Capítulo 41 - Caminho da Destruição

Aquele era o pior cenário possível. Um ataque derrubando as barreiras, em meio a um festival para comemorar a justamente o fato de que a cidade permaneceu intocada por setecentos anos, parecia uma piada de proporções cósmicas.

A primeira coisa que Alec sentiu foi amargura. Não existia justiça verdadeira no mundo, sempre que as coisas parecessem estar bem, algo ruim viria em seguida para zombar de sua falsa alegria conquistada com tanto custo. Afastou esse pensamento, poderia até ser verdade, mas não ajudava em nada pensar assim também. Além disso, não havia tempo para remoer as crueldades do universo.

Também não havia tempo para ficar ali observando aquele céu terrivelmente belo enquanto ele ruía sobre suas cabeças. A cidade estava sendo atacada, e Alec só conseguia pensar que algo tinha acontecido com Luce. Se a proteção da cidade dependia principalmente dela, essa era a conclusão mais obvia. Ele pensou em Amarantha e teve um mau pressentimento. No entanto, era difícil dizer se esse ataque era coisa do Azazel ou do Ladrão de Almas. Se eles ainda acreditassem que Azazel era um anjo, certamente culpariam o demônio, mas nas circunstâncias em que estavam, podia ser obra de qualquer um deles, ou dos dois trabalhando juntos. Alec acreditava nisso, pelo menos.

O coração dele estava disparado, mas quando eles saíram da torre praticamente correndo pelas ruas, sentiu como se o coração tivesse parado subitamente de bater, congelado dentro do peito. Hordas e mais hordas de demônios choviam do céu. Destruindo prédios e uivando pelas ruas, sons que Alec não conseguiria conceber se não estivesse ouvindo em primeira mão. Criaturas horrendas que pareciam o cruzamento de vários animais selvagens, algumas saídas direto de pesadelos e filmes de terror. Não haviam mais civis por perto, ele esperava que tivessem conseguido fugir, mas a quantidade de sangue na rua fez com que tivesse suas dúvidas. Não era sangue preto de demônio, era vermelho. Alguns híbridos eram só parte humanos, mas ainda sangravam exatamente como um.

Ao longe, era possível ouvir gritos pedindo ajuda misturado aos berros infernais dos demônios. O peito de Alec se apertou.

-Alec, fique perto de mim, tá? - Lynx disse do nada, segurando sua mão com força e puxando ele para mais perto.

-Eu não estava planejando sair correndo por ai. - ele respondeu ligeiramente irritado. -Fique perto de mim também.

Alec puxou o braço dele com um pouco de força fazendo-o cambalear, e eles trocaram um olhar. Ele sabia que Lynx se preocupava com ele, mas Alec estava longe de ser indefeso. Só que, ele entendia seu nervosismo, pois mesmo sabendo que Lynx era poderoso, também temia por ele.

-Temos que encontrar os outros. - Alec olhou em volta na rua nebulosa, os postes de luz haviam sido arrancados do chão. As lanternas flutuantes de magia ainda estavam lá, mas não traziam mais alegria e conforto, pareciam fantasmas sombrios. -Acha que foi Azazel ou do demônio? Ou dois?

-Não sei. - os olhos de Lynx estavam escuros de raiva. -Mas não importa, o resultado é o mesmo.

-Devemos ir para o complexo? - ele perguntou enquanto subiam a rua a passadas largas e apressadas.

-Acho melhor voltarmos para a praça. - Lynx pensou um pouco. -Quase a cidade toda estava lá hoje, e, com certeza, foi o primeiro lugar que os demônios atacaram, então é possível que os capitães ainda estejam lá lutando.

No entanto, não foi isso que encontraram quando voltaram para a praça central onde o festival tinha acontecido. Alec se sentiu nauseado com a visão. Tinha se acostumado com matança nos últimos meses, mas matança de demônios... Ver pessoas mortas era outra coisa. O sangue banhava as barracas de comida. Não havia uma pessoa viva ao redor. Alec não viu nenhum conhecido entre os mortos, e realmente não achava que Levi, Gabriel, Angela, Cain e Cadu estariam mortos, mas, ainda assim, ficou preocupado em não vê-los ali. Esperava que Rebeca também estivesse a salvo.

