Capítulo 47

Sinto o meu corpo a baloiçar aos poucos, abro os olhos e vejo tudo escuro á minha volta. Endireito-me corretamente e vejo que estava dentro do carro. Olho para o meu lado direito e não conseguia ver nada do outro lado, está de noite e como os vidros do carro são esfumados, não dá para ver assim muita coisa. Como é que eu vim aqui parar no carro, se a última coisa que eu lembro-me, era estar a dormir no quarto no jato? Viro a cara para o lado e vejo o Axel encostado, com a cabeça no banco com os olhos fechados. Olho para os dois seguranças, que conduziam e ambos não diziam nem uma única palavra. Estou ansiosa para chegar a casa e poder deitar-me na cama e só acordar, daqui a umas lindas horas! Não sei bem que horas é que eram, mas deve ser bastante tarde...

-Já acordas-te? –Assusto-me, ao ouvir a voz do Axel. Viro o olhar até ele e o mesmo olhava para mim, com um pequeno sorriso.

-Parece que sim! –Exclamo e volto a virar-me para a janela. –Quem é que me colocou dentro do carro?

-Fui eu! Estavas a dormir tão bem, que não fui capaz de te acordar. –Explica-se.

-Não era preciso!

O Axel não responde mais nada e eu decido não dizer nada também. A verdade é que o casamento já está feito, já foi realizado e eu já estou presa a ele, sem escolha possível. Não existe mais nada, que eu possa fazer para conseguir mudar isto, nem sequer pensar na possibilidade se haver um divórcio entre nós os dois, o Axel nem sequer me daria a chance de procurar um advogado... Acho que a partir deste dia, as coisas tem que ser pensadas e vividas com calma! Por mais que eu esteja no meu direito, eu sei que não vai valer a pena andar a discutir com o Axel a toda a hora, só vai desgastar-nos aos dois e vamos acabar por cometer algum erro!

Sou tirada dos meus pensamentos, ao sentir o carro a abrandar aos poucos, olho para a janela e vejo o carro a chegar á frente a uma casa iluminada por umas luzes, que se encontravam no chão. Com os vidros escuros e por estar de noite, não via muito bem a casa da parte de fora, mas consigo ver que pelo menos na entrada, ela tinha arvores em cada lado. O carro para, olho para a entrada da casa, uma porta enorme e á frente tinha 4 homens e uma senhora no meio, com mais ou menos os seus quarenta anos! Vejo os dois seguranças que estavam na entrada, a virem na direção do carro, tiro o cinto e no momento que eu ia abrir a porta, o segurança antecipa-se ao abrir no meu lugar.

-Senhora. –Comprimenta, ao curvar um pouco a cabeça.

-Obrigada. –Agradeço.

Saio do carro e fico surpreendida por ver que a casa, pelo menos da parte da frente, estava construída numa espécie de arvore, era como se ela estivesse dentro dela! Estava de noite e não se via muito bem a casa na parte de fora, mas pelas inúmeras luzes que estava no chão. via que na parte de frente havia arvores e arbustos! Dou um pequeno sobressalto, ao sentir uma mão na minha cintura, viro-me pro lado e o Axel sorria fracamente para mim.

-Vamos entrar? –Questiona.

-Como queiras! –Exclamo e ando em direção a casa, ao deixá-lo para trás.

-Seja muito bem vinda, senhora Clark. –Comprimenta a senhora. –Eu sou a Lira, sou a governante desta casa.

-Boa noite Lira, podes tratar-me apenas por Ashley. –Murmuro.

-Como desejar Ashley. –Sorri para mim.

