Capítulo 13
Seria uma boa oportunidade, para voltar á faculdade e conseguir mais tarde fugir dele, mas também e se não conseguir?! E se ficar aqui presa a ele, para sempre?
-Não! -Exclama. Baixo a cabeça e começo a sentir as lágrimas, a escorrem pela cara. -Mulher minha, tem que ficar e cuidar da casa.
-Isso é machismo sabias? Tu queres manter-me fechada aqui, é isