Capítulo 73

-Olá madrinha! –Exclamo feliz, ao ver que ela tinha atendido a minha chamada.

-Olá minha querida, como é que estás? –Pergunta feliz.

-Eu estou bem madrinha, alias nós estamos bem e vocês?

-Nos estamos bem, minha querida. Como está a correr as coisas, aí em casa do Axel?

-Normais madrinha. –Sento-me no banco do jardim. -Nós estamos bem, nós já contamos aos pais dele, que vamos ter uma filha e eles ficaram tão contentes. –Comento.

-Normal meu amor, eles estão contentes, por saberem que são avôs.

-Sim eu sei e fico feliz, por eles saberem. –Murmuro alegre. -Eu também, ja falei com os meus pais.

-A serio Ash? –Pergunta surpreendida.

-Sim...

-E então, como correu?

-Normal. Nós estivemos a falar, eu segui o vosso conselho e perdoei os meus pais. Apesar de estar magoada, com esta situação toda, vocês tem razão... não é justo perdoar o Axel e não os meus pais. Eles os três, tiveram culpa no que aconteceu e apesar de tudo, eles são meus pais e acabaram por se desculpar. –Explico pensativa.

-Minha querida, eu acho muito bem que penses assim, já estava na hora de pores o passado para trás e viveres o teu futuro sossegada.

-Sim madrinha eu sei, eu agradeço muito por vocês terem me aberto os olhos... eu concordo com vocês, que estava a ser muito injusta.

-Minha querida, o principal é que tu própria, percebas o teu erro. O erro não foi teu exatamente, tu simplesmente estavas magoada. O que eles fizeram foi horrível, mas conseguiste deixar o teu orgulho de lado e perdoas-te os teus pais e isso, é muito bom.

-Sim madrinha, mas daqui a pouco tempo, eu já estou aí ao vosso lado outra vez. –Murmuro alegre.

-Ashley, tu estás a pensar, em voltar ainda para aqui? –Questiona surpreendida.

-Claro que sim! Madrinha, eu disse que aceitava vir para aqui, só por uns dias mesmo, eu não penso ficar aqui para sempre! Eu e o Axel, fizemos o acordo de que, eu vinha para aqui, por uns dias apenas e que depois, eu voltava para Portland.

-Ashley... eu não quero, que tu interpretes mal as minhas palavras! Sabes princesa... acho que, chegou a hora de tentares ultrapassar essas memorias horríveis, que tu tens dessa casa. O Axel disse, que vocês iriam morar para uma casa vossa, não podes vir para aqui sozinha e deixares o pai da tua filha, a quilometros de distância...

-Tu já não me queres na tua casa, é isso? –Questiono. –Sempre posso ir para a casa dos meus avôs! –Exclamo.

-Ashley, não é nada disso! Tu e a menina, serão sempre bem vindas, aqui na nossa casa! O que eu estou a dizer, é que tu agora que fizeste as pazes com o Axel, seria uma boa oportunidade, para vocês procurarem uma casa para vocês, tal e qual como o Axel comentou aqui em casa...

-Madrinha, eu quero levar isto com calma, porque o Axel pensa ainda, que só ele é que pode fazer tudo e eu não! Hoje, nós tivemos uma discucão, porque eu sai de casa, para ir á casa dos meus pais e nem imaginas, o escândalo que ele fez, porque eu saí sem dizer nada! –Exclamo.

-Ai, eu posso compreender o lado dele. Tu estás grávida, se tivesse acontecido alguma coisa, ele não iria saber onde é que tu estavas e vice-versa.

-Tambem tu madrinha? –Interrogo chateada.

-Meu amor, quando é para dizer as verdades, sabes que eu as digo. Podias ter dito a ele, ou aos empregados, que lhe dissessem onde é que tu estavas ou onde é que tu ias.

-O problema, é que eu não vim para aqui, para ficar trancada em casa e ter que dar justificações da minha vida, cada vez que saio! –Comento irritada. Eu a pensar, que a minha madrinha iria pensar da mesma forma que eu, mas parece que me enganei totalmente!

-Ashley, tu estás gravida e sabes, que pode acontecer alguma coisa contigo e depois ninguém sabe nada de ti.

-Sim madrinha, mas o Aphonso estava comigo, pelo menos ele, veio comigo. Até o Aphonso, o Axel queria despedir, só porque eu disse ao Aphonso, para não atender nenhuma chamada do Axel.

-Ashley! Ai desculpa, mas eu não estou de acordo contigo! –Exclama meio chateada.