Um dos seguranças abre a porta de casa, enquanto os outros continuavam em silêncio nos lugares deles, nenhum deles dizia nada, ficavam direitos nos lugares deles. Incomodava-me, ter estes seres humanos a terem este tipo de atitudes para comigo, eu nunca fui habituada a ter este tipo de respeito, eu também sou um ser humano e incomoda-me, de que eles estejam á minha frente assim nesta posição, só porque agora eu casei-me com o Axel. Eu compreendo, que seja o trabalho deles servirem o Axel, mas incomoda-me a um certo ponto, de ver o quanto eles são submissos ao Axel, fazem tudo o que ele quer e isso irrita-me! Gosto de ter simpatia, com todas pessoas que trabalham á minha volta, são todos seres humanos e eu também não iria gostar, se me tratassem igual como o Axel faz com eles! Apesar dele ser o patrão deles, todos devem ser tratados com respeito e com educação, aqui ninguém é cão de ninguém!

Ando sozinha até casa, com o espanto á frente dos meus olhos, como se não conseguisse acreditar no que estava a ver. A casa era linda, este efeito que eles tem de deixar as raízes das arvores dentro da casa, a torna ainda mais bonita, requintada e sobre tudo natural! Pelo aspeto das duas arvores que se encontravam na entrada da casa, elas eram muito bem cuidadas, não estava estragado nem nada, notava-se que eram muito bem cuidadas! Caminho até ao vidro enorme que havia á minha frente, onde o vidro cobria a raiz de uma arvore, era maravilhoso ver uma arvore a crescer dentro de uma casa, nunca me passou pela cabeça essa ideia! Todos sabem que as arvores não nascem direitas, nunca sabemos para que lado ela vai crescer e construir uma casa, á volta de uma ou de várias arvores, é sempre um risco e sobre tudo, pode ser muito perigoso!

-Vamos Ashley. –Murmura o Axel. Viro-me de frente para ele e o mesmo estava com os braços cruzados, enquanto olhava para mim.

Decido não discordar com ele e caminho até onde ele estava. Sinto o braço dele a passar pela minha cintura, mas desvio-me ao afastar-me para o lado, que vicio que ele tem de se aproveitar das situações, para poder mostrar quem manda! O Axel solta um rosnado e avança á minha frente, ao dirigir-se até ás escadas. As escadas eram de feitas de pedra mármore bege, as paredes todas brancas... Ao fazer a curva das escadas, vejo no fundo da parede plantas plantadas á volta das paredes, esta casa é toda rodeada de tudo que tenha haver com natureza, é incrível! Eu não sei quem foi o arquiteto que ponderou esta casa maravilhosa, mas está com certeza de parabéns! A casa está maravilhosamente linda assim, eu não vi a casa ainda, mas com o pouco que já vi, ela é linda!

No final das escadas, sigo o Axel que caminhava até á porta castanha, que havia no final daquele corredor, coberto de tinta branca. Eu acho que pelo menos, a casa devia de ter um pouco mais de cor, isto parece um hospital coberto de uma cor só, detesto ver casas ou divisões com uma cor só! O Axel caminhava calado, calado até demais, isso nunca é bom sinal e acho que nunca vai ser, nunca vou saber o que esperar, por de trás daquele silêncio.

O Axel abre aquela porta enorme á minha frente, entra e ao colocar apenas um pé dentro daquele quarto, a minha boca abre-se de espanto e de surpresa! O quarto era enorme, a cama com lençóis brancos a condizer com os dois sofás que havia. Uma televisão em frente á cama, colocada num suporte giratório no meio do quarto. Havia uma televisão virada para a cama e outra, virada para os sofás. Eu só tenho uma coisa a dizer! Que lindo! Havia pequenas jarras com girassóis nas pequenas mesas, que havia em cada lado do sofá grande. Eu acho que vou gostar muito, de passar uns dias aqui nesta casa, mesmo que tenha que ser na companhia do Axel...

-Vamos deitar, já está bastante tarde! –Exclama. O Axel tira o casaco dele e caminha até a uma porta que havia perto da cama, aquilo deve de ser a casa-de-banho.