Haviam demônios naquela bagunça, ainda alheios a presença de Alec e Lynx. Criaturas enormes, disformes, com garras e dentes afiados, que se banqueteavam com os cadáveres. Além da náusea, Alec também sentiu ódio.

-Eu odeio demais essas coisas. - falou baixo, mas um dos demônios ergueu a cabeça. -E eles são muito feios. Credo.

Alec sacou Defensora. Lynx já estava com a foice na mão.

-Ei! Feioso! - Lynx apontou a foice para uma das coisas. -Por que não morde isso aqui?

O demônio respondeu com um urro e se lançou na direção deles, fazendo com que Alec tivesse que saltar para o lado. Com um giro Lynx cortou ele em três pedaços. O outro que veio para cima de Alec teve as pernas arrancadas, em seguida sua cabeça foi perfurada pela espada. Os outros três monstros foram despachados com a mesma facilidade, pois esse tipo de demônio não era bom de luta, eles apenas se alimentavam dos restos no campo de batalha.

Mas ainda não tinha acabado.

Um par de demônios, semelhante a corvos gigantes, mas com garras longas e dentes afiados, desceram do céu na direção de Alec, em seguida mais demônios com asas vieram atrás. Com um movimento cruzado de sua lâmina, Alec cortou as asas de um deles, fazendo o monstro desabar no chão, e rolar derrubando as barracas que tinham restado de pé. A criatura infernal, com raiva, avançou correndo contra ele com um grasnado. Alec atacou com a espada rasgando a garganta do bicho, mas não antes de ele arranhar o rosto de Alec com uma das garras.

-No rosto não desgraçado! - ele xingou. -Cirurgias de remoção de cicatriz são muito caras.

Com a visão periférica ele viu que Lynx lutava com outros três demônios alados, o anjo caído riu.

-Você consegue fazer piada nos momentos mais absurdos. - falou sem parar de lutar, um dos demônios estava espetado em sua foice, morto, ele o jogou longe, atacando o próximo.

-Nessas horas tem que rir para não chorar. - Alec sorriu sentindo algo além da raiva, indignação e medo. Um tipo de adrenalina se espalhando pelas veias. A raiva sendo convertida em ferocidade, e sede de vingança. Sede de sangue de demônio. Queria ver até a última criatura presente perecer sob sua espada. Vingar a vida dos que já haviam morridos, e os que ainda seriam, pois isso era uma guerra.

-Por favor! Me ajuda! - Alec virou-se alerta na direção da voz feminina pedindo socorro. Uma menina saiu correndo de trás dos destroços de uma das barracas.

Tudo aconteceu muito rápido.

O demônio corvo restante que estava prestes a lutar com Alec mudou de alvo, indo atrás da menina que vinha até ele em busca de socorro. Alec correu para tentar salvar a jovem, mas o demônio foi mais rápido e afundou a pata cheia de garras nas costas dela, transpassando o corpo da menina ate saírem pelo peito e abdômen. O sangue espirrou no rosto de Alec, e ele ficou estático assistindo a cena, como se suas pernas tivessem sido trocadas por barras de ferro que não eram capazes de se mexer. A expressão da menina de olhos arregalados com a mão estendida na direção dele, certamente ficaria gravada em sua memória pelo resto da vida. Ela soltou um engasgo cheio de sangue e morreu sob as garras da criatura, que jogou violentamente o corpo contra um dos prédios que ainda estava parcialmente em pé. O barulho de ossos se quebrando foi horroroso.

O choque se transformou em fúria. Alec brandiu Defensora. Cheio de raiva, adrenalina e sentimentos mistos por tudo que estava acontecendo, ele sentiu o poder dentro dele começar a esquentar e emergir. Aquela luz branca começou vazar de suas mãos, mas em vez de disparar em um jato descontrolado, ela subiu pela espada, se enrolando ao redor da lâmina como se fosse luz liquida. Alec assistiu meio fascinado, e meio intrigado. Então olhou para o demônio que se preparava para atacá-lo, mas quando a criatura viu Defensora e o poder cegante de Alec, ela berrou e fugiu. Lynx tinha finalizado dois demônios, e quando estava prestes a matar o terceiro, o bicho fez o mesmo, fugindo do cenário de destruição ao redor.

