Capítulo 66

A minha madrinha estava aqui á minha frente, a poucos métros de mim, a fazer o almoco, enquanto eu acabava de tomar, o meu pequeno almoco. Eu gostava de falar com ela, sobre uma coisa, mas não quero que ela leve a mal, o que eu vou falar. Eu estou grata, internamente grata, por tudo o que eles tem feito por mim, mas eu acho que, ao estar aqui na casa deles, estou a empatar um espaco que não é meu!

-Ashley! –Assusto-me, ao ver a cara dela, muito próxima á minha.

-Aí madrinha! –Acordo assustada, ao colocar a mão no coração. –Queres matar-me de susto? –Questiono.

-Não minha querida, mas estavas a olhar para o nada. –Murmura.

-Estava a pensar. –Murmuro. Pego no copo de leite e bebo o resto que faltava.

-Em quê? –Questiona, ao afastar-se de mim e voltar para perto do fogão.

-Uma coisa. –Sussurro baixinho.

-Não queres contar-me, o que é essa coisa? –Pergunta curiosa.

-Nada de mais madrinha. –Baixo o meu olhar, ate á bancada. Eu sei, que não devia de lhes esconder coisas, ela sempre esteve aqui para mim, em tudo o que eu mais precisei, mas eu também tenho vergonha, de falar com ela sobre isto e que ela acabe por interpretar mal as minhas palavras. Eu não quero magoa-la, essa é a ultima das coisas que eu não quero fazer!

-Minha querida? –Levanto o olhar, ao ouvir o meu nome num sussurro. –Sabes que podes falar comigo sobre tudo, não precisas de ter medo ou vergonha. É por causa das flores que o Lucas mandou? –Questiona. O meu primeiro reflexo, é desviar o meu olhar, até aquele buque de flores, dentro daquela jarra maravilhosa.

-Não madrinha. –Murmuro, ao olhar para ela outra vez.

-Então? –Ela vira-se de frente para mim, ao encostar-se contra o balcão, ao lado do fogão.

-Madrinha... –Respiro fundo três vezes antes, antes de ganhar coragem para falar. –Eu estou-vos grata, por tudo o que vocês fizeram por mim, se não fossem vocês, eu não sei o que seria de mim a esta hora.

-Minha querida, não tens que nos agradecer de nada meu amor. Tu és a nossa afilhada, és como uma filha para nós, nós só não fazemos mais, porque não nos cabe a nós de fazer. Sabes bem que para tudo o que tu precisares, eu e o teu padrinho, estaremos sempre aqui ao teu lado, para tudo, mas tudo mesmo! –Argumenta carinhosamente, ao sorrir para mim.

-E eu estou grata, por tudo o que vocês tem feito por mim madrinha, mas... –Baixo a cabeça envergonhada. –Eu sinto, que estou aqui a estorvar, eu sinto que estou a ocupar o espaço que é vosso, um espaco intimo.

-Ashley! –Exclama o meu nome surpreendida, mas ao mesmo tempo, num tom sério, como se aquilo suasse como um choque. –Tu não estás a ocupar o espaço de ninguém, este espaco é teu! Nós até já tínhamos dito, que podias ficar aqui a viver, mais a princesa, mas tu é que não quises-te! –Vejo ela a vir na minha direção, ela encosta-se na bancada e pega nas minhas mãos. –Ashley, tu podes ficar o tempo que quiseres, ninguém te disse para ires embora. –Baixo a cabeça triste, ao olhar para aquelas mãos confortáveis, sobre as minhas. –Por que é que estás a pensar isso, minha querida?

-O Axel, quer que eu volte com ele para Boston. –Respondo num sussurro baixinho.

-Mas isso é bom minha querida, é sinal que vocês estão bem e que ele quer que vocês voltem a viver juntos. –Argumenta alegremente. Parece que ela ficou mais feliz com o que eu disse, do que eu...

