Capítulo 49: Sono profundo
Lira...
"Acorde, acorde, acorde eu preciso de você, acorde agora", através dessa voz desesperada e masculina eu me despertava muito sonolenta, meu pescoço doía e estava totalmente desconfortável naquele banco do carro, afastei minha cabeça do vidro e num tom de raiva vistoriei meu irmão que parecia muito atento na direção:
- Que foi? Por que tá me acordando Lorenzo? Que droga!
- Ta louca? Não estou te chamando Lira.
-Sei... Quem não te conhece que te compre, maninho.
- Juro... Você deve ter sonhado ou algo assim, volta a dormir vai.
- É talvez sonhei mesmo. -Então decidi voltar a dormir, pois ainda estava morta de sono e o tempo chuvoso aumentava mais ainda minha vontade de dormir.
Encostei meu rosto na janela do carro novamente e quando ia fechando minhas pálpebras, vi O edifício, sim, esse mesmo que voces estao pensando, ele me traz uma dor e uma tristeza enorme, abandonado, inacabado, até onde meu olhos pode acompanhar ele era gigante e na horizontal todo de foma retangular, um enorme e estranho quadro de concreto com janelas fechadas, exceto uma que estava aberta, a ultima na ultima fileira, dessa, surgia uma luz, algo parecido como quando a luz do sol é refletida por vários cristais.
- BOO! - senti a mão do meu irmão na minha costa me fazendo pular de susto.
- Nossa cara, você ama me assustar, né?
-Calma maninha, relaxa você anda muito assustada ultimamente.
-Te odeio sabia? E presta atenção na droga da estrada.
-Te amo sabia? E estou prestando muita atenção na estrada... mas o que estava olhando tão atenta lá atraz?
-Nada demais, bobagem, deixa pra la. Ainda falta muito pra chegarmos em casa?
- Uns 10 km, por que? Está com pressa de chegar?
Lorenzo então acelera mais o seu Ford Mustang preto, o velocímetro marcava a velocidade de 180 km por hora e sei que se ele quisesse poderia faze-lo correr muito mais.
-Pára agora com isso Enzo, diminui, diminui.
- Relaxa irmãzinha.
-Diminui essa merda agora...
Eu ouvi um grande estouro, e tudo rodava rápido, não conseguia gritar, tudo ficou embaçado, ouvia meu irmão gritar, uma dor insuportavel me invadia e minha visao escureceu.
"Acode, acorde, acorde eu preciso de você, acorde agora", isso ecoava irritantemente na minha cabeça, tudo estava escuro e barulhento minha pálpebras pareciam coladas, mas enquanto eu a abria lentamente, uma luz branca ia entrando por meus olhos tao intensamente e isso irritava-os, aos poucos minha visão desembaçava e estava onde parecia um quarto com teto e paredes totalmente brancos, um quarto frio com cheiro de álcool e vazio, um forte bipe soava de uma maquina que parecia medir minha frequência cardíaca, me sentia zonza, enjoada talvez fosse por causa daquela mangueira que parecia sair da minha narina.
- Vou chamar o doutor, não se mexa. - Dizia uma mulher de vestimenta branca que entrou no meu quarto.
Um homem com o mesmo tipo de vestimentas adentrou o quarto também.
-Como se sente, senhorita?
-Onde estou? Quem é você?
-Fique calma... sou o doutor Batiste, você está em um hospital, não se lembra de nada?
-Não, espera...eu estou lembrando, estou confusa na verdade, ontem a noite estava no carro com meu irmão... meu irmão...onde está Lorenzo?
-Isso não foi ontem a noite, faz um mês na verdade.
- O que, como assim?
-Você ficou em coma durante um mês inteiro, sofreu um grave acidente,foi um milagre ter sobrevivido.
-Doutor não minta pra mim por favor, meu irmão esta morto?
Me deu um aperto no coração fazer essa pergunta, pois de certa forma eu já desconfiava da resposta, mas eu precisava saber, o medico fez uma pausa deu um grande suspiro e com muito custo me respondeu:
- Não,seu irmão esta vivo mas...