-Madrinha, eu... olha, não quero discutir contigo sobre isto. –Suspiro. Já sei que se continuar com esta conversa, vamos também acabar por discutir e eu não quero discutir com ela.

-Minha querida, nó não estamos a discutir, nós estamos a falar. –Suspiro.

-E vocês, estão bem? O padrinho? –Pergunto, ao mudar de assunto. 

-Ashley, não é mudares de assunto, que as coisas se vão resolver! 

-As coisas já estão resolvidas madrinha, eu já falei com o Axel, nós já esclarecemos as coisas. –Comento. 

-Toma cuidado contigo meu amor, nós aqui, também ficamos preocupados com vocês as duas. –Comenta. 

-Eu estou bem, nós as duas estamos bem. –Sorrio. 

-Minha querida, por mais que isto te custe, por mais que tu tenhas recordações dessa casa, sabes que tu podes começar uma vida nova com o Axel, numa outra casa, o Axel falou sobre isso aqui em casa, lembras-te? 

-Sim... –Sussurro. 

-Então meu amor... vai á luta, não desperdices a oportunidade do teu amor, por causa de umas recordações mal vividas. –Comenta. 

-Sim madrinha, és capaz de ter razão... eu vou falar com o Axel sobre isso. –Sorrio.

-Assim já gosto mais de ouvir! –Exclama feliz. –Vai lá falar com o teu marido, mas vai agora! –Ordena.
-Não madrinha, ele está no escritório a acabar umas coisas, eu não vou lá interromper o trabalho dele. –Argumento. Apesar de eu achar que ele trabalha muito, eu acho que não vou interromper o trabalho dele. Eu sempre prefiro, que ele trabalhe aqui em casa, do que ficar na empresa até ás tantas da noite.

-Ashley, por mais trabalho que ele tenha, sabes bem que nunca irás interromper o que ele está a fazer. 

-Está bem, ganhas-te! –Rio-me. –Manda um beijo enorme ao padrinho, outro para vocês e  nunca se esquecem, que eu vos amo muito e que estou a morrer de saudades vossas! 

-Nós também minha querida, nós também gostamos muito de ti e estamos com muitas saudades tuas! –Sinto aquelas pequenas lágrimas, a formarem-se nos meus olhos. Aquela saudade, que bate forte aqui no meu coração, era um desconforto e muito... –Eu não te quero a chorar, vai falar com o Axel e dormem bem! 

-Está bem madrinha. –Limpo os meus olhos, com as costas da minha mão. –Dormem bem, vocês também. 

-Obrigada meu amor. 

-De nada madrinha.

Desligo a chamada e limpo a minha cara. Á certas coisas, que eu sei que a minha madrinha tem razão, mas fica complicado de tentar ultrapassa-las... Eu tenho medo, de dar um passo, maior que eu e que depois venha a arrepender-me! Eu não quero que o Axel, volte a ser aquela pessoa que ele era antigamente, que ele volte a ser mau comigo...

Levanto-me do banco, arrumo o meu telemóvel dentro do bolso do casaco e cobro-me melhor com o cobertor. A minha madrinha tem razão, eu acho que ele não vai ficar chateado, se eu aparecer lá no escritório, pelo menos só para lhe dar um beijinho e voltar para o quarto. A barriga não está assim muito grande, mas está pesada e fico cansada mais rapidamente. Hoje o dia, foi cheio de emoções, foi um dia em grande, agora tudo o que me apetece, é só ir descansar. Entro dentro de casa, onde estava tudo muito silencioso, já devem de estar todos a dormir, também já são 23 e 44 da noite, não me admira. Pelos vistos, as únicas pessoas ainda acordadas, eram eu e o Axel, onde eu também já devia de estar a dormir. 

Coloco a minha mão, na maçaneta da porta e a abro devagar. Olho para dentro do escritório e vejo o Axel, muito concentrado no trabalho dele. Ele estava tão concentrado, que nem notou a minha presença aqui. Eu estava curiosa, para saber no que tanto ele estava a trabalhar, mas eu também sei, que ele não gosta que eu me meta nos assuntos dele. Fecho a porta devagar, sem fazer barulho e encosto-me á parede, ao sorrir para ele. O Axel estava lindo naquela posição, ele estava maravilhoso, com aquele ar todo sério, com aquele ar de trabalhador, que nem sequer parecia aquele homem que eu conheci á meses atrás. O Axel pega no copo de água e ao levantar o olhar, ele nota a minha presença ali. O Axel parecia bastante surpreso, por ver-me ali encostada á parede.