-Mas eu não vou fazer nada em Boston madrinha, a minha família está aqui, são vocês! O que é que eu tenho em Boston? Só ele, a família dele e umas malditas recordações... –Suspiro profundamente.
Aquela maldita casa, está cheia de recordações e mais recordações, eu não sabia como iria reagir, ao voltar a relembrar-me aqueles momentos mais uma vez! O Axel pode estar a insistir sobre isto, mas eu não posso voltar para aquela casa assim, de mãos beijadas, como se eu tivesse que esquecer tudo o que tinha acontecido, só por causa do bem estar da minha filha! Para que eu pense no bem estar dela, eu tenho que pensar no meu bem estar também, sou eu quem vai carrega-la durante 9 meses e não vou ficar num lugar, onde eu própria não me sinto bem, nem segura!

-Ashley, por que não dás a vocês, uma oportunidade de criarem a vossa filha, numa casa só vossa?! –Questiona.

-Achas madrinha? –Questiono ressentida.
Eu acho que nunca pensei nessa hipotese, de viver com ele numa casa só nossa... eu conheci o Axel naquela casa. Eu não sei, se o Axel estaria de acordo de mudar de casa assim, só por causa de mim... só porque eu não quero voltar para aquela casa, por causa das recordações! Mas também, eu tenho receio de estar a ser precipitada na minha decisão.

-Eu concordo plenamente, com a tua madrinha. –Assusto-me, ao ouvir um sussurro no meu ouvido, vindo de uma voz bastante familiar. Viro-me para trás e vejo o Axel a sorrir para mim.

-Axel! –A única coisa que eu faço, é abrir os braços alegre e saltar-lhe para cima. Abraso-o com muita, muita, força!
Estava com saudades, de sentir o cheiro do perfume dele, de sentir a presença dele, aqui ao meu lado. Parece que estes dias longe dele, nunca mais passavam. Por mais que eu tenha me feito de forte, para tentar fingir que não sentia a falta dele, eu aqui no meu peito, estava com muitas saudades dele. Sim, não faz muito tempo que o Axel encontrou-me aqui em Portland, mas eu estou a gostar deste novo lado do Axel, ele parece uma pessoa totalmente diferente, daquela que eu conheci em Boston e eu acho que ele ao saber que vai ser pai, mudou um pouco o caracter dele. Afasto-me dos braços do Axel e aproximo-me daqueles lábios carnudos, ao dar-lhe um beijo demorado. Naquele beijo, havia muitas saudades e desejos carnais ao mesmo tempo, eu consigo sentir isso muito bem! Paro o nosso beijo – se não, ele não iria parar – e esfrego as nossas testas, uma na outra.
-Estava cheia de saudades tuas! –Exclamo.

-Aí sim? –Interruga, ao levar a mão dele até á minha cara, para desfiar o meu cabelo da cara.

-Sabes bem que sim. –Murmuro ao rir-lhe.

-Ainda bem que sim princesa, porque eu tenho um presentinho para te dar. –Argumenta ao rir-se.
Uau, o Axel comprou um presente para mim?! Eu estou chocada! É raro ele dar "presentes", eu acho que só recebi um presente dele, foi quando ele me deu uns brincos! Á NÃO! Pois foi, o Belezanegra também, não me posso esquecer da maravilha de presente, que ele me deu claro, na nossa lua de mel! Aquele cavalo, foi a minha salvação naquela praia, se não fosse ele, eu não seria se a esta hora eu estaria aqui neste momento! O Axel deu a prenda de boa intenção, eu aposto que este, eu vou gostar com certeza. Volto a sentar-me no banco, ao ficar poucos centímetros mais baixa que ele.

-Hm, eu quero ver então! –Exclamo entusiasmada. O Axel tira um saco cor de rosa, que estava escondido atrás das costas dele. Uau, tanto mistério! –O que é? –Questiono sorridente, ao pegar no saco.