- Mas?
- Ele continua em coma e os danos no cérebro são gravíssimos, pra ser sincero, o caso dele é irreversível.
-Ta dizendo que ele não vai acordar mais, é isso?
-Infelizmente sim, sinto muito senhorita.
- Está mentindo, se eu despertei, ele também vai. Quero vê-lo agora. - Chorava desesperadamente enquanto pedia pra ver meu irmão.
Dois enfermeiros me seguravam fortemente, enquanto o doutor se aproximava de mim com uma seringa, senti uma fisgada no meu braço ao mesmo tempo que ouvia-o sussurrar,"calma é só um calmante, vai ficar tudo bem, você vai poder ver seu irmão depois, agora descanse" e aos poucos tudo foi escurecendo meu olhos foram ficando cada vez mais e mais pesados.
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Nesse leito desse quarto de hospital meu irmão parece somente dormir, a sensação era que ele acordaria com o barulho que meus sapatos faziam a cada passo que eu dava, eu estava esperando ele se levantar e ficar muito irritado comigo por causa do barulho que o fazia acordar, mas nada acontecia, apenas um bipe atrás de outro bipe e mais outro bipe, me aproximei dele, ele está irreconhecível, silencioso, as suas calças jeans rasgadas e sua jaqueta de couro que ele venerava deram lugar a uma bata, com certeza ele iria odiar se ele si visse assim. Já estou com saudades daquele cabelo preto liso médio dele, mas agora fica encoberto por um touca branca descartável.
-Ei Lorenzo, sou eu, Lira, dizem que há casos de pessoas em coma que podem nos ouvir, eu sinto que você está me ouvindo, então por favor...
"ACORDE, ACORDE, ACORDE EU PRECISO DE VOCÊ, ACORDE AGORA"...Uma voz masculina desesperadamente alta vinda do corredor me interrompeu chamando minha atenção, fui verificar o que estava havendo, era um homem de uns quarenta anos que gritava enquanto um paciente estava sendo levado de maca pra um quarto de U.T.I, não pude ver muita coisa, mas parecia bem grave, pois havia muito sangue.
- O senhor não pode entrar, fique aqui por favor. - Disse uma enfermeira para o homem aflito.
-Mas ele é o meu filho, salva ele, não deixem ele morrer.
-O doutor está fazendo o possível, agora fique aqui por favor.
já Fazia duas semanas desde que eu acordei e Lorenzo ainda não, eu ia visitava meu irmão, ficava durante todo o dia com ele e só ia a noite pra casa para dormir e repôr minhas energias, não havia nenhum sinal diferente, eu olhava pra ele me sentindo impotente, pois queria poder fazer alguma coisa, não havia nada a ser feito, se não esperar, apenas esperar.
- Ele vai acordar. -Alguém falava atrás de mim. Me virei repetinamente assustada.
-Tomara.
Era um rapaz jovem talvez minha idade, muito bonito, ele vestia uma calça e blusa preta, o que o destacou muito naquele quarto tão claro.
-Me perdoe acho que te assustei, não foi minha intenção.
- Tudo bem, sem problemas.
-Seu irmão?
-Sim.
-O que houve? Se mão quiser falar sobre...
-Foi um acidente na estrada a mais de um mês, sabe, chuva estrema e alta velocidade são duas coisas que não se combinam, eu sai do coma há duas semanas, os médicos dizem que o caso dele é irreversível.
-Sinto muito.
- E você? o que te traz até aqui?
-Meu irmão também, há duas semanas ele caiu de uma altura muita grande parece que ele invadiu uma construção abandonada a uns dez quilometro daqui, mas ninguém sabe como foi o acidente.
-Ele esta em...
-O que? Em coma também? Sim,mas acho que ele ia querer continuar em coma, os médicos disseram que mesmo se acordar não vai poder movimentar do pescoço pra baixo.
- Não sei nem o que te dizer, eu sinto muito mesmo, é...
-Eu preciso ir, depois a gente se fala Lira. -dizendo isso saiu correndo com muita pressa.
-Espera você não disse seu... nome.- falei em voz alta mas era inútil pois ele já estava longe.
