Capítulo 30 - Anonymous calls
Boa leitura! XoXo
-Alguns dias atrás-
Na noite seguinte do dia que fui à Los Angeles com Tom, na conferência, que ocorreu na quarta-feira de Agosto, eu havia recebido uma ligação de Nova York, no nome de Carolaine Dexter Campbell. Só que eu não conheço ninguém com esse nome, mas pensei que poderia ser engano e que a operada mesmo identificou esse nome por já estar salvo na agência deles. Mas, resolvi atender. Não faz mal, posso ajudar em algo de repente.
- Alô? –atendi.
- Camila? –era uma voz de um homem.
Estranhei. Não era nenhuma Carolaine. Quem era?
- Sim! Carolaine?
- Ah, não. Me desculpa! Acho que esse número não pertence mais a quem imagina. Achei seu número no calendário telefônico. Graças, estava doido para te achar. –um calafrio me percorreu ao ouvir o final.
- Mas, quem é?
- A pessoa que te manda mensagens anônimas. Agora vou passar a te ligar de vez em quando. Mais prático, não? –ouvi uma risada medonha. A pessoa foi bem direta.
- Olha, o que você quer, hein? Achava que era uma mulher pelas coisas que me mandava. Se quer o meu chefe, saiba que ele é hetero. –disse com um certo medo e falhas na voz, mas a risada do outro lado da linha era de dar arrepios.
- Um bom ponto. Porém, tem muitas coisas envolvidas, e você não sabe de muita coisa.
- Se eu não sei de nada, por que tanto me liga? O que eu vou poder fazer para te ajudar sem saber o que quer? Me mandar essas mensagens e me ligar, não irá adiantar muito.
- É aí que você se engana, Smith. –engoli em seco. – Quero que siga minhas orientações nas próximas semanas.
- E se eu não seguir? Vai fazer o que? –ri debochada.
- Vai até á janela!
Com o coração palpitando e com os pés descalços, fui na ponta do pé até a janela. Sem fazer barulho e sem demonstrar que irei fazer isso, afinal, não sei o que irá acontecer comigo ao fazer o que o homem na chamada mandou. Atrás da cortina, abri um pouco sem aparecer meu rosto, ainda escondida, vi uma única pessoa na rua da minha casa. Era alguém que estava no meio da rua, com um sobretudo preto e de capuz. Não dava para ver seu rosto, e o restante das vestimentas eram pretas. A pessoa, que não identifiquei quem era, olhava fixadamente para meu apartamento que tinha a luz da sala acesa, onde eu estava. Como sabe onde moro? O meu andar? Eu vou denunciar quem quer seja. Quero segurança! Essa brincadeira foi longe demais. Está me dando nos nervos, e um pouco de medo.
- Ah! –pus a mão na boca e caí no chão assustada, com uma das mãos no peito.
A pessoa lá embaixo acenou para mim, não vi a expressão, estava escuro, mas pareceu sorrir. Quando ia responder, a ligação caiu.
Aquilo me deixou com medo a noite toda. Acordei a Lily no meio da noite e expliquei o que aconteceu para ela. Vamos comprar mais segurança para nossa porta, já que nem porteiro temos, muito menos câmera no prédio, apenas nas ruas. E conseguir as filmagens da câmera da rua seria um pouco burocrático. Nem vou perder esse meu tempo, levaria meses e teria que apresentar bastante documentos, iria ter que ir para vários lugares do governo da cidade. E, para resolver isso melhor do que nunca e como uma adulta, dormi a noite toda ao lado da minha melhor amiga, que reclamou, recusou minha companhia, mas deitei assim mesmo, feliz e com várias braçadas e pernadas que recebi durante a noite. Acho que é por isso que os relacionamentos dela não durou muito, ela dorme parecendo que tá nadando ou lutando kung fu. Ironias, pois minha amiga é um amor.
Mais alguns dias se passaram, e as ligações eu só recebia na parte da noite. Bem tarde mesmo. Ás vezes, eu recusava, ás vezes nem atendia. Na maior parte do tempo, meu celular ficava no silencioso ou modo avião. E por conta disso, eu recebia mais os sms, mesmo que fiquei um tempo sem receber. Ficar longe do seu chefe tem suas vantagens, mas grandes e severas desvantagens. Não sei como Tom ainda não tirou esse cargo de mim.
