35. A vez em que um jovem órfão encontrou um lar
Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo. A última coisa que me recordava era do campo de batalha, com a Flor Cadáver desfigurada diante de mim e a voz de Inara, me chamando por um nome estranho, que eu não sabia o que significava. Depois disso, tudo se apagou. E, agora, eu estava aqui. Deitado em um campo de flores, que continuava para além da linha do horizonte, com um céu ensolarado sobre mim e uma brisa fresca agitando meus cabelos.
Levantei-me e olhei ao meu redor, procurando por um rosto conhecido ou algum sinal de civilização. Não havia nada, no entanto. "Eu não sei para onde devo ir", pensei, "então pouco importa o caminho que eu escolha". Satisfeito com minha conclusão, fechei os olhos e girei meu corpo algumas vezes, como se estivesse me preparando para brincar de cabra-cega. Antes que ficasse tonto, parei e segui na direção que estava à minha frente, assim que minhas pálpebras se abriram.
Continuei caminhando por alguns minutos, já começando a me cansar da paisagem – flores são bonitas, mas quando não há nada além disso, rapidamente se tornam enjoativas. Para minha alegria, percebi uma movimentação mais adiante e corri até lá. Assim que cheguei mais perto, vi que havia duas criaturas me aguardando. Do lado esquerdo, um homem com cascos e chifres, o corpo coberto de pelos pretos, com uma serpente enrolada em um de seus braços. Do lado direito, um cervo branco, de olhos vermelhos e imponente galhada, batendo os cascos no chão. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ambas as criaturas avançaram em minha direção, como se estivessem prontas a me atacar. Porém, antes que elas me atingissem, tudo ficou escuro mais uma vez.
— Oh, querido, você acordou! — era a voz de tia Laura.
Olhei ao meu redor e reparei nos tubos conectados ao meu corpo, bem como na paisagem branca e fria. Então era isso, eu estava num hospital.
— Meus amigos... eles estão bem? — perguntei o melhor que pude. Estava fraco e tonto, provavelmente por efeito dos remédios.
— Tá todo mundo bem, meu amor, fica tranquilo — tia Laura me acalmou, com um sorriso. — Vocês foram muito corajosos... Aquelas crianças devem a vida delas a vocês.
— Obrigado, tia... Não foi nada...
— Não diminua seus atos, mocinho! Aceite as recompensas quando elas forem merecidas!
Apenas sorri em resposta. Após alguns instantes em silêncio, porém, notei que tia Laura havia ficado repentinamente mais séria.
— O que foi, tia?
— Eu queria me desculpar com você, Davi... Eu sabia que coisas assim poderiam acabar acontecendo com você morando aqui, mas também não tinha como eu simplesmente te abandonar, não na situação em que você estava... Sua mãe nunca iria me perdoar se ela soubesse que te recusei um teto num momento de necessidade, ainda que esse teto fosse aqui...
— Não tem problema tia, de verdade... — eu estava me sentindo cada vez mais sonolento e com dificuldades de acompanhar o que ela dizia.
— Davi, querido, tem coisas sobre sua família, sobre sua mãe, que você precisa saber...
No entanto, não consegui ouvir seja lá o que ela possa ter dito. Antes que me desse conta, já tinha caído no sono mais uma vez.
***
Acordei com o som de passos no quarto. Abri meus olhos e vi uma enfermeira ao meu lado, trocando o soro.
— Bom dia, dorminhoco — ela me cumprimentou, num tom brincalhão. — Tem umas amigas suas aí fora, quer que eu peça para elas entrarem?
Apenas fiz que sim com a cabeça. Estava ansioso para ver mais rostos conhecidos. Não pude esconder meu sorriso assim que vi Bárbara e Maia adentrarem meu quarto.
— Cabelo de maionese, você acordou! — comemorou Maia, pulando sobre mim.
— Ai... — foi só o que consegui dizer, ao tomar consciência do machucado no meu peito.
— Foi mal, não resisti... — ela se desculpou, envergonhada.