E alias eu também não tinha disse o meu, disse para mim mesma, como ele descobriu? meio injusto ele saber o meu nome, mas eu não saber o dele, bom, acredito que não vai faltar oportunidades, somos ambos vitimas do acaso. Andei novamente até a cama de meu irmão e quando ia colocar minha mão sobre o seu braço, ele começou a mover o dedo indicador, como aquilo me deu mais esperança, fiquei tao feliz e chamei umas das enfermeira que passava pelo corredor.
- Moça, moça!
-É enfermeira Mary, o que você precisa? -Ela falou rudemente.
-O meu irmão mexeu uns dos dedos.
-Vou chamar o médico dele.
Então a enfermeira Mary saiu do quarto e alguns minutos retornou com o doutor.
-Então você viu ele movimentar o dedo? Deixa-me ver. - e assim dito começou examina-lo e a mexer em alguns botoes do aparelho que media sua frequência cardíaca, parecia procurar algo.
-Doutor isso é bom não é, ele pode estar tentando acordar não é?
-Tem certeza senhorita que o viu movimentar os dedos?
-Claro, certeza mais que absoluta, na verdade foi um dedo, o indicador, mas mexeu.
-Pode ter imaginado, eu queria que isso tivesse acontecido, mas não existe nada indicando alguma alteração nos aparelhos
- Eu sei muito bem o que eu vi doutor.
-Como te falei o caso dele é...
-O que? Irreversível? você já falou, mas nem você acredita nisso... acredita? - o interrompi.
-Deveria descansar um pouco, vai te fazer muito bem. - Dizendo isso saiu logo em seguida.
-Você deveria perder a esperança menina, ele não vai acordar e sabe disso. - disse a enfermeira rude.
-Você diz isso porque não é o teu irmão que esta aqui, como consegue ser cruel assim? -digo totalmente indignada.
-Não sou cruel, sou realista, tem razão, não é o meu irmão que esta aqui é o m...
- Mary! - ela foi interrompida,uma outra enfermeira a chamara para uma emergência.
- Estou indo. - Ela se retira.
As palavras rudes e amarguradas da enfermeira Mary me deixaram muito irritada, mas não tiraram minha esperança, eu sei o que vi, ou será minha mente me enganando? talvez minha vontade de vê-lo em pé novamente esteja me fazendo imaginar coisas, talvez esteja muito cansada mesmo, mas não queria ir pra casa, embora já estava de noite, optei por tirar um cochilo numa poltrona ali mesmo, ela não era das melhores, mas até que era bem confortável.
"ACORDE, ACORDE, ACORDE EU PRECISO DE VOCÊ, ACORDE AGORA", Ouvi alguém me chamar e me chacolhar ao mesmo tempo e logo abri meus olhos, estava meio escuro, mas sua fisionomia é inconfundível.
-Lorenzo é você? O que esta fazendo em pé? tem que voltar pra cama.
Me levantei e acendi a luz rapidamente, mas meu irmão não estava mais em pé, virei em direção ao leito dele e ali estava ele ainda inconsciente, foi real demais, mas não poderia ser, pois ele não conseguiria voltar tão rápido pra cama e nem fingiria continuar em coma.
Não conseguia dormir mais, havia perdido o sono, fui no banheiro passar uma água no rosto para me recompor, desmanchei o meu coque que se encontrava amassado e muito bagunçado, vivia tao amarrado que havia esquecido o quanto estava comprido, o escovei dando uma leve aparência de mais liso e alinhado e sai do quarto pelos corredores e encontrei uma maquina de café na sala de espera, "coloque apenas moeda" estava escrito.
- Droga, serio isso? - disse lembrando que não havia nenhuma comigo.
-Escolha o mocaccino é o único que se salva nessa maquina, pode acreditar.-Disse um rapaz, colocando uma moeda na maquina.
Era o rapaz do dia anterior, apertei o botão que dizia mocaccino.
-Hum...mocaccino,que bela escolha!
-É dica de um estranho que eu conheci sabe, ele me disse que era o único que se salva aqui, então decidi arriscar e acreditar nesse estranho. - Digo.
