Capítulo 64
-Ashley, estás aí a fazer o quê, mais uma vez? –Assusto-me, ao colocar a mão no coração, ao ouvir a voz da minha madrinha, na porta do quarto.
-Que susto madrinha. –Suspiro ao acalmar o meu coração.
-Ashley, porque é que tu não vais, espairecer até ao parque? Sai um pouco de casa, vai apanhar ar, vai fazer-te bem a ti e a menina. –Argumenta.
-Eu estou cansada madrinha. –Respondo, ao guardar o body cor de rosa, dentro da gaveta e fecho-a.
-Tu estás cansada, mesmo de não fazeres nada! Se fores passear, isso vai fazer-te bem, vais esticar as pernas, isso vai fazer-te bem depois para o parto. –Argumenta. A minha madrinha aproxima-se de mim e empurra a porta do armário, para a fechar. –Mesmo antes do Axel vir até aqui, eu já te tinha dito que deves de fazer as coisas normalmente. Sem esforços claro, mas também não podes parar com a tua vida, por causa da gravidez minha querida. Vai passear, isso vai fazer-te bem ás pernas e também para a dilatação! O Axel pedi-o para ficar a tomar conta de ti, não vais ficar aqui em casa até que ele volte. –Murmura, ao segurar na minha mão.
-O Axel só voltou para Boston á uma semana, não precisas de ligar aquilo que ele diz! Mesmo que eu o tenha perdoado, eu faço o que eu quero, nós vamos com calma. Não lhe devo justificação alguma, vou vivendo um dia de cada vez! –Puxo a mão da minha madrinha, para fora do quarto. –O Axel está a por a carroça a frente dos bois, as coisas tem que ir com calma.
-Anda, vamos até á sala. –Murmura e começamos a descer as escadas, até á sala.
É... o Axel voltou para Boston á uma semana, ele teve que resolver um problema qualquer, que o James não conseguia resolver, mas claro que ele pedi-o aos meus padrinhos para cuidarem de mim! Apesar do que aconteceu comigo e com ele, ele falou com a minha madrinha, pedi-o desculpas e explicou mais ou menos, a nossa situação. O Axel não sabe, que eu contei aos meus padrinhos, sobre o por quê deste casamento. Ele pensa que eu não contei nada, por isso que o Axel não entrou em muitos detalhes, quando explicou o que tinha acontecido! Claro que o meu padrinho, como é homem e preocupa-se comigo como se fosse filha dele, acabou por "ralhar" com o Axel sobre o que ele contou. Eu pedi aos meus padrinhos, para evitarem falar sobre o assunto, com o Axel perto de nós...
Sento-me no sofá e solto um suspiro profundo. A minha madrinha senta-se ao meu lado, de forma ao ficar de lado para mim e coloca a mão dela sobre a minha barriga. A minha madrinha, só tem um filho, naquela altura, ela não podia ter mais filhos e acabou por ficar só com ele. Daí, como eu estou gravida e que é uma menina, ela aproveita todos os momentos para tocar na minha barriga, para ajudar-me nas roupinhas, em explicar-me as coisas e etc... Como se eu fosse uma filha para ela e claro, que como se ela fosse uma avó para a minha filha! Eu fico feliz, em ter a ela e ao meu padrinho nesta fase complicada da minha vida, se não fosse eles, eu não sei o que seria de mim neste momento da minha vida!
-Eu acho, que tu tens que sair mais de casa Ashley, sabes que andar vai fazer-te bem as pernas e a dilatação também. –Argumenta.
-Madrinha, eu estou cansada hoje e para além disso, está a chover. Eu não vou sair com a chuva.
-Isso é só uma desculpa que tu dás! –Exclama. –Vamos nós as duas, comprar as coisas para a menina. –Propõe, ao sorrir alegremente para mim.
-Não madrinha, não. Eu já disse ao Axel igual, eu não quero comprar as coisas assim tão cedo! Eu quero esperar, mais uma mês pelo menos... –Explico. O Axel, também já insisti-o bastante sobre este assunto...
-Esperar por quê, Ash? –Questiona surpreendida.
-Porque sim madrinha, eu não quero comprar mais nada, sem ter pelo menos 7 ou 8 meses de gravidez. –Coloco as mãos, nos lados da minha barriga. –Eu não quero comprar as coisas antecipadamente, depois pode acontecer alguma coisa e eu, vou acabar por ficar com tudo baseado nenhumas recordações. –Explico. O meu coração não iria aguentar, se eu a perdesse... eu ia sofrer o maior desgosto da minha vida!
