O Espelho

Em plena esplanada nuns dos bairros algures em Lisboa, passava por BREVES instantes o comboio. O típico comboio amarelo, o comboio que lhe trousse muitas alegrias.

Agora sentado naquela esplanada, onde bebe o seu habitual CAFÉ CURTO, lê o jornal e claro nunca, mas nunca dispensa o seu charuto. Sempre lhe soube bem pela manhã depois de uma noite agitada na sua casa, ir beber o seu CAFÉ CURTO, dizia ele que era a fonte da sua juventude e eterna alegria de viver, dizia também que a mocidade já não sabe o que é o bom viver. De apreciar os bons momentos.

O jornal em si só na primeira pagina lhe assombra a alma, alma essa que com um riso seguido de um sorriso largo que esta ficando gasta, mas não, não, a culpa em nada é do charuto de todas as manhãs. Mas o que lhe assombra mais não é só a primeira pagina do jornal, são as pessoas ele sempre teve medo das pessoas e sejamos sinceros quem não teria? As pessoas a toda a hora mudam, em alguns casos são demasiado previsíveis, mas com esses a malta como diria um velho amigo meu, agente entende-se.

Lá esta de novo o comboio amarelo, e os dois namorados que passam na rua de mãos dadas a sorrirem, ai como foi feliz naquela época.

Quando passeava com a sua noiva também eram assim, mas ela era bem mais tímida do que ele, lembra-se de lhe prometer TU E EU, e de certamente ficar a achar que era PERFEITO, até ele por BREVES momentos acreditou que não podia ser, mas prometeu-lhe NUNCA TE VOU ESQUECER.

O coração dele agora LONGE, mas não LONGE do seu grande amor. Esse ai esse foi eterno e VERDADEIRO.

As ruas da esplanada agora vazias o comboio amarelo já passa lá poucas vezes. Num momento que se levanta da sua cadeira, sente uma forte dor no seu peito e foi então que as pedras da calçada daquela esplanada foi o amparo do seu último SUSPIRO, ficando assim a MARGEM da recordação que um dia disse "VOLTA para mim". Assim ficou o seu ultimo SUSPIRO.


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