-Estranho? porque?
-Eu não sei nem seu nome, então estranho.
-Serio que não disse?
-Serio, eu ia perguntar, mas você saiu correndo, eu só não sei como você sabe o meu.
- você me disse, Lira.
- não... não disse, eu me lembraria.
-Desculpe então.
-Esta desculpado,mas então é que eu continuo sem saber o seu nome ainda
-Ah, claro, é sou...
- É? Esqueceu seu nome?
- Ander, meu nome Ander... Ander Angelus. -
-É um prazer te conhecer Ander, bom.. como já sabe sou Lira... Lira Symons.
-É... preciso ir agora pra casa descansar um pouco ou tentar né?
-A gente se vê por ai então, até mais, Ander.
-Até mais.
Eu me virei e quando ia começar a andar uma mão muito fria tocou o meu braço, era a mãos de Ander.
-Espere... - Ele disse.
Então me virei para ele que ficou fitando meus olhos por alguns segundos sem falar nem uma palavra a mais como se quisesse me dizer algo que não saia algo preso na ponta da língua, olhos tao penetrantes tao belos, que não sei se fiquei em silencio na espera do que ele tinha pra me falar ou se estava hipnotizada por aquele olhar.
-O que foi? - finalmente perguntei.
-Nada, esquece, tchau.-Ele diz desviando os olhos e saindo pela direção contraria a minha.
- Então ta, tchau. -digo seguindo pra onde estava indo.
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Dois meses se passaram desde meu acidente, um mês que eu acordei e meu irmão não, e três semanas que não vejo o Ander, o que é bem estranho, pois não acho que ele ficaria tanto tempo assim sem visitar o irmão dele, será que ele estava bem? ou talvez só estivesse se escondendo mim?
Ja era noite, estava em casa, estava mais vazia do que nunca, a companhia de Enzo era tudo que eu tinha e agora estava perdida sem ele.
Tranquei a faculdade ,não tenho cabeça pra estudos,não agora,ainda estava muito cedo.
Me sentia exausta, mesmo assim o sono não vinha, me deitei na cama e quando olhava para frente em cima do guarda- roupa, avistei uma caixa de madeira que não me lembrava de estar ali antes,coloquei o celular na escrivaninha me levantei e fui até aquela caixa,ela estava empoeirada,com minha mão afastei a poeira,em cima estava escrito pertences de Lorenzo, eu então a abri,la estavam varias coisas cds de rock, fotos da gente e havia um caderno de desenhos,uma ventania repentina e forte acabou passando pela janela abrindo-a,deixei o caderno sobre a cama e fui fecha-la e quando estava voltando para onde estava uma folha em branco havia voado para perto dos meus pés,provavelmente ela estava solta e voou com o forte vento,me abaixei pegando-o e virei a folha do caderno para outro lado,vi que ali ele havia desenhado um desenho bem semelhante ao edifício daquela noite do acidente,na verdade observando bem era igual,inclusive os detalhes da janelas fechadas,mostrando uma unica janela aberta,agora fiquei realmente assustada,isso é realmente muito sinistro,a luz apagou de repente e acendeu rapidamente logo depois um outro barulho estridente,era só meu celular vibrando sobre a madeira da escrivaninha,não me lembro de deixei-o no vibratório, pois eu nunca deixo, bom enfim dei uma bela suspirada de alivio, com uma mão peguei o celular e a outra sob minha cabeça dizendo para mim mesma. "calma, o que está havendo com voce?" e atendi o telefone, era do hospital
-Alô?
-Senhorita Symons?
-Sim, é ela.
-Aqui é do hospital Santa Helena,é sobre seu irmão,você precisa vim pra cá com urgência.
- Por que? O que houve com ele?
-Por telefone não podemos dar informações, venha rápido.
-Ok... Chego ai em vinte minutos.
Chamei um Uber e chegamos em um quinze minutos,tempo menor do que previ,chegando na recepção me informei com uma moça que estava la.