-Isso não faz sentido nenhum minha querida, tu e a princesa, estão ótimas de saúde, não vai acontecer nada que venha a prejudicar a gravidez. –Argumenta seriamente. Eu sei que nem todas as mulheres são iguais, não tem o mesmo corpo... mas muitas das vezes o que acontece entre elas, pode acontecer com mais mães, é repetitivo e eu tenho medo! Muitas vezes, mães e crianças que estão bem saúde, acabam por perder os bébés antes do nascimento, isso começa a ser comum entre elas! –Para além disso Ash, tu já montas-te o quarto dela, achas que faz algum sentido, montares o quarto e não compares o resto das coisas? Claro que não. –Responde á sua própria pergunta.
-Eu só tenho medo madrinha... –Baixo a cabeça, até á minha barriga. –Eu quero levar as coisas com calma, sem pressão.
-Isso é normal minha querida, mas estás a levar uma gravidez saudável, correta... nada vai acontecer. –Murmura confiante. Sim, se calhar ela pode ter razão, poderia ser uma das boas oportunidades, de poder comprar alguma coisa em conjunto com o Axel. De o deixar participar um pouco mais, deixar que ele tenha escolhas também, em algumas coisas!
-Vou pensar nisso madrinha. –Aproximo-me dela, ao colocar a cabeça no ombro dela e sinto um beijo da sua parte, na minha testa.
-Não achas que já está na hora, de decidires um nome, para a princesa? –Questiona curiosa.
-O nome já está decidido, aqui na minha cabeça. –Volto a deitar-me para trás, na mesma posição que eu estava.
-Qual? –Abre um sorriso enorme, com aquela "esperança", que eu fosse contar alguma coisa.
-Isso, não posso dizer. –Respondo ao sorrir de lado.
-Então por quê? –Questiona espantada e surpresa.
-Porque eu quero fazer surpresa, eu estou indecisa por dois nomes... acho que vou escolher depois com o Axel e assim fica surpresa para vocês. –Sorri-o alegremente. Eu sei que ela não gosta muito de suspense, mas desta vez, vai mesmo ter que ser!
-E se eu te... –Nós as duas somos interrompidas, pelo barulho do telefone a tocar. –Deixa estar que eu vou. –A minha madrinha levanta-se do sofá, antes que eu possa sequer pensar em levantar-me e caminha até ao corredor, onde estava o telefone de casa. –Sim... há és tu Axel... Sim, sim eu vou passar... sim ela está aqui comigo na sala... –A minha madrinha, volta para a sala e para a minha frente. -Está bem... sim para ti também... –A minha madrinha, estende-me o telefone e sussurra baixinho, que vai deixar-me sozinha ao telefone com o Axel.
-Sim?
-Ashley, eu estava preocupado contigo, estás bem? –Questiona preocupado e num tom nervoso.
-Eu estou bem Axel. –Murmuro. –Passa-se alguma coisa? Porque é que estás a ligar aqui para casa?
-Eu liguei para o teu telemóvel, mas como não atendias fiquei preocupado e liguei para tua casa. –Explica, ao soltar um suspiro profundo e longo.
-Há, eu não ouvi, eu estava no quarto da nossa filha e depois vim para a sala, mais a minha madrinha. Desculpa.
-Não faz mal. –Suspira. –Eu estava aqui a tentar trabalhar, mas eu queria ouvir a tua voz. –Um sorriso cresce automaticamente, nos meus lábios.
-Nós falámos ontem á noite, não me digas que já estás com saudades. –Respondo num tom de brincadeira. Uau, quem diria que ele iria ter, quais queres saudades minhas...
-Sabes bem que sim Ashley, tuas e da nossa princesa. –Sorrio envergonhada, com o comentários dado por ele. –Como é que vocês estão?
-Ela está bem, ela está quieta, por isso eu acho que ela está a dormir. –Passo a minha mão, pela barriga. Como ela está quietinha, eu pelo menos acho que ela está a dormir, quando ela não se mexe pelo menos dorme...
-E tu como é que estás hoje? Ontem não estavas lá muito bem, estavas com um ar estranho amor, eu não gosto disso! –Reviro os olhos, ao ouvir a exclamação exagerada dele preocupado.
-Axel, eu disse-te que tinha vomitado ontem, eu também estava cansada, alias tenho andado bastante cansada. –Fecho os olhos, por alguns segundos.