-Estás aí á muito tempo amor? –Pergunta surpreendido. 

-Não, eu estava apenas a ver-te a trabalhar. –Respondo. 

-Anda cá. –Pede. Coloco o cobertor em cima do sofá e caminho até ele. Era notável, o quanto o Axel estava cansado, mas mesmo assim, parecia masoquista e queria continuar a trabalhar. Dou a volta á mesa dele e acabo por sentar-me no colo dele.

-Tu já estás aqui á muito tempo Axel. –Comento preocupada. O Axel encosta-se todo para trás, na cadeira e passa o braço dele pela minha cintura, para evitar com que eu caisse. 

-E tu, o que é que estás a fazer ainda acordada? –Pergunta, ao desviar o assunto. 

-Eu estava no jardim, ao telefone com a minha madrinha. –Sussurro. 

-Está tudo bem com eles? –O Axel coloca a mão dele, sobre a minha barriga e a esfrega a mão dele, de cima para baixo. 

-Sim, ela diz que sim. Eles estão bem, é o que me importa, apesar das saudades que tenho deles, mas eu sei que vou vê-los em breve. –Comento, ao provocar o assunto. Eu só quero ver, o que é que ele vai dizer. O Axel suspira profundamente e sinto o corpo dele, a ficar rijo por baixo do meu. A mim parece-me, é que o Axel, não gostou muito de eu ter tocado neste assunto. –Axel, a falar sobre isso... –Levanto-me do colo dele, caminho nervosa, ao dar a volta á mesa e coloco-me de frente á ele. O Axel estava com um ar sério, eu acho que ele já sabe mais ou menos, do que eu iria falar. 

-Ashley, não á nada para falar sobre isso. –Murmura. 

-Axel, nós concordamos, que eu iria ficar aqui uns dias... –Sussurro. 

Eu não quero, que esta conversa se torne mais uma discucão, mas a verdade é que nós concordamos e eu quero ver, qual é a reação dele! Eu estou de acordo com a minha madrinha, esta casa tem muitas más recordações e o Axel já tinha falado, para nós termos uma casa só nossa. Mas agora, eu quero ver qual é a reação do Axel, ao tocar neste assunto!

-Ashley, nós conversamos, que iriamos encontrar uma casa, para nós os dois. –Responde. Era notável, até de longe, o quanto o Axel estava a tentar falar o mais calmamente possível.

-Então mentis-te? Tu não vais deixar-me, voltar para Portland, pois não? –Pergunto calmamente. 

-Ashley, nós concordamos, que iriamos comprar uma casa para nós os dois. Porque é que tu queres ficar longe de mim, mais uma vez? –Question. Eu já sabia, que era esta a resposta dele... 

-Axel, eu quero voltar para casa dos meus padrinhos. 

-Não. –Abana a cabeça. –Tu não vais voltar. 

-Vais prender-me aqui, outra vez? –O Axel passa a mão dele, pelo cabelo nervoso, com a minha pergunta. 

-Ashley, qual é o problema, de tu ficares aqui comigo? Eu não sou teu marido? Tu não és minha mulher?! Para quê, ficares longe de mim?! –Questiona irritado. 

-Sabes por quê? Porque não foi isso, que nós os dois combinamos. –Explico calmamente. –Lembras-te? Eu disse-te, que vinha por uns dias e não para sempre! Nós já contámos aos teus pais, que eu estava grávida, eu já falei com os meus pais, já os perdoei, eu não estou a fazer mais nada aqui!

-Ashley, o teu lugar é aqui comigo, ao meu lado! Eu não posso, simplesmente deixar-te viajar sozinha e ficares a quilómetros, de distância de mim! –Argumenta irritado. -Eu vou-me embora Axel, quer tu queiras, quer não. –Murmuro. Viro-lhe as costas, ao caminhar até á saída do escritório. 

-Ashley, não me vires as costas, enquanto eu estou a falar contigo! –Exclama irritada. –Tu não vais-te embora, tu não vais ficar longe de mim, mais uma vez! –Abro a porta do escritório, viro a cara até ele outra vez e via-se o quanto, o Axel estava prestes, mas mesmo prestes, a explodir com tudo o que estava sobre a mesa. 

-Boa noite! –É a única coisa que eu digo, saio do escritório e fecho a porta, ao bate-la com força. 

