou, meu sangue gelou. Pensei que ela, infelizmente, descobriu a verdade. Não queria que fosse agora, muito menos quem era a pessoa por trás disso tudo. Não saberia se iria conseguir enrolar muito ela, a garota é esperta e sabe tirar as coisas da gente. Quase contei ali mesmo, mas consegui sair antes que qualquer palavra errada saísse da minha boca. Não sei se a resposta seria boa, ou o que iria acontecer com a verdade à tona. Os planos nem se concluíram ainda, tem tanta coisa para acontecer antes que ela descubra quem é por trás, isso se vier a acontecer, porque se tudo der certo, ela nem precisa. Afinal, não será necessário, não tem um motivo, não irá acrescentar em nada.

Carolaine. Camila sabe quem é, sabe do nome. Não sei como não pescou ainda. E eu não acredito que ainda tá na lista telefônica aparecendo no identificador. Como? Achei que tivessem tirada na operada, e ficasse anônimo ao regular nas configurações. Quanta idiotice! Os cuidados foram ignorados. Está tudo saindo fora dos eixos, os planejamentos mal feitos, mas com cautela. Que raiva!

Saí tão depressa daquela sala, não queria me ver mais encurralada com Camila. Que mulher esperta. Amanhã irei sumir um pouco da vista dela. Terei que fazer uma coisa para sair todo esse foco dela amanhã na empresa, ela terá que esquecer um pouco de mim, vai ficar na minha cola até ter a resposta que ela quer. Ela é assim, sempre consegue o que quer. Dá para notar. Bonita, inteligente, se veste bem, comunicadora, tem amigos, simpática, adorara por todos... É a Camila, né? Vida perfeita eu diria. Todo dia com um sorriso perfeito no rosto, amigos legais, tem um chefe que a adora...

Irei focar no que tem que acontecer sem prejudicar alguém. Preciso ter o que quero. Iremos ter que tomar mais cuidado, ou vai dar tudo errado ao que eu quero. Ao que preciso para mim, ao que tem que ser meu. Trabalharei bastante para essa devida atenção. Otimismo. Preciso disso na mente, e de muito esforço e empenho. Além de gostar de trabalhar, preciso dele.

[Quebra de tempo]

Minhas vestes de hoje seriam um pouco mais simples, mais de acordo com o ideal de uma empresa de negócio. Não nego, gosto do meu jeito de vestir. Meu busto não é grande o suficiente, mas sempre estão lá para serem amostrados. Os saltos agulha estão em alta, o barulho no piso de porcelanato parecendo que estão sendo trincados me fazem sentir-me prepotente. Não minto que adoro os olhares, só me enlouquece que não recebo os olhares de quem desejo. As calças são largas, algo tem que sobrepor. E é por esse motivo, que, hoje, mudarei um pouco. É só o início de algo.

Com a ajuda do Pinterest, fui em uma lojas ainda abertas na noite anterior. Me vestiria, finalmente, adequada ao ambiente que trabalho e amo estar. Por mais que eu queira algo de lá, não significa que eu não goste de trabalhar. Eu procurei por esse estágio a minha faculdade inteira, apenas aconteceu algo no meio do caminho. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Cortei levemente meus cabelos, seguindo os recortes mal acabados da última vez que fui ao cabeleireiro. Não ficou tão mal quanto pensei que ficaria, soube fazer um bom corte, mas ainda não mudava meu rosto simétrico e perfeitamente encaixado com os desenhos de meu nariz e queixo.

Ele estava impecável na altura do ombro, fiz apenas algumas ondulações nas pontas e estava me sentindo muito bonita. Passei um batom vermelho escuro, coloquei um colar e brincos combinando com a minha pulseira da sorte, e passei meu perfurme mais caro que eu tinha pelo meu closet. Coloquei os salto, peguei meus pertences e saí a procura de um táxi que sempre estava passando por ali.