-por favor moça vocês me ligaram,pra mim vim com urgência pra cá,que havia acontecido algo com meu irmão,o que que houve eu preciso saber?-digo desesperada
-deixa me ver aqui,seu nome por favor?ela pergunta com suas mãos sobre um teclado
-Lira Symons-respondi um pouquinho mais calma.
-Nome do paciente?
-Lorenzo Symons.
-ok ,mas não ha nada aqui,nem uma ligação feita pra senhorita
-Esta brincando comigo?só pode,bom foi uma voz masculina no telefone,vê com o outro recepcionista-digo um pouco mais alterada
-Me desculpe mas eu sou a unica recepcionista aqui já faz quatro horas e eu não liguei pra você
-Então sei la pode ser o medico que ligou,poderia ver onde ele esta por favor?
-Esta bem posso sim,quem é o medico?
- é o doutor Batiste
"Atenção doutor Batiste,favor comparecer a recepção com urgência,doutor Batiste favor comparecer a recepção com urgência"a recepcionista anunciou no microfone dos hospital
-obrigada.- agradeci
- imagina
Então aguardei alguns minutinhos até quando o doutor chegou
-Em que posso ajuda-la? - ele me pergunta
-É Que foi ligado daqui pra mim dizendo que houve algo com meu irmão que era pra mim comparecer com urgência ,mas ela disse que não foi feito nenhuma ligação pra mim ,foi o senhor que me ligou certo?
-Não,eu não te liguei e seu irmão esta bem,digo na medida do do possível,sem alterações
-Olha não sei o que esta havendo aqui Doutor,mas foi ligado pra mim desse hospital e quero saber quem foi,eu tenho a prova,quer ver esta aqui no meu celular-disse pegando o celular e entrando na parte de chamada recebidas
"NÃO HÁ NENHUMA CHAMADA RECEBIDA",É o que havia escrito
-É o que?não,foi ligado pra mim eu tenho certeza.
-Bom...eu preciso ir agora,tem uma paciente esperando por mim,desculpe -dizendo isso ele foi embora corredor a fora
A recepcionista me olhava com cara de que estava com muita pena de mim,ou talvez fosse uma cara de assustada,acho que ela estava achando que eu estava ficando louca,talvez eu estivesse mesmo,fui saindo silenciosamente em direção ao quarto de Lorenzo,quase chegando la avistei aquele homem aflito que gritava tao desesperado pelo seu filho naquele dia em que chegava cheio de sangue pra todo lado,o homem entrou no quarto e fechou a porta praticamente na minha cara onde avistei o numero 13 colado,retomei meu passos e se aproximando do quarto de meu irmão,a porta estava semi aberta e estranhei que vinha uma musica que soava la de dentro,eu reconheceria aquela musica em qualquer lugar,pois era a favorita de Lorenzo,noventa por cento das vezes que entrava no seu carro é essa musica que ele estava ouvido,isso chegava a me irritar,mas nesse momento ela me traz uma sensação tao boa,é como se eu fosse entrar e ver ele sentado acordado e me dizendo o que ele vivia me repetindo"isso que é musica boa maninha,aprecie uma pessoa com bom gosto,que você não vai encontrar em outro lugar".Ah e sim,ele estava bem,aparentemente,como o médico disse bem a medida do possível.
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Após abrir a porta de imediato e completamente agora, notei também um celular do lado do travesseiro onde saia a tal musica,e caminhando em sua direção alguém se levantou entrando na minha frente me pegando desprevenida e confesso me assustando um pouco
- Lira?
-Ander?
- desculpe, sei que nao deveria estar aqui, ja estou saindo, deculpa de novo.
-Nao, nao precisa sair, por favor, fica.
-Tudo bem entao, tem certeza?
-sim,tenho... Essa musica...
-desculpe vou desligar.
-nao por favor, deixa, nao desliga, Colours da Emma Hewitt...
- É sim, voce conhece?
-E a favorita do meu irmão,ele colocava tanto pra tocar naquele carro que acho que sei ela de cor,sabe?
-sei,acho que seu irmao tem o mesmo otimo gosto pra musica que eu,dizem que as pessoas quando estao nessa situaçao ela consegue ouvir tudo o que acontece ao seu redor, entao resolvi coloca-la.