-Ashley, eu já te disse para ires ao medico, isso pode não ser normal... ainda não estás nos 6 meses da gravidez! –Solto um suspiro profundo. Ainda agora, eu lhe dei uma oportunidade e já pensa em dar-me ordens e mais ordens!
-Axel eu estou bem, isto aqui faz parte da gravidez. –Respondo num tom calmo.
-Mesmo assim, eu vou marcar uma consulta, para ires ao medico ver isso! –Exclama.
-Axel, não é preciso, se piorar eu vou ao medico acredita. –Tento tranquiliza-lo. Eu até posso perceber, que ele esteja preocupado comigo, mas ele só tem que acreditar na minha palavra, quando eu lhe digo que eu estou bem e que, eu vou ao médico se piorar!
-Ashley! –Chama o meu nome, num tom arrogante e rígido. –Quando eu voltar para Portland, nós vamos ao medico!
-Mas, vais voltar para Portland? –Questiono surpreendida.
-Claro, estavas a espera que eu ficasse separado de ti? –Questiona, como se aquilo suasse como uma... não sei explicar, parecia uma coisa óbvia!
-Não vais deixar de fazer a tua vida aí em Boston, só porque eu estou aqui. –Respondo seriamente. –Axel, para todos os efeitos, apesar de eu te ter perdoado, isso não quer dizer que vamos voltar a ser um casal! Eu preciso do meu espaço e do meu tempo! –Exclamo.
-E tu tens o teu espaço Ashley, tu não me vês aí contigo, pois não?! Eu vim para Boston para tratar de uns assuntos, tu ficas-te aí, mas eu não estou a fazer-te pressão para o que quer que seja, pois não? Se eu estivesse, a esta hora não estavas aí ou eu aqui! Apesar de estares aí, nós continuamos casados, continuas a ser minha mulher! –Exclama seriamente. Será que vamos voltar a discutir??? Nós discutimos á dois dias atrás, por causa dele estar em Boston e eu aqui, mas parece que ele quer voltar a discutir mais uma vez. Eu já lhe disse mais do que uma vez, que eu não vou voltar para Boston com ele, eu vou ficar aqui e mais nada! Ele que não pense, que isto aqui vai ser como antes, onde ele vai mandar em mim como e quando quer! Porque se ele pensa assim, ele está muito enganado!
-Olha, sabes uma coisa? –Faço uma pausa, por dois segundos. -Nós vamos continuar como estamos, adeus! –Desligo a chamada e mando o telefone para cima do sofa.
Aí que nervos, este homem não consegue ser uma pessoa normal? Mesmo que ainda tenhamos este maldito casamento, ele não pode se esquecer, que está cada um para o seu lado! Eu posso perfeitamente, mudar de ideias e pedir o divórcio! Ainda não falei com a minha advogada, para anular os papeis, posso perfeitamente mudar de ideias num abrir e fechar de olhos!
-Ashley, não ouves o telefone a tocar? –Questiona a minha madrinha, ao entrar na sala, enquanto secava as mãos molhadas, no avental da cozinha.
-Eu ouço, mas não vou responder. –Respondo irritada.
-Por quê minha querida? –Questiona, ao sentar-se ao meu lado.
-Porque é o Axel, a ser machista! Eu não vou atender e mais nada! –Exclamo. Este homem, não consegue ver o quanto me irrita e me chateia, este lado machista dele! Ele não mudou em nada, ele continua o mesmo de sempre e isso nunca mais mudar!
-Aí minha querida, desde que o Axel se foi embora, eu já perdia a conta, de quantas vezes é que vocês já discutiram. –Murmura.
-Eu não tenho paciência para estar a discutir com ele madrinha. –Suspiro e levanto-me do sofa. –Eu vou até ao quarto madrinha, vou ligar á Sophia. Precisas de ajuda, em alguma coisa? –Questiono.
-Não minha querida, podes ir. O jantar já está quase pronto. –Sorri, alegremente para mim.
-Obrigada madrinha. –Aproximo-me dela, dou-lhe um beijo na testa e dou-lhe um pequeno abraço.
-Vai lá minha querida.
Afasto-me dela, ao caminhar até ás escadas, tenho saudades de falar com a Sophia, a minha melhor amiga que já não falamos, á mais ou menos 2 meses e eu já tenho saudades dela! A Sophia andava um pouco ocupada, por causa dos exames e claro, que eu não queria incomodar-lhe. Mas os exames já acabaram, por isso não á problema algum em lhe ligar!
