Capítulo 4: O extinto
(...)
Yara: Não faz idéia do quão ruim é se apegar a alguém e do dia para noite essa pessoa te trata mal, você acha que mereço isso?? - perguntou. - Acha que as outras pessoas merecem isso?? Você se acha melhor do que eu para me tratar como lixo?? - disse com as lágrimas lacrimejando.
Olho para o espelho, vejo a mim mesmo, mas ao mesmo tempo já não me reconhecia...
Eu poderia terminar nossa amizade para proteger ela e minha família, mas isso poderia machuca-la mais... e me ferir ainda mais... mas dizer a verdade... era difícil para mim... eu ainda estou tentando raciocinar tudo isso...
Arthur:(Não está sendo fácil para mim...)- pensei. Olhei para ela novamente.- Se eu te contasse a verdade... você fugiria de mim. Não adiantaria nada fazer sua vontade, não mudará o meu destino.
Yara : Você diz isso como se tivesse cometido um crime.
Arthur: Se eu continuar assim é possível cometer...
Yara: O quê??- perguntou confusa. - O que você fez?? Sequestrou alguém??
Arthur: Não. - respondi. - A verdade é que não sou mais o mesmo desde ontem a noite, eu não sei mais quem eu sou.
Yara :Como sua vida mudou?? De que forma??
Suspiro.
Yara: Eu notei que Kirara não está aqui, você era apegado a ela, é por isso que está me tratando assim??
Neguei.
Arthur: Eu me envolvi numa situação que pode matar as pessoas se eu continuar aqui.
Yara: Entrou para a Máfia??
Arthur: Não... eu sou...
Era difícil dizer, poderia ser uma piada para ela...
Arthur: ... um vampiro.
Confusa me olhou.
Yara:Vampiro?? - perguntou. - E isso existe??- perguntou estranhando ainda mais. - Leu em algum site sintomas de vampiros e acha que é um??
Arthur: Não espero que acredite em mim.
Yara: Eu não consigo acreditar em você. Vampiros?? Se fosse um lobisomem eu também não acreditaria, talvez em anjos.
Arthur: Esta perdendo o foco.
Yara: Você que está perdendo a razão. Por que raios você acredita que é uma criatura fictícia??
Suspiro.
Arthur :Minha gata na verdade foi encontrada morta, no meio da floresta. Kirara foi atrás de algo... curiosa como sempre... eu fui atrás dela pois sou o dono e me importo. - falei.- Lá encontrei seu cadaver e logo depois uma mulher me atacou e me condenou. - digo mostrando as marcas no meu pescoço. Logo a cubri.- Estava preocupada demais comigo que não notou as marcas.
Ela ia se aproximar mas me afastei a fazendo parar.
Arthur:(Não posso arriscar...)
Yara :Mas...
Arthur : Não precisa acreditar, mas precisa ir embora.
Yara : Arthur... para de brincadeira...
Ela estava tendo dificuldades para raciocinar. Tentando achar explicações.
Eu deixo então ela ver meus olhos os quais deixo mudar de cor.
Yara ficou pálida , o que eu menos queria era deixa-la em pânico.
Arthur : Compreende agora o motivo de eu não poder ficar aqui nesse mundo??
Nada disse.
Arthur :Pode ser difícil para você acreditar, mas é a realidade! Precisa sair.
Continuou quieta.
Arthur: Yara?? Me escuta, vá embora enquanto ainda dá tempo.
Yara :Eu não vou. Irei ficar com você.
Isso me surpreendeu.
Arthur :Yara...- falei atordoado. - ... não me faça cometer esse crime... eu não vou suportar se ferir você ou minha família... você está correndo perigo na minha presença.
Yara :Não me importa você precisa de ajuda. Você me aj-
Arthur : Isso é diferente, não é um tornozelo torcido, nem amnésia, ou qualquer outra doença. É algo que os humanos não têm cura porquê na realidade não era para acontecer... mas aconteceu... porquê estive no lugar errado e hora errada... mas ainda posso evitar o pior ... entenda... ninguém pode me ajudar.
Yara:Pode sim. É só você aceitar.
Arthur :Você precisa ficar longe de mim.
Yara :Não Arthur, eu quero ajuda-lo, não quero perde-lo.
Arthur: Não estou feliz com isso, não tente romantizar essa situação , isso não é divertido para mim. É angustiante saber que posso matar as pessoas se continuar dessa forma, e é desesperador continuar aqui na sua frente sabendo que posso ataca-la, e você ignora completamente esse meu medo como se fosse algo bacana. NÃO SEJA IGENUA, SUA VIDA CORRE PERIGO DIANTE DE MIM, NÃO ENTENDE??- gritei. Meu estresse começou e foi quase o suficiente para meu extinto me dominar.
Mas foi o bastante para uma vontade incontrolável em mim desejar o que eu temia...
... a vontade de provar pela primeira vez o sangue humano.
Arthur:(Se eu ceder... eu perderei todo o meu raciocínio... não terei mais controle sobre mim...)- penso enquanto minhas mãos são colocadas na minha cabeça.
Eu precisava me conter... só que cada vez mais era impossível lutar contra a minha nova natureza.
Arthur :Saia daqui por favor!! - recuei um pouco para ficar longe dela...para não machuca lá.
Yara :Não farei isso.
Meu coração acelerava, as presas em minha boca cresciam e eu não sabia mais o que fazer, Yara se recusava a sair, não percebia o perigo.
Arthur :Yara isso tá ficando perigoso, posso ser seu amigo mais não significa que irei me controlar para não feri-lá.
Yara :Eu não me importo.
Arthur :Estou pedindo. Para sua própria salvação, faça isso. Me escuta.
Yara : Arthur... você conseguiu me ajudar a tirar o vício do cigarro de meu pai...- falou. -... você lutou contra o vício da internet ... você é mais forte do que eu e mais forte que a vontade ...que não quer...
Apenas desviei o olhar.
Yara :Realmente me atacará sem lutar??
Arthur :Não sei! E nem quero tentar saber. Por isso te peço.
Yara : Arthur...
Eu sabia que seria inútil fazer ela mudar de idéia , senti as cores dos meus olhos mudarem de uma forma que seria permanente. Controlar esse meu novo extinto estava me torturando.
Arthur: Saia daqui, AGORA!- gritei.
Continua
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