Capítulo 47: Luto

Lira...

Eu sinto um vazio enorme dentro de mim, uma sensação estranha como se estivesse faltando um pedaço da minha vida, alguns meses atrás quase morri, fui encontrada na calçada da minha faculdade à beira da morte, esfaqueada, ninguém sabe dizer quem foi e muito menos o porque. Me perco em meus pensamentos enquanto observo minha cicatriz pelo espelho do banheiro.

— Lira?  — Meu irmão bate na porta do mesmo.

— Oi.  — Repondo.

—Você tem visita. — Ele me informa.

— Já tô descendo. —Digo.

— Ok, vou mandar embora. — Ele diz.

— Lorenzo!  — Abro a porta. — Nem pense em expulsar minha visita, tá ouvindo?! — Repreendo-o

— Perfeitamente, e ai como dormiu essa noite? O mesmo pesadelo?

— Sim. —Afirmo. Um dia depois do meu aniversário, venho tendo o mesmo pesadelo todas as noites. É uma construção abandonada, um edificio, começo a me aproximar do mesmo e tropeço em algo, caindo sobre uma poça enorme de sangue, esse sangue saía de um corpo estirado no chão, mas quando direcionava o olho para o rosto da pessoa, minha visão embaçava antes que eu pudesse identifica-lo e uma voz diz: "ele está morto" e acordo suando, chorando. — Desculpa você não aguenta mais acordar com meus gritos né? —Continuo.

— Se fosse ao contrario você faria o mesmo. — Ele soava compreensivo.

— Provavelmente eu continuaria dormindo. — Brinco. — Vai sair?- Pergunto reparando que ele estava arrumado até demais pro meu gosto.

— Eu te falei ontem, maninha.

- Você não falou, alias você nunca fala, só sai, não diz pra onde ou com quem. Enzo você ta envolvido com drogas de novo? olha nos meus olhos e responde. -Digo o encarando.

- Não Lira, eu não estou envolvido com drogas de novo. -Ele diz enquanto olha nos fundos dos meus olhos. - Eu só quero me divertir um pouco, não posso?

- Não se o jeito de ser divertir, acabe resultando com você tendo uma arma apontada pro seu peito e eu com um arma apontada pra minha cabeça.

- Isso não vai voltar acontecer, ta legal? - Ele me da um beijo na testa. -Te amo. - Ele diz esperando minha retribuição, mas me mantenho em silencio e desvio o olhar. - Ah! qual é Li, não faz isso comigo. - Mas continuo o ignorando. - Quer saber qual é a verdade? A verdade é que você colocou na cabeça que eu sou o cara morto dos seus pesadelos, mas esse cara não sou eu, nada vai acontecer comigo, mas deveria ser, assim não te causaria tanto problemas mais, não é mesmo?

- Enzo!

- Esquece, não deveria deixar sua visita te esperando, se é que já não foi embora. -Ele diz e sai batendo a porta do quarto.

Ele tem razão, eu não paro de imaginar, que meu pesadelo é algum tipo de premonição com ele, só de imaginar perde-lo. Meus olhos se enchem d'água, acabei ficando paranoica com isso, porém já faz tanto tempo que que os tenho, acho que se fosse para acontecer algo com Lorenzo, já teria acontecido.

Desci até a sala.

- Eu achei que seu irmão ia levar a porta junto, mas depois vi que ele só queria levar o asfalto mesmo. - Disse minha visita.

- Oi jace! - Saiu quase como um sussuro de tão baixo.

- Ei, você estava chorando? - O mesmo se aproxima preocupado.

- Foi um cisco que entrou no meu olho. - Minto.

- É to sabendo, o mesmo cisco que irritou seu irmão e o fez sair queimando o asfalto? conta outra, que essa já é manjada. Vocês brigaram não foi?

-Sim. - Confirmo e não consigo conter a lágrimas.

- Não, não, não. - Ele me puxa para um abraço reconfortante. - Lágrimas não combinam com seus olhos azuis. Ei você não ouviu essa frase saindo da minha boca, ok? eu tenho que preservar minha fama de bad boy.

- Pode deixar, seu segredo tá seguro comigo. - Digo ainda cabisbaixa.

-Ta melhor garota nerd?

-Um pouco. -Respondo-o.

- Quer desabafar?

