Capítulo 62
Abro a porta do meu quarto, entro em primeiro e coloco-me de lado para o deixar entrar. Eu não olhava para ele, mas via o corpo do Axel, a dirigir-se diretamente ao berço bege, que estava no lado direito da minha cama. Encosto a porta devagar e caminho até á cama. O Axel estava calado, olhava brevemente para ele e via ele a mexer nas poucas roupinhas, que estava na cama da minha filha. Eu quis guardar algumas roupas aqui no berço dela, eu já comecei a separar alguma poucas dela, que gostaria de levar para o hospital. Eu estou muito ansiosa, para que a minha nasça, eu quero tê-la nos meus braços o mais rapidamente possível. Sento-me de lado na cama, ao ficar de frente para o Axel e via o quanto os olhos dele brilhavam, ao ver aquelas pequenas peças de roupa da minha filha.
-São as únicas peças de roupas, que tens dela? –Questiona num sussurro, sem desviar o olhar dele daquele pequeno body cor-de-rosa.
-Não, eu tenho mais aqui no meu armário, eu deixei só essas peças aí na cama, porque eu estava a escolher o que queria levar para o hospital. –Argumento.
-E não compras-te mais nada? –Questiona.
-Como assim mais nada? –Questiono, ao tentar não mostrar o meu nervosismo. –Eu tenho um berço, tenho as roupas dela, tenho algumas chuchas... o resto eu compro com o tempo. –Respondo.
-Interessante o teu ponto de vista! –Exclama, ao colocar o body de volta na cama. –Não vais fazer o quarto dela? –Questiona sério, como se aquilo fosse mais uma indireta do que uma pergunta. Eu espero, que ele não tenha visto a porta do quarto da minha filha... também, quem é que me manda a mim, por um identificador na porta "quarto da princesa"! Eu espero que ele não tenha visto essa porta!
-Eu não quero, fazer o quarto dela aqui na casa dos meus padrinhos. Eles tem o espaço deles, o trabalho deles e eu só vou ficar aqui até ao nascimento, porque depois eu vou para a minha própria casa. –Argumento, ao tentar não mostrar o meu nervosísmo.
-Sabes, é muito interessante a tua explicação... –O Axel dá a volta ao berço, ao caminhar até mim e por reflexo levanto-me. O Axel para a poucos métros do meu corpo, olhava seriamente para mim e com aquele olhar intrigante. –A tua explicação é tão, mas tão interessante, que eu sei perfeitamente que estás a mentir! –Exclama. Abro a boca de espanto, ao ouvir a exclamação dele. –Ashley, não é com mentiras que vais conseguir manter-me afastado de ti e da minha filha! Eu estou a tentar mudar, aliviar a minha possessividade, o meu caracter, para eu poder ter-te de volta e pa...
-Axel, eu não vou voltar para ti, por isso não precisas de estar a mudar o que quer que seja! –Exclamo, ao cruzar os meus braços.
-Se eu não mudar, eu vou fazer as coisas á minha maneira e mais uma vez, tu não vais gostar! –Mas este ser humano, ainda tem a lata, de vir ameaçar-me na casa dos meus padrinhos? Mas quem é que ele pensa que é?
-Desculpa?! Tu ainda tens o descaramento, de estar a ameaçar-me dentro da casa dos meus padrinhos? Como é que tu tens coragem? É para isto, que tu me pediste primeiro, para veres as coisas da minha filha? Era para me ameaçares e mostrares a tua posse de machista? –Questiono irritada. Se soubesse, eu nunca o tinha convidado para vir ver as coisas da menina, eu nunca devia de ter pena dele, porque ele também nunca teve por mim, uma única vez!
-Como é que tu queres que eu seja de outra maneira, se tu ficas a mentir-me e a impedir-me de ter qualquer proximidade com a minha filha? –Questiona exaltado. –Ela também é minha filha Ashley, quer tu queiras quer não, eu tenho o direito de saber tudo sobre ela! –Exclama.
-Só que ela está aqui dentro de mim e não precisas de te preocupar! –Exclamo.
