Capítulo 22
Lindsay Phillips
— Lindsay, amanhã mesmo você já vai poder ir para casa. Só passarei algumas pomadas para assaduras e os machucados em seu rosto e o da sua coxa. Deixe seu dedo do pé enfaixado por um tempo, ok? — Me olha e assinto — bom, vou ver os meus outros pacientes. — Sai.
Fico olhando para o teto.
Como será que Taylor está?
Faço careta. Pensar nele sentindo frio, sendo ameaçado por outros presos não é algo bom de se imaginar.
— Um abraço por seu pensamento!
Olho para a porta e sorrio. Josh está parado na mesma com um buquê em mãos.
— Que vergonha você me ver assim — me ajeito na cama sem graça.
— Já vi você pior. — Rimos e ele se aproxima da cama.
Verdade.
— Ah, tá! — Reviro os meus olhos — cadê a sua namorada? — Começo a fazer uma trança em meu cabelo.
— Estamos em crise. — Dá de ombros. — Já ia esquecendo, pra você! — Me entrega o buquê.
— Ciúmes da sua parte ou dela? — Pergunto parando de fazer a trança e mexendo nas flores.
— Minha. — Suspira.
O olho. Então ele está realmente apaixonado, ciúmes é algo que ele sempre soube controlar.
— Bom, estou aberta para conversar sobre, não tem ninguém que te entenda melhor do que eu. — Digo convencida.
Ele sorrir e nega.
— Eu estou bem, só precisamos de tempo. — Diz e me olha fixamente — você não se importa de estarmos conversando sobre... — O interrompo antes que termine.
Está na hora de eu ser sincera com ele.
— Teve um tempo que eu não conseguia olhar pra você e ela juntos que me doía por dentro. Logo quando terminamos eu tentei me matar — confesso e ele arregala os olhos. Então Continuo — Taylor, o meu ex motorista, me salvou. Depois disso passamos a conversar e ele me disse tantas coisas que eu precisava. E com tudo que aconteceu a mim, eu amadureci. — Seguro a sua mão.
— Sei que não é o momento, mas, o que houve?
— Pessoas que odiavam Taylor por motivos do passado, pensaram que minha família tinha envolvimento com ele, então nos usaram para o atingirem. É bem complicado de explicar tudo isso. — Coloco o buquê de lado.
— Lindy, você é forte! — Me puxa para um abraço.
Não consigo segurar e choro.
— Joga tudo pra fora. — Acaricia o meu cabelo.
Depois de alguns minutos, paro de chorar e me afasto de Josh limpando os vestígios de lágrimas.
— Obrigado! Acho que era um abraço que eu precisava. — Suspiro.
— Sim, as vezes tudo de que precisamos é um abraço.
Uma enfermeira entra no quarto e olha para Josh séria.
— Hora de ir, ela tem que descansar agora. — Ordena.
— Ok. Lindy, depois venho te ver. — Beija a minha testa.
— Eu saio amanhã. Não se preocupe, vá atrás da sua paixão. — Incentivo.
— Então fazerei isso. — Acena e sai.
A enfermeira apaga a luz do quarto, deito na cama e fecho os meus olhos entrando em um sono bom.
...
Termino de vestir o meu vestido, volto para o quarto e sento na cama.
— Lindsay — Gláucia me chama e a olho — Taylor pediu que te entregasse essa carta — estica um envelope branco — mais não abra por agora, só quando estiver em casa. — Pede.
Assinto e pego a carta.
— Vamos? — Me levanto.
— Vamos.
Saímos do hospital, pegamos um táxi e seguimos primeiro para à casa de Taylor, que é onde Gláucia está ficando.
Alguns minutos depois paramos em frente a casa de Taylor.
— Gláucia, obrigado por tudo, meus pais não tiveram a coragem de ir no hospital me ver ou cuidar de mim e você mesmo não me conhecendo esteve ao meu lado. — Afetuosamente a puxo para um abraço.
— Eu que agradeço você. — Se afasta de mim com um sorriso.
— Eu? Por quê? — Pergunto confusa.
— Por ter mudado o meu melhor amigo, ter feito ele tomar coragem e resolver os monstros do passado dele.
Eu nego.
— Eu não fiz nada, ele que tomou as próprias decisões. — Dou de ombros.
— Ok. — Revira os olhos — vou indo, tchau! — Beija o meu rosto e sai do carro.
Aceno para ela uma última vez e o taxista dá partida no carro.