-Se eu te dizer, deixa de ser um presente! Eu quero que tu vejas, com os teus próprios olhos! –O Axel puxa o banco, para se sentar a minha frente. O Axel coloca-se de frente a mim, olho para ele e ele estava estranho... Parecia que o Axel estava meio ansioso, para que eu abrisse o saco.

Ansiosa e entusiasmada, abro aquele saco, ao ver no fundo dele, uma coisinha branca e pequena. Mas... o que é isto? Coloco as mãos lá dentro, ao pegar naquela coisa e não consigo esperar, nem mais um segundo e começo a sentir aquelas pequenas lágrimas, a formarem-se nos meus olhos. Eu não acredito...

-Oh Axel... –Sussurro baixinho. –É lindo! –Estendo o body branquinho, em cima da bancada e não consigo conter, aquelas lágrimas de felicidades! –Eu sou a princesa dos meus pais. –Repito emocionadamente, aquela frase carinhosa, que estava escrita no body. –É lindo amor... –Sussurro emocionada.

-Eu queria comprar, alguma coisinha para a nossa princesinha, ela ainda é pequena, então pensei que ias gostar do body. –Murmura.

-É lindo amor. –Viro-me de frente para ele, levanto a minha mão até á cara dele, aproximo-me mais para a frente e o dou-lhe um beijo rápido.
Sorridente e feliz, volto o meu olhar até aquele body maravilhoso, pego nele e o guardo de volta no saco. Mesmo que eu não diga nada, eu consigo ver o quanto este presente significa para ele, este é o primeiro presente que ele oferece á nossa filha, nota-se que tem um significado importante para ele! Apesar do presente dele ser só um body, pelo menos o primeiro body para ele, o que conta é a intenção dele e claro, que é a primeira vez que ele compra algo para a menina.

-Ashley... –Viro o olhar até ele, ao ouvi-lo chamar pelo meu nome, num sussurro. –Vamos até ao teu quarto, para falarmos? –Questiona, num ar serio.

-Passa-se alguma coisa? –Pergunto preocupada. Direciono o meu olhar até ao fogão, á espera de encontrar a minha madrinha a fazer o almoço, mas percebo que estavámos sozinhos na cozinha. Ela saio, sem ninguém dar por isso!

-Não amor. –O Axel pega na minha mão, ao entrelaçar os nosso dedos. –Só vamos conversar.

-Está bem. –Sussurro.

Levanto-me da cadeira, pego no saco e saímos da cozinha, em direção ao meu quarto. Hm, o Axel estava sério, quando me pedi-o para ir-mos até ao quarto, será que passa-se alguma coisa?! Será que aconteceu algo? Que eu me lembre, nós não temos nada sério para falar. Nós já fizemos as pazes outra vez, acho que não á mais nada para falar, pelo menos que eu pense.

Abro a porta do quarto, entro nele, enquanto o Axel afastava-se de mim, para fechar a porta do quarto. Este silêncio tornava-se mais estranho ainda, confesso que estava a ficar preocupada com o que ele poderia ter para falar comigo, assim de tão sério! Caminho até ao meu sofá, coloco o saco em cima dele e dirigo-me até á cama. Sento-me no meio dela, com as pernas cruzadas e fico a olhar para o Axel, que acaba por sentar-se ao meu lado.

-Axel, o que é que se passa? –Questiono preocupada. O Axel estava sério e não sei se isso era bom ou mau...

-Ashley, para comecar eu queria pedir-te desculpa, pelos meus ataques de ciúmes. Tu estás longe de mim, a quilometros de distância e isso está a dar comigo em maluco! –Exclama. Afinal, o assunto não é assim tão sério, como eu pensava.

-Axel, nós ja falamos sobre isso... –Sussurro.

-Eu peço desculpa, estares longe de mim, deixa-me completamente louco e eu acabo por descarregar em ti... desculpa. –O Axel baixa o olhar dele.