-Ashley, eu estou aqui, a passar por cima do meu orgulho, para tentar ter uma boa relação contigo e para conseguirmos nos dar bem! –Argumenta. Era só o que me faltava, orgulho?
-Orgulho? –Questiono cabisbada. –Por quê? Achas que eu não tenho razão, para estar chateada contigo?! Achas que tu é que tens, toda a razão do mundo? –Questiono ironicamente. –Só eu sei, o que eu passei naquela casa contra a minha vontade, tu não fizeste nada, não te importas-te uma única vez que fosse com o que eu poderia estar a sentir! Tu nunca te importas-te com o que eu poderia pensar, tu não te importas-te quando tu viste as minhas lágrimas, naquele dia no casamento! Tu ainda tiveste o descaramento de dizer-me, que eu continuaria a ser tua mulher, com ou sem lágrimas, como se veres o meu sofrimento para ti fosse nada! –Eu estava enervada com as palavras dele, como se fosse ele que tivesse que fazer algum esforço por mim!
Ele é que me manteve presa a ele durante aqueles longos dias, aqueles foram os pior momentos da minha vida e este ainda vem falar de orgulho?! Era só o que me faltava! Quem é que ele pensa que é, para estar a falar-me de orgulho, se quem está a deixar o orgulho de lado aqui, sou eu?! Eu, é que fiquei com pena da maneira em como eu falei com ele no carro! Eu, é que fiquei com pena de o privar da vida da minha filha! Mas neste momento, eu estou arrependida de ter feito o que quer que seja por ele, pois eu sei perfeitamente que ele nunca iria fazer por mim! Viro-me de costas para ele e caminho até á porta do quarto.
-Eu vou buscar a tua roupa e vais-te embora! –Exclamo. Se o arrependimento mata-se, eu já estava morta, porque eu já estou arrependida a cem porcento de o ter deixado entrar dentro da minha casa.
-Eu não vou, sair daqui! –Paro a meio do caminho, ao ouvir a negação dele para não se ir embora! Volto a virar-me de frente para ele e o Axel mantinha aquela posição séria de mais e sobre tudo, aquela posição de homem machista.
-Tu não ouviste o que eu disse?! Tu vais-te embora! Tu já viste o que tinhas para ver e agora vais-te embora daqui! –Exclamo exaltada.
-Eu não vou sair daqui, enquanto eu não ver o quarto da minha filha! –O Axel acentua bem na palavra "minha", como se a filha fosse só dele e apenas dele! O meu olhar é de espanto, eu estava chocada e com medo ao mesmo tempo! Eu sabia que ele tinha visto aquela porta, por aquele olhar dele sério, por aquele olhar intrigante sobre mim, eu tinha a certeza que ele tinha visto aquela porta do quarto da minha filha!
-Não... não á quarto nenhum para veres! –Exclamo nervosa. –Tudo o que tu tens para ver, está aqui no meu quarto, não á mais do que isso!
-Tens a certeza? –O Axel começa a caminhar na minha direção, com aquele olhar de devoração, como se os movimentos dele estivessem em camara lenta. O meu extinto, é recuar para trás, á medida que eu tinha o corpo dele tão aproximo ao meu, até que eu acabo por chocar com as costas, contra a porta. –Sabes de uma coisa muito interessante? –Sussurra. O Axel para a poucos centímetros á frente do meu corpo e a primeira coisa, que ele faz é colocar a mão na minha barriga, por cima da minha camisola meio húmida. Viro a cara para o lado, para evitar ter que olhar para ele e para aquela mão que tocava na minha barriga. –Sabes, que eu posso acusar-te de negação ao meu advogado, porque tu não deixas participar na vida da minha filha... –Eu não acredito, que ele está a falar sobre isto! –Sabes que eu sou uma pessoa importante na cidade e no país, sabes que eu posso conseguir tudo o que eu quiser. –Arrepio-me ao sentir os lábios dele, na curva do meu pescoço. –Até entrar com o pedido da guarda da minha filha! –Arregalo os olhos, ao ouvir a provocação dele. Viro-me de frente para ele assustada e o Axel tinha um sorriso pequeno nos lábios, enquanto olhava para mim.
