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— Erica, seria muito difícil te pedir para que não se envolva nessa situação com os "Goozies"?

— Como uma família daquelas tem um sangue medíocre igual ao Afonso?

— E seu Marido? — Zahi toca na parte sensível da conversa. Num ponto que faz Erica Mendez Vitelle cuspir no chão. — Família sempre é família.

— Eu sei. E as vezes esqueço com quem me casei.

— Prima, são anos de trégua. A última vez que houve guerra entre nossas foi a mais de vinte anos. Éramos jovens e inconsequentes, mas hoje, somos o futuro das empresas.

         Erica nem sempre foi assim, uma pessoa fria e amarga, e Zahi sabe disso. Os dois foram muito próximos quando jovens, mas quiz o destino que se unissem de outra forma... não pelo sexo, mas pelo sangue.

           Um pacto de sangue.

— Otaviano não reconheceu o Afonso? Eles se conheciam. — Erica pergunta e responde na desconfiança. — O que o Metástase descobriu?

              Zahi pede com um gesto, para que o homem no terno branco, olhos claros, se aproxime do casal unidos pelo sangue.

— O Afonso mudou de nome há dez anos atrás e fez uma cirurgia plástica. Não foi fácil descobrir isso em tão pouco tempo, mas, um pouco de pergunta ali e um pouco de insistência acolá...

— Violência, é o que significa insistência, não é mesmo Metástase? — Erica acentua a palavra Insistência.

— Faço o que me pedem. A forma como consigo é somente um detalhe. E creio que os fundamentos que alicerçam os pilares dessa família estão besuntados com sangue e violência.

— A mais pura verdade, não é primo?

Zahi permanece em sacro silêncio.

— Por que o Afonso se tornaria um bandido de quinta categoria, se a poderia ser um alto escalão?

Enquanto pensa, Zahi sorve um blend puro e mexe o copo de cristal deixando as marcas do líquido desenhadas por dentro do copo.

— Ele pode ser um cagão ou algo pior.

— Exatamente, Metástase. Gostei do "algo pior", somente para constar nessa conversa.

— Sim... algo pior. Entende agora porque te pedir para esquecer o Afonso? Não sabemos como ele lucraria provocando uma guerra entre as famílias, mas precisamos descobrir. Metástase, descubra tudo que puder.

— Sim, Zahi.

Depois que o Metástase sai, Erica mexe na sua bolsa e acende um charuto. Zahi continua absorto em seus pensamentos.

— Primo, sua confiança nele sempre me dar nos nervos.

— Erica, se tem uma pessoa que levaria uma bala por mim ou por você, seria o Metástase. Eu confio minha vida a ele, e sei que ele me confia a dele.

— O sangue... o poderoso pacto de sangue criado pela nossa família.

— Não fomos nós quem criamos, mas fazemos dele nosso legado. — Zahi bebê todo o blend escocês do mais alto valor e depois aproxima seu corpo de Erica, apoiando seus cotovelos nas pernas. — Prima, sei que você ama Otaviano, mas, depois de dar-lhe uma pisa de sexo e beberem um excelente vinho, veja o que consegue descobrir.

— É sério isso? Fazer sexo com aquele traste? Puta merda. Eu deveria era rasga-lhe a jugular com o salto do meu sapato.

— Estou te pedindo para fazer sexo com seu marido.

Erica, levanta-se de supetão e encara Zahi.

— Nao tenho sangue frio para fazer isso hoje, porém, quem sabe amanhã, na próxima semana ou daqui a dez anos.

— Eu confio plenamente no seu instinto.

— Vá se foder. — Erica sai batendo a porta de madeira importada do Líbano.

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