-Axel, eu compreendo o teu lado, mas não podes descarregar em mim, eu não tenho culpa... –O Axel aproxima-se mais de mim, ao surpreender-me, ao deitar a cabeça dele por cima das minhas pernas, de maneira a ficar de frente a frente com a minha barriga.

-Podias voltar comigo para Boston... –Sugere cautelosamente. O Axel coloca a mão dele, na minha barriga e esgrega-a de cima para baixo.

-Axel, nós já falamos sobre isso. –Sussurro. Coloco a minha mão no cabelo dele, ao passar os dedos por os fios de cabelo, até passar pela cara dele. Fazia pequenos gestos, para cima e para baixo, com as unhas. Sabia que era um gesto, que o Axel parecia gostar, então simplesmente continuei.

-Amor, a nossa princesa precisa de nós juntos, precisa do cantinho dela...

-Ela também tem, um quarto aqui em casa.

-Ashley... –Suspira. –Os teus padrinhos, também precisam de privacidade.

-Eu sei e eu já me sinto mal com isso. Mas eu não tenho nada em Boston Axel, a minha família está aqui, os meus padrinhos são a minha família. –Explico.

-Amor, chegou a hora de falares também, com os teus pais. –Murmura seriamente.

-Outra vez essa conversa Axel? –Reviro os olhos. Eu até posso tentar perceber, que ele queira que eu volte para Boston, mas voltar para Boston ou voltar para ele, não significa que eu tenha que falar com os meus pais! Há limites em certas coisas!

-Amor... -Sussurra o meu nome profundamente. –Eu não acho justo, teres me perdoado a mim e não a eles. Ambos tivemos culpa no que aconteceu...

-Axel, respeita a minha decisão, pelo menos uma vez na vida! –Exclamo confiante.

-E eu respeito Ashley, mas não concordo. –Argumenta. Axel não diz mais nada, simplesmente encosta mais a cabeça contra a minha barriga e fica a fazer-me cossegas na barriga, ao passar as mãos dele para cima e para baixo.

-Filha... nós temos que convencer aqui a maman, para ir-mos ver os avôs, o que achas princesa? –Começo a sorrir espontaneamente, ao ver o Axel a falar com a nossa filha, como se eu não estivesse aqui prensente. –Tu precisas de ver os avôs, não é meu amor? –Questiona. Era querido e fascinante, ver ele a falar com a nossa filha, principalmente para convencer-me a alguma coisa. –O que achas filha?

-Axel, eu estou aqui, caso não saibas. –Murmuro, ao puxar o cabelo dele para trás, devagar.

-Eu sei amor, mas eu estou a falar com a nossa menina. –Fico surpreendida, ao sentir a minha filha a mexer-se, no sitio onde o Axel passava a mão constantemente. –Olha, olha vês, a nossa princesa também concorda comigo! –Exclama o Axel, todo feliz. Não consigo evitar, não revirar os olhos!

-Axel, ela é um bebé, ainda não sabe do que é que tu estás, para aí a falar! –Reclamo.

-Amor. –O Axel levanta a cabeça do meu colo e senta-se ao meu lado na cama. O Axel passa o braço direito dele, pelos meus ombros e puxa-me devagar contra o seu peito. –Eu não estou a pedir muita coisa, mas pelo menos para eles ficarem a saber que tu estás bem e que estamos á espera de uma princesa.
-Axel, que diferença faz, se eles souberem ou não souberem?! Se ficaram meses sem saberem nada de mim, também podem ficar mais tempo! –Exclamo.
-Ashley... –Suspira.

-Axel, eu não consigo esquecer, que eu estou nesta situação, por causa deles... –Sussurro num tom triste.

-Amor, eu não estou a pedir para tu esqueceres, mas pelo menos falares com eles, para eles ficarem a saber que estás bem e que vão ser avôs. Já se passaram 4 meses, acho que está na hora de falarem. –Argumenta.