É claro, que eu não me vou embora! Eu apenas falei, porque eu queria ver a reação do Axel! O Axel tem que aprender, que não é só porque eu decidi voltar, que eu sou obrigada, a ter que fazer tudo aquilo que ele quer! A antiga Ashley, já não existe... aquela Ashley morreu no hospital, naquele dia e hoje, eu sou uma Ashley nova! O Axel tem que aprender, que não é só ele que tem uma vida, eu também tenho uma vida fora desta casa, uma vida fora da gravidez. Aquilo que a Sophia disse, é verdade, eu posso estudar em casa, com o meu ritmo, conforme as minhas necessidades e claro, sem depender do Axel para nada! Estudar em casa, é mais uma forma de ficar fechar em casa, mas também ir para a escola grávida, acho que isso não é muito boa ideia... á sempre muito movimento e eu tenho medo, que acabe por acontecer algo. Mas pelo menos, posso voltar a estudar e ir fazer os exames á escola! Claro que não é a mesma coisa, eu fico fechada em casa, mas pelo menos eu posso voltar aos meus estudos.
Infelizmente, esta casa ainda tem muitas, mas muitas recordações, daquilo que eu passei aqui dentro e é normal, que eu não queiras viver aqui dentro! Eu percebo, que o Axel viva com o irmão, que não queira separar-se dele assim, mas... claro, que eu preferiria ter uma casa só nossa! Uma casa, onde eu também pudesse pagar, onde eu possa começar do 0 a minha vida, onde eu possa eu mesma, decorar como eu gosto e claro, sobre tudo ter uma casa e não uma mansão!

**********

Abro os olhos, ao olhar para o escuro do quarto, com uma vontade estranha, que estava no meu corpo, de comer morangos com natas! Estava a apetecer-me tanto, sentir aquele gosto saboroso dos morangos com natas, de sentir aquele açucar no meus lábios. Viro-me para o lado e vejo o Axel a dormir, enquanto mantinha a mão dele, sobre a minha barriga. Eu não me lembro, das horas exatas que ele veio dormir, mas ele é o único que está aqui... 

-Axel! –Abano o corpo dele, ao tentar acorda-lo. O Axel estava tão cansado, que nem sequer mexeu um único músculo, ou está mesmo ferrado a dormir ou então, está a fingir que está a dormir, só por causa da nossa "discucão"! –Se tu não acordares, podes querer, que vais ficar sem sexo, até ao nascimento da tua filha! –Exclamo. 

-Já estou acordado! –Ouço a voz do Axel, meio ensonado.

-Há isso, tu já ouves bem! –Exclamo. 

-Claro! Achas que eu vou ficar, sem poder tocar-te, até ao nascimento da minha filha? Depois do nascimento dela, eu sei que vou ficar mais tempo, sem poder ter-te! –Responde. Sinto a mão dele, a subir pela minha barriga, até chegar ao meu sutiã..

-Axel para! –Exclamo irritada. –Vai á cozinha e faz-me morangos com natas! –Peço meio dengosa. O Axel afasta-se de mim, vira o corpo dele e acende a pequena luz do candeeiro. 

-Estás a brincar?! –Pergunta, ao sentar-se na cama. 

-Não! –Respondo de forma obvia. –A tua filha quer morangos com natas, só estás aqui tu, por isso vai fazer! –Exclamo.

-Ashley, são três da manhã, vais comer morangos com natas a esta hora? –Pergunta chocada. Vê-se mesmo, que ele não percebe nada disto, eu acho que ele não leu essa parte dos "desejos" nos livros, que ele andou a ler!

-Vais buscar os morangos ou é preciso, eu ir pedir ao Aphonso ou ao Tyler?! Se calhar, eles não diriam que não! –Parece que já encontrei, uma boa tática para ter aquilo que eu quero, do Axel!

-Ashley!–Repreende-me, ao olhar-me seriamente. 

-Vaibuscar Axel! –Exclamo manhosa. –Por favor, eu estou com desejo... 

-Estábem, eu vou buscar. 

-Obrigada.–Sorrio alegremente. 

-Oque eu não faço, pela minha filha! –O Axel aproxima-se de mim, dá-me um beijorápido e depois levanta-se da cama. 

