Capítulo 4 - O Enterro
O Enterro
Quando vejo vários dos capangas de meu pai, indo prestar homenagens para ele, percebo que nunca fui amado de verdade, eles nunca foram de me respeitar e sim ao meu pai, nunca gostaram de mim, me achavam fraco e isso me deixava frustrado as vezes.
Após a morte do chefe da família, os Vitorinos foram embora, antes que fosse apontados como os assassinos de meu pai.
— Precisamos vingar seu pai, chefe.
Eu levanto a mão para que se calem, já que muitos falaram a mesma coisa para mim, naquele dia fatídico, e não posso evitar de pensar igual eles. Era obvio que a morte de meu pai era obra da Família Vitorino.
— Senhor, não conseguimos encontrar a empregada que deu o veneno para o Chefe. Mas vamos continuar a procurar ate encontra-la.
Faço que sim com a cabeça e ele sai do escritório, eu caminho e ando pela sala passando a mão pelas grandes estantes de diversos livros italianos.
Tudo isso agora era meu, na verdade sempre foi, agora era oficialmente meu.
— Se foi os Vitorino quem fizeram isso, eles vão pagar caro por isso.
Noto meu celular vibrar na escrivaninha de meu pai, caminho e me sento da poltrona que meu pai havia se sentado na noite de ontem, agora são onze horas da manha, e o velório esta acontecendo na sala de estar, meu pai esta lá e todos vem se despedir do homem em quem eles confiavam suas vidas.
Amanha vai acontecer o velório e eu serei nomeado Chefe da Família. Eu não tenho escolha, e vou fazer o que for necessário para proteger minha família.
Pego o celular e atendo, o número já esta salvo e a voz já memorizada em minha memoria.
— Alô, Pietro.
— Sim.
— Queria lhe dizer, que não foi minha Família.
Sei muito bem que ela era manipuladora e que não mostraria que era a culpada.
— E me desculpe por termos saído tão apressadamente, pois se ficássemos aconteceria uma troca de tiros entre as duas famílias, e mais morte aconteceria. Mas quero que saiba que não fomos nós, seu pai possuía muitos inimigos e quem quer que seja quis que nós fossemos culpados.
Interpreto um voz fria e calma — Eu entendo, senhorita Vitorino, mas vamos descobrir quem fez isso e quando descobrirmos vamos esfolar a pela dessa pessoa.
— Sim, Pietro. Qualquer coisa eu estarei aqui para o que precisar.
— Há algo que eu preciso que você faça.
— Dependendo do que for, eu posso tentar.
— Venha para o enterro de meu pai.
Ela naquele momento protesta, mas aceita inevitavelmente após ele explicar para ela que seria a melhor forma de mostrar que a aliança era sólida.
●●●
Durante o enterro, não consigo evitar de derramar lagrimas que escorrem por meu rosto ate cair sobre meu terno preto com detalhes folheados a ouro que se destaca entre minha família.
Noto que Chefes de diversas famílias estão ali e vários deles vem me cumprimentar e me consolar, mas não baixo a guarda para nenhum deles, afinal qualquer um deles poderia ser meu maior inimigo, alguns atualmente são aliados e possuem ligação com meu pai. E querem manter a aliança que possuem, são todos um bando de velhos interesseiros, sinto nojo por esses homens que venderiam a alma de seus filhos pelo bem de suas famílias.
Era um total de mais de vinte Chefes de famílias presentes, todos os chefes da Itália, onde cada um controla uma parte de todo o contrabando que se mantem pelo pais inteiro.
Agora terei que lidar com essas pessoas e defender meus subordinados com unhas e dentes, sem demostrar fraqueza alguma com eles. Seu que muitos vão querem acabar com a paz que meu pai estabeleceu durante a ultima década, e que muitos vão me desafiar, sei que não será fácil, mas tenho muitos para me guiar nesse caminho.
Olho para o lado e noto um garoto com corpo e rosto muito parecido com o meu, sua presença é notável, apesar de ser mais jovem do que eu, ele era maior e muito mais parecido com meu pai do que eu jamais serei e vejo meu irmão mantendo o olhar frio e cauteloso, ele não conseguiu vir para o velório, mas chegou a tempo para o enterro.
Após o enterro ele vem e me chama para conversar longe de todos.
— Há quanto tempo irmão.
Ele esta com as mãos no bolso e percebo que fisicamente ele está muito mais forte do que antigamente, provavelmente esta praticando algum esporte pesado.
— Sim, faz muito tempo.
— Você sabe o que eu vou dizer não é Pietro?
— Sim, eu sei — digo sem olhar para ele que me encara com olhos furiosos.
— Vou direto ao ponto, não acho que você é o mais qualificado para ser o chefe de nossa família, mas se você foi escolhido, eu não posso fazer nada.
Eu o encaro e ele nota que não sou mais o garoto assustado que ele conhecia.
— Uma coisa é o nosso pai o tornar chefe, outra é ele aceitar a União de nossa Famílias, era obvio que aconteceria isso, a morte de alguém como ele era inevitável.
— Não sente luto por nosso pai? A forma como você diz é como não se importasse — me irrito e sei que é o que ele quer.
— Estou dizendo que se fosse eu, não estaria acontecendo isso, entenda Pietro, você não nasceu para ser o Chefe, você mal consegue atirar com uma arma, quem dirá ter coragem de atirar em alguém.
Ele estava certo, eu não nasci para essa vida, nunca almejei ser Chefe, mas não podia deixar nas mãos dele, meu irmão destruirá tudo para ser o manda chuva daqui.
— Irmão não vou deixar em suas mãos, eu ate posso ser uma péssima opção para ser o Chefe, mas você destruiria tudo o que nosso pai construiu, você é ganancioso demais Bernardo.
Vejo em seus olhos a raiva suprimida durante anos em que passou no internato longe de sua família tudo por que era teimoso demais e gostava de confusão.
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