além do tempo

Hoje faz cinco anos que lhe dei o meu sim, a decisão mais linda de toda minha vida, e nada melhor do que comemorar com a descoberta de uma nova vida, eu descobri que Laura estava a caminho.
Minha vida já é um sonho desde a hora que meu ventre ganhou um novo morador, mas em breve acho que passarei a viver em um paraíso. Meu bebê está chegando e tudo está sendo preparado para o receber!
Sinto que minhas lágrimas vão cair sem parar quando escutar seu choro. Não por tristeza, mas simplesmente por uma emoção inconsciente. Quero que meu bebê seja muito feliz desde o momento maravilhoso do seu tão ansiado nascimento.

...

Deitada na rede com a barriga pra cima e com Jonathan ao meu lado, passamos o tempo juntos ouvindo ela chutar.

-Você ouviu?

-sim meu amor, mas você está bem? Foi um chute e tanto.

-Estou sim, as vezes é um pouco dolorido mas eu amo quando ela está assim toda feliz e agitada, é sinal que ela está bem e está louca pra sair.

-E eu não vejo a hora de poder ser nós três, eu sou o homem mais feliz do mundo, eu amo vocês.

-Nós também te amamos, não é mesmo minha filha? "Sim papa".

Lyly sussurra imitando voz de bebê.

-Agora que tal esse papai lindo ir lá na cozinha e pegar um suco de manga bem gelado para nós duas aqui, hein?

- É pra já amor. Já volto.

Foi o tempo de Jonathan se ausentar pra começar um dor insuportável. Pensei ser apenas cólicas, mas logo descobri que minha filha estava a caminho.
O parto veio de 'partir', ir embora.E é isso que acontece. Deixamos de ser quem éramos, para dar vida ao novo que chega, e assim renascemos juntos.
Naquelas contrações infindáveis, acontece o grande encontro com a tal dor, a tão temida, mas que nada mais é do que um pouco de nós se esvaindo, abrindo espaço para uma nova realidade que nascerá junto com aquele bebê que dança dentro de você para chegar ao mundo.

-Jonathan! Jonathan!

Ele se aproxima com um semblante assustado com os gritos de Lyly.

-O que foi amor? Estou aqui...

Lyly põe as mãos sobre a barriga.

-A Laura amor, acho que ela vai nascer.

Lembro quando Jonathan havia perguntado se a bolsa havia estourado e eu, num momento de muito descontrole e confusão lembrei: 'Meu Deus, a bolsa!'. Ela ainda não havia estourado e eu estava a bastante tempo sentido dores, aquelas dores terríveis.

-oh meu Deus, está na hora? A bolsa estourou?

-Eu não sei Jonathan, a única coisa que sei é que isso dói, está doendo muito. Agora pelo amor de Deus pare de falar e fazer perguntas e me leve pro hospital.

A dor aumentava a cada minuto que se passava. Jonathan a carrega e seus braços e parte em direção ao hospital.

-Vem Laura, vem minha filha, estoura essa bolsa de uma vez por todas.

Gritava Lily

Horas depois já no hospital, enquanto Lyly entrava em trabalho de parto Jonathan aguardava nos corredores. Andando de um lado para o outro, era visível sua preocupação com Lyly e Laura. Até que surge Carmem e Jorge.

-Filho, você está bem? Viemos assim que soubemos. Onde está Lyly?

-Na sala de cirurgia mãe, ela está lá a horas, estou preocupado já.

-Não fique Jonathan, essas coisas são demoradas mesmo, logo você os verá, a Lyly é muito forte.

-Obrigado pai, obrigado por estarem aqui comigo.

Aos prantos Jonathan é consolado por Jorge e Carmem.

-Senhor Jonathan, sua esposa te chama, Sua filha já vai nascer.

Uma enfermeira surge avisando que estava na hora, Lyly entrava em trabalho de parto.

-Vai lá meu filho, dê forças a Lyly.

Jonathan entra na sala e dê mãos dada com Lyly os dois se unem para a tão aguardada chegada de Laura.