-Obrigada Ander, legal da sua parte, sabe, eu acreditava nisso tambem, mas sinceramente nao tenho certeza mais de nada.
-Acredite Lira ,ele pode ouvir.
-espero que sim..mas porque voce esta aquie nao no quarto do seu irmao?
-Eu estava, mas está meio monótono la, sabe? solitario.
-sinto te decepcionar ,mas como pode ver, aqui nao é diferente de la,
-é ,mas ao menos aqui nao tem um pai fingindo que se importa com filho agora.
-Espera, o seu irmao é o paciente do quarto treze? o seu pai nem de longe parece ser alguem que nunca se importou com os filhos,muito pelo contrario,se voce tivesse visto o desepero dele a afliçao que ele estava quando chegaram aqui,voce nao diria isso.
-tem razao esse dia eu nao estava aqui pra ver o teatrinho dele, mas o que vi minha vida ja foi o suficiente pra saber que ele é um otimo ator.
- perdaoeu sei que eu nao convivi com voce durante sua vida inteira e nao deveria me entrometer na sua vida pessoalmas...
-é tem razao nao conviveu e nao deveria se entroeter no que te diz repeito,acho melhor eu sair daqui.
-Uau, nossa meus parabens você superou minhas expectativas, voce deveria sair mesmo daqui e nao esqueça do seu celular.
Sem dizer nem mais uma palava ele se dirigiu até o celular pegou-o e sai porta a fora batendo-a com força, ele estava com tanta ira, eu não sei qual é a historia entre os dois mas nao foi justo, nao tenho culpa de nada, mas ele me magou e nao sei se gostaria de encara-lo novamente, porem isso aconteceria cedo ou tarde.
A porta estava se abrindo novamente, deve ser ele voltando para me pedir desculpas, imaginei eu, mas não era, era a em fermeira Mary.
- Posso saber o que esta acontecendo aqui? voce acha que está na sua casa por acasso menina? isso é um hospital nao sei se percebeu.
- Mas eu nao estou fazendo nada emfermera Mary, espera ai Mary Anjelus disse quando note no cracha delae
EU nunca havia reparado no sobre nome dela até agora.
-sim o que que tem?
-Voce é parente do rapaz em coma?
-Sou a mae dele, satisfeita?
-Emfermeyra mary eu sinto muito mesmo de coraçao pelo seu filho que esta em coma
- nao fique fazendo barulho. - Ela desdenhou do meu sentimento e saiu.
Como ela pode me dizer aquelas coisas antes ,perder as esperanças quando ela tem um filho em coma aqui,Acho que a entendo, cada um tem um jeito diferente de demostrar suas dores, infelizmente ela optou por se tornar uma pessoa amargurada, e talvez isso explica um pouco a reaçao do Ander em explodir daquela maneira, o que ele deve estar passando deve ser mais ou menos pior do que eu estou, talvez não devesse julga-lo. Com uma mae rude e um irmao em coma. Pobre Ander.
fui fechar a porta mas antes dei uma olhada pelo corredor a mae dele estava saindo do outro quarto enxugando as lagrimas em seu rosto,ela parecia uma pessoa tao fragil agora,avistei Ander, se aproximando pra entrar no mesmo, ela nem olhou ou falou com o próprio filho e ele também não fez questão de se comunicar com ela, mas olhava pra ela como se ele quisesse muito isso, até a hora que ele desviou o olhos dele em minha direção rapidamente, ele me fitou como se quisesse falar comigo, como se estivesse muito arrependido, mas eu fiz apenas um aceno com minha cabeça negativamente e fechei a minha porta trancando-a.