— Cadê o Ian? — perguntei, ansioso.
— Tá vendo, Maia? — debochou Bárbara. — Não te disse que ele não tava nem aí pra gente?
Fiquei vermelho e as duas caíram na risada.
— Ele ficou aqui a noite toda — explicou Maia. — Mas como você não acordou, mandei ele pra casa descansar.
— Tá tudo bem? — perguntei. — Acabou mesmo?
— Podemos dizer que sim. — Maia sorriu. — A Flor Cadáver foi selada, as crianças resgatadas, acho que o objetivo era esse, não é mesmo?
— E o que vocês disseram pra polícia? — eu quis saber, curioso.
— Bem, o departamento de Esmeraldina tem um núcleo especial pra lidar com casos sobrenaturais, liderado pelo meu pai. Eles tiveram que criar uma versão oficial que convencesse os humanos comuns...
— E qual foi essa versão?
— Um grupo de amigos foi acampar no feriado, se embrenhou um pouco mais na floresta e encontrou o covil do sequestrador por acaso. Num ato de bravura, ficaram escondidos, esperando que ele voltasse. O sequestrador chegou com uma nova criança – Alice – e o grupo de jovens corajosos o enfrentou. Durante o confronto, o sequestrador disparou uma arma, que atingiu você no peito. Um dos jovens conseguiu desarmá-lo e atirou nele, como legítima defesa. O sequestrador morreu, as crianças foram salvas, você foi hospitalizado e todos viveram felizes para sempre.
— Então o Roberto ficou com toda a culpa?
— Sim — confirmou Maia. — Era o único que não poderia contestar essa história. E, de certa forma, de fato foi ele quem começou tudo isso...
— E quanto ao Paulo e a Poliana?
— Na versão da polícia, eles estavam com a gente, no acampamento — revelou Bárbara.
— Então não vai acontecer nada com eles?
— Mais ou menos... — disse Maia. — Algumas coisas vão ser resolvidas seguindo as leis das criaturas mágicas, não as dos humanos. A Poliana, por exemplo, ficou encarregada de encerrar as atividades dos Pétalas Vermelhas... O círculo de magia que a família dela integra vai ajudar nisso e vai remover qualquer resquício das sementes da Flor Cadáver que ainda estiverem implantadas nos jovens híbridos... Eles também serão responsáveis por punir a Poliana, de acordo com os costumes deles, assim que terminarem essa tarefa.
— E o Paulo?
— Meu pai conversou com o prefeito. O fato é que a relação dentro da família deles estava mesmo indo de mal a pior. E o envolvimento do Paulo com os Pétalas Vermelhas era a desculpa que o pai dele precisava para puni-lo. Por conta desses últimos atos, aquele troglodita vai ser transferido para um colégio interno militar, bem longe daqui — concluiu Maia.
Era triste saber que aquele pai optara por mandar o filho para longe ao invés de resolver os problemas entre eles, mas, talvez, aquilo pudesse ser um recomeço para Paulo, longe de Esmeraldina. Só o tempo diria. Antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, no entanto, senti meus olhos pesarem e se fecharem mais uma vez.
***
Era noite quando acordei. O quarto estava escuro e silencioso. Ao meu lado, uma figura esguia velava meu sono.
— Leo?
— E aí? — respondeu o garoto vampiro. — Como vai o herói da cidade?
— Tirando o buraco atravessando meu peito, tá tudo bem!
Leo sorriu e se aproximou de mim.
— Obrigado — ele agradeceu. — Se não fosse por você, aquela criatura teria saído de controle. Isso seria uma dor de cabeça terrível para os vampiros. Eu nunca me esquecerei do que você fez por nós.
— Tá tudo bem, sério. Não foi nada — respondi, meio sem graça. Ainda não estava acostumado com tantos elogios.
— Significou muito para mim — Leo continuou, enquanto passava a mão nos meus cabelos e me encarava fixamente.
— E o que você vai fazer agora? — eu perguntei, desviando o olhar e já começando a ficar vermelho.