-Obrigada por está comigo amor.

-Eu nunca vou deixar vocês sozinhas, eu vou cuidar e proteger vocês com todo meu amor. Eu amo vocês.

-Eu te amo.

-Ainda dói muito não é mesmo?

-Pra caralho amor.

"vou parir na posição que eu quiser!", eu disse a gestação inteira. Mas não achei posição que me desse conforto. Tentei me deitar de lado e não me fez bem. Justo a posição que eu tinha lido que era a mais contra-indicada para o parto (litotomia: deitada, de barriga pra cima), foi a que me pareceu melhor. Vai entender...
De tempo em tempo vinha o imperativo do meu corpo para que eu fizesse força. Jonathan me abraçava, uma outra enfermeira segurava uma de minhas mãos. O doutor tentava me explicar como eu deveria fazer, " força Lyly, força" para o bebê sair mais rápido, mas eu estava ocupada demais para ouvi-los. Uma outra enfermeira tentou empurrar a minha barriga. Rosnei pra ela "Não empurra a minha barriga!"e ela virou e nunca mais foi vista naquele centro cirúrgico.
45 minutos de expulsivo e eu estava cansada. Olhei para Jonathan e disse que não aguentaria mais. Ele saiu do meu lado, foi espiar entre as minhas pernas e voltou com a frase que me deu gás pra mais 400 expulsivos: "Eu vi uma cabecinha. Eu vi uma cabecinha amor, tá acabando, você consegue, vamos la".
Laura  fingiu que ia sair, mas decidiu ficar mais um pouquinho dentro de mim. Não senti coroar, não senti o tal círculo de fogo, só senti quando ela veio totalmente decidida a nascer. Eram 6:17 da manhã. Pra essa hora, faltam palavras. É como ter um milagre acontecendo dentro de você. Inominável.
Laura veio pro meu colo, fez uma pausa no choro para me olhar bem fundo nos meus olhos. Tão pequenina e tão forte a minha menina. Apresentei-me pra ela. Ficamos ali por não sei quanto tempo, só sei que foi menos do que gostaríamos. O sistema tem pressa! Ela foi pesada, medida e voltou pro meu colo pra mamar em paz. Laura enfim e plenamente saudável. Nenhum gemido de dor foi em vão.
Tive ainda mais certeza de que estávamos muito unidas depois de ter ela em meus braços. E assim foi, de mãos dadas com Jonathan a chegada dela. O encontro da minha pele com a pele dela. Nosso primeiro contato fora da barriga foi mágico. Não conseguia tirar os olhos de cada pedacinho daquele ser que tinha acabado de sair de dentro de mim! E pude, então, conversar com ela, dessa vez olhando-a nos olhos. Foi assim que chegamos juntas ao mundo. A primeira vez dela e a segunda vez minha. Nascer de novo é uma experiência difícil de descrever. Só sei que tenho gravada em cada célula do meu corpo, entre o cansaço e o alívio, a sensação de ter transbordado um amor chamado Laura.

...

Clinica psiquiatra de Florianópolis

"Jonathan, onde está você, o que eles estão fazendo comigo....O que fizeram com a nossa Laura."

-Hoje cedo tivemos que aumentar a dosagem, as alucinações estavam cada vez mais frequentes e fortes.

-Mas minha filha vai acordar doutor? Não me diga que ela vai ficar em coma novamente?

-Não se preocupe Manoel, sua filha acordará em breve, só não sabemos em que estado ela vai se encontrar.

-Ela vai se curar doutor? Terei minha filha de volta?

-Bom, é difícil te dá uma certeza, a verdade é que eu não queria tirar suas esperanças mas esquizofrenia é um caso quase que sem volta, os pacientes tem muita dificuldade de voltarem a sua realidade, e por isso ficam presos em sua própria realidade construída pela sua mente, por isso dizemos que não tem cura e sim tratamentos, o que podemos fazer por ela é tratar, afim de que as alucinações percam forças durante toda sua vida, você terá que ter paciência em relação a isso.