-Tu não podes estar a falar a sério... –Sussurro baixinho. O sorriso do Axel desaparece por completo e torna-se simplesmente numa linha reta. O Axel, não mostrava qual sentimento ou reação, ele ficava como uma estátua a olhar para mim... os olhos dele brilhavam e a mão quente dele, ainda continuava na minha barriga.
-Ashley, eu sei que eu cometi um erro enorme na minha vida, ao ter-te obrigado a casar comigo... Eu naquele momento, eu só te queria na minha vida, nem que para isso, eu tivesse que passar por cima da tua felicidade. Eu posso compreender, que o que eu fiz não foi o mais correto e que por causa disso, tu sofres-te! Mas eu estou, arrependido pela asneira que eu fiz e estou a tentar concertar o meu futuro, ao lado da mulher que eu amo e da minha filha. –Sinto a mão do Axel e limpar as lágrimas que escorriam minha cara, sem eu me aperceber disso. –Eu sei que não sou um homem perfeito, mas eu posso tentar ser o homem que tu queres para ti e para a nossa filha. –O que é que eu faço?
Naquele dia no hospital, quando eu descobri que estava grávida, a primeira coisa que o meu instinto me dizia, era para fugir! O Axel foi capaz de trocar-me por dinheiro, ele foi capaz de ver o meu sofrimento e não fez nada... eu não podia continuar a estar com ele naquela casa e ser infeliz o resto dos meus dias! Eu prometi a mim mesma começar uma vida longe dele, de ver-me livre deste casamento, mesmo que a única coisa que me ligasse a ele fosse a nossa filha! A minha filha, é a única coisa que eu não me arrependo de ter dele... Arrependo-me de ter tido relações com ele, na lua de mel e logo, nessa mesma viagem eu acabei por engravidar! Eu gostei do nosso momento a dois, parecia que o nosso casamento não havia á nossa volta.... para ter aquela pressão de... nós estarmos ali assim, porque era como uma obrigação do casal! Aquilo aconteceu, porque tinha que acontecer e nesse momento, a minha filha, foi o resultado maravilhoso que eu recebi dele!
O olhar do Axel, era triste, eu consigo ver o quanto ele estava arrependido e que, aquelas palavras eram sinceras... mas eu não sei, se eu o vou conseguir perdoar e esquecer tudo aquilo que ele me fez...
-Eu... eu vou mostrar-te o quarto dela. –Murmuro ao desviar o assunto e a mudar este clima estranho que pairava sobre nós.
Desvio o meu olhar do dele, coloco a mão na maçaneta da porta e puxo a porta para trás, com cuidado. O Axel afasta-se de mim, ao recuar para trás e sai do quarto. O que é que acabou de acontecer aqui? Eu não posso perdoa-lo... ele magoou-me muito e eu não posso e nem quero perdoa-lo assim!
O meu coração diz que, todos nós erramos e que merecemos uma nova oportunidade na vida, o Axel se calhar como vi-o que estava afastado da filha, ele acabou por perceber o erro que cometeu no passado.
Mas a minha cabeça diz que, eu não devo perdoa-lo... eu sofri muito nas mãos dele. O Axel bateu-me. O Axel foi capaz de prender os meus pais, só para poder fazer chantagem comigo. Por causa do Axel, eu fiquei doente... eu tive inúmeras discuções com ele e eu sinceramente, agora já não tenho paciência alguma para discutir! O que será que eu sigo?
Saio do quarto atrás do Axel, ao caminhar-mos em direção á porta do quarto da minha filha! Eu não queria, que ele vi-se o quarto dela, eu não queria que ele tivesse qualquer contacto com a minha filha ou comigo! O Axel devia de sofrer, tal e qual, como eu sofri com ele, presa naquela casa contra a minha vontade! Coloco a mão na maçaneta, aos sentir o meu corpo de tremer de medo e empurro a porta para a frente. Entro no quarto, coloco-me encostada á parede e deixo o Axel entrar. Coloco as mãos na minha barriga, entre media e deixo-me estar ali, a olhar para todos os cantos do quarto, menos na direção do Axel. Eu sentia uma dor estranha no meu peito, não sei se era por ter ele aqui no quarto ou se era por outra coisa qualquer, não sei!