Parei na esquina, havia um Starbucks logo ali e comprei algumas coisas para levar à empresa. Caminhei lentamente até o trabalho, bem antes da maioria e já estava aberto, como imaginei. Subi o elevador animada e algumas pessoas já corriam com pressa para começar seu dia. Andei até uma sala específica. Meu coração estava acelerado com a minha audácia, mas queria fazer tal alto. Bati e alguém murmurou para que eu entrasse. Em passos largos, entrei com meu melhor sorriso.

— Bom dia, senhor. Eu trouxe seu café da manhã e alguns Macarons que gosta. -eu dizia indo em direção á sua mesa.

— Que gentileza a sua. Muito obrigado! -ele sorriu meigo.

O homem estava com uma cara de sono, mas continuava bonito e elegante. Usava terno azul bem escuro, talvez marinho e uma gravata borboleta, sem contar o óculos de grau que o deixava bem bonito. A barba bem feita, apenas de cavanhaque e seus cabelos um pouco cacheados e grande, diferente do habitual.

— Aconteceu algo que veio mais cedo? -perguntou já comendo. Eu havia ficado parada em pé o observando, acredito que foi por isso que puxou assunto educadamente, mas acontece que na verdade eu estava pensando nele e o quanto é charmoso.

Fiquei feliz e animada por ele saber que eu não chego nunca nesse horário. São quase 08h da manhã ainda, e meu horário era sempre às 10h da manhã. Mas dava para entender, afinal, ele era o chefe dos chefes, teria que saber tudo de todos que atuam dentro da empresa, é o cara que decide quem entra e quem sai, junto com Raquel e Helena, claro. E mesmo assim, é quem comanda. Mas, não me tirou um sorriso saber da verdade, gostaria de acreditar em outra possibilidade.

— Eu tinha muitas coisas pendentes para resolver, precisei vir. Aproveitei para lhe trazer algo, trouxe também para a Chay. Não faria mal nenhum, não é mesmo? -sorri amarelo bem sem graça.

— Muito bom. Gostei! -olhou a embalagem do copo. — Starbucks. Raramente passo lá por conta dos horários, poderia trazer mais vezes ou pedir alguém que traga essas mesmas coisas? -perguntou Tom com a mão na boca, estava cheia.

— Claro!

Assentimos com a cabeça em forma de despedida e saí de sua sala, indo em direção a sala da minha chefe. A qual sirvo, atendo suas ligações e faço tudo para ela, assino as papeladas e tudo mais. Não aguento ela!

Entrei pedindo licença e lá estava ela, fazendo nada, como sempre. Entreguei seu chá gelado e fui em direção à minha mesa do lado de fora apenas com um sorriso no rosto, sem dizer nada. A Chayene, ou Chay para nós, tinha um temperamento forte. Horas calma, horas bem ignorante, fora do comum. Stress.

•••

— Oi! -ouvi uma voz familiar, um pouco doce, perto de mim. Levantei meu olhar, em seguida a cabeça ao perceber que era quem eu imaginava. Camila sorria malandro. Eu já imaginava o que ela queria, a mulher mal falava comigo.

— Olá! Bom dia! -pus meu maior sorriso no rosto. Falso.

— Chegou cedo hoje, né?

A mulher puxou uma cadeira vaga que tinha ali e colocou a frente de minha mesa. Apoiou os cotovelos na mesa pondo as mãos em seu queixo. Seu olhar mantinha esperteza, soberania e uma leve ameaça. Sorria como se soubesse todos meus segredos. Bom, ela sabe de um, mas ainda assim tentarei o impossível de tirar isso da sua cabeça, mesmo que eu falhe. Minha espinha percorria todo tipo de ar, estava sentindo calafrios e nervosismo. Essa definitivamente não sou eu, mas tenho que manter o personagem de alguém que eu criei e fingir ser uma pessoa má, gananciosa. Por trás disso tudo, dessa força, sou uma boa pessoa, apenas quando preciso de algo, quando coloco algo na cabeça, nada tira.