Lynx e Alec se entreolharam.

-O que aconteceu exatamente? - Alec indagou sem esperar resposta. -Eles ficaram com medo?

-É o que parece. - Lynx guardou a foice.

Alec engoliu em seco, olhando para a direção em que o corpo da menina tinha sido lançado.

-Não consegui salvá-la. - ele balançou a cabeça em conflito. Queria ir até lá ver o estrago, mas, ao mesmo tempo, tinha receio.

-Não foi sua culpa. - Lynx segurou firmemente em sua mão.

-Foi sim! Eu devia ter sido mais rápido. Eu...

-Alec. - a voz dele foi firme. -Não faça isso consigo mesmo, é pior. As vezes, as coisas que fogem do nosso controle. A culpa não traz os mortos de volta, mas corrói os vivos. Não deixe isso te corroer.

Ele suspirou e se soltou de Lynx indo até a garota. O corpo dela estava estatelado no chão, com os membros em ângulos muito perturbadores. Alec fechou seus olhos e desejou que ela descansasse em paz, então pegou um dos panos das barracas próximas e cobriu seu corpo. Depois disso, eles seguiram pelas ruas matando demônios no meio do caminho. Ou, pelo menos, tentaram. Conseguiam atacar os que eram pegos desprevenidos, mas quando o restante via a espada de Alec e o brilho que ela emitia, eles fugiam.

A rua logo ficou vazia, exceto pelos cadáveres tanto de demônios quanto de híbridos, e a destruição. Os demônios tinham conseguido colocar fogo em alguns prédios, outros estavam completamente desabados, restando apenas ruínas. As belas ruas, os prédios tão antigos, porém, conservados, cheios de história, reduzidos a pilhas de escombros. Aquele ataque não era apenas para matar híbridos, eles queriam varrer a cidade do mapa, não deixar nada além de pedra sobre pedra.

Alec sentia como se tivesse um punho ao redor de seu coração apertando forte, e estava se segurando para não chorar. Se aquelas visões que teve eram um presságio disso ou não, ele não sabia, mas a vista era praticamente a mesma. A expressão da menina antes de morrer, não parava de assombrá-lo. Eles cortaram caminho pelos becos e ruelas da cidade, e o cenário se tornava cada vez pior. Assim como a expressão de Lynx, que ficava cada vez mais sombria e arrasada.

-Por que eu sempre perco tudo que amo no momento mais feliz da minha vida? Eu devia saber que algo assim ia acontecer. - ele riu com amargura. -Bom, eu realmente sabia que uma hora ou outra Azazel ou o demônio atacariam, mas...

Alec parou no meio do caminho preocupado com a angustia na voz dele, nem parecia o mesmo que o havia consolado a apenas alguns minutos atrás.

-Mas ainda não perdemos a coisa mais importante, estamos vivos. - ele segurou o rosto de Lynx nas mãos, olhando em seu olhos cheios de dor. -E é o suficiente para continuarmos em frente. Precisamos ser fortes. Eu preciso da sua força, você me prometeu lembra?

Lynx fechou os olhos respirando fundo, e assentiu, quando os abriu novamente, seus olhos estavam secos e mais focados. Eles se sobressaltaram, quebrando o contato visual ao ouvir um ruído, um lamento baixo vindo de algum lugar.

-Tem alguém ali. - Alec sussurrou, olhando para a fachada de uma loja familiar. Ele imediatamente reconheceu quem era pelos cabelos ruivos, agora mais escuros ainda por causa do sangue.

-Madame Lara. - a vidente estava sentada na calçada, apoiada na parede de sua loja. Havia um rasgo enorme em sua barriga, e ela estava ensopada de sangue. O rosto estava cinzento e os olhos verdes já pareciam um pouco sem foco. Alec se abaixou ao lado dela, com Lynx vindo atrás dele.

-Você finalmente despertou. - ela tossiu e soltou um choro de dor. -Eu sabia...

-Não se esforce falando, vamos tirar você...