-Axel, eu não quero! –Exclamo decidada. –E para de insistir com isso por favor, eu não quero discutir contigo por causa disto. –Mais uma discução, era tudo o que eu menos queria neste momento!

-Por que é que tu não vens comigo, até Boston? –Questiona.

-Axel, eu já te disse que não vou fazer nada para Boston! Eu estou bem aqui. –Repito mais uma vez. Eu detesto, quando as pessoas ficam a insistir muito comigo, sabendo que eu já disse que não! Eu até posso perceber, que ele queira que eu vá com ele até Boston, para contar a novidade aos pais dele, mas eu não vou morar com ele em Boston, não!

-Mas pelo menos, só uns dias... –Sussurra. –Podemos ir só dois ou três dias, vias os meus pais, a Isabel...

-Aí Axel... –Suspiro profundamente.

-Por favor amor...

-Está bem Axel! –Exclamo derrotada. O Axel senta-se de lado de repente, ao sorrir para mim, com o maior sorriso, como se fosse um miúdo.

-Estás a falar a sério? –Questiona surpreendido.

-Sim Axel, estou. Mas não penses que esta pequena visita, seja qualquer convencão para ficar em Boston! Eu vou, mas volto! –Exclamo. O Axel volta á mesma posição em que estava e eu acabo por voltar a deitar-me como antes.

-Ashley, não gostarias de ter uma casa só nossa?

-Como assim? Morar-mos só nós os dois? –Pergunto surpreendida.

-Sim. Nós poderiamos comprar uma casa, só para nós e assim, eu deixava aquela casa para o meu irmão e a Liane. –Explica. Afasto-me dos braços dele, ao sentar-me de joelhos de frente para ele.

-Estás a falar a sério? –Questiono ao sorrir para ele, contente com a ideia.

-Sim Ashley. Quando eu estava a entrar na cozinha, eu ouvi a tua conversa com a tua madrinha e eu sei o quanto te sentes desconfortável, por estares aqui na casa dos teus padrinhos. –Argumenta.

-Sim... eu sinto que estou a dar-lhes trabalho e a privar da privacidade deles. –Murmuro.

-Então... podemos começar a escolher umas casas se quiseres. –Propõe.

-Sim não vejo porque não, mas não quero uma casa muito grande, nem muito cara. –Murmuro. –Uma casa simples, barata chega perfeitamente.

    

-Sim princesa, tudo o que tu quiseres. –O Axel aproxima-se de mim, passa a mão dele em cada lado da minha cara e beija-me com ternura.

Vejo que ele ficou contente com a minha decisão, de aceitar ir com ele para Boston só por dois ou três dias e claro também, por aceitar procurar uma casa para nós os dois. Acho que ele já estava a espera disto a muito tempo, pelo menos parece que sim! Acho que já está na hora, de sair da casa dos meus padrinhos e viver a minha vida, sem os incomodar. Eu estou muito grata, por tudo o que eles fizeram por mim, quando eu decidi fugir do hospital, mas eu também sinto que estou aqui a impedir a privacidade deles, como se eu estivesse no meio deles constantemente e claro que eu não me sinto nada bem com isso! Os meus padrinhos, tiveram a ideia de fazer-mos o quarto da menina aqui na casa deles, no inicio eu não achei necessário, vistos que ela poderia dormir no meu quarto, visto que ainda é pequena, mas os meus padrinhos fizeram questão de transformar o quarto de hospedes, no quarto da minha filha. Com forme os dias foram passando, nós acabamos por fazer o quarto dela, aos poucos e poucos, em conjunto e agora ter que o desmanchar... irei sentir pena disso! Eles não se importaram de fazer de um quarto de hospedes, no quarto da princesa e vou sentir-me mal, se o tiver que o desmanchar todo outra vez, depois da disponibilidade e da atenção que eles deram!