Apesar de tudo que me aconteceu, pra algo isso serviu. Gláucia é uma pessoa legal e o que ela fez por mim é algo impagável.
Já os irresponsáveis dos meus pais, nem deram as caras pra saber se estou bem. Já estou até vendo o caos que deve está na mansão, Reyler tendo que se conformar com Alexandra, Kenny tentando lidar com isso tudo e ignorando o bebê que está vindo.
Mas não vou dar importância a esses conflitos, meus irmãos são minha prioridade, cuidar deles e tentar fazer eles ficarem felizes enquanto estão pequenos é minha responsabilidade.
— Chegamos moça. — O taxista avisa.
Pago o taxista e desço do carro. Cumprimento os seguranças que estão vigiando o portão e eles retribuem o cumprimento com um certo receio.
Têm razão de estarem assim, eu nunca fui de tratar eles bem, na verdade não os cumprimentava.
Chego em frente a porta principal da mansão, fecho os meus olhos e respiro fundo. Tomo coragem e entro na mansão. Daria tudo pra voltar no tempo e entrar minutos depois ou bem antes de eu ver o que eu vi.
Alexandra e Kenny se beijando feito os atores das novelas mexicanas do SBT.
— O que é isso? — Fecho a porta dando um belo susto no momento romântico dos dois.
— Lindsay! — Kenny me olha surpreso.
— Cadê os meus irmãos? — Pergunto indiferente.
Eles não merecem minha bondade. Tenho nojo deles.
— Estão no quarto. Lindsay, eu... — A interrompo.
— Não diga nada! Eu não sei se me seguraria a mais tempo pra não te dar uns belos tapas. — Olho pra Alexandra com repulsa.
— Mais respeito com Alexandra, Lindsay. — Kenny me repreende.
Rio o mais alto que posso.
Ele acha que só porque essa mulherzinha está grávida dele, ela vai fazer parte da minha família? Que vai ganhar o meu respeito?
Esse bebê não tem culpa de nada, mas eu não quero nenhum tipo de afeto com ele.
— Vocês são uma piada! — Paro de rir.
Deixo os dois me olhando com cara de merda e subo para ver os meus irmãos.
É o melhor que faço.
Paro em frente a porta do quarto de Sebastian e olho pela fresta da porta.
Sorrio ao ver os meus dois irmãos brincando de carrinho juntos. É disso que eu tenho medo, deles se envolverem a mais com toda essa situação da nossa família e esquecerem de ser crianças.
Abro a porta e finjo uma tosse. Os dois percebem minha presença na mesma hora e correm pra me abraçar.
— Você já está bem? — Sebastian pergunta entre o abraço.
— Sim e agora voltaremos a ser só nós três. Sem sequestradores, sem distância e sem brigas! — Nos afastamos.
— Lilly, brinca com a gente? — Amber pede com um bico fofo.
— Vou tomar banho primeiro, esperem aqui. — Beijo a testa dos dois e vou para o meu quarto.
Observo cada cantinho do meu refúgio. Parece que tem anos que eu o vi. Ando até um painel que tenho em meu quarto e vejo algumas fotos que tirei na escola.
Meu Deus! A escola!
Eles devem está achando que morri! Tenho que ir lá resolver sobre minhas faltas.
Ando até a minha cama e me jogo nela. Que saudade da maciez do meu colchão. De repente meus olhos param em minha bolsa, a abro e tiro a carta que Taylor pediu que Gláucia me entregasse.
Lentamente abro a carta e pego o papel dentro dela. Respiro fundo e começo a ler.
Oi, Lindsay.
Olha, não tive como conversar com você e nem com seus irmãos, mas prometo fazer isso quando descobrirem o culpado da morte de Carly e me soltarem. Sabe, eu estou me sentindo muito culpado, fiz vocês passarem por momentos horríveis, tudo por causa do meu medo, da minha irresponsabilidade e idiotice. Queria pedir perdão por tudo que fiz vocês passarem. Pode parecer mentira, mas nesse meio tempo que passei com vocês, eu criei um laço e uma amizade impressionante. Vocês são especiais, coloquem isso em suas cabeças, seus pais que são uns babacas e não valorizam o filhos maravilhosos que tem. Eu não sou bom com palavras, mas pessoalmente quando eu puder conversarei melhor com vocês.
Ass: Taylor
Ele não precisa pedir perdão, ele não tem culpa de nada.
Ah, Taylor...
...
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