-Porque é que o quarto, não é de cor-de-rosa? –Questiona ao interromper os meus pensamento longincos. Desvio o meu olhar na direção dele, o Axel estava de costas para mim, enquanto mexia no pequeno peluche, que estava dentro do berço.
-Porque só á poucos dias, é que eu descobri que estava grávida de uma menina e eu precisava de fazer um quarto para dela, para guardar as coisinhas que ela precisava. –Respondo.
O Axel mesmo de costas para mim, eu sentia-me estranha ao ver ele ali, a mexer nas coisas da minha filha! Eu esperava que o Axel me fosse encontrar, pelo menos, daqui a 1 ou 2 anos... eu não sei, como é que ele descobri-o onde é que eu estava e fico intrigada com isso! O Axel coloca o peluche outra vez na cama, vira-se para o armário e empurra a porta para o lado. O armário estava quase cheio de roupinhas, que eu comprava frequentemente e claro que ás vezes, eu recebia dos meus padrinhos!
Vejo o Axel a pegar num body de princesas e coloca na cara. Eu não sei, o que é que ele estava a fazer, mas aquele gesto deixou alguma coisa triste aqui no meu coração, era como se algo estivesse a magoar-me aqui dentro! Viro a cara para a frente, para não ter que olhar para este tipo de coisas e caminho em direção ao sofá cinzento, que havia no canto do quarto. A minha madrinha, deu-me a ideia de colocar um sofá aqui no quarto, para que eu pudesse amamentar a minha filha, sem muitas pessoas á minha volta, onde eu possa ter um espaço só meu e dela, para ter-mos uma ligação forte entre mãe e filha!
-Tu ias esconder-me isto Ashley?! –Questionou arrogante, ao fechar a porta do armário. O Axel vira-se de frente para mim e via os olhos dele, bastante vermelhos. Ele não tinha quais queres lágrimas, apenas estavam avermelhados... –Se eu não tivesse visto aquela placa na porta, tu nunca não ias mostrar-me o quarto pois não?! –Fico calada durante alguns segundos. Não vale a pena mentir ou inventar mais desculpas! De qualquer maneira, eu já sei que esta conversa vai acabar em discucão, porque aqueles olhos vermelhos, eu via uma fúria enorme, via-se que ele estava prestes a explodir e soltar tudo aquilo que ele tinha dentro da alma dele!
-Não, eu não ia! –Levanto-me do sofá e caminho até ao pequeno móvel, ao lado da cama da minha filha. –Pelo simples facto, que eu não te quero perto da minha filha! Tu lembras-te, o que é que tu me dizes-te uma vez, quando tu falas-te em filhos? –Questiono ao olhar para ele. Entre nós os dois, a única coisa que havia a separar, era a cama da minha filha. O Axel continuava a olhar para mim, com aquele olhar, como se ele estivesse a milímetros de explodir de irritação! A minha intenção não era discutir com ele neste momento, mas sim, de fazer com que ele perceba, que por mais que ele queira, por mais que o meu coração diga que eu não os posso separar... a minha cabeça diz que eu estou a fazer a coisa certa! –Eu lembro-me das tuas palavras! Tu estavas á espera, que eu engravida-se, que tu ficasses com a minha filha e que eu iria embora sem ela?! Era isso que tu estavas á espera lembras-te?! Mas parece que o feitiço, virou-se contra o feiticeiro... nunca ouviste dizer?!
-Não estejas a usar isso contra mim Ashley! –Exclama irritado. –Tu não vais separar-me dela, sabes perfeitamente disso! Se tentares fazer isso, eu garanto-te que tu vais arrepender-te para o resto dos teus dias! –Grita transtornado! Se a cama não estivesse aqui no meio de nós os dois, eu não sei o que ele poderia fazer! Eu sei, que por um lado, ele não seria capaz de fazer o que quer que seja comigo, mas também tenho receio que ele venha a descontrolar-se!