- Eu acho que meu irmão tá mexendo com coisa errada, e discutimos por causa disso. - Digo e Jace se desvencilha.

-Por que acha isso? - Ele pergunta com uma expressão estranha.

-Jace, não minta pra mim, você sabe sobre alguma coisa. - O encaro esperando uma satisfação.

- Ah Li, não me coloca nessa posição, é ele que tem que te contar. Ele vai me matar quando souber que o dedurei.

- Não, não vai não porque você já vai estar morto se não me contar.

- Seu irmão está participando de rachas, já faz alguns meses. -Finalmente ele desembucha.

- O que? E como sabe?

- Bom... porque... porque eu participava a muito tempo e ele começou a frequentar, eu disse que se ele não te contasse eu ia contar, ele me prometeu que ia te contar e que também ia parar.

- É mais nunca me contou e tão pouco parou. O que mais? bebidas e drogas também?

-Não, nunca o vi usando nada e nem colocando nada de álcool na boca.

- Você vai me levar lá agora? -ordeno.

-Não vou te levar num lugar desse Li, não mesmo.

- Jace por favor, eu já quase o perdi, por causa dessa vida de ruas, não pude fazer nada, porque estava presa num maldito orfanato, ele teve que enfrentar o mundo sozinho, agora eu posso estar com ele e só você está impedindo isso.

-Mas eu... tá eu te levo lá vai. -Ele aceita.

Jace foi buscar a moto e os capacetes enquanto eu pegava minha bolsa e trancava a casa.

- Pronta?

- Sim.

Quando chegávamos com a moto, eu já podia ouvir músicas de diversos tipos que ecoava do local, principalmente eletrônica. Havia mais carros atrás de nós, que com certeza iriam participar dos rachas, ou talvez apenas exibir seus veículos supertunados. A rua era bem larga e bem no começo tinha um enorme caminhão preto.

-Droga! -Jace diz depois que parou a moto antes de entrarmos. Eu sabia que não deveria ter te trazido pra cá.

- Por que parou e por que está dizendo isso?

-Tá vendo aquele caminhão ali, é para trancar a rua, ninguém sai ninguém entra. -Eles só fazem isso uma vez por ano, vai ser um racha fechado, chamam de Noite Negra, onde estarão presentes chefes de máfias, chefes de narcotráfico, e até policiais corruptos. É sério a gente não vai entrar ai, é perigoso. - Ele revela-me.

- Você está dizendo que pode rolar um banho de sangue aí dentro, o meu irmão está no meio disso tudo. E a gente não vai entrar?

-Tá bom, a gente entra procura teu irmão e cai fora daqui, antes deles fecharem a entrada.

-O plano sempre foi esse, ou acha que eu quero ficar para um racha de moto? Quem sabe competir com a motoqueira "Penélope charmosa" ali. - Apontei para uma garota montada em uma moto cor-de-rosa com vestes do mesmo tom, sua saia curta e um top mostrando seios bem fartos.

-Xii acho que ela te ouviu. -Jace diz com cara de assustado.

A garota tirou seu capacete balançando seu cabelos loiros encaracolados e começo a andar até nós, é agora que eu apanho.

- Olá Jace!- Espera... Eles se conhecem.

-E aí Pink Lady! -Sim acho que se conhecem.

-Não vai apresentar a sua amiga? Adoraria conhece-la entre quatros paredes.

É o que em? Pensei, porém guardei para mim meus pensamentos.

-Ela não é pro teu bico Pink, e também, ela gosta de homens.

- Que desperdício. Então não tenho mais nada pra fazer aqui fora. Tchauzinho! -Ela diz voltando pra moto.

-O Pink! Eu gosto de mulheres. -Jace grita para a garota.

-Não sou pro seu bico. -Ela faz um gesto obsceno com o dedo para ele e me manda um beijo no ar em minha direção, sobe na moto e continua seu caminho.

- Nunca te ensinaram a não apontar o dedo para pessoas desconhecidas garota nerd? - Jace diz em tom de deboche.

- Não tô achando graça, não com meu irmão em perigo.

- Ok, vamos lá, mas não esquece... entrar, resgatar o donzelo em perigo, e cair fora. Ah e não sai de perto de mim por nada desse mundo, entendeu?

- Entendi. - Confirmo, boto o capacete e adentramos o lugar.

Jace estacionou a moto junto à outras motos e andamos atrás de meu irmão, mas nada dele.