-Já estou praticamente morta. - Lara soltou um engasgo e sangue escorreu pelo queixo, sua voz saia com muito esforço, rouca e ofegante. -Eu sabia que você era diferente. No momento em que apareceu na minha loja, vi a chama brilhando em você.

-A... a senhora tem alguma noção do que eu sou?

o rosto dela se contorceu de dor, ela apertou os olhos.

-Você é o primeiro.

-O primeiro?

-O primeiro de todos. - e então sua respiração já precária, cessou de vez.

Ele olhou para Lynx, que tinha uma expressão tão confusa quando ele se sentia. Alec se voltou para a vidente, fechando seus olhos vítreos enquanto engolia o aperto na garganta. Já tinha visto muitos mortos ao longo do caminho, mas presenciar pela segunda vez na noite alguém dar o último suspiro diante de seus olhos, foi quase demais para ele. Sentiu a mão reconfortante de Lynx em seu ombro.

-Temos que continuar, Alec. - falou suavemente.

O silêncio na rua agora era carregador de pesar e más energias. No meio daquele clima sinistro, Alec ouviu outro choro vindo de dentro de uma casa, e então um barulho alto. Ele fez um gesto de silêncio para Lynx e entrou pela porta destruída que pendia nas dobradiças. O ambiente estava escuro, mas era possível sentir o cheiro metálico e espesso do sangue no ar. Alec não viu nada além de sombras, então de repente, sentiu uma pontada forte na canela.

-Ai! - disse mais por surpresa do que dor.

Inicialmente, ao olhar para o lado não viu nada, então desceu o olhar. Havia uma garotinha parada na frente dele. Os olhos escuros estavam cheios de lágrimas, o nariz escorria e havia sangue em suas roupas, mas a expressão no rosto infantil era determinada. As mãozinhas estavam em punhos ao lado do corpo. Ela havia chutado, Alec. No entanto, ao perceber que não se tratava de um demônio e sim de uma pessoa, ficou assustada e então correu se escondendo atrás de uma mesa tombada.

-Eu não vou machucar você. - o vidro quebrou em baixo dos coturnos dele enquanto ele atravessava a sala. -Está tudo...

Quando Alec alcançou a menina e olhou onde ela estava agachada atrás da mesa, reprimiu qualquer ruído e reação, com muito esforço, pois a cena era um muito chocante. Havia um homem e uma mulher abraçados, e mortos, ao lado da porta de um quarto. A julgar pela semelhança física, eram os pais da garota. O que se dizia para uma criança que provavelmente tinha visto os pais serem assassinados brutalmente na sua frente? A boca dele estava seca. A garotinha estava encolhida ao lado da mãe, segurando na manga da blusa dela, e tremia ao encarar Alec através dos cabelos loiros bagunçados.

-Como você se chama? - perguntou suavemente, abaixando ao lado dela. Tinha olhos inteiramente pretos, iguais aos dos Irmãos Sombras, e seus cabelos eram um tom mais escuro que os de Lynx. Usava um vestido azul com margaridas, e parecia uma fadinha. Ela aparentava ter no máximo sete anos, mas sua expressão triste também era esperta, apesar do horror que tinha acabado de passar.

-Minha mamãe e meu papai estão mortos. - ela respondeu. Era uma frase pesada demais para uma voz tão delicada. -Me prenderam no quarto, mas eu consegui sair depois que os gritos acabaram. Eles morreram me protegendo.

-Eu sinto muito. - Alec engoliu o nó na garganta e o ódio súbito. -Se vier comigo posso continuar a te proteger, assim a morte deles não terá sido em vão.

Ela olhou para ele com um pouco de desconfiança, mas levantou, os pezinhos descalços estavam sangrentos e cheio de cortes.

-Meu nome é Beatrix. - ela disse. Ao olhar para os pais, seus lábios tremeram e os olhos encheram de lágrimas, mas ela não chorou. O coração de Alec quebrou em mil pedaços ao ver aquela garotinha tão frágil, tentando ser tão forte. Ele tentou não pensar em quantos órfãos deveriam ter pela cidade agora. Barulhos de passos fizeram Alec virar depressa, e Beatrix automaticamente se escondeu atrás dele, mas era só Lynx.