No fundo do quarto, onde havia uma pequena mesa com um computador, encontrava-se duas mala pequenas azuis claras, deve ser a minha e a do Axel... Caminho até á cama e sento-me de frente para a janela enorme, que escondia uma paisagem maravilhosa, as luzes que havia no chão davam uma visão ainda mais perfeita, do que se estivesse a ver com a luz do sol. Levanto-me devagar da cama e caminho até á janela enorme. Estava curiosa, para ver toda aquela vista maravilhosa, ver o que o me espera durantes estes dias... Empurro aquela janela enorme para o lado e fico espantada, com tudo á minha volta. Tudo estava perfeito, era incrível como a casa cresceu, foi feita á volta de arvores, os arquitetos e os construtores, preservaram o que a natureza nos deu, ao contruir esta casa com arvores por dentro... Era maravilhoso ver! Caminho até aquelas grades transparentes, para poder apreciar melhor a vista, o quarto encontrava-se no segundo andar, tinha uma vista maravilhosa lá para baixo, uma piscina enorme cobria quase todo o jardim, relva no jardim mas também havia chão de mármore, a casa continuou a preservar a sua natureza e é isso que a preserva! Olho para a minha mão onde vejo aquele anel de ouro posto, tiro o anel e fico a olhar para ele, nos meus dedos. Eu acho que foi o Axel, que mandou gravar os nosso nomes nas alianças, isso é típico do Axel para eu não me esquecer, que é com ele que eu sou casada!

Eu nunca, mas mesmo nunca imaginei, que o meu casamento pudesse ser assim foi tão triste descer aquelas escadas, as pessoas verem que eu estava triste e mesmo assim, não fizeram nada para impedir, nada! Eu ainda tentei fazer, com que o Axel mudasse de ideias ao ver o meu olhar de tristeza, mas mesmo assim ele não foi capaz, de anular este casamento! Eu preferia saber as razões deste casamento, pudesse ser que assim eu iria entender o que se passa e se calhar até aceitaria este casamento... mas agora, eu não sei de nada! Eu não sei o que se passou e muito menos, o por quê de eu ter que ser obrigada a casar com ele! Tudo foi escondido de mim e não sei o por quê!

-Ashley, anda para dentro! –Ouço a ordem do Axel.

Volto a colocar no anel no dedo e viro-me, ao dirigir-me de volta para o quarto. Entro no quarto, fecho a janela e ao virar-me, vejo o corpo dele apenas coberto com uma toalha preta, da cintura para baixo. O Axel estava de joelhos perto de uma das malas, de costas para mim, á procura de alguma roupa para vestir, decido o ignorar e caminho até ao sofá. Tiro o casaco e deito-me um pouco contra as almofadas, ao fechar os meus olhos. Mesmo que eu esteja deitada no sofá, estava mesmo a precisar de descansar o meu corpo, em algum lado.

-Espero que não estejas a pensar em dormir aí! –Exclama o Axel. Abro os olhos, olho na direção dele e o mesmo estava só de cuecas pretas encostado á parede, enquanto olhava para mim de braços cruzados. O Axel mostrava os músculos todos que continha, só de cruzar os braços. Com esse corpo todo que ele tem, eu seria capaz de elogia-lo pela boa forma física, mas só pela circunstância em que estamos, não vou dizer nada!

-Axel, ainda agora chegamos e já estás a pensar em mandar em mim! –Levanto-me do sofá chateada, dou a volta ao móvel onde estava a televisão, de maneira a conseguir fugir um pouco do Axel e caminho em direção á casa-de-banho.