-Espera... aquilo não é carro de polícia é? -Aponto para duas viaturas acelerando seus carros na pista de corrida.

-Lembra que mencionei policiais corruptos? Então, eles tampam a placa e números dos carros e partem pro racha , muito louco né.

-Muito absurdo isso sim. -Digo em reprovação.

-E vai fazer o que? apontar os dedos pra eles também, duvido que serão tão amistosos quanto minha amiga Pink Lady.

- Eu só quero encontrar o Enzo. -Volto a ficar cabisbaixa.

- Eu sei, e a gente vai, talvez ele ainda não chegou. -Ele diz, e logo fica sério olhando por cima dos meus ombros. -Essa não.

- E aí lutador! - alguém diz me fazendo virar.

- Gostou de apanhar tanto da última vez que voltou para uma segunda dose Denver?

-Relaxa lutador, estou em paz, eu só vim pra correr, e aí tem coragem, sua moto contra a minha?

-Eu passo. -Jace recusa o desafio.

- Que pena, já escolhi até o meu prêmio pra comemorar minha vitoria. -Denver diz olhando-me de baixo a cima, passando a língua entre os lábios.

- Cretino. -Jace diz partindo pra cima de Denver, mas foi impedido por dois outros garotos que estavam com o mesmo.

- Como disse estou na paz, mas não me faça ter que usar minha amiguinha aqui. -Denver diz afastando a jaqueta e deixando a mostra uma arma em sua cintura.

- É fácil mostrar que é macho armado né mauricinho, mas sabe que no mano-a-mano te faço voltar pra casa chorando pro papaizinho.

-Soltem ele quero ver até onde vai essa coragem toda. - Denver gesticula com as mãos pra soltar o mesmo.

-Jace! -Entro na frente dele empurrando seu peito com as mãos. - Por favor pára, não faz isso, por mim. -Imploro e o mesmo acinte com a cabeça.

- Vem, vamos procurar teu irmão. -Ele desisti da ideia de atacar o cretino do Denver, pega minha mão me puxando pra longe dos três. -Como odeio esse mauricinho, você deveria ter me deixado acabar com o resto da cara dele.

-E te deixar acabar baleado?

-Esqueceu que vaso ruim não quebra, Lira?

-Esqueceu que eu vim regastar meu irmão? E não perder um amigo?

-Você não... -Jace se cala por um momento.

-Jace? Que foi? -O questiono.

-Giovanna?! -Ele sussura surpreso.

- Jace!? - Ouço uma voz fina e delicada o responder, mas antes que alguém pudesse dizer mais alguma coisa uma outra voz mais forte sooa se aproximando.

-GIOVANNA! por favor vem pra casa comigo, não vou deixar ninguém te fazer mal.

-Eu não vou, pra que? pra vocês me amarrarem naquele lugar escuro e sujo de novo.

-Ei seu idiota, a garota já Disse não quer ir . -Eu acabo me entromentendo.

-Não Se meta no que não é da sua conta. -O garoto aponta o dedo para mim. Jace o encara com raiva. Enquanto A tal da Giovanna sai correndo. - Que Ótimo, viu o que  conseguiu?

-Vi, livrei a moça de um cara abusivo e arrogante como você. -Rebato.

-Eu mereço, quando finalmente encontro minha irmã, duas crianças. Conseguem me atrapalhar.

-Você disse irmã? -Pergunto.

-Sim ela é minha irmã! Muito obrigada patricinha , por me atrapalhar, se algo acontecer com ela a culpa é sua.

-Ô imbecil! olha lá como você fala com minha amiga. -Jace me defende.

- Jace não, deixa esse idiota pra lá. Vem ainda temos Que procurar o Enzo. -Puxo-o, antes que ele acabe socando a cara do rapaz de olhos âmbar.

Lorenzo não se encontrava em lugar nenhum.

-Li, vou no banheiro, não sai daqui tá legal? -Jace me pede.

- Tá pode ir. -Respondo.

Enquanto ele ia usar o toallete, fiquei o aguardando quando alguém se aproximava de mim um cara sem camisa deixando a mostra seu corpo muito bem definido.

- E aí gata você também vai correr?

-Não. Só estou procurando alguém.

-Pois não precisa procurar mais. A pessoa está aqui na sua frente.

- Oras! E quem é você?