-Á um pequeno pormenor Axel, não te esqueças, que ela está dentro da minha barriga e que eu posso perfeitamente, impedir que tu te aproximes de mim! –Exclamo calmamente. Estranho, ao ver um sorriso a transparecer nos lábios do Axel, com aquele sorriso, que lhe transparecia como um psicopata autêntico!
-Achas que terias razões, para lutar comigo em tribunal Ashley? –Questiona num sussurro, ao dar a volta á ao berço e começa a caminhar na minha direção. –Quem achas que ganharia em tribunal, se nós fossemos pedir a guardar da nossa filha? Achas que serias ou eu?!
-Nenhum juiz, iria separar a mãe de uma filha! –Exclamo irritada.
-Interessante... tudo depende dos argumentos que tu tiveres e se os tiveres claro. Queres ver-te a perder em tribunal ou preferes fazer as coisas de uma maneira mais simples? –Questiona. O corpo do Axel para a poucos centímetros do meu, ele mantinha as mãos dele nos bolsos e mantinha aquele sorriso nos lábios. Eu não estava a acreditar, que ele estava a arranjar uma maneira, de conseguir chantagear-me como tribunal... Eu sei que ele não pode, entrar com os papeis da guarda, sabendo que a minha filha ainda não nasceu... mas eu não sei se ele pode pedir a guardar, quando ela nascer! Eu fico com duvidas, se eu teria chances de conseguir a guarda da minha filha ou não...
-Tu não serias capaz, de separar-me dela... –Sussurro baixinho, ao sentir as lágrimas a escorrem pela minha cara. Eu via o corpo do Axel desformado á minha frente, por causa das lágrimas que escorriam em pânico!
-Tens razão, eu não seria... –O corpo do Axel caminha até mim, ficamos a poucos milímetros um do outro e sinto a mão dele a tocar na minha cara, para limpar-me as lágrimas. –Eu não seria capaz de separar uma mãe de uma filha... ainda mais separar, a minha filha, da mulher que eu amo! Eu sei as palavras que eu disse Ashley, eu sei que não foi correto estar a ameaçar-te com o tribunal, mas Ashley... eu peço-te só uma oportunidade, dá-me apenas uma, de poder ver e sentir a minha filha a crescer todos os dias!
O Axel coloca a outra mão dele, no outro lado da minha cara e limpa-me as lágrimas mais uma vez, que pareciam constantes. Eu não tenho, tempo algum de pensar em nada, apenas faço o que o meu coração diz, que era beijar-lhe e matar aquela ansiedade! Aquela angustia, que havia dentro de mim e infelizmente aquela saudade enorme... Toco com os meus lábios nos lábios dele, sinto o Axel a abraçar a minha cintura sem usar a força e ficamos ali assim por alguns segundos... Eu não sabia se o que eu estava a fazer era correto ou se era errado, dentro de mim, havia algo que já me impedia de afastar-me dele e esse "algo"... era o amor que eu já sentia por ele. Eu já não conseguia, fugir mais contra os meus sentimentos por ele!
O Axel, é o próprio a parar o nosso beijo e esfrega a testa dele na minha. Passo os meus braços á volta da cintura e ficamos assim, em silêncio, apenas num toque em conjunto. Era estranho, nos estarmos assim um com o outro, sabendo que eu tentei fazer de tudo, para nunca mais o ver á minha frente.
-Tu não imaginas as saudades que eu tinha, de poder sentir-te assim... –Comenta alegremente. Afasto a minha cara para trás e olho para ele.
-Axel... eu posso perdoar-te por o que aconteceu entre nós, mas vamos levar isto com calma... Eu não vou voltar contigo para casa, eu quero ficar aqui na casa dos meus padrinhos. –Murmuro.
-Anda, vamos sentar-nos. –Murmura ao mudar de assunto.