Entro e fecho a porta á chave, atrás de mim. É incrível, como nós os dois não conseguimos ficar pelo menos alguns minutos sem discutir ou alguns segundos, sem que o Axel esteja constantemente a dar-me ordens! Estava tão concentrada com o Axel, que nem sequer reparei na beldade desta casa-de-banho... Era grande, como a casa foi feita á volta de arvores, até mesmo o papel de parede do lavatório, é coberto de rosas, com dois espelhos redondos e dois lavatórios. Um banco branco no meio da divisão, de pele macia, não sei por que razão é que ele estava aqui; mas dava ainda mais um charme e perfeição, á casa-de-banho. Havia uma banheira e um duche, mesmo ao lado um do outro. Isso são dois objetos, que eu sempre gostei de ver numa casa-de-banho! Na casa dos meus pais nós não temos, nós vivemos com uma vida simples, sem coisas caras e admito que até gosto de viver assim, não gosto de depender do dinheiro e a vida simples, é sempre melhor do que a riqueza. A riqueza só nos dá inveja e vejo isso perfeitamente, através do Axel! A riqueza sobe-lhe á cabeça, ao cobrir a mansão de seguranças e de empregados, como se fossem pessoas sem significado nenhum! Eu dou mais valor ás pessoas, que o Axel chama de "empregados", do que a ele próprio! Para mim, são pessoas como todas as outras e se depender de mim, serei amiga de todos á minha volta!

Vou deixar os meus pensamentos de lado e vou aproveitar para tomar um bom banho, para descontrair um pouco. Caminho até á banheira e a deixo encher, enquanto eu começo a despir-me. Vou até ao duche onde tinha dois robes brancos, pego num neles e o coloco ao lado da banheira. Ao lado da banheira, havia uma pequena prateleira com sais de banho e acho que aquilo eram cremes, mas não tenho a certeza. Pego nos sais de banho, com aroma a frutos vermelhos e espalho na água, ao formar-se espuma em apenas alguns segundos. Dentro da banheira, ao sentir aquela água morna a cobrir o meu corpo, estava a saber tão bem estar assim relaxada, que mais nada passava pela minha cabeça. Coloco o meu cabelo para fora da banheiro e encosto-me toda á borda da banheira. Eu sei que não queria e não quero este casamento, mas este momento aqui na banheira está a saber-me tão bem, que parece que nunca mais vou querer sair daqui! Só por uns minutos, valeu a pena estar casada, só para poder estar assim relaxada! Fecho um pouco os olhos e deixo-me relaxar assim, por alguns minutos.

(..)

Acordo de repente, ao ouvir o barulho de uma porta. Abro os olhos e olho á volta, ao repara que ainda estava dentro da banheira.

-Ashley! –Ouço a voz do Axel, no outro lado da divisão. –Ashley, está tudo bem?

-Sim! –Respondo. –Já vou sair!

Levanto-me, pego no robe e saio da banheira, ao cobrir-me. Aparece que adormeci na banheira e nem sequer dei por isso. Não me admira que o outro já tenha vindo ter comigo, qualquer coisinha que faça, ele pensa logo que eu vou fugir! É melhor sair daqui, antes que ele pense em arranjar uma chave para entrar! Caminho até á porta, destranco-a e saio da casa-de-banho. Sem olhar para os lados, vou direta á minha mala e finjo de conta, que o Axel não estava alí.

-Ashley, por que é demoras-te tanto tempo, lá dentro?! –Questiona seriamente.

-Que eu saiba Axel, para tomar banho demora-se tempo! –Argumento calmamente. Abro a mala e tento procurar uma roupa interior. Eu não sei quem fez a minha mala, por isso eu não sei bem onde estava as coisas, deve de ter sido a Isabel, ela é a única que tem acesso livre ao closet no meu quarto e eu sei, que ela não deixaria ninguém mexer nas minhas coisas, sem ser ela!

-Despacha-te, para ir-mos dormir! –Exclama. Abro um dos compartimentos da minha mala de lado e tiro a minha roupa interior. Procuro um dos meus pijamas, pego nas minhas coisas e levanto-me. Viro-me de frente para o Axel e o mesmo estava deitado na cama, apenas com o lençol branco coberto até á cintura dele. O Axel tinha um dos braços por trás da cabeça e o outro para baixo.

-Podes dormir, não te estou a impedir! –Exclamo e desvio o meu caminho, ao voltar para a casa-de-banho.