Abro a porta do meu quarto e a primeira coisa que só vejo, era o meu telemóvel a piscar, em cima da cama. Reviro os olhos, ao lembrar-me que essa luz verde, que piscava no meu telemóvel, eram as chamadas perdidas do Axel! Encosto um pouco a porta, aproximo-me do meu telemóvel, carrego no botão para o desbloquear e vejo que eu estava certa! Eu tinha 8 chamadas não atendidas do Axel, era incrível como este homem era persistente! Eu vou ligar para a Sophia, foi para isso que vim para o quarto! Marco o número da Sophia e deixo chamar algumas vezes. Eu espero, que ela não esteja ocupada a esta hora...
-Sim? –Ouço finalmente a voz dela.
-Não acredito, que não tiveste nem um pouco de saudades minhas... –Murmuro.
-Há és tu Ashley. –Responde surpreendida. –Desculpa, eu estava a arrumar as coisas da escola, não vi quem era. Então, está tudo bem?
-Sim e tu como estás?
-Eu estou bem, aliviada por os exames acabarem finalmente. –Suspira.
-Correram-te bem?
-Sim, mas faltavas lá tu... –Solto um suspiro, triste, por ouvir as palavras dela.
-Acho que, só vou voltar para o ano, ou mesmo daqui a dois anos. –Argumento.
-A menina vai nascer no verão, não á problema, de entrares agora em Setembro Ashley.
-Ela vai precisar de mim durante o dia, ela vai ser muito pequena, para se manter afastada de mim por oito horas. –Explico.
-Sabes que á aulas á noite, ou sempre podes pagar, para teres aulas pelo computador.
-Achas que fica muito caro?! –Questiono interessada. –Sabes que eu já não trabalho, eu não quero pedir dinheiro a mais, para os meus padrinhos... eles já estão a ajudar-nos a ficar cá em casa, não quero pedir dinheiro assim. –Eu gostei dessa ideia, de fazer as aulas pelo computador... assim eu fico mais próxima da minha filha, onde eu posso estar atenta, para aquilo que ela precisa. Mas também, deve ser caro e claro, que eu não quero pedir dinheiro assim, aos meus padrinhos, eles não tem a obrigação de me pagarem nada!
-Porque não pedes ao Axel? Eu acho qu...
-Não Sophia, não! –Exclamo, ao interrompe-la.
-Por quê? Ele é o pai Ash, e para além disso, foi por causa dele que tu paras-te a faculdade. Eu acho mais do que justo, de ser ele a pagar-te as coisas. –Argumenta. Por um lado ela tem razão... quer dizer, foi e não foi por causa dele. A culpa foi dele, por ter ficado 2 meses longe da faculdade, mas também aqui em Portland, sempre poderia estudar e não vou por causa da minha filha. Eu não a culpo, nunca, jamais faria isso! Mas simplesmente, não posso ir para a escola, sabendo que estou grávida. Gravidez não é doença, mas eu iria faltar a muitas aulas por causa das consultas, ou se eu me sentisse mal... e eu não quero isso. Eu quero ter uma gravidez sossegada, é o meu primeiro filho e eu quero que tudo corra bem!
-Eu não preciso do Axel, para nada! –Exclamo.
-Uau... porque é que estás a dizer isso assim?! Eu pensava que vocês já estavam bem. –Responde surpreendida.
-Mas não estamos, eu estou bem, sozinha por uns dias! –Argumento.
-Não queres explicar o que aconteceu?
-O Axel voltou para Boston, por causa do trabalho. No início, nós tivemos uma mini discucão, porque ele queria que eu fosse com ele e que depois voltasse, mas eu disse que não e aí tornou-se uma discucão, mas depois resolvemos. –Explico.
-Porque é que que tu, não foste com ele?! Tu já o perdoas-te.
-Eu não vou fazer nada para Boston Soph, nada! A minha família está aqui, ele é só o pai da minha filha, de resto mais nada me prende em Boston. –Argumento.
-Como assim, só o pai da tua filha? –Questiona, ao repetir o que eu tinha dito. –Ashley, tu não o perdoas-te? Porque é que agora, estás a dizer isso?
-O Axel quer que eu vá morar com ele, á certas atitudes machistas que ele tem, que eu não gosto e ele não vai entender isso tão cedo! –Explico.
-Mas foi com esse feitio dele, que tu te apaixonas-te por ele, não o podes censurar por ele ser assim.