-Está tudo bem. - Alec afagou sua cabeça para acalmá-la. A garota se agarrou em sua perna, tentando se esconder. -Ele é amigo. Não se preocupe.

-Os demônios que fizeram isso estavam escondidos no beco do outro lado da rua. - falou com a voz dura. -Esperando irmos embora para voltar e pegar a menina, eram do tipo que sequestram crianças. Estão mortos agora.

Lynx olhou para a garotinha assustada e expressão em seu rosto suavizou. Ele se abaixou na altura dos olhos dela, e estendeu a mão fechada que brilhou em dourado, quando abriu, havia uma pequena margarida na palma. Beatrix não sorriu, mas pegou a flor com cuidado, e a segurou perto do peito como se fosse um tesouro.

-Podemos levá-la para um lugar seguro antes de procurarmos pelos outros?

-O castelo de Luce é protegido contra qualquer tipo de ataque, mesmo nessas circunstâncias, se algo acontece com ela, um feitiço de proteção é ativado. As pessoas que conseguiram escapar devem ter ido para lá se refugiar. - explicou Lynx.

-Podia ter dito isso antes. - a secura na voz de Alec surpreendeu até a si mesmo.

-Desculpa, eu só lembrei disso agora.

Alec soltou o ar.

-Tudo bem, eu que peço desculpa, também não estou conseguindo pensar direito. - o rosto da menina morta e de Madame Lara piscaram em sua mente.

Alec pegou Beatrix no colo e eles rumaram para o castelo. As ruas agora estavam estranhamente vazias, não havia sinal de demônios, apenas destruição e abandono.

-Foi só o primeiro ataque. - percebeu Lynx. -Os que sobraram fugiram para se reagrupar.

Alec assentiu.

-Temos que nos preparar antes do próximo.

Lynx estava certo. Quando eles chegaram no castelo, ele estava abarrotado de pessoas. Nos jardins e no salão da entrada, provavelmente nos outros andares também. Expressões de tristeza, raiva e pesar tomavam conta do ambiente. Pais tentavam acalmar seus filhos, e a si mesmos. Muitos híbridos cuidavam dos feridos, e felizmente, a maioria das crianças estavam com os familiares, mas haviam algumas perdidas nos cantos chorando silenciosamente, olhando em volta como se esperassem ver os pais emergindo da multidão a qualquer momento. A aura de sofrimento ali dentro era tão pesada que Alec se sentiu sufocado, precisava de ar, mas não tinha tempo para respirar nos jardins, até mesmo porque eles estavam cheios de mais agonia.

Alec avistou Levi e Gabriel conversando em um canto, seus rostos estampavam preocupação e raiva.

-Vocês estão ai. - disse Gabriel com alívio, quando eles chegaram perto.

-Voltamos para a praça procurando por vocês. - disse Alec. -Mas não tinha ninguém lá. Vivo.

-Tentamos salvar o máximo de pessoas possíveis na praça, ate chegar reforços do esquadrão, então ajudamos a trazer os sobreviventes para cá. Depois disso, Angela e Cain ficaram para trás. - Levi explicou. -Foram verificar as fronteiras. Ver se restou alguma coisa das barreiras.

-Não restou nada. - Angela surgiu do meio da multidão, com Cain atrás, as expressões deles eram sombrias. -A barreira sumiu completamente.

-Onde está Luce? - perguntou Alec. Ele não tinha a mínima vontade de contar a eles o trajeto dele e de Lynx até chegar no castelo. Não queria reviver aquilo.

Como se tivesse sido uma deixa, antes que qualquer um deles pudessem responder. Amarantha surgiu no topo da escadaria. Luce estava desmaiada em seus braços. Angela foi a primeira a sair do pequeno círculo e se colocar no pé da escada, o corpo inteiro tenso como a corda de um arco. Quando Amarantha terminou de descer, sua expressão era a pior que Alec já tinha visto. Culpa, medo, ódio e repulsa. Lágrimas rolavam pelo rosto que tinha um tom esverdeado doentio.

-Explique-se. - ordenou Angela tremendo de raiva. Parecia querer arrancar Luce dos braços dela.

-Foi tudo minha culpa. - Amarantha falou. -Por favor, me mate.

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