Quando eu conheci Cameron, foi muito coisa de FanFic. Eu adorei o tipo de diálogo e o momento, realmente me senti dentro de uma estória escrita por um adolescente ou um filme dos anos 2000, e depois de alguns segundos quando ele desapareceu da minha vista, mordisquei o copo de água que estava bebendo enquanto observava sua saída, e ri. Mas, logo parei de rir, passou algo na minha cabeça. Suas roupas eram incoerente para o meio de trabalho daqui, apareceu do nada, todo misterioso e cheio de segredos. E pensei por alguns segundos depois de receber aquela ligação e nos dias depois após conhecer ele, que poderia ser Cameron. Pessoalmente analisei sua voz e a voz da pessoa que estava gravada na minha mente, tentei comparar. E fiquei noites antes de dormir pensando se poderia ser ele. Tudo bateu certinho, menos a voz. Mas, não descartei essa hipótese. Não era uma hipótese concreta, afinal, eu só desconfiei dele e de mais ninguém. Deixei para lá, quando eu tiver mais certeza, iria atrás dele.
Na mesma noite que fui ao jogo de basquete com Cameron, meus pensamentos a noite foi nele o tempo todo, eu estava feliz por aquela noite. Eu não sabia se odiava ele por implicar comigo o tempo todo ou se gostava dele por ser simplesmente, ele.
Tomei um banho relaxante. Minha cabeça estava explodindo, imaginava ser TPM. Minha menstruação ainda não havia descido esse mês, provavelmente essas mudanças de humor pode explicar muita coisa. Enrolada na toalha passei meus hidratantes e saí a procura do meu celular que tocava sem parar. Irritada, olhei o visor e era aquele número de novo, a tal da Carolaine que não era Carolaine. Resolvi atender.
- O que quer agora? –fui a primeira a dizer algo.
- Nossa, é assim que me atende?
- Eu não tenho tempos para joguinhos. Fala o que quer logo para eu poder desligar. –disse sem paciência alguma.
- Certo! É verdade. Como te disse por mensagens, se afaste de seu chefe. Ou se preferir se demita, pode escolher. Era só para reforçar mesmo, você não tem me respondido.
Revirei os olhos. Prendi o ar e o soltei ainda pesado.
- Eu tenho outra escolha? Outra opção?
- Não!
- E se eu não quiser? –desafiei o anônimo.
- Não vai querer que seu vídeo com seu chefe chegue nas mãos erradas.
Ouvi o telefonema cair no mudo. Desligou. Filho da puta. Taquei meu celular com raiva na cama que quica e cai no chão. Seguro meus cabelos com força. Isso não vai ficar assim. Meus olhos estava marejados, deixei as lágrimas caírem pesadamente em meu rosto, que sentia ferver.
No dia seguinte da ligação, Tom apareceu bêbado e até me agradou, fiquei feliz, mas no fundo eu sabia que devia contar para ele naquele momento e no mesmo dia tudo aconteceu. Mas como eu sou burra, medrosa, eu não consegui, travei. Preferi brigar por tudo e ainda perdê-lo antes mesmo de tê-lo. Que droga!
Os dias foram se passando e eu recebi a última ligação da qual me lembro.
- Camila, vou ser direto. –respirei fundo olhando para minhas mãos sem me importar. Eu fiquei quieta. – Eu vou te dar uma missão. –gargalhei sem humor, sarcástica. – Encontre uma pessoa capaz para pegar seu cargo, ouviu? Alguém que está nessa empresa, competente e apta para o serviço. Ou eu mexo meus pauzinhos para você ser despedida de todos os cargos que tem nessa empresa e deixar de ser confiável e amada por todos. Você não sabe quem sou eu e o que eu posso fazer. Boa noite!
E, desligou. Arregalei os olhos e por um instante Anne passou na minha frente. Mas, com voz de homem? Eu tenho que descobrir algo, isso está muito estranho. Meu corpo se arrepiou de medo... Medo? Talvez insegurança.
**********
Oii, esse tá bem pequeno, eu sei. Mas era só pra introduzir um pouco antes de ir descobrir, quem finalmente é essa pessoa. Não tá ficando tão bom quanto imaginei essas partes do anônimo, mas estou tentando dar meu máximo. Espero que gostem!!!
Comentem para eu saber o que tão achando. Eu amo que estão lendo e que estão deixando as estrelinhas, mas comentários são tão importantes quanto a estrelinha. E quem tá lendo e não aparecendo, vamos aparecer. Faz bem ajudar o próximo, viu?
Um beijo! ♡
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