Capítulo 9
O assassino sabia que já era tarde de mais para tentar evitar que sua última vítima contasse tudo o que viu e ouviu naquela noite, mas isso não o impedia de ter vontade de estrangular novamente aquela vadia até ela morrer de verdade. Desta vez abusaria de seu corpo sem piedade.
Ele estava em seu carro estacionado na Avenida Madison acompanhando a movimentação, não era o táxi, pois não queria chamar a atenção de ninguém, muito menos da polícia. Horas antes ele havia feito uma pesquisa na internet e procurou por informações sobre o detetive Scott, soube que era um dos melhores de Nova York e também encontrou uma foto onde Scott aparecia depois de solucionar um caso.
Já estava bastante cansado de esperar que a moça aparecesse andando por ali, foi quando de repente viu um homem saindo de um prédio, ele não teve dúvidas, só poderia ser Scott, o detetive. Seria muita coincidência que ele também morasse naquela avenida, a única explicação é que o detetive estava fazendo uma visita para a vítima. Scott entrou no veículo estacionado do outro lado da Avenida e foi embora.
Agora ele sabia onde encontrá-la, entrar naquele prédio despercebido não seria possível, havia uma portaria e certamente que não o deixariam entrar, além de que correria o risco de ser pego em flagrante. Mas poderia esperar até ter uma oportunidade de capturá-la ao sair do prédio. Precisava descobrir qual era a rotina dela, isso seria apenas uma questão de tempo. Porém, já havia ficado muito tempo por ali naquele dia e não queria levantar suspeitas.
Ingrid ficou pensativa depois que Scott deixou seu apartamento, afinal ele tinha razão quando disse que ela corria perigo. De qualquer maneira jamais entraria em um táxi novamente em sua vida e se visse um vindo ao longe já seria motivo para que ela corresse com medo que fosse o assassino.
Para tentar minimizar a tensão ela tirou a roupa e entrou no banho, deixou a água fria escorrer pelo seu corpo fechando os olhos. A tensão voltou a tomar conta de seu corpo quando ela se lembrou da clássica cena de Psicose e abriu os olhos rapidamente. Estava tudo bem, o assassino não conseguiria entrar naquele apartamento, ou conseguiria?
Ingrid terminou o seu banho e depois de se vestir abriu a porta do apartamento, olhou atentamente o corredor e viu que estava deserto. A cada passo que dava era como se a qualquer momento fosse agarrada pelo pescoço mais uma vez. Não teria a sorte de escapar com vida duas vezes. Finalmente chegou à portaria e encontrou Anthony, o responsável por aquela noite.
— Tudo bem senhorita?
— Oi, tudo bem, Anthony. — Quero que me prometa que em hipótese alguma vai deixar alguém subir sem me avisar pelo interfone.
— Sim! — A regra é essa, sempre avisar que tem alguém querendo subir, mas sempre tem aqueles casos de amigas e amigos que querem subir sem avisar e às vezes isso acontece.
— Sei disso, por isso mesmo quero que me prometa. — Mesmo que a pessoa disser que me conhece desde criancinha, ou que é meu namorado, melhor amigo, não o deixe subir sem me avisar antes.
— Tudo bem! — respondeu Anthony, mas não perguntou qual a razão e Ingrid também não quis entrar em detalhes.
No dia seguinte...
Scott ainda não tinha nenhuma pista sobre o paradeiro do táxi utilizado nos crimes, já acreditava na hipótese de que a placa do carro era trocada todas às vezes para não ser encontrado. Novos exames foram realizados com o material encontrado na pele e nas unhas de Ingrid, mas nada que pudesse indicar o possível criminoso, além de fios de cabelo que poderiam ser do assassino. Eram cabelos escuros e também serviriam para identificar o assassino através do DNA, isso se ele tivesse registro prévio no banco de dados da polícia. Ainda era cedo para descartar esta hipótese.
— Alfred! — Preciso que coloque alguém para vigiar onde Ingrid mora, ela corre risco de morte.
— Acredita que o assassino pode procurá-la depois do que ele viu no jornal?
— Sim! — Ele sabe que Ingrid mora na Avenida Madison, se essa for a intenção dele não irá demorar muito tempo até que a encontre — dissee Scott.
— O local onde ela mora é seguro? — perguntou Alfred.
— Sim, mas ela vai sair na rua qualquer hora e o perigo está justamente aí, ele pode a surpreender ou segui-la por aí até ter a oportunidade de cometer o crime.
— Vou deixar dois policiais de plantão na rua, irei avisá-los para ficarem atentos a qualquer movimentação estranha. Afinal não temos um retrato falado e possivelmente ele não seria tolo de ir com o táxi até a casa dela.
— Também penso isso Alfred, mas se ele aparecer nós o pegamos.
Scott sentou a frente do computador e fez o que sua esposa lhe aconselhou, começou a pesquisar possíveis suspeitos na internet, em sites, redes sociais, qualquer pessoa que se denominasse colecionador de calcinhas ou tivesse interesse no assunto. Ele ficou impressionado com a quantidade de sites, blogs e perfis que eram dedicados ao assunto. Scott não imaginava que existiam tantas pessoas com essa mania esquisita, mas isso não tinha nada de mais. O problema era assassinar a mulher para conseguir o item a ser colecionado.
Existiam muitas pessoas interessadas em comprar e outras interessadas em vender calcinhas. Scott analisou alguns perfis e viu que as pessoas marcavam encontros para a entrega do produto. Esse não era o caso do assassino em questão, todas as vítimas queriam apenas pegar um táxi, não haviam marcado um encontro com essa intenção de negociar um produto.
Mais algumas páginas e finalmente Scott encontrou um perfil de um homem que se dizia apenas colecionador, mas não contava como conseguia as peças íntimas e aumentava a coleção. Ele então anotou todos os dados e decidiu que iria acompanhar aquele perfil e ver se descobria algo que incriminava aquele homem. Também não havia foto no perfil, sinal de que não queria ser identificado.
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