Capítulo 13 - Thiago
Eu acordei cuspindo terra de minha boca, folhas no meu rosto. Levantei meu corpo, meu ouvido ainda tinha o zunido da bomba. Um pouco a frente de onde estava era possível ver a cabana, mas não consiguia identificar se ela estava destruída. Fiquei de pé e algo acertou meu pescoço, deitando-me no chão com um impacto doloroso. Meus cabelos já estavam pesados de terra, levei a mão no meu pescoço e parecia ser uma corda, machucava, senti-me sendo enforcado. Comecei a puxar desesperadamente, então algo puxou a corda arrastando meu corpo. Debati-me muito até que o rosto de Patrícia apareceu em minha frente e disse:
— Se você não parar irá matar você mesmo enforcado.
O que estava acontecendo, qual motivo eu estar sendo arrastado e Patrícia não? Ela mentiu sobre algo? Não sabia o que estava acontecendo! Fui arrastado até um buraco e sem dó me puxaram para dentro, bati a cabeça fortemente, tanto que senti sangue escorrer pelo meu rosto. Levantaram meu corpo, agora a cena é de dois mascarados e a Patrícia no meio deles, um dos mascarados continuava a segurar a corda que laçou meu pescoço. O outro mascarado venho por trás de mim, juntou meus braços e amarrou minhas mãos em minhas costas. Continuamos a andar, Patrícia para e vira para o lado, o qual tem uma "parede de vidro", fiquei encarando a parede e lá dentro pareciam estar torturando alguém, Patrícia vira-se para mim e diz:
— Chegue mais perto e olhe.
Cheguei mais perto do vidro, meu corpo estava com medo de ser uma armadilha. Reparei que eles estavam fazendo um tratamento de choque, o qual era aplicado nas têmporas da pessoa em questão, eles estavam fazendo um eletrochoque! Quando foquei meus olhos na pessoa enxerguei nitidamente Well. Bati com a cabeça no vidro, comecei a gritar. Um dos mascarados acertou minha coluna com um chute de tamanha força que meu corpo se dobrou, o grito cessou. No meio da confusão Patrícia diz:
— Vocês sabem o que fazer com ele, eu preciso resolver outros assuntos.
Os dois mascarados me levaram a força para uma sala com paredes de vidro também. Nessa sala encarei as piores dores. Primeiro me jogaram lá dentro, fecharam a porta e saíram, comecei a anlisar a sala; no teto havia pequenos buracos em formato de círculo, provavelmente para entrar oxigênio. Pouco mais tarde um mascarado apareceu e entregou um sanduiche para mim. Agarrei aquilo com tanta vontade; se fosse envenenado eu já teria morrido ali mesmo. Além da comida, o mascarado trouxe um balde com água, enquanto comia o sanduiche um jato de água gelada bateu no meu corpo! Assustei, tremi e olhei fixamente para o homem, meu cabelo molhado colava em meu rosto.
Ele saiu, poucos minutos depois entrou dois homens mascarado novamente, um deles segurava dois aparelhos. O que estava em sua mão direita era similar a uma arma de choque, até que ele apertou o gatilho e faíscas apareceram, na mão esquerda um controle com apenas um botão. Ele apertou o botão e senti uma forte dor de cabeça, ele chegou perto e deu choques, choques e choques. Não conseguia reagir, meu corpo molhado fazia os choques serem mais fortes e intensos. A única coisa que eu gritava era "PARA"! Sentia mais dores de cabeça, mais choques e eles gritavam:
— REAJA, VAMOS REAJA!
Um ódio começou a surgiu dentro de mim, quando o mascarado chegou com a arma de choque perto de mim, meu corpo começou responder, chutei-o, consegui tirar a arma de choque de sua mão. Um soco de esquerda voou na cara dele, tirei o controle de apenas um botão de sua mão, pequei a arma de choque, segurei o homem pela cabeça, tirei a mascara e coloquei a arma em seu pescoço e apertei até sangue espirrar na minha cara. O outro mascarado acertou um chute ou soco em minhas costas, meu corpo cansado dobrou-se e sua mão acertou minha cara, cai no chão.
Acordei, estava com os braços esticados por uma corda que passava pelos buracos do teto, estava sem camisa e ali podia ver os hematomas causados pelo choque, meu abdômen estava com muitas marcas. Afinal por qual motivo eu estava pendurado assim? Detalhe, eu estava de costas para porta! Ouvi a porta se abrindo, vários passos, pessoas entrando naquele cubo de vidro. Então dois mascarados me agarraram, um segurava o braço direito e o outro o esquerdo. Sem entender o que ia acontecer fiquei na espera de algo, comecei a sentir o cheiro de algo queimando, parecia ferro. Algo começou a queimar minhas costas, que dor insuportável, comecei a debater-me, mas os caras me seguravam com muita força, senti aquele ferro me marcar cinco vezes. Na sequência álcool foi jogado em minhas costas, urrei de dor. Os olhos cheios de lágrimas da dor ocasionada. Como se não bastasse fazer tudo isso, começaram a me agredir, bater em mim, enquanto eu estava amarrado e aquelas dores de cabeça voltavam cada vez mais forte, minha mente começou declinar para a escuridão e a voz de alguém familiar escutei:
—ALPHA.