- O amor da sua vida querida.

- Mais não é mesmo! -Afirmo.

-Bom ao menos eu tentei, mas vem, deixa eu pagar uma bebida pra você.

-Não obrigada. Não bebo. -Recuso.

-Vamos lá só um suco ou refrigerante.

-Ok. Um suco de laranja.

-Assim que se fala. Um suco de laranja pra minha amiga aqui.

-Ok... com emoção? - A balconista pergunta. Não entendi.

- Com certeza. -O cara afirma e a moça me entrega o suco, eu bebo mais da metade.

-Meu nome é Andrew e o teu?

-Lira. -Me apresento e tomo o resto do conteúdo do copo.

-Obrigada pelo suco.

-Não há de que gatinha.

-EI LIRA! -Jace vem até mim. -O que está bebendo? - Ele pega o copo vazio da minha mão o aproximando da narina com cara de desconfiado e encara o Andrew com ira.

-É só um suco cara. -Andrew dá um sorriso sacástico.

- Fica Longe dessa garota, se não eu quebro tua cara? -Jace o ameaça amassando o copo descartável e ainda o encarando. - Ela não é nenhuma das tuas vadias não, que você usa, abusa e joga fora... Vem Lira.

- Nunca te ensinaram a não aceitar bebidas de estranhos também não né?

-Mas ele nem tocou no suco, foi a moça do balcão que me entregou.

-O Andrew é conhecido como o "senhor boa-noite-Cinderela", ele dopa as garotas para transar com elas.

-Eu não sabia, desculpa.

-Tudo bem, não tinha como saber mesmo, se começar a sentir algo diferente me avisa ta legal?

-Está bem.

-Ei, não é seu irmão ali se preparando para correr? -Jace aponta a nossa frente para o mustang preto e corrí até lá -Ei Li. -Ele me chama,  mas o ignoro indo até Enzo.

-LORENZO SYMONS, O QUE ACHA QUE ESTÁ FAZENDO? -O repreendo furiosa e o mesmo olha pra mim surpreso.

- Lira? O que está está fazendo aqui. Como descobriu? Ah seu amigo Jace, tinha que ser.

-Você não me respondeu.

-Como eu disse, me divertindo. Jace, tira ela daqui é perigoso.

-Ô pombinhos... deixem pra se pagarem depois, vocês tão empacando a corrida. -Diz o corredor do carro ao nosso lado

-Cala a boca imbecil ela é minha irmã.

-Quer saber... se você tem direito de se divertir eu também tenho. -Digo isso e entro no carro dele.

-Li o que tá fazendo?

-Me divertindo, porque? não posso?

-Você vai é acabar se matando não consegue mudar de macha sem dar uma raspada.

-Deixa a garota correr. - O corredor se intromete de novo.

-Já disse pra calar a boca imbecil ela não vai correr. -meu irmão diz E entra na frente carro.

—Enzo sai da frente.

- Acho que você vai ter que me atropelar irmã, porque não vou sair daqui. -Lorenzo afirma com as maos sobre o capô e me encara firme e forte. -Jace faz alguma coisa foi você que a trouxe aqui.

- Ela venho atrás de você cara. -Jace rebate. -Ok, ok... Ei Li é sério destranca porta vai, sai daí por favor. Foi você que pediu. -ouço barulho de vidro sendo estilhaçado, Jace acabara de arrebentar o vidro traseiro puxando a trava abrindo a porta.

-O que você fez? -Enzo fica indignado

-Ora, você disse pra eu fazer alguma coisa, eu fiz. -Jace tenta se justificar dando de ombro.

-Mas não isso.

- Se ela corresse, você teria bem mais que um vidro quebrado, Lorenzo. Vem Lira sai daí aí vai.

-Não, vocês são muito chato eu quero correr. -Lira diz de um jeito arrastado, parecia meio grogue.

Jace...

-Você deixou minha irmã beber. -Lorenzo me olha bravo.

-Eu não, claro que não, ela não está bêbada, está dopada. - eu sabia que o canalha do Andrew batizou o suco dela.

-Jace, vamos dançar, eu amo essa música.

- Que dançar o que! a gente vai embora pra casa. -Afirmo.

-Você é tão chato, não me deixou correr, não me deixa dançar...eu... odeio... Você.

-Não odeia não. -Discordo dela.

-Nossa!

-O que?

