O casal está deitado no chão do camarim. A noite foi mais que especial. Até porque Elisa não sabia que Zahi estaria ali, nessa noite.

— Amei você ter vindo me assistir. Não esperava-o por aqui, hoje.

— Nem eu imaginava. E amei estar aqui. É impressionante como seu show melhorar a cada noite.

— Saudade? — Elisa faz a pergunta que mais deseja saber de imediato.

— Muita! Muita mesmo. Desmarquei uma reunião importante, para fazer mais tarde.

— Mais tarde? Como assim? Já são onze da noite. — Zahi sorri levemente. Gostou do tom na voz de Elisa, puxado para o ciúme.

Ele a abraça e a beija com doçura.

— Tem coisas que não podem esperar para depois que o sol nascer.

— Não sendo outra mulher... Pode virar a madrugada.

Zahi gargalha.

— Não meu amor, com certeza só tem uma pessoa que é dona do meu coração e pode acreditar que é você.

Elisa beija o lábio superior de Zahi, que faz carinho nas sobrancelhas da dançarina. Zahi levanta-se depois de algum tempo com eles abraçados e começa a vestir a calça de linho branca.

Zahi não gosta de usar cueca, embora quase sempre use. Elisa nota que ele encontra-se um pouco pensativo.

— Essa testa franzida é problema na empresa? Aconteceu alguma coisa?

Ele se ajoelha ao lado de Elisa que continua deitada.

— Na empresa não, e para dizer a verdade, quase não tenho problema nas empresas. É problema de ordem familiar. — Zahi brinca com um dos fios encaracolados de Elisa.

— Pode contar o que aconteceu?

— O pai do meu afilhado, entrou numa roubada. Na verdade acho que ele tomou uma volta. — Elisa franze o cenho. — Para não dizer que foi corno.

— Desculpa minha gargalhada.

— Ria a vontade. Porém, acho que esse foi o menor dos problemas. Eu tenho impressão que foi um golpe.

Elisa ainda rindo, completa:

— Na deixa de ser um golpe. Uma porrada. Mas, entendi. Ele também foi enganado em mais de um quesito.

— Exatamente.

— Mas, por que isso precisa da sua atenção?

Elisa percebe que entrou no lado obscuro da vida de Zahi. A forma como ele levantou a sobrancelha esquerda, deu a impressão dele querer dizer: "é melhor não saber".

— Não precisa dizer nada meu amor, foi só curiosidade boba.

— Se uma pessoa que rouba minha família, achar que não vai dar em nada, os outros poderão ver isso como uma demonstração de fraqueza.

Elisa entende o sentido "os outros". Zahi percebe o desconforto que essa conversa causou e muda rapidamente de assunto.

— Semana que vem não marca nada, vou para Dubai e desejaria que fosse comigo.

Elisa abraça-o nua.

Zahi excita-se ao sentir os seios volumosos de Elisa, comprimindo seu peito.