Manoel ouvia tudo aquilo e parecia não acreditar, sua doce filha Lyly parecia está perdida e ele não podia fazer mais nada além de lamentar profundamente.

-Eu Lamento senhor Manoel.

Naquele momento de tristeza surge alguém inesperado pelos corredores gritando.

"Onde fica o quarto de Lyly Dixon? Alguém pode me informar por favor... "

-O que está acontecendo lá fora? Que gritos são esses?

-Acho que é o Jonathan, finamente ele chegou...

-Como assim? O senhor o chamou até aqui?

-Desculpe doutor mas eu tenho que tentar de alguma forma, eu não posso deixar as coisas como estão.

-Desculpe senhor Manoel, mas não sei se é uma boa idéia sua filha ver o Jonathan, ela está muito confusa e isso pode acabar piorando as coisas.

-Mas ele é a minha única esperança doutor, e sinto que ele pode ajudar ela, ele foi a última pessoa que ela viu antes de partir. Eu quero tentar, por favor me deixe tentar.

-Está bem, como quiser.

Jonathan enfim encontra Manoel que desesperado exige em ver Lyly.

-Senhor Manoel, senhor Manoel! Onde está a Lyly? Você me disse que ela acordou, eu quero vê-la, onde ela está?

- Calma Jonathan.

-Bom, eu vou deixar vocês a sós. Se precisarem de mim estarei no meu consultório.

-Obrigado doutor.

Dr. Fernando se retira deixado somente Jonathan e Manoel ali conversando.

-Então senhor Manoel, vai me levar até sua filha? O senhor não sabe o quanto fiquei feliz ao saber que ela tinha acordado.

- Então Jonathan, as coisas não são tão simples como quanto parece. A Lyly que acordou não é a mesma que você conhece, no momento ela está passando por alguns problemas e vai precisar de ajuda.

-Não estou entendo senhor Manoel, ela não acordou? Não está bem? Ficou alguma sequela?

-A verdade é que faz três semanas que Lyly acordou.

-Três semanas? Como assim? E por que só a agora o senhor está me contando isso.

-Eu não podia Jonathan, a Lyly acordou muito mal, os dias foram se passando e nada dela melhorar.

-Mas o que a Lyly tem? Me fale de uma vez. Ela vai ficar bem? Corre risco de vida?

-Ela tem esquizofrenia Jonathan.

-Esqui...como é?

Jonathan gagueja nas palavras, não entendo bem o significado.

-E o que isso quer dizer?

- Desde que Lyly acordou ela vem tendo alucinações, e isso se tornou irreversível.

-Mas...mas como isso pode acontecer? Ela é tão jovem e nunca aparentava sinais de loucura...É tão grave assim?

-Sim Jonathan, não sabemos como ou quando isso começou a acontecer. Lyly sempre foi uma menina sozinha devido ao fato de crescer sem a presença da mãe isso gerou um pouco de depressão nela, mas nunca pensei que isso poderia afetar o seu estado psicológico, mas os médicos não sabem de fato se isso tem a ver com o quadro dela, mas é a única explicação, e eu nunca percebi isso. Oh meu Deus como eu não pude ver que minha filha estava sofrendo e eu não pude ajudar.

Manoel é tomado por uma emoção forte e não segura o choro na frente de Jonathan.

-Calma senhor Manoel, não se culpe assim, você é a pessoa mais importante que a Lyly tem e tenho certeza que você deu o seu melhor, ela te ama e é muito grata a você por tudo.

-como você pode ter certeza disso?

-Venha, sente aqui. Vou buscar um copo dágua.

Manoel se acomoda enquanto Jonathan o oferece um copo dágua.

-Sabe senhor Manoel, o pouco tempo que passei com Lyly foi suficiente pra eu a admirar muito, sua filha é de um coração enorme e cheio de bondade, e o grande responsável por ela ser quem é, esse é o senhor que mesmo sozinho sem a ajuda da mãe criou a filha com tanto amor fazendo ela se tornar quem é. Ela me falava muito sobre você e o quanto o amava.