Nao estava com disposição de voltar para casa, optei por ficar por ali mesmo afinal nao seria diferente de tantas outra noites até parece que resido nesse hospital e visito minha casa, dormiria naquela poltrona,era a unica opçao que me restava, me encaminhei ao banheiro pra escovar os dentes quando acabei sem querer relei a mao na pasta que caiu no chao, me levantei novamete e me olhei no espelho e um homem estava traz de mim,ele era muito velho e roupas estava rasgandas e pareciam suja de algo bem parecido com barro, "NÃO CONFIE NELE" , a voz dele era grave, no susto me virei fugaz para traz, mas nao havia ninguem, retornei meu rosto para o espelho e nao havia mais nada, ainda muito assustada, sai meio que correndo fechei a porta do banheiro, me deitei na poltrona me cobri com um cobertor que estava sobe uma mesinha ali do lado, eu estava com medo mesmo mas tentava me convencer que estava só imaginando coisas, enlouquecendo talvez, minha respiraçao estava muito ofegante, tentava inutilmente me acalmar, eu tinha que sair dali talvez algums minutos, de repente a porta do banheiro abriu com força e um vento forte saiu de lá me arepiando cada molecula do meu corpo, eu nao fiquei la pra ver o que aconteria logo depois,nao esperei pra saber se era alucinaçoes, e confesso que nem se quer lembrei que o meu irmao desacordado ficaria la sozinho e abri a porta que dava para o corredor, sai com passos quase que a jato pelo mesmo.
#########
cheguei ao fim do corredor,la havia um elevadoreu apertava o botao excessivamente desejando queaporta do elevador se abri-se logo para descer até o terreo, onde sei que haveria muitas pessoas e isso me deixaria mais confortavel, mas a porta nao abria, me deixando mais aflita a cada segundo.
-Mas que porta maldita, vamos, abre logo, abre por favor. - dizia em voz alta
a porta do elevador finalmente se abriu
-tudo bem com voce? - uma voz masculina me pergunta, vendo toda a minha afiçao
-nao, nao estou bem. - Eu respondi começando a chorar
-O que aconteceu? - Ele pergunta colocando suas maosvsobre meus obros nus e olhando em meus olhos e continuou falando. -Meu Deus! voce esta congelando, vai ficar doente assim. - Entao ele tirou seu casaco preto e colocou em mim.
Estava muito frio realmente, mas comecei a sentir agora.
- Ander, por favor me ajuda, estou com medo. - O implorei chorando e abraçando-o.
Ander retribuiu me abrançando com força, mas com tanta força, que nao tinha como duvidar que ele queria me proteger de qualquer coisa nesse mundo,com uma de sua mao encostou minha cabeça sobre seu peito e com seu queixo sobre a mesma ele sussurrava palavras reconfortantes que ouvia cada uma com clareza,me sentindo cada vez mais segura ao menos por aquele momento
-vai ficar tudo bem, ouviu?...estou aqui e nao vou deixar nada te fazer mal.
Ainda abraçada a ele me vinha minha a minha mente a lembrança as palavra daquele velho, nao confie nele...a que ele se referia? Ao Ander?nao poderia ser...poderia? seja como for naquele instante ali eu confiava nele como nunca antes havia confiado em ninguem antes, havia esquecido até quem uma hora antes ele foi tao grosso e estupido comigo, definitivamente nao é o mesmo cara.
- O que voce fez com aquela pessoa de uma hora atrás?
-aquele idiota?ele esta aqui ainda, pronto pra despertar novamente, infelizmente, mas so por agora, aquele idiota esta arrependido e te pede perdao.
-fala pra aquele idiota entao que eu perdoo só por agora.
-O idiota agradece. - Ele da um meio sorrisso.
-voce esta melhor, Lira?
-estou um pouco, graça a voce.
-mas ...o que aconteceu? nunca vi alguem tao assustada na minha vida igual vi voce.
-voce vai me achar uma louca, nao quero falar isso aqui.
- ja sei, vem comigo.
- ir a onde?
-confie em mim.
Pegamos o elevador até o ultimo andar e la pegamos uma escada que dava pro terraço,fiquei meio desconfiada será queeu deveria confiar nele ainda?
-calma ta achando quete trouxe aqui pra te empurrar la pra baixo?ele me perguntoutao serio mas depois riu
-isso nao tem graça Ander.
- desculpa, mas olha ali. - Ele aponta o dedo a frente.