-Você é tão bonito!

-Considerando que você está muito louca garota vou desconsiderar isso.

-Mas é verdade .-Ela diz e cola sua boca na minha sem me dar tempo de reagir

- Li... não. -Eu a empurro de leve. Mas ela volta seus lábios no meus. -É sério, droga garota, não faz isso. - A afasto novamente. - Amanhã você vai se  arrepender muito disso.

- Eu acho que vou... -Lira Começa uma frase, mas desmaia em meus braços de terminar .

-Lira? Acorda, ei Li. —A chamo , porém é inútil.

- O que houve com minha irmã? -—Lorenzo desce do carro e vem até nós.

-Ela desmaiou. -Respondo-o,  ele abre a porta e eu coloco-a no banco da frente prendendo seu cinto. Enzo a levou em seu carro e eu segui os com a moto.
Mas fomos barrados por  dois homens armardos com fuzis ak-47 em pé do lado do caminhão atravessado na rua bloqueando a saída.

—Ninguém mais sai. — grita um deles que apontava arma para nós.

-Ei precisamos levar a garota pro hospital, ela está grávida e tá perdendo o bebê. Por favor você é pai, não é? —Inventei isso torcendo pra que ele amolecesse.

-Não,  não sou pai. -Ele revela com a cara séria. -O que está fazendo Randon? — Ele se vira para o outro cara que abri a porta da cabine do caminhão. —Ninguém saí já disse.

-Bom se você não é pai eu sou, minha esposa está grávida, não vou viver com isso na minha consciência. -Seu parceiro  diz.

-Não precisa de dois pra levar a moça no hospital.um de você vai ter de ficar aqui.

-Você vai, é sua irmã, eu fico.

-Não...minha irmã  nunca me perdoaria se eu deixar o amigo dela para trás. Sem ele eu não vou. -Enzo se recusa.

-É uma pena pra garota, entao todo mundo fica.

-Pô Lorenzo, vai,  é uma ordem, eu me viro, sou veterano aqui, vou ficar bem. Vai logo. —Insisto.

O homens ligou o caminhão afastando-o e logo o carro passou, o motoridta puxou o caminhão novamente bloqueando a rua.

Lira...

- Enzo?

-Bom dia maninha!

-Bom dia? Como assim?

-Você apagou, Jace disse que te doparam, foi um suco que você tomou.

-Eu me lembro disso, ai eu tô lembrando, aí não,  que vergonha o Jace deve me achar uma idiota. Cadê ele?

-Na casa dele.

- Eu vou ligar pra ele. -Digo.

-Li espera.

-Droga, tá dando caixa postal. —Digo frustrada, mas tento mais uma vez e nada novamente.

-Li... Ele deve estar no banho.

-É deve ser ou ele não quer me responder por causa do que ouve ontem.

-Do que houve ontem? O que ...que ...o que aconteceu ontem?

-Eu roubei um beijo dele duas vezes.

-Ah é isso.

-Tudo bem Enzo? você tá estranho

-Sim estou bem.

-Desde de quando os rachas? —O fito,  seus olhos estão miudinhos

-Desde o dia que você quase morreu e que terminei com May. —Ele conta cabisbaixo. —Sei-lá eu vi que a adrenalina me faz me senti melhor. Me faz esquecer do meu passado. Desculpa por te decepcionar, desculpa por te causar problemas.

- Você não tem quer parecer forte o tempo todo sabia? Estamos juntos para o que der e vier. -Digo e o puxo para um abraço.

-Você vai tomar café da manhã? —Ele pergunta, me soltando.

- Vou me arrumar e já desço.

-Ei Enzo. —Grito e o mesmo se vira para mim. -Eu te amo mais! —Digo ja que ontem acabei não o respondendo como sempre faço, e ele abre finalmente um sorriso.

O telefone toca era Dolores

Ligação on

Eu: Oi Dolores.

Dolores: O Jace por acaso dormiu ai? desde ontem que eu não vejo e a cama dele tá arrumada.

Eu: Não Lore, ele não está aqui.

Ligação off

-Ela disse que o Jace não dormiu em casa. Você tinha dito que ele estava na casa dele Enzo.

-Eu achei que ele já tivesse chegado.

-Como assim? Ele não venho junto conosco?