-Não o estou a censurar, mas que pelo menos, ele mude um pouco. –Murmuro.
Eu gosto deste Axel que ele é agora, que mostra os sentimentos dele por mim, que se preocupa comigo e com a filha, que seja ele próprio... mas claro, que eu também tenho medo, que ele volte a ser como ele era. Antigamente, o Axel via-me como um trofeu, como uma pose sobre mim, como se eu fosse uma qualquer para ele! Eu não quero que ele volte a ser como antes, onde ele pensa que pode mandar em mim, onde ele me prenda no castelo dele, eu não quero ele assim! Uma vida a dois, tem que ser os dois a discutirem sobre ela, não pode ser só um...
-Olha, devias de falar com ele devagar, mostrares a tua versão da situação.
-Sim é o que eu vou tentar fazer.
-Então, vamos mudar de assunto. Como está a minha princesinha? –Consigo sentir uma alegria, no outro lado.
-Ela está bem sim, ela deve de estar a dormir, porque quando ela não se mexe, é sinal que ela está a dormir. –Explico, ao passar as mãos pela minha barriga.
-E já escolheram o nome? Eu quero saber o nome dela!
-Eu já escolhi sim, mas não vou dizer a ninguém.
-Por quê? É a minha sobrinha, eu tenho que saber!
-Sim, mas eu... –As minhas palavras são interrompidas, ao ouvir o som do meu computador a tocar. –Espera Soph. –Levanto-me da cama, caminho até ao meu computador que estava em cima do sofá, abro-o e vejo que era o Axel, que estava a ligar-me para fazer vídeo chamada. –Sophia, eu ligo-te mais tarde, pode ser? O Axel está a ligar-me, para fazer vídeo chamada com ele.
-Claro e vê se vocês resolvem, o vosso problema.
-Claro. Até logo.
-Ate logo. –Desligo a chamada, pego no meu computador e caminho até á cama.
Olho para aquele ecran, onde mostrava a fotografia do Axel... ele não parava de insistir e se eu desligar a chamada, ele vai continuar a ligar para mim! Carrego no botão para atender e vejo o corpo do Axel, sentado na cadeira do escritório dele.
-Eu tentei ligar para o teu telemóvel, mas não dava Ashley, podias ter atendido ás minhas chamadas e não te comportares como uma criança, ao ignorar-me! –Exclama irritado.
-Se tu ligas-te para vir discutir comigo, eu vou desligar e só volto a falar contigo, quando me apetecer! –Exclamo irritada. Ainda á pouco, estive a falar com ele e já está a discutir comigo, outra vez?
-Eu preocupo-me contigo Ashley, mas parece que isso para ti é igual! –Fecho os olhos e conto até cinco, para não irritar-me mais uma vez.
-O que é que tu queres? –Questiono, abro os olhos e olho para ele, normalmente.
-Eu queria ver-te, estava com saudades tuas e ver como estavas hoje. –Explica mais calmo.
-Hm, interessante... Tu saberias mais sobre mim, se tu deixasses de ser machista e de pensares que tu podes mandar em mim, mesmo a quilómetros de distância!
-Ashley! –O Axel passa a mão pelos cabelos nervoso, ele estava stressado com alguma coisa e via-se o quanto ele está cansado. –Eu estou preocupado contigo, eu não estou aí contigo, qualquer coisa sabes que eu fico preocupado!
-Mas eu já te disse que eu estou bem, não vais começar a usar a minha filha, só para tu poderes pensar, que podes mandar em mim! Não te esqueças que eu posso perfeitamente continuar com o pedido de divórcio!
-Agora vais usar isso como desculpa, para pensares que podes ameaçar-me de qualquer maneira?! –Viro a cara para o lado, irritada. Este homem consegue tirar-me do sério, mesmo a sei lá quantos quilómetros de mim! –Ashley, minha querida, não penses que és a única que pode fazer o que quer que seja, não te esqueças disso!
-OLHA EU VOU DESLIGAR, SE TU CONTINUARES COM ISSO PERCEBES?! –Levanto o meu tom de voz, ao perceber do que ele estava a falar. –Foi para isto, que tu quiseste ver-me? Foi para isto, que tu quiseste encontrar?! –Questiono irritada. Claro, que a simpatia dele não ia durar muito, claro que ele ia encontrar alguma coisa, que me fizesse prender a ele!