Fecho a porta atrás de mim, caminho até ao lavatório e coloco a minha roupa em cima do móvel. Abro o robe e começo a vestir a minha roupa interior. Era só o que me faltava, agora aquele estar á minha espera para dormir, eu não lhe estou a impedir de dormir e ele que não pense que vai ter aquilo que ele quer, porque com certeza não vai! Coloco o robe branco onde estava e caminho até ao lavatório. Olho-me ao espelho e fico a olhar para a minha imagem... O que será que irá sair, desta lua de mel?

Caminho até á porta da casa, abro-a e saio discretamente. Olho de lado para o Axel e reparo que ele continuava na mesma posição, mas de olhos fechados. Olho atentamente para ele, para ver se estava a dormir e parecia mesmo, que estava a dormir! Sem fazer barulho, dou a volta á cama e olho para ele. Eu não tenho a certeza se ele está a dormir ou não, mas também não quero que ele acorde e que venha tentar alguma coisa, para cima de mim! Devagar sem fazer barulho, puxo o lençol para o lado e deito-me sem mexer-me muito. Não quero que ele acorde em circunstância nenhuma!

Deito-me de costas para ele e fico a olhar para a varanda. Tento acomodar-me confortavelmente na cama, sem mexer-me muito para não acordar o Axel, apesar de estar cansada da viagem e por ser bastante tarde, eu não consigo adormecer, parece que o sono não vinha!

Eu acho que estava a precisar de passar uns dias fora daquela casa, de descansar um pouco, sem ter o atormento de todos á minha volta, a falar do casamento... Eu sei que a Angel não faz por mal ao falar sobre o casamento, eu acho que ela não sabe a verdade, então ela acabou por ficar mais contente e entusiasmada, com a novidade de ter uma nora para o filho mais velho! Eu não sei o que pensar sobre isto tudo... Levanto-me da cama devagar, sem fazer barulho, coloco uma almofada no meu lugar e ao olhar para a televisão, uma ideia passa á frente dos meus olhos. Um telefone! É isso, vou ligar á Sophia e falar com ela. Aqueles números mais importantes, daquelas pessoas que nós mais temos contacto, é os números que nós decoramos mais rapidamente. Em casa do Axel, a única pessoa que eu podia ligar, era só a minha mãe... não podia arriscar e meter a Sophia em perigo, se eu ligasse para ela!
Olho para o Axel mais uma vez, para certificar-me que ele estava a dormir e caminho até ao móvel giratório, ao pegar no telefone. Tentava ao máximo, fazer o mínimo de barulho possível para não acordar o Axel, se ele acorda-se estava tudo estragado e mais ninguém o calava. Abro a janela da varanda muito devagar, saio e a fecho atrás de mim, muito devagar. Caminho até aos três bancos quadrados, que havia no fundo da varanda ao lado de mais uma arvore. Sento-me de lado, respiro fundo e fico a olhar um pouco para aquela vista, completamente escura. Eu não sei o que havia por de trás da casa, havia diferentes barulho á minha volta, que não conseguia ouvir o que era... Mas espero que seja alguma coisa que vá gostar, quando descobrir pela manhã. Olho para o telefone preto na minha mão e marco o número da Sophia.

-Quem fala? –Ouço a voz da Sophia, meio adormecida.

-Sophia, sou eu a Ashley... desculpa estar a acordar-te. –Murmuro.

-Ashley, porque estás a ligar a esta hora da madrugada?! Sabes que horas são? Eu deitei-me á poucas horas...

-Desculpa... Eu não conseguia dormir, então decidi ligar-te.

-Mas que número de telefone é este?

-É o número de telefone da casa onde eu estou, eu e o Axel viemos parar ao méxico, como lua de mel. –Respondo.

-Que maravilhoso. –Elogia ao bussechar. –Mas está tudo bem? Para estares a ligar a esta hora, é porque alguma coisa aconteceu...