-Li ... Tinha um homem armado que não queria abrir a passagem, O Jace o convenceu que liberassee a saída pra gente. Mas o homem disse que só ia autorizar um de nós a sair com você o outro teria que ficar até o fim.

-Espera,  tá me dizendo que você o deixou pra trás?

-Eu disse que não sairia sem ele, mas ele me obrigou a sair com você, que iria ficar bem.

-Enzo, você o abandonou lá, aí Meu Deus, ele pode estar ferido ou até morto.

- Por que vocês tinham que ir atrás de mim também em ?

-Ah Lorenzo, não coloque a culpa por sua imprudência na gente.

-Então quem é culpado,  eu?

-Não sei, me diz você.

-Acho que não preciso não é mesmo, maninha? Teu olhar já está dizendo o suficiente. Você queria que fosse eu que tivesse ficado e ele saído.

-Isso não é verdade Enzo, mas ou saía os três ou ficava os três. -Digo.

-Desculpe se fui egoísta, e pensei em você em primeiro lugar. —Diz meu irmão.

-Sabe qual o problema Enzo? É que você só pensa em mim quando é tarde demais, quando a bomba já explodiu, você já pensou em mim antes de fazer suas merdas? -O questiono, mas antes que ele pudesse responder algo. telefone toca na tela o nome do contato: Jace.

Eu: Jace! Que susto você me deu que bom que está bem.

Voz feminina desconhecida: Oi desculpe liguei para você porque é o primeiro número da lista.

Eu: Como assim? Quem é você é o que está fazendo com o celular do meu amigo?

Voz feminina desconhecida: você não me conhece, só encontrei esse celular com a...com a vítima.

Eu:como assim? Jace está ferido?

Voz feminina desconhecida: Na verdade seu amigo foi encontrado já sem vida com um tiro no peito. Ele está sendo levado para IML,  eu sinto muito.

Ligação off.

-Lira? -Meu irmão me  chama, mas simplesmente não conseguia dizer nada. -Li era o Jace?  O que houve? Responde droga.

-O Jace... o Jace... Ele está morto, Enzo, atiraram nele, Aí meu Deus, não não, Jace não. —Cada palavra era uma cachoeira que desaguava  por meu rosto.

-Não,  não pode ser, pra onde foi levado o corpo?

-Para o IML do Centro da cidade.

-Eu te levo, vamos. -Enzo pegou a chave do carro e ambos no dirigimos até local. Meu coração doía só em imaginar o corpo do meu amigo sem vida na mesa de um necrotério.

O nosso caminho foi de silencio.

Ao chegar no local fui até a recepção e me identifiquei,  enquanto isso uma voz feminina se aproximava de mim.

-Ah oi, me chamo Tais e você deve ser  amiga do Jace! Eu falei com você pelo celular do seu amigo.

-Ah oi, Lira e esse é meu Irmao Lorenzo. -Apresento a mim e ao meu irmão e ambos apertamos sua mão.

-Realmente sinto muito por seu amigo, é tão triste perder uma pessoa assim, meus pêsames, minha querida.

-Senhorita! -A recepcionista me chama. -vem vou te levar até a sala de reconhecimento.

-Ah Tchau preciso ir, mais uma vez meus pêsames -Diz Tais, acho que é esse o nome dela.

-Muito Obrigada por me avisar. -A agradeço e a mesma se vai eu e meu irmão acompanhamos A moça da recepção. Cada passo era uma facada em meu coração. Chegamos ate a porta, a moça a abre, numa maca há via um corpo coberto por um lençol branco. Eu travei na porta.

-Li? -Meu irmão me olha. -Quer que eu faça isso?

— Nao, eu consigo, eu tenho. —dou um longo suspiro. —Só entra comigo?

-Claro que sim. -Ele entra junto e ficamos de lado da maca.

-Está pronta? —A moça  me encara com pena.

—Não, mas pode tirar. —Digo para ela e a mesma aproxima suas mãos do tecido. Meu coraçao fica cada vez mais apertado e sinto a mão do meu meu irmão no meu ombro. E assim aquela cena ia se desenrolando,  o lençol ia sendo afastado do rosto  do  corpo sem vida.

(Dedico a todos do grupo D&T, Projeto TLW, dedico especialmente @GioTai, CamSouza, @EmberDias10, Anderson_L, NarjaraPedroso, HelderJrLopes, JustinJ455 super indico as obras deles também.)

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