Eusabia, que se eu usasse o Aphonso e o Tyler, que eu iria conseguir ter aquiloque eu quero! Usar o Aphonso e o Tyler, não é bom num lado, porque eu sei que oAxel tem ciúmes deles e eu não quero que isso se transforme num grandeproblema. O Axel sai do quarto, em boxers e fecha a porta devagar. Parece quenem tivemos a discutir, á umas horas atrás, quer dizer... não foi bem umadiscucão! Eu concordo, com o que a minha madrinha me disse, sobre ficar aqui,dar uma oportunidade á nossa vida e não ficar aqui, só por uns dias! É verdade,esta casa tem muitas recordações, daquilo que eu passei aqui, mas também nãoposso exigir ao Axel, que ele gaste o dinheiro dele, para comprar uma casa paranós! Esta é a casa dele, é a casa onde ele mora com o irmão, com a irmã, ondeele comprou com o próprio dinheiro dele, eu não posso simplesmente pedir-lhepara ele comprar outra casa... eu não posso ser invejosa e injusta com ele, aesse ponto. Eu também não quero separa-lo dos irmão, dos pais... á muita conta,que tem que ser pensada com calma, mas eu queria pensar na casa dos meuspadrinhos, onde eu possa estar á vontade! 

Ouçoa porta a abrir, olho para o lado e um sorriso alegre, forma-se nos meuslábios, ao ver que o Axel tinha uma taça cheia de morangos com natas. Aí... vaisaber-me tão bem, comer aqueles morangos deliciosos com natas, que parecia queestava mesmo a olhar para mim!

-Estása dever-me uma! Porque fizeste acordar ás três da manhã, só para fazer-temorangos! –O Axel fecha a porta, caminha até á cama e estende-me a taça dosmorangos. Aí... aqueles morangos cortadinhos, cobertos com natas, aí quedelícia tão boa. Feliz, pego na taça, na colher, pego nuns morangos cortadinhose os levo á boca. Aí! Isto estava uma delícia, estava a saber-me tão bem comerestes morangos com natas! 

-Istoestá uma delicia amor! –Comento, ao colocar mais uns morangos na boca. 

-Comoé que tu consegues, comer morangos, a esta hora da manhã? –Pergunta, aodeitar-se ao meu lado. 

-Nãosei Axel, apetece-me comer! –Comento. 

-Tensa certeza, que é a nossa filha que quer comer morangos ou é mais tu? –Pergunta,ao rir-se. 

-Nãointeressa quem quer comer! O que interessa, é que eu estou a comer e isto estámaravilhoso. –Respondo. O Axel levanta-se e coloca a cabeça dele, sobre o meucolo. Ele vira-se de lado, ao ficar de frente á minha barriga e passava a mão,de cima para baixo. –Olha, não vais ficar aí, a mexer na minha barriga, poisnão? –Pergunto seriamente.

-Epor que não? –Questiona admirado. 

-Porqueela está quieta, se tu ficas a passar a mão pela minha barriga, ela vai começara mexer-se e depois não vai ficar quieta! –Exclamo, ao continuar a comer.–Queres um pouco?

-Nãoamor. –Sussurra. Olho para ele e o vejo a fechar os olhos. 

-Estasmuito cansado? –Pergunto num sussurro. Eu sinto-me mal, por fazer com que eleacordasse a esta hora da madrugada, sabendo que ele daqui a umas poucas horas,ele vai ter que ir trabalhar. 

-Umpouco, mas eu vou ficar aqui a fazer-vos companhia. –Comenta, ao dar-me umbeijo na barriga. 

-Axel,se quiseres dormir, podes ir dormir, eu vou só acabar de comer e vou dormirtambém. –Murmuro. 

-Não!Eu sou o pai, eu sou o teu marido e eu vou ficar acordado, a fazer-tecompanhia. –Murmura, ainda de olhos fechados.

-Axel,eu não estava a falar a sério, quando eu te disse que ia embora. –Murmuro, aocomer uma colher de morangos. O Axel abre os olhos e levanta o olhar até mim. 

-Comoassim? –Pergunta, num sussurro baixo.

-Euapenas disse aquilo, porque eu queria ver a tua reação. –Coloco a taça vazia,em cima da mesinha, ao lado da cama. –Eu como estive ao telefone com a minhamadrinha, eu falei com ela sobre nós e a minha vontade, de querer voltar paraPortland e ela disse-me para falar contigo sobre isto. 

-Echegas-te a alguma conclusão? –Questiona. 

-Axel...eu não quero que tu penses, que eu estou a ser egoísta, invejosa ou algoparecido, mas... o que achas, de nós procurarmos uma casa, para nós os dois? Eusei, que tu moras com o teu irmão e que estás mais próxima da Maryann, mas eugostaria que nos tivemos uma casa nossa, onde nós possamos começar a nossavida. –Murmuro. –Eu não queria pedir-te isto assim, não quero estar a seregoísta de mais sabes?! Mas esta casa, tem tantas recordações, daquilo que euvivi aqui antes da gravidez, mas é qu...