-A Lyly é tudo pra mim Jonathan, eu daria tudo pra ver ela bem novamente.

-Ela vai ficar, tenha esperança.

-Obrigado por está aqui Jonathan.

-Não precisa agradecer, é o mínimo que posso fazer por vocês. Agora onde ela está? Quero vê-la.

-Então Jonathan, antes de você vê-la, eu preciso de contar uma coisa.

-E o que é?

-É sobre as alucinações de Lyly... Elas são sobre você.

-Sobre mim? Mas como assim?

-A Lyly criou uma espécie de fixação por você, e na realidade dela vocês estão casados e tem uma filha chamada Laura.

Jonathan fica assustado com a informação.

-Minha nossa, isso é...

-Preocupante Jonathan, a verdade é que o doutor pediu pra que eu não o chamasse, ele teme que o seu encontro com Lyly possa piorar o estado clínico dela.

-Mas ele não está certo? Talvez eu tenha mesmo que esperar ela melhorar.

-Eu não sei se isso vai acontecer Jonathan, eu realmente não sei.

-O senhor perdeu as esperanças? Por favor não me diga que o senhor não acredita mais que a Lyly possa sair dessa.

-Eu não sei mais o que pensar, a minha única esperança agora é você.

-Eu? Mas o que senhor quer que eu faça?

-Vá até lá e der um pouco de paz a minha filha, eu não aguento mais ver aquela carinha de angústia chamando por você. Por favor Jonathan, traga de volta um pouco de alegria a minha querida Lyly, ela não merece passar por isso.

-Eu vou ver o que posso fazer senhor Manoel.

-Obrigado, e seja o Jonathan dela, é disso que ela precisa nesse momento.

Em seguida doutor Fernando aparece desesperado procurando por Manoel.

-senhor Manoel, eu preciso que venha comigo.

- O que aconteceu doutor? a Lyly está bem?

-Não está, ela teve uma complicação e temo ser os últimos minutos dela. Vamos, me acompanham.

Todos partem em direção a sala de Lyly. Ao chegarem se deparam com a pior de todas as cenas. Lyly se encontrava desacordada tendo fortes alucinações.

-Lyly meu amor, o que está acontecendo com você? O papa está aqui. O que são todos esses aparelhos nela?

-Lyly estava com dificuldades de respiração, então aplicamos alguns sedativos e no momento ela respira por esses aparelhos.

"Jonathan é você? Você está aqui?"

Sussurra Lyly

-Ela me vê?

-Não se aproxime Jonathan, é apenas uma alucinação. Vou aplicar mais sedativos.

-Não doutor, pare já com esses sedativos.

-Não se preocupe senhor Manoel, eu sei do que estou fazendo.

Manoel se aproxima e segura a mão do doutor Fernando o impedindo de aplicar o sedativo em Lyly.

-Mas o que é isso?

-Eu falei que não. Não quero minha filha sendo drogada desse jeito, eu não aguento mais ver ela nesse estado.

"Papa, é você? "

-Está ouvindo? Ela sabe que estamos aqui. Então chega disso.

-como o senhor quiser.

Manoel se aproxima da filha se sentando ao lado da cama.

-Estou aqui minha filha, estou bem aqui.

Lyly começava a abrir os olhos e aos poucos tentava se comunicar com Manoel.

-Papa, eu quero ir embora.

-Nós vamos minha filha, só tenha paciência e tente se recuperar que logo você sairá dessa.

-Onde está Jonathan?

Um pouco afastado Jonathan ouve o chamado de Lyly.

-Venha Jonathan, se aproxime.

Ao vê-lo se aproximar, Lyly retira o tubo de respiração que atrapalhava um pouco sua vista.

-Você veio.

-Olá Lyly, eu estou aqui.

-Por que demorou tanto, eu estava com tanta saudade de vocês, onde está Laura?

