Capítulo 21
Taylor Perry
— Vai cara! — o presidiário atrás de mim, me empurra.
Dou um passo a frente quando o da minha frente pega sua comida e sai.
O policial coloca a comida que mais parece uma lavagem de porco em meu prato e sigo pra alguma mesa vazia. Acho uma no fundo do refeitório, sento e já como a gororoba.
Prefiro não me enturmar com ninguém ainda, presos só querem saber de rebelião, brigas e desentendimentos.
— Olá, posso me sentar aqui? — um homem forte com feições tristes pergunta educadamente.
Assinto sem parar de comer. Ele se senta de frente a mim e começa a devorar seu prato com rapidez. Se ele entrasse numa briga, duvido que se o adversário não fosse do mesmo porte, ele não acabaria com a raça do coitado.
— Você está aqui mandado por alguém pra me dar uma surra? — pergunto logo.
Pelo menos eu fico prevenido se a resposta for a que acho ser.
Ele para de comer e fica me olhando por alguns segundos. Começo a tremer quando ele se levanta e dar a volta na mesa e senta ao meu lado.
— Não sou do pessoal de brigas. Você sabe o por que vim parar aqui na cadeia? — pergunta e volta a comer.
Eu não sei nem quem ele é, tampouco o que fez pra vim parar aqui.
E ele não vai mais parar de comer?
Balanço a minha cabeça afastando esses pensamentos idiotas.
— Eu nem te conheço, como eu vou saber isso? — tento não dizer em tom ignorante.
Ele para de comer e bebe um pouco da sua água.
— Eu trabalhava como segurança em um shopping, eu era gentil com as pessoas, não fazia mau a uma mosca. Quando acabava meu expediente, eu saia doido pra ver minhas três filhas e minha mulher. Um dia voltando do meu trabalho, chegando perto de minha casa, em uma pracinha movimentada por jovens do bairro, vi um homem abusando uma menina e ameaçando matar ela. Eu senti uma pontada estranha no peito ao ver aquilo, corri até o homem, o afastei da menina e o bati até a morte. Quando eu olhei para a menina no chão, eu vi uma das quatro pessoas que eu mais amava ali no chão, era minha filha, ela estava desacordada, peguei ela no colo e a levei para um hospital próximo. Avisei minha mulher e minhas outras filhas, então minhas filhas me explicaram o que havia acontecido. Elas ganhavam mensagens sendo ameaçadas, minha filha mais velha, era valente e determinada, ela marcou um encontro com a pessoa pra resolver tudo as caras e aconteceu aquilo. Os médicos disseram que ela deu hemorragia e não puderam conter. Eu fui atrás do mandante de tudo, ele havia mandado seu amigo pra encontrar com minha filha invés dele próprio. Matei várias pessoas até chegar nele. Então fui preso por homicídio. — termina de dizer e completa me olhando — não sou uma pessoa má injustamente, mas se mexerem com quem eu amo, eu mato qualquer um.
Que horrível! Como uma pessoa pode ser tão ruim a esse ponto?
— Nossa, eu não sei o que dizer. Isso é tudo muito triste. por que você me contou isso, mesmo sem me conhecer? — pergunto confuso.
Ele suspira.
— Ouvi sobre o motivo de você está aqui. Não acredito que esteja mentindo. Até hoje não teve nenhum deles — mostra com a cabeça os outros presos no refeitório — que falassem a verdade, mas em você acredito. Estou do lado certo, se precisar de ajuda quando vierem atrás de você, me chame. — pisca e se levanta.
Eu assinto ainda desnorteado com toda essa conversa. Ele sai, observo alguns dos presos o olharem com certo receio.
Ok, retiro o que eu disse sobre não querer enturmar. Pelo o que ele disse, irão vim atrás de mim. Não me esqueci que Travor também está por aqui em algum lugar. Como ele era de uma máfia, duvido que não tenha seus capangas aqui também.
...
Não tem nem um dia que estou aqui no presídio e parece anos que não vejo a luz do sol e nem as pessoas que eu gosto.
Meu companheiro de cela é um bêbado que ronca feito um porco. O bom que é temporariamente.
Melhor que isso não dá pra ficar.
Eu fiz os Philips participarem de algo meu por uma besteira. Lindsay a todo tempo estava certa de ficar com raiva, ela foi torturada por minha causa. Sebastian também deve está com raiva de mim, uma hora dessas já devem ter o contado tudo.
Eu só queria poder conversar com eles.
— Taylor Matthew? — me chama.
Sento na cama da cela, calço minha sandália e ando até a grade.
— Eu? — olho desconfiado para o policial.
— Tem visita! — diz carrancudo e abre a cela de má vontade.
Com uma certa brutalidade o policial coloca as algemas em mim, ele fecha a cela e seguimos pra sala de visitas.
chegamos na porta da sala, o policial tira a minha algema e abre a porta pra eu entrar. Quando vejo Gau, corro pra abraçar ela.
— Vai ficar tudo bem. — digo quando ela começa a chorar.
— Tenho fé que sim! — se afasta e segura meu rosto — como puderam te colocar aqui, junto com assassinos, estrupadores e ladrões!?
Suspiro.
— É a lei Gau. Eu estou calmo, eles vão achar o verdadeiro culpado. — dou um meio sorriso.
— Eu te conheço bem, parece que esquece isso! — revira os olhos e se senta em uma cadeira — você está com medo sim! Taylor, admitir isso não vai te fazer um fraco ou algo do tipo.
— Eu sei. E ficar me lamentando também não vai ajudar, o melhor é ficar pensando positivo. — dou de ombros.
— Eu ainda não entreguei a carta Lindsay, ela teve muita agitação hoje com os irmãos. Entregarei amanhã. — olha pra barriga.
— Gau, se querer dar outro padrinho ao bebê eu não me importo — começo e ela me olha de sobrancelha arqueada — sou muito imperfeito e o bebê não merece alguém assim como padrinho — completo.
Ela rir.
— Não seja tolo, eu que escolho e você vai ser o padrinho do meu filho. — para de rir e diz firme.
...
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