-Não aconteceu nada, pelo menos por agora, eu só não conseguia dormir. –Murmuro.

-Mas pela tua voz, não estás assim muito bem Ash.

-Eu não sei o que fazer Soph, esta lua de mel era tudo o que eu não queria! Por um lado, eu queria porque estava a precisar de sair daquela casa, onde a toda a hora era sempre o mesmo assunto do casamento e isso estava a dar comigo em maluca! Mas por outro lado, eu sei que aqui o Axel vai tentar aproximar-se de mim, o máximo que conseguir e vai tentar levar-me para a cama! –Sussurro tristemente.

-Ashley, eu acho que seria melhor tentares dar-te bem com ele, se não sabes que as coisas vão sair do controlo e vão acabar por correr bastante mal! Porque é que vocês os dois, não tentam chegar a uma conclusão, sem que nenhum ou melhor ninguém, saía magoado desta história?

-Sophia eu não gosto do Axel! Eu vou apanhar um odio a ele, que não vou ter palavras para descrever! Tu gostavas que te obrigassem a casar, com uma pessoa que não conheces e que sobre tudo, tu não saibas a razão desse casamento? –Questiono. A Sophia fica em silêncio durante alguns segundos, isso é o bastante para eu saber a resposta... –Foi o que eu pensei Sophia.

-Ashley, eu não sei o que dizer, porque eu não estou nessa situação, por isso é difícil dizer o que quer que seja. –Murmura.

-Eu sei Sophia. Vamos ver o que vai dar daqui para a frente e tentar viver um dia de cada vez! –Argumento. –Eu vou deixar-te dormir e desculpa ter-te acordado...

-Não á problema, podes ligar a hora que tu quiseres que eu vou estar sempre disponível para ti.

-Obrigada Sophia.

-De nada Ash, sempre que precisares e pensa com calma, naquilo que eu te disse.

-Está bem, eu vou pensar.

-Dorme bem.

-Tu também.

Desligo a chamada e coloco o telemóvel em cima da mesa, que estava entre os três sofás. O que será que eu devia de fazer?! Dar uma pequena trégua ao Axel, pelo menos enquanto estamos aqui na lua de mel ou ficar como estamos? É que irrita-me, ele estar á vontade com esta situação e eu sem saber o que fazer... Se eu soubesse o que se passa, se calhar seria muito mais fácil e poderia compreender o que se passa á minha volta, mas agora todos colocam-me no escuro, fica mais difícil!

-Ashley! –Assusto-me, ao ouvir a voz do Axel. Olho para o lado e o vejo em pé, com umas calças de fato de treino pretas e uma T-Shirt branca. O Axel olhava para mim seriamente, mas com um olhar calmo ao mesmo tempo. –Posso saber, o que é que estás a fazer aqui fora?

-Eu não conseguia dormir, então vim aqui fora apanhar ar. –Murmuro e volto a virar-me de frente para a paisagem. Ouvia os passos do Axel a virem na minha direção, engulo a seco e começo a sentir o meu coração, a bater muito depressa.

-Porque é que o telefone está aqui em cima da mesa? –Questiona ao pegar nele e senta-se no sofá, do meu lado esquerdo.

-Eu estava a falar ao telefone, com a Sophia. –Justifico-me.

-A esta hora? –Questiona, como se não acreditasse nas minhas palavras. Reviro os olhos e respiro fundo.

-Se não acreditas no que eu digo, vê a última chamada que foi feita e verás que foi para a Sophia, que liguei! –Exclamo irritada e levanto-me do sofá, ao caminhar até ás grades transparentes da varanda.

Eu sei que já fiz e que já tentei muitas coisas para tentar fugir deste casamento, mas agora duvidar da minha palavra, sabendo que tem as provas á frente dele para não duvidar de mim, já começa a ser demais! Assusto-me, ao sentir uns braços musculados a passarem á volta da minha cintura, olho para baixo e tenho a confirmação, que era os braços do Axel. Claro, de quem mais poderia ser?! Que estúpida!