-Ashley. –O Axel solta um suspiro profundo. –Eu liguei-te, para te ver e não foi para discutir contigo! Tu estás muito exaltada, tens que ter mais calma por causa da menina! Tu é que começas-te, a puxar o assunto do divórcio, não fui eu...
-Desculpa... –Sussurro, ao fechar os olhos. Esta gravidez, anda a alterar-me as hormonas todas! Ando sensível, choro por pouca coisa, até ao ver as roupas da minha filha, ás vezes eu desabo por completo... e por pouca coisa, irrito-me! –Eu ando com as hormonas alteradas, por causa da gravidez, desculpa. –Abro os olhos e dou-lhe um pequeno sorriso.
-Mas não podes, descarregar em todos Ashley.
-Eu sei. Como é que vai as coisas por aí? –Questiono ao mudar de assunto e aliviar este ambiente pesado, que pairava pelo quarto.
-Felizmente vão bem princesa. Fizemos um novo negócio, com uma das vendimas, vai valer bem a pena. –Explica.
-Interessante, nunca me falas-te dos teus negócios.
-Também nunca perguntas-te. –Deito a língua de fora.
-Nós também passávamos quase o tempo todo, a discutir e a discutir, não falávamos quase nada.
-Sim. –É tudo, o que ele responde.
-E o hotel, como é que ele está a seguir? –Questiono curiosa. É... digamos que, acabei por "trabalhar" umas horinhas, naquele plano, que agora eu fiquei curiosa para saber como vai as coisas.
-Está a seguir bem princesa. Já começaram as obras por dentro, mais ou menos daqui a 6 ou 7 meses e ele já estará pronto.
-Eu gostava de ir vê-lo um dia. –Murmuro. –Ele deve de estar giro. –Hm, acho interessante a evolução que o hotel levou. Quando eu estudei aquela planta, eu ainda era apenas uma principiante, eu sabia pouca .
-E claro que vais vê-lo. Quando eu voltar para Portland, eu levo-te até lá! –O Axel leva-me até lá?! Então isso quer dizer, que o hotel é perto daqui?
-Em que cidade é que ele ficou? –Questiono curiosa.
-Isso vai ser surpresa. –O Axel coloca-se todo para trás na cadeira e olhava para mim contente, sorria com aquele sorriso dele querido e fofo.
-Tu pareces cansado... –Sussurro.
-Sim, tenho trabalhado até tarde, estes últimos dias.
-Descansa também Axel, isso é importante, se não vais ficar descansas-te totalmente! –Exclamo preocupada. Nota-se que ele está muito cansado, pelo ar dele...
-Eu estou bem princesa, sabes que eu sou persistente e que não gosto de deixar as coisas a meio. Gosto de deixar tudo resolvido.
-Passa-se alguma coisa, aí na empresa? Alguma coisa que eu possa ajudar?
-Não princesa, nada que eu não consiga resolver e dentro de pouco tempo, poderei estar contigo nos meus braços! –Incrível, em como ele consegue mudar de assunto muito rápido e para que ele queira mudar de assunto, é porque não queria falar sobre isto e claro, que eu também não vou insistir!
-Axel, eu vou desligar está bem?! Eu vou ajudar a minha madrinha, com o jantar.
-Está bem princesa, eu vou terminar estes apontamentos e já vou para casa também.
-Olha descansa sim?! Nota-se que precisas, de descansar. –Murmuro preocupada. Por mais que seja mais forte que eu, eu não consigo evitar não estar preocupado com ele, agora que nós tivemos uma "reconciliação", é mais forte do que eu não ficar preocupado com ele.
-Sim princesa, tu também descansa e come bem! Sabes que tens que te alimentar bem e tomar as vitaminas todas! –Reviro os olhos, ao ouvir as palavras exageradas dele. –Eu ligo-te logo á noite, antes de ires dormir, para desejar uma linda noite de sono, ás minhas princesas, ás duas mulheres mais importantes na minha vida! –Sinto as minhas bochechas, a ficarem quentes de vergonha.
-Está bem. Vá, eu vou mesmo ter que desligar.
-Está bem. Eu amo-te muito sim princesa?
-Eu também te amo, Axel. -Ambos sorriamos um para o outro e desligo a chamada.
É, nós temos estas pequenas discuções, mas depois acabamos por fazer as pazes... O Axel também tem aturado muito comigo, eu confesso que sim, não tenho sido nada fácil ultimamente, estas hormonas andam todas trocadas, eu irrito-me muito facilmente e claro, que o Axel é quem acaba por levar com as culpas!
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