O Axel para o beijo e esfrega a testa dele na minha, várias vezes. O Axel parece uma criança autêntica, ele estava completamente feliz por eu ter aceitado ir com ele até Boston e parecia que ele fazia uma festa dentro dele!

-Eu preciso de fazer uma chamada. –Murmura e dá-me um beijo na testa.

-Está bem. Podes ficar aqui no quarto, que eu vou ajudar a minha madrinha a por a mesa. Ficas para almoçar, eu espero! –Murmuro.

-Se a tua madrinha não se importar, eu fico sim amor.

-Sabes que ela nunca se importa. –Respondo.

Levo a minha mão até á cara dele e passos meus dedos pela sua barba. Quando eu morava lá em casa, eu não reparava assim em certos pormenores no Axel. Eu estava mais preocupada em ficar longe dele, longe do casamento, que nem sequer me preocupei com mais nada á minha volta! Mas no entanto, eu agora gosto de vê-lo assim com barba, dá-lhe outro visual mais sensual. Levanto-me da cama e caminho até á porta. Acho que esta pequena conversa com o Axel, foi só uma parte para conseguir colocar as minhas ideias e os meus pensamentos em ordem. O Axel também tem razão, vai ser como uma nova etapa nas nossas vidas, se nós formos morar juntos, fazer a nossa vida e dar uma nova oportunidade para aquilo que ambos sentimos. Tenho que começar a pensar mais, naquelas palavras carinhosas que a minha madrinha me diz e eu sei que ela tem razão, porque esta pode ser uma nova oportunidade na minha vida.

Ao chegar á cozinha, vejo a minha madrinha de costas para mim, a continuar a mexer no fogão. Eu vou ter saudades destes momentos assim, como se fosse de mãe para filha.

-Com quem tão, a senhora desapareceu? –Questiono ao entrar na cozinha de repente. Vejo a minha a madrinha, a dar um pequeno salto de susto, ela olha para trás e sorri para mim.

-Aí Ashley, não me assustes! –Exclama.

-Desculpa. –Murmuro. –Olha o Axel pode almoçar connosco?

-Claro que sim Ashley, que pergunta. –Ela vira-se novamente de frente para o fogão.

-Eu vou por a mesa! –Caminho até ás gavetas, para pegar na toalha e nos talheres.

-Então, vocês estão bem? –Questiona.

-Sim. Ele deu-me um presente, que era um body branco, com frase escrita. –Murmuro. Caminho até á mesa e coloco tudo pronto para nós.

-Foi querido da parte dele. –Murmura.

-Sim. –Volto até aos armários, para pegar os copos.

-Falas-te com ele, sobre o ramo de flores? –Questiona. Coloco os copos em cima da mesa, em cada lugar, vou até á bancada e puxo o banco para me sentar.

-Não e eu acho que não vou falar.

-E vais dizer o quê, quando ele for a ver as flores?

-Sempre podemos dizer, que foi o padrinho que te deu... –Murmuro.

-Ashley! –A minha madrinha vira-se para mim, com um ar sério, em reprovação. –Sabes bem que mentir, não é a solução de nada! Mentir tem perna curta e se não queres mais uma discucão com o Axel, séria melhor contares a verdade, do que estares a mentir! –Exclama seriamente.

-E eu digo o quê madrinha? Eu não posso contar ao Axel, que o Lucas enviou o ramo de flores, tu nem imaginas a discucão e os ciúmes que ele vai ficar! O Axel não pode saber das flores! –Exclamo.

-E porque é que eu não posso saber?! –Arregalo os olhos assustada, ao ouvir a voz do Axel na entrada da cozinha. Viro a cara até ele e o vejo encostado á parede, com os braços cruzados, a olhar para mim seriamente. Desvio o olhar até á minha madrinha, que olhava para mim seriamente, com aquele olhar de "eu avisei". –Eu estou á espera de uma resposta Ashley!

      

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