— Bem, vou ter que ir me explicar para o meu pai... — Leo suspirou, se afastando da cama. — Não deu pra disfarçar muito bem depois de toda essa confusão que a gente se meteu. E alguns detalhes acabaram chegando aos ouvidos dele... Que eu estava trabalhando junto com os lobos... Só espero que ele não fique muito bravo.
— Quando você vai embora?
— Essa noite mesmo... Na verdade, vim aqui justamente pra me despedir de você.
Apesar da minha relação com Leo ter começado de uma maneira turbulenta, eu tinha me acostumado com a irreverência daquele garoto. Vivemos coisas tão intensas juntos, que não tinha como não enxergar nele um amigo. Por isso, senti certo pesar ao saber que ele deixaria Esmeraldina.
— Foi bom te conhecer, de verdade — eu disse.
Leo sorriu.
— Assim você vai me deixar convencido.
— Mais do que já é? — perguntei, rindo. Ele apenas continuou em silêncio.
— Adeus, então? — eu disse.
— Adeus é muito definitivo — Leo resmungou. — Você não vai se livrar de mim assim tão fácil. Não é como se pudéssemos evitar, de qualquer forma... — ele concluiu, naquele mesmo tom enigmático que tanto adorava usar.
Antes que eu pudesse questionar aquela última afirmação, no entanto, senti meus olhos se fechando outra vez.
***
Os raios de sol entrando pela janela me despertaram de um sono profundo. Agora, não havia apenas uma pessoa ao lado da minha cama, mas três. Inara, o pai dela e Benjamin.
— Cadê seu irmão? — foi a primeira coisa que perguntei ao ver Benjamin. Toda hora alguém vinha me visitar, menos quem eu mais queria ver, e aquilo já estava me irritando.
— Ele quase não sai daqui — Benjamin sorriu. — Mas, por algum motivo, você só acorda quando ele vai pra casa descansar.
"Inferno de remédios", pensei. Aquela estadia no hospital já podia muito bem acabar.
— Davi, você tá bem? — a voz tímida de Inara me despertou de meus pensamentos.
— Tá tudo bem sim — respondi. — Só com um pouco de dor no peito e na testa...
Na verdade, até então, eu não tinha parado para pensar sobre aquilo. Fazia sentido meu peito estar doendo, afinal, uma lança havia atravessado ele, mas, quanto à testa, por qual razão ela estaria machucada? Instintivamente levei a mão até minha fronte e percebi que ela estava enfaixada. Apesar das bandagens, conseguia sentir muito bem dois calombos, no lugar onde antes os chifres do cernuno haviam brotado.
— É sobre isso mesmo que viemos conversar... — revelou Benjamin, notando minha aflição.
Sabia que aquilo aconteceria, mais cedo ou mais tarde. Afinal, eu tinha mesmo despertado uma criatura destrutiva, que poderia colocar a cidade toda em ameaça. Agora, temia pelas consequências daquela minha decisão.
— Eu ferrei tudo, não foi? — perguntei a Benjamin, preocupado.
— Nós não sabemos dizer, pra ser sincero... — ele começou. — Sim, você despertou o cernuno, e isso, por si só, já seria muito preocupante. Mas as coisas não pararam por aí...
— Como assim? — perguntei.
— Você também despertou Anhangá, Davi! — mencionou Inara, com o mesmo tom maravilhado que utilizara na noite do confronto contra a Flor Cadáver. Sim, essa era a palavra estranha que eu escutara e estava tentando me recordar.
— O que é isso? — eu quis saber, perdido.
— Naquele dia que você foi até minha casa, nós fizemos um ritual, pedindo a proteção dos espíritos ancestrais — explicou o Pajé. — Nenhum deles conseguiu se aproximar, no entanto, por conta da energia que já existia em você. Só mais tarde o Benjamin descobriu que era culpa do sangue de cernuno.
— Tá, mas o que isso tem a ver com esse outro nome que a Inara falou?
— Durante a batalha de vocês, pelo o que o Ian me contou, você se sacrificou como cernuno, certo? — perguntou Benjamin.