-Desculpa, não quis duvidar de ti. –Desculpa-se, ao dar um beijo no meu ombro destapado pelo pijama. –Eu não preciso de confirmar o número da Sophia, eu acredito em ti! –Sussurra, ao colocar a cara dele na curva do meu pescoço.

-Interessante, porque á poucos segundos não acreditas-te na minha palavra. –Debato e tento afastar os braços dele, do meu corpo. –E podes largar-me por favor? Estás a apertar-me! –Exclamo, ao tentar puxar os braços dele.

-Ashley, eu não estou a apertar-te! –Paro de tentar afastar-me dos braços dele e fico quieta, sem mexer-me! –Podias fazer um esforço, para tentar facilitar as coisas Ashley. –Murmura. Tudo para ele era fácil falar, porque não era ele que estava no meu lugar, porque se ele estivesse no meu lugar, aposto que ele pensaria igual ou pior do que eu! Sinto finalmente um dos braços dele a afastarem-se do meu corpo, mas olho para baixo ao sentir o braço dele nas minhas pernas e num piscar de olhos, encontrava-me no colo dele.

-Axel, põe-me no chão! –Ordeno. Passo os meus braços, á volta do pescoço dele e olho para o chão, ao evitar o olhar dele no meu.

-Vamos deitar Ashley. –Responde calmamente. O Axel caminha em direção ao quarto, calmamente comigo nos braços dele.

-Axel, eu consigo andar. –Murmuro envergonhada.

O Axel ignora as minhas palavras e continua a caminhar até ao quarto. O Axel empurra a janela para o lado com o pé e entra devagar, para não bater em lado nenhum. Estava envergonhada por estar no colo dele e ainda por mais, com os braços á volta do pescoço dele. Eu tenho a certeza, que ele não seria capaz de deixar-me cair, mas se eu tirar os meus braços eu posso desequilibrar-me e acabar por cair para a frente. Olho para a cama e o lençol branco estava todo para trás, também estava calor, para dormir-mos tapados. O Axel coloca-me devagar deitada na cama e ao sentir o meu corpo no colchão mole, sinto o corpo do Axel a colocar-se em cima do meu. O Axel tinha os braços musculados dele, em cada lado do meu corpo e olhava para nos olhos, de maneira estranha. Seriamente, mas ao mesmo tempo incapaz de decifrar, o que estava por de trás daquele olhar. Eu não conseguia ver, o que estava por de trás daquele olhar, era como se ele estivesse bloqueado, a única coisa que eu via era a cor azul clara, naqueles olhos. O que é que se está a passar? Parece que eu estou hipnotizada, eu não conseguia mexer um único músculo! O Axel aproxima a cara dele da minha, arregalo os olhos ao pensar que ele ia beijar-me, mas os lábios dele calham na minha testa.

-Vamos apenas dormir. –O Axel deita-se ao meu lado, ao passar o braço dele pela minha barriga.

Fico ainda estática deitada de barriga para ciman a pensar naquilo que acabou de acontecer. Eu pensava que ele ia beijar-me  mas afinal ele só deu-me um beijo na testa, o que sempre me ensinara que era sinal de respeito! Deito-me de lado e o Axel encosta-se mais a mim, ao abraçar-me por trás. Sinto a mão do Axel, a tocar na minha mão esquerda e vai diretamente ao meu dedo, onde estava a aliança. Baixo o olhar até as nossas mãos e sinto os dedos dele, a mexer na minha aliança, a roda-la devagar para não me magoar. O que é que ele quer com estas atitudes? O Axel passa os dedos dele pelo meu cabelo, pelos meus fios de cabelo longos e á medida que sentia o toque dele, sinto os meus olhos começarem a pesar, cada vez mais e num momento para o outro, os sinto a fechar por completo!

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Vamos lá meus amores, capitulo com 4600 palavras será que dá para chegarmos aos 3 mil visualizações por favor??

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