— Como sabe? -se ela olhasse dentro de mim, veria minha alma saindo do corpo. Estava chegando perto.

Camila me olhou de cima baixo, seu olhar estava como nunca visto antes. Me encarava como se soubesse de fato que era eu, só estava esperando eu admitir, o que vai demorar.

— Um passarinho azul me contou. -sorriu fraco e falso. Dava para identificar seus sorrisos, Camila é tão alegre que irrita. Seus sorrisos são sempre extravagantes e brancos.

— Eu tenho muitas coisas para resolver, por isso. Será que poderia dar licença, fazendo favor? -desviei meu olhar para o computador á minha frente.

Senti ela levantar sem tirar os olhos de mim, e pôr a cadeira no lugar. Senti novamente o peso de seus olhos voltarem á minha frente.

— É uma bobeira te acusar, desculpa. Almoça comigo e Angel hoje?

A olhei rapidamente e estava aquele sorriso ali, o extravagante e chato. Das duas ou uma, ou ela está jogando comigo ou se convenceu que está errada. Seja qual for a resposta, vou encarar isso como a segunda opção. Seu truque pode ser qualquer um, vou tirar vantagem disso.

— Hein? -levantou a sobrancelha esquerda.

— Adoraria! -sorri com a boca fechada. Ela assentiu e se retirou.

Camila's POV 

[Horas antes]

Saí da sala e fechei a porta atrás de mim, percebi até que estava descalça. Não tinha ninguém ali, deve ser o horário. Peguei meus saltos e meus outros pertences que deixei ali, e fui embora. Tudo escuro, peguei o elevador e apertei o térreo.

A noite já havia tomado conta do céu, a brisa estava gelada. Meus saltos estavam nas mãos. Atravessei a rua e abri meu carro. Joguei as coisas no banco do passageiro e deitei um pouco no banco, o deitando para trás para descansar as costas e dirigir bem. Mas não durou muito. Pulei de susto tentando fechar o vidro da janela que já estava se fechando junto com a tranca da porta quando alguém bateu no vidro do carro, eu apenas fechei os olhos. Os apertei enquanto me encolhia no banco.

— Camila Smith? -ouvi a voz de uma mulher e fui abrindo aos poucos meus olhos.

Não reconheci a voz. Estava com medo. Uma hora dessas e alguém bate no meu vidro. Ela estava me seguindo, será? A mulher tirou o capuz preto com pelos claros envolta dele e revelou um rosto de boneca. Seus olhos azuis estavam escuros e tristes, seu cabelo era lindo, muito claro e loiro. Brilhavam com o luar. Algo estava errado. Se afastou colocando as mãos no rosto no bolso da calça jeans skinny que usava. Saí do carro confusa e um pouco desconfiada. Minhas mãos também estavam na calça, mas estavam bem grudadas na chave do carro destrancada que continha a porta encostada. Qualquer passo falso eu adentrava o automóvel e saía o fora dali.

— Camila, eu me chamo Carolaine Dexter Campbell e acho que isso lhe interessa.


********

Vishhhh, eu amei esse final. Alguém tem que preparar o funeral. Já descobriram quem é ou preciso de mais um cap pra falar quem é o anônimo???

Queria mostrar a personagem Rebeca, mas não achei uma foto melhor. A moça da foto é apenas uma foto, não é ela! Eu peguei ela de um jogo, me inspirei ela em uma personagem do jogo Romance Fate. Vou deixar uma foto dela, mas podem continuar imaginando a personagem do jeito que quiserem.

Ela/Jenna no jogo é insuportável, manipuladora, estagiária, fdp e quer se casar/ter algo com o chefe igual a Rebeca. Minha inspiração para essa fic  essa personagem é nesse jogo e em um pov que vi, disse no começo. É isso!

Um beijo! ♡

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