Era uma estufa, parede de vidros,uma estufa de rosas, no fundo dava para se ver a cidade toda e como a parede era transparente do predio dava pra se olhar la pra baixo, era bem alto e um pouco desconfortante, mas a paisagem era estupenda, havia um banco de metal que ficava virado para a vista da cidade, a gente se sentou.
-nossa! isso é lindo. - eu disse admirada
-Incrivel, né? descobri por acaso, quando nao quero ficar la voce sabe onde, eu venho aqui refletir.
--mas a gente poderia estar aqui? - Pergunto preoculpada.
-acho que nao
-nossa que reconfortante isso.
-porem só vai ter problema se formos pegos.
-nossa muito aliviada agora com com certeza. - Digo ele da um leve sorriso
- Mas agora falando serio, me diz o que estta acontecendo com você, Lira.
- Tudo, coisas estranhas, sabe?voce vai achar que estou enloucendo, eu mesma ja acho isso.
-jamais acharia isso, mas que tipo de coisas estranha?- ele me pergunta e vejo o quanto esta atento.
-agora mesmo no banheiro, um velho apareceu no espelho, achei que era alucinaçao, a porta se abriu sózinha. recebi uma ligaçao daqui dizendo que era pra eu correr pra ca ,que algo tinha acontecido com Lorenzo, mas quando cheguei aqui me disseram que nao tinham me ligado e adivinha... no meu telefone nao constava nenhuma ligaçao recebida naquele dia, ver o meu irmao em pe na minha frente quando ele ainda estava em coma, as vezes ouço uma voz masculina quase que parecidas dizendo sempre as mesma frase.
-Que frase?
-acorde, acorde, acorde eu preciso de voce, acorde agora, só que nunca vem de ninguem que esta perto de mim sabe.
- Por que parou?
-E.. na noite do acidente havia um edificio na estrada só uma janela aberta e vinha uma luz tao linda como cristais, e encontrei o caderno de desenho do meu irmao e uns dos desenho é igualzinho o que passamos na rodovia. - eu nunca mencionei sobre o onde era ou como era o edificio que eu fui quase estuprada para o Enzo, pensei, porem essa parte nso disse para o Ander
- Espera um pouco, um edificio que fica do lado da rodovia, uns dez quilometros daqui? é o unico la, abandonado, certo?
- sim é esse, voce ja viu?
-foi onde ocorreu o incidente com o meu irmao, hum... espera aqui, ja volto.
-onde voce vai?
-ja volto.
Ander entao saiu me deixando ali sozinha, estava frio, me virei no banco e fiquei fitando a vista da cidade, o minutos foram passando e ele nao retornava e esperei mais um pouco, parece que ele me abandonou ali, o frio estava piorando, entao me lavantei e sai da estufa e o avistei na beira do predio com o olhar perdido olhando pra baixo.
-Ander?o que você esta fazendo ai? voce me disse que ia voltar logo.
ele nao se mexia , nao respondia.
-Ander, to falando serio, sai da ai, é perigoso. - disse me aproximando aos poucos.
Nenhuma reaçao vinha dele, me aproximei mais um pouco, até chagar nele e quando ia pegar seu braço, ele virou seu rosto em minha direçao, fixou seus olhos em mim e me disse:
-voce acha que meu irmao caiu ou se jogou?
-O que? nao estou te entendendo. - o olho confusa
- olha la pra baixo. - ele voltar seu olhar para o mesmo.
Eu me atravi a olhar, nem sei porque, mas sei que era muito alto que até paralisei.
-voce nao deveria confiar em mim. Ele dis serio. pensei, agora ele me empurra, era meu fim ,realmente acho que nao deveria confiar nele ohei direto em seu olhos como se dissese; voce nao vai me matar vai?
- Sai daqui agora.-me ordenou rispidamente
Nao pensei duas vezes e me retirei dali rapidamente, amentrontada, muitas coisas me dizendo nao confie,e se talves eu devesse ouvir? ai meu Deus! sera que ele é perigoso?um assassino...ou coisa pior... sera que ele tem algo haver com o que aconteu com o irmão dele?
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