Não me lembro de nada que aconteceu em seguida, mas ao acordar meus olhos se depararam com folhas verdes, estava novamente na floresta, meu corpo estava colando, minha boca sentia um gosto salgado. Sentei e fiquei olhando para as árvores e reparo que estou nu e meu corpo coberto de sangue. O que aconteceu comigo? Eu só me lembrava de como fui torturado, para onde eu devia ir? Não sabia nem se onde estava era a mesma floresta! Levantei, andei e parei em frente a um lago, acreditei estar do lado oposto ao acampamento, mergulhei no lago, limpei meu corpo do sangue e nadei até o outro lado do lago. Cheguei ao acampamento, já estava escuro, tudo destruído, comecei a revirar as cabanas na procura de comida e roupas para vestir, pois estava com muita fome, nem me lembro da última vez que tive uma bela refeição. Achei um pijama de unicórnio e vesti. Meus olhos estavam inchados de sono, acabei adormecendo dentro de uma das cabanas.
Acordei e estava todo amarrado com Caio, Mayala e Andressa olhando para mim fixamente, então Mayala diz:
— Agora não é mais o fortão? Cadê aquela braveza toda?
— Que? – foi minha reação
— Você degolou o Natan com a boca! – exclamou Mayala.
— Eu estou usando pijama de unicórnio – retruquei – eu detesto brigar e Andressa sabe disso – falei olhando para ela.
— Eles disseram que você e uma gangue de mascarados fizeram isso e mataram todos do acampamento, os únicos vivos somos nós – Andressa explicou.
— Eu vi Well recebendo tratamento de choque em um túnel subterrâneo – disse.
— Isso não vai salvar você! – gritou Caio (ele ficou bravinho) – Qual motivo você fez isso? – questionou ele apontando para o acampamento, já era manhã, pois conseguia ver o acampamento nitidamente.
— Eu não fiz isso! – exclamei – Andressa você acha que eu fiz isso?
— Thiago, a Patrícia era um deles, então existe cinquenta por cento de chance de você também ser um dos mascarados – respondeu ela.
— Você não confia em mim? – gritei.
— Na verdade eu nunca confiei Thiago, você é temperamental, imaturo, age de modo irracional, aposto que tem muita coisa que você nunca disse nem para o Well que ama você como irmão – ela retrucou.
— Eu sou Vir...Gem – disse – é algo que eu nunca tive coragem de contar!
— Não nos faça rir Thiago – respondeu Caio – com esse corpão, esse rosto e esse cabelo loiro, impossível você ser virgem.
— Deixa para vocês transarem outra hora – disse Mayala.
— O que vamos fazer? – perguntou Caio – Deixa-lo morrer?
— Claro, ele matou todo do acampamento, até o João Victor, que nojo – comentou Mayala.
— Thiago, eles não mexeram em sua cabeça? – perguntou Andressa, então reparei que ela estava com o lado direito careca.
— Igual o seu não, mas eu sentia muitas dores de cabeça forte enquanto eles me torturavam, afinal vocês viram que minhas costas estão queimadas? – indaguei.
— Eu vi – respondeu Andressa – está queimado as letras A-L-P-H-A – ela explicou.
— Alfa! – exclamei – O que isso quer dizer?
— Eu lá sei! – respondeu Andressa – No entanto eles estão de olhos em você, assim como estão em mim, precisamos ficar juntos!
— O que vamos fazer? – Caio perguntou.
— Levar Thiago amarrado com os braços nas costas e sair a pé do acampamento – respondeu Andressa.
— Como? – Mayala indagou.
— Da mesma forma que chegamos a pé! Devíamos ter feito isso no primeiro dia – Andressa comentou.
E fomos caminhando no meio da floresta, enquanto caminhávamos sem saber ao certo para onde, comecei reparar que já tínhamos passado por aquele lugar.
— Estamos andando em círculos – alertei.
— Claro que não, a floresta é parecida mesmo – respondeu Andressa, continuamos a andar e não saímos do lugar.
— Acredito que estamos mesmo andando em círculos – comenta Caio. Eu olho um pouco mais a frente e vejo a silhueta de um rapaz. Corro até ela e aquele sorriso pleno e grito:
— WELL !! – ele olha em meus olhos e retorna um som gentil de seu sorriso e corre para o meio da floresta, eu grito de volta – WELL VOLTA AQUI!
— Você ficou louco? – perguntou Mayala – Não tem nenhum Well aí, você está falando com as árvores!
— Eu vi ele também – diz Andressa.
— Eu também – comenta Caio. Corro desesperadamente para o meio da floresta atrás do Well, deparo-me com ele descendo um buraco no meio da floresta. Ele ergue o braço e pede para segui-lo. Vou atrás, ele adentra o buraco, ao chegar perto percebo que o buraco é similar a um porão. Well me olha lá debaixo, então me posiciono para descer, ele some de meu campo de visão. Ao adentrar o porão, tem um corredor gigante tanto para direita e esquerda, Well desapareceu, sigo o túnel da direita. Well aparece no meio do túnel, mas como uma imagem falhada, similar a um holograma. Percebo que cai em uma armadilha, começo a voltar para trás, quando pequenos braços me puxam e diz:
— Siga-me! – era Larissa, não pensei muito e apenas fui atrás dela. Larissa mancava com as duas pernas, mas andava rápido. Na sua mão direita tinha uma barra de ferro fina. Um mascarado surgiu em nossa frente, quando eu ia dizer para corrermos para o outro lado, Larissa voou nele com a barra de ferro, acertou a cabeça dele e continuou até estourar os miolos do cara e disse: Cansei de ser a fodida!
— O que houve com você? – perguntei.
— Depois eu lhe explico, vamos por aqui, destruí as câmeras desse lado – disse ela. Apenas a segui e entramos em uma sala bonita e organizada com um computador com quatro monitores na tela. Larissa sentou-se e eu também e ali ficamos. Larissa olha para mim e diz:
— Prazer em conhece-lo projeto Alpha!
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CONTINUA NO CAP 14! Espero que gostem do cap 13 <3 A história está chegando ao fim :(
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