-Amor!–O Axel interrompe-me. –Tu não estás a ser egoísta, nós já tínhamos faladosobre isso, na casa dos teus padrinhos, lembras-te? Eu moro com o meu irmão,porque... porque, eu era solteiro, não era casado. –Explica. –Mas agora, eu soucasado, nós podemos comprar sim uma casa, deixar esta casa para o meu irmão epara a Liane... 

-Eunão queria, que tu pensasses que eu estava a ser egoísta, ao ponto de te pedirisso... tu sempre vives-te com o teu irmão, compras-te uma casa e só por minhacausa, vais ter que comprar outra. Eu sinto-me mal, por estar a falar sobreisto. –Sussurro.

-Princesa.–O Axel senta-se ao meu lado. –Isso não se trata de ser egoísta ou não,trata-se do nosso futuro e eu estou de acordo contigo. Nós vamos procurar umacasa, para nós os dois, vamos ter a nossa própria casa e fazer o quarto, danossa princesa, como tu queres! –Explica.

-Tunão me achas egoísta? –Pergunto baixinho, envergonhada.

-Claroque não amor. –O Axel coloca as mãos dele, na minha cara e dá-me um beijo natesta. –Sabes bem, que o que eu mais quero, é ter uma casa só nossa, onde nóspossamos fazer o quarto da nossa princesa, cria-la na nossa casa... fazer umavida a dois! 

Emociadacom as palavras dele, salto-lhe para cima e abraço-o com força. Eu estava tãocontente, que ele perceba o meu ponto de vista e que não me ache uma egoísta.Eu gosto da ideia, de ir morar com ele, de ter uma casa nossa, onde eu possafazer o que eu quiser, sem pensar em constrangimento por a casa não ser minha.

-Masagora, seria melhor, nós irmos dormir. –Afasto-me dele. 

-Eupeço desculpa, por fazer-te acordar a esta hora, sabendo que daqui a umashoras, tens que ir trabalhar. –Sinto-me mal, por o ter acordado, só por causade um desejo...

-Nãote preocupes com isso. Vamos deitar. –Deito-me para trás, puxo o cobertor paracima e aconchego-me. Viro-me de lado, uma das posições confortáveis porenquanto e não sinto, o corpo do Axel próximo ao meu. 

-Axel...anda para aqui. –Peço. 

-Issoé um mau habito pequena. –Murmura ao rir-se. –Depois nunca mais, vais conseguiradormecer sem a minha presença. –O Axel aproxima-se de mim, coloca o corpodele, junto ao meu. 

-Eutambém não penso, em dormir sem ti, ao meu lado. Aliás! Nos não pensamos.–Comento. O Axel passa a mão dele, pela minha cintura, ao coloca-la sobre aminha barriga e coloca a cara dele, na curva do meu pescoço. 

-Euacho muito bem, mas agora... é hora de ir-mos dormir. –Sussurra. 

-Simsenhor mandão. –Sussurro, na brincadeira. 

-Olha,não é horas, para brincar Ash. É horas de ir-mos dormir. –O Axel dá-me um beijoarrepiante, no meu pescoço.

-Estábem... –Reviro os olhos. –Eu amo-te. 

-Eutambém princesa, eu amo-te. –O Axel abraça-me com força e carinhosamente. 

Colocoa minha mão, sobre a mão dele, ao entrelaçar os nossos dedos, sobre a minhabarriga. Era tão bom, estarmos assim, os dois, sozinhos, juntos com a nossaprincesa, era um momento único e só nosso! Fecho os olhos e deixo-me estar alisossegada, á espera que o sono viesse, enquanto eu aproveitava o nosso pequenomomento, a dois. Estava a sentir-me tão bem assim, nós os dois, que não meapetecia nada dormir e acordar de manhã, sem ele aqui ao meu lado. Eu estavafeliz, por ambos termos conversado calmamente e ter-mos chegado a algumaconclusão, sobre o assunto de uma casa nova para nós. Eu estava com medo, que elepensasse que eu estava a ser egoísta, por estar a querer que uma casa para nós osdois e deixar, os irmãos para trás. Mas parece, que ele pensa da mesma maneira queeu e eu fico contente, que ele pense igual! O Axel é o homem da minha vida e euagora, não quero separar-me dele, nem por um único momento!

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