— Sim, eu usei aquela forma pra salvar o seu irmão e tentar derrotar a criatura...
— Pois bem... Você caiu quase morto — prosseguiu Benjamin. — A energia do cernuno ficou muito fraca. Naquele momento, os espíritos que atenderam ao pedido do Pajé, no ritual na aldeia, e que antes não puderam se aproximar, agora tinham passagem livre. Foi assim que Anhangá veio ao seu auxílio.
— Então, aquela segunda transformação que eu passei, aquele cervo... Era esse tal de Anhangá?
— Sim, era ele — confirmou Inara.
Até então, eu apenas acreditara que tudo aquilo tivesse sido um último recurso do cernuno para derrotar a Flor Cadáver. Nem passou pela minha cabeça que pudesse ter sido a ação de alguma outra entidade mágica. Também não pude deixar de me divertir com o fato de que, dentre todas as criaturas sobrenaturais disponíveis, eu tinha que me transformar logo num veado gigante. Achava que, naquela altura da minha vida, não havia como eu ficar ainda mais gay, mas tudo tinha alcançado um novo nível agora, com aquela revelação.
— Anhangá é um dos espíritos ancestrais mais importantes, Davi — informou o Pajé, em um tom sério. — Ele não teria escolhido te auxiliar se não fosse por um bom motivo. Ele é o guardião das florestas e da vida selvagem. Deve ter percebido a ameaça representada por aquela criatura sombria e escolheu seu corpo como veículo, para agir contra ela, antes que fosse tarde demais.
Lembrei da ocasião em que Maia me explicara sobre como esses espíritos ancestrais, cultuados pela tribo da Inara, muitas vezes usavam o corpo dos humanos como instrumento para intervir em nosso mundo; nossa própria colega tinha recebido uma profecia, na nossa frente, no dia em que nos conhecemos. Só não esperava que eu pudesse passar por algo semelhante.
— E o que vai acontecer comigo agora? — essa era a minha única preocupação.
— Ainda não sabemos — respondeu Benjamin, com um suspiro. — Minha teoria é de que a energia positiva de Anhangá vai acabar regulando, de alguma forma, a energia destrutiva do cernuno... Mas isso, é claro, é só uma hipótese. Vamos ter que continuar de olho em você, até termos certeza de que conseguirá controlar todos esses poderes de maneira adequada.
— Espera, então vocês não vão mais selar minha magia? — perguntei, realmente surpreso.
— A vinda de Anhangá é uma bênção — declarou o Pajé. — Nunca poderíamos cometer a heresia de selar alguém escolhido por ele!
— Só espero que a gente não se arrependa disso depois... — completou Benjamin, preocupado.
— Vai dar tudo certo, eu tenho certeza! — respondeu Inara, com um sorriso.
O horário de visitas terminou e meus acompanhantes se prepararam para partir. Após Inara e o Pajé saírem, Benjamin se dirigiu a mim uma última vez.
— Muito obrigado pelo que você fez pela Alice, Davi — ele agradeceu. — Foi muito corajoso da sua parte. Estarei para sempre em dívida com você.
— Tá tudo bem, Benjamin. Apenas fiz o que era o correto. Tenho certeza que vocês, lobos, fariam o mesmo por mim, não é mesmo?
Benjamin abaixou a cabeça, constrangido. Eu tinha escolhido muito bem minhas palavras. Sabia o peso de ser prejulgado durante toda a minha vida e ainda não tinha me esquecido das duras acusações que foram feitas pela família dele contra mim, na noite anterior ao acampamento.
— Espero que você nos desculpe pela maneira precipitada que agimos em relação a você. Depois que você for liberado do hospital, Clarissa e eu ficaríamos muito felizes em te receber para um almoço, na cabana. Gostaria de conversar melhor sobre tudo isso e realmente espero que possamos manter nossa amizade.
— Tá tudo bem, Benjamin — eu o tranquilizei. — Estarei lá com o Ian, não se preocupe.