O Axel, entrelaça os dedos dele na minha mão e caminhamos até ao sofá que estava atrás. O Axel senta-se primeiro e acabo por ficar meio deitada, em cima do colo dele. O sofá só tinha um lugar, era apenas para eu ficar com a minha filha e não para ficar com mais alguém aqui sentado. Acomodo-me confortavelmente no colo dele e coloco a minha cabeça, na curva do pescoço dele. Eu já tinha uma certa saudade, de sentir este aroma da parte dele! O Axel segura as minhas pernas para não cair e a outra estava por cima da minha barriga. Eu não vou mentir e dizer que eu não gosto, de sentir a mão dele na minha barriga, porque aí eu estaria a mentir... eu só acho estranho que, mesmo que a minha filha esteja aqui dentro, ela mexe-se fracamente ao sentir o toque do pai, como se ela já soubesse quem o Axel era!
-Eu estou contente que tenhas me perdoado. –Murmura, num tom alegre.
-Por mais que eu queira fugir á aquilo que eu sinto por ti, eu sei que não vou conseguir fugir por muito mais tempo, aos meus sentimentos... e também andarmos sempre ás discuções um com outro, isso só vai irritar-me e enervar-me! –Argumento.
-Eu sei que, o que eu te fiz não foi correto princesa e eu peço desculpa por isso. Eu sei que as minhas palavras não são apagar tudo aquilo que tu passas-te comigo, mas pelo menos deixa-me mudar o teu futuro, ou aliás o nosso! –Ouço um sorriso vindo da parte dele, enquanto passava a mão por todo o lado na minha barriga.
-Eu posso perdoar-te Axel, mas não vou conseguir esquecer tão cedo...
-Eu compreendo princesa, por isso que vou dar-te espaço, tempo... tudo o que tu precisares, mas desde que não me afastes de ti. –Murmura.
-Como é que tu descobriste, onde é que eu estava? –Questiono curiosa, ao mudar de assunto.
-No inicio foi difícil. Os teus pais não sabiam de nada, o hospital também ninguém te tinha visto a sair... até que eu pensei, que poderias ter família fora de Boston. Eu sei que tu tens avôs, mas eu achei que seria demasiado óbvio. Por isso, mandei investigarem sobre a tua vida e dos teus pais, pudesse ser que encontra-se alguém próximo a vocês! E aqui estás tu. –Explica.
-Sabes que isso, é privacidade das pessoas? –Questiono, ao afastar-me do pescoço dele e olho de frente para ele. –Cada pessoa, tem direito á sua privacidade.
-Sim Ashley eu sei, mas se eu não conseguisse estas informações, eu nunca iria encontrar-te. –Responde, ao dar-me um beijo na cara.
-Hm. –É tudo o que eu respondo e volto a deitar-me no peito dele.
-Os teus padrinhos não se vão importar, se eu estiver aqui? Eu aposto que o teu padrinho vai querer matar-me! –Acabo por rir-me, com a afirmação dele.
Quando eu cheguei aqui a casa naquela noite, eu acabei por contar aos meus padrinhos, tudo o que eu tinha vivi com o Axel, até contei o que os meus pais tinham feito. Claro, que os meus padrinhos não ficaram lá muito contentes, ainda mais com aquilo que os meus pais fizeram, mas eles prometerão que iriam estar sempre ao meu lado, para tudo o que eu precisasse sem me julgarem pelas minhas ações. Eu sei, que os meus padrinhos vão acabar por compreender e apoiar-me na minha decisão. Eles até queriam que eu fala-se com o Axel, para conseguir-mos chegar a algum lado em relação á nossa filha... mas eu acho que eles ficarão mais contentes ainda, por saberem que eu perdoei o Axel!
-Axel, o meu padrinho não é o meu pai, os meus padrinhos vão ficar contente por eu ter-te perdoado... eles já tinham dito várias vezes, para pensar em perdoar-te, mas eu sempre disse que não!
-Ainda bem que sim princesa. –Sinto os lábios do Axel, na minha testa. –Fico feliz por ter finalmente o teu perdão. –Levanto a cabeça até ele, coloco a minha mão na nuca dele e puxo-o para um beijo calmo. Acho que... voltei a viciar nestes lábios doces, nestes lábios carnudos, nestes lábios que... confesso que, eram só meu! Paro o nosso beijo, com pequenos beijos e volto a deitar-me no peito dele.
-Vou finalmente, poder sentir-te sempre que eu quiser... a ti e á nossa princesinha!
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