Jonathan se vira para Manoel sem saber o que dizer a Lyly.

-Ela está bem minha filha, você tem que se recuperar pra poder vê-la.

-Mas por que eu não posso ver ela agora? Traga ela aqui Jonathan, eu quero ver minha filha.

Ao forçar sua voz Lyly sente falta de ar novamente e é obrigada e recolocar o aparelho.

-Calma Lyly, respire. Você precisa descansar.

-Eu sei que ela não está aqui Jonathan, por que você não a trouxe com você?

-Do que você está falando Lyly? Eu não entendo.

-Eu sei que todos pensam que estou louca mas eu não estou. Jonathan me diz que se lembra de nós, você prometeu não esquecer, você prometeu Jonathan.

-Calma Lyly, isso não importa agora, eu só quero que você fique bem pra podermos sair daqui o mais rápido possível.

-Você não se lembra? você não é o meu Jonathan...

Lyly fecha os olhos por um segundo, enquanto os aparelhos se agitavam.

-O que está acontecendo doutor, o que está acontecendo.

Doutor Fernando se aproxima.

-A pressão dela está caindo muito depressa.

-Papa, papa!

-Eu estou aqui minha filha, pode falar.

-Eu preciso ir.

-Mas ir para onde Lyly? Não me deixe aqui, eu não posso te perder.

Manoel e Lyly choravam a cada palavra dita.

-Eu não posso ficar aqui, Jonathan e Laura me esperam, eu não posso viver sem eles, aqui não é mina realidade, eu te amo papa Obrigado por tudo mas é ora de dizer adeus, eu te amo papa, eu te amo...

Manoel se ajoelha segurando as mãos de Lyly ao mesmo tempo que enxugava as lágrimas.

-Não me deixe querida, não me deixe.

Jonathan se aproxima de Manoel o tentando consolar.

-Ei você, venha cá...

Jonathan se aproxima ao ouvir Lyly surrar seu nome.

-Jonathan.

-Oi Lyly, eu estou aqui.

-Segure minha mão também.

Com um leve toque, Jonathan apóia sua mão com a de Lyly.

- Obrigada por está aqui hoje, obrigada por sempre está aqui perto de mim, me proteger, por ter falado comigo naquele dia na biblioteca, por se preocupar, por me fazer dar risadas nas aulas de teatro.

Lyly solta um pequeno sorriso ao se lembrar do incidente no salão.

- Lembro até hoje da sua queda.

- É , foi um mico entanto né.

Jonathan sorri olhando para Lyly.

-posso te pedir um favor?

-Claro Lyly, o que você quiser

-cuide do papa pra mim?

Por alguns segundos lhe faltava o ar para completar as frases, mas Lyly seguia com o seu último desejo.

-E seja feliz, assim como você me faz feliz Jonathan, não importa em qual realidade vai ser sempre eu e você.

Jonathan enxuga as lágrimas do rosto enquanto se despede de Lyly.

-Não se preocupe , a gente vai ficar bem, eu vou cuidar do seu pai. Agora vá para eles, vá para Laura, eles te esperam,vá que a gente se encontra do outro lado.

Lyly da o último suspiro, e foi pro seu amado o seu último sorriso.

-Ela se foi.

Disse Manoel em voz baixa, enquanto a máquina que sustentava a vida de Lyly confirmava com um ruído agudo, contínuo e lamentoso.

...

"Gosto de acreditar que os nossos caminhos são destinados a se cruzarem para sempre. Mesmo que eu vá para longe, creio que voltaremos a nos encontrar"

Nova York, 2020

De repente o ruído agudo teve fim e logo substituído pelo som da sua voz, a minha menina também estava lá e eu corria na direção deles para abraça-los. E então ele me envolveu em seus braços de uma forma tão acolhedora, que me fez sentir segura como já não me sentia há muito tempo. Laura sorria para mim como um anjo, e eu estava pronta mais uma vez para amá-los  com o mais puro amor, o amor que supera realidades e que vai além da vida, vai além do tempo.

Fim.

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