Benjamin apertou minha mão e me deixou sozinho. Dessa vez, não caí no sono. Após eles partirem, minha mente continuou trabalhando incansavelmente, tentando assimilar todas aquelas informações novas e tudo o que isso significaria na minha vida dali em diante. E, preciso admitir: apesar dos riscos envolvidos, eu estava empolgado.
***
A noite chegou e quem eu mais queria ver finalmente entrou no meu quarto, com um sorriso enorme estampado no rosto.
— Até que enfim — eu provoquei. — Achei que já tivesse me abandonado...
— Até parece! — ele respondeu, se abaixando para me dar um beijo.
Apenas alguns dias haviam se passado desde que arriscamos nossas vidas no acampamento, mas a falta que eu sentia de Ian era agoniante. Percebi que, desde que o conhecera, aquela era a primeira vez em que ficávamos tantos dias sem nos ver. Mas, agora, ele estava comigo, para meu alívio.
— Como você tá, lobo? — perguntei.
— Tô ótimo, tirando as saudades de você — ele respondeu, aproveitando para me beijar mais uma vez. Foi difícil me separar dele, confesso, mas tinha mais coisas que eu precisava saber.
— E a sua contraparte animal, como tá?
— O Leo me ajudou — Ian revelou, mais sério. — Ele extraiu os restos da semente da Flor Cadáver que ainda estavam em mim. Do mesmo jeito que ele fez com você, na noite da reunião dos Pétalas Vermelhas. Meu lobo está normal, felizmente — ele concluiu, com um sorriso.
— Mas você ainda consegue fazer aquele negócio? De ficar em pé nas patas de trás, igual nos filmes?
Ian deu risada da minha pergunta.
— Não, não, estou de volta ao que era antes, o mesmo lobo marrom de sempre.
— E o que foi aquela transformação? — a imagem de Ian naquela forma ainda não havia abandonado minha mente, confesso.
— Você ainda pergunta? Foi por sua causa, seu bobo! Tudo culpa do nosso laço lunar!
Ouvir aquilo trouxe um certo alívio ao meu peito. Admito que ainda estava mexido com a fatídica revelação de que havia uma parte da Flor Cadáver dentro de Ian durante todo o tempo em que eu o conhecera. Não sabia até onde nossa conexão era mesmo real, ou se fora apenas uma estratégia da criatura para me atrair. Mas, vendo Ian ali, tão próximo, eu conseguia me sentir tranquilo mais uma vez, e foi difícil segurar todas aquelas emoções.
— Ei, o que houve? — ele perguntou, preocupado. — Por que você tá chorando?
— Nada... — respondi, com a voz embargada. — Apenas feliz por tudo ter terminado bem!
Ian se deitou ao meu lado, na cama do hospital, e me abraçou, colocando minha cabeça sobre seu peito.
— E agora, o que a gente faz?
Assim que aquelas palavras saíram da minha boca, me dei conta de que aquela era a mesma pergunta que eu fizera a ele, na pousada, na noite em que ele se mostrou como lobo para mim pela primeira vez.
— Não importa — ele respondeu. — Desde que você esteja comigo.
Ficamos ali, em silêncio, observando o céu estrelado daquela quarta-feira de cinzas pela janela do hospital. Sim, Ian estava mesmo certo. Desde que eu tivesse ele e meus amigos ao meu lado, tudo era possível. Que viessem os monstros, os valentões, as adversidades da vida, não importava – eu não estava mais sozinho. E, pela primeira vez em muito tempo, senti que fizera a escolha certa. Esmeraldina era o meu lugar. O meu lar. E eu faria de tudo para impedir qualquer coisa que pudesse ameaçá-lo. Criaturas sombrias podiam aparecer e tentar derrubar o Véu, se assim quisessem; mas, o que elas não sabiam, era que aquela cidade não era apenas a morada dos mais fantásticos seres mágicos. Também era ali que nós estávamos.
Era ali que ficava o Clube da Lua.
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PS: Quer saber o que acontece depois? Confira o próximo capítulo! 💜
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