Capítulo 19
Jimmy Palmer
Me perguntei inúmeras vezes o que levou aquela criança a se tornar uma mulher assassina, todas as vezes que olhava a foto daquela criança e no que se tornou, a doçura de Débora e a verdade dela, ambas pareciam ser duas pessoas opostas, irmãs gêmeas com atitudes diferentes.
Busquei então entender o que houve.
Jimmy: Abby, conseguiu algo?
Abby: Sim, mas não foi fácil, porém, Jimmy, o que você quer?
Jimmy: Entender.
Abby: Você se importa com ela...
Jimmy: Eu quero entender o que mudou na vida dela para ser assim.
Abby: Por quê?
Jimmy: Porque ela é uma ex-colega de trabalho e uma amiga.
Abby: Você é realmente um bom amigo, Jimmy. Mas, saiba que isso pode ser perturbador.- me mostrando na tela.
Jimmy: O que é isso?
Abby: Débora foi separada de seus pais aos 5 anos de idade, sendo uma das crianças do tráfego humano.
Jimmy: Espera, esta me dizendo que ela foi contrabandeada?
Abby: Sim, junto a ela estava Carlos, o qual era filho do Sr.Beaumont , responsáveis pelo tráfego.
Débora Martinez
Todas as noites, Carlos vinha e trazia algum alimento naquela prisão para as crianças, mas eu não conseguia comer, estava assustada, sozinha, sem meus pais.
Carlos: Morrerá se não se alimentar.
Débora: Por que estão fazendo isso?
Carlos: É assunto do meu pai.
Débora: Sequestrando crianças?
Ele era três anos mais velho do que eu.
Carlos: Como eu disse, assuntos do meu pai. Se não cooperar acabará como as outras.
Beaumont não entendia a minha situação, ele nunca questionou seu pai, e não seria por minha causa que iria começar.
Seu pai nos tratava como animais, e dormíamos no chão sujo, nos obrigava a roubar, vender drogas, sequestrar outras crianças.
Mas, até mesmo seu filho apanhava de seu pai, levava a culpa quando não tinha feito nada, mas uma vez, Carlos salvou uma criança de ser vítima de seu pai, ao descobrir ele foi tão maltratado e espancado.
O encontrei no chão ferido, com hematomas, embora muitos o julgavam, alguns queriam ajuda-lo mas tinham medo de serem punidos da mesma forma.
Eu sabia que não tinha nada a perder, e o ajudei a se recuperar.
Carlos: Tem muita coragem, Débora.
Débora: Por que permite essa crueldade?
Carlos: Ele é meu pai, sou obrigado a obedecer. E ele está sendo justo como um pai deve ser com os filhos desobedientes.- disse. - Se obedecerem... ele-
Débora: Um pai de verdade nunca faria isso. Eles protege seus filhos.
Carlos: Eu o entendo.
Débora: O quê?
Carlos: Ele precisava viver assim, ou perderia a casa, seus bens, foi sua saída.
Débora: Mas... e sua mãe?
Carlos: Nos abandonou quando eu tinha 3 anos de idade. Mas, nunca me fez falta.
Jimmy Palmer
Me perguntei onde estavam os pais de Débora, como poderiam deixar tamanha maldade acontecer com sua filha?
Porém, a verdade veio, Débora Martinez era órfã, e as informações era que seus pais morreram enfermos, eram moradores de rua.
Jimmy: Mas, como souberam disso?
Carlos Beaumont
Tudo que ela queria era uma casa, era sua família e sua infância de volta. Decidi então ser seu amigo.
Brincávamos as escondidas com as outras crianças do meu pai, para que não fossem castigadas.
Pela primeira vez eu soube o que era ter infância, tantas brincadeiras, canções, como uma noite de Natal que eu nunca pude ter mas ali tive essa experiência.
Mas, tudo que era bom ... dura pouco...
Jimmy Palmer
Em uma noite para sequestrar três crianças. Débora e Carlos com uma menina chamada Cristal, ficaram encarregados de atrai-las.
Carlos Beaumont
Dizia a elas, que iríamos conhecer a Terra do Nunca, e elas animadas nos seguiram, mas naquele momento, Débora se distraiu ao ver a foto da família.
Débora Martinez
Me questionei o que eu estava fazendo, se eu desejava isso, se eu trocaria a minha família por essa vida. O medo era de ser ferida mas o sofrimento daquela família...
Carlos Beaumont
Compreendia seus pensamentos, mas não podíamos desobedecer a ordem de meu pai. E nesse descuido, escutamos os gritos de Cristal e das crianças, fomos em direção vendo Cristal correr de um dobermann, corria na beira da piscina, perdeu o equilíbrio e caiu na piscina, ela não sabia nadar e pedia por socorro.
Débora Martinez
Eu não sabia o que fazer, e Carlos me puxou ao perceber que a babá distraída percebeu o ocorrido, ele me puxou pela mão nos tirando de lá e deixando Cristal para trás.
Jimmy Palmer
Cristal faleceu por afogamento.
Débora Martinez
Sr.Beaumont nos espancou e mais ainda seu filho, eu não suportava aquilo, eu simplesmente reagi.
Carlos Beaumont
Ao reagir, meu pai se irritou e com um cinto foi até ela, eu não podia deixar que ele a machucasse nem que a matasse.
Débora Martinez
E um tiro se escutou acertando a cabeça de seu pai, o qual caiu no chão, olhei em direção vendo ele com uma arma na mão. Salvando a minha vida.
Jimmy Palmer
Sr. Beaumont foi encontrado morto pela polícia após receberem uma ligação e as crianças presas por ele, algumas mandadas de volta para casa e para suas famílias, outras como Débora, mandadas para um orfanato.
Jimmy: Mas, e Carlos?
Abby: Ele fugiu, nunca mais foi visto até entrar em uma gangue. A polícia sabia que ele havia atirado em seu pai mas o menino nunca apareceu. Débora por fim foi adotada pela família Martinez, sendo irmã de Blake.
Isso explicava seu ódio por Carlos.
Abby: Depois disso Carlos foi visto como um dos melhores atiradores e logo depois foi visto como líder de uma gangue.
Jimmy: Por tanto tempo, como se reencontraram?
Débora Martinez
Aos dezoito anos por ai, ele me visitou em meu aniversário, como estava mudado, ao invés de sentir ódio, agradeceu.
Carlos Beaumont
Eu estava precisando de ajuda, e ela era a única capaz de fazer isso. Não queria obriga-la , e ela queria pagar sua dívida, então entramos em um acordo e mostrando suas habilidades ficou na gangue.
Mas, não esperávamos nos apaixonar e nem mesmo que seu irmão entrasse para a marinha. Ele soube dos envolvimentos de Débora com alguns homicídios mas não a entregou, como irmão não desejava seu mal.
Por esse motivo foi contra o nosso relacionamento, mas Débora era capaz de tomar suas próprias decisões. Ela respeitou seu irmão e ocultou tudo saindo do lar dos Martinez e Blake também se retirou após o falecimento de seus pais em uma viagem.
Ele quase a perdeu e eu estava disposto a deixa-la ter sua vida feliz, mas novamente nos encontramos e eu não pude deixá-la ir. Eu precisava protege-la. Porque eu a amava e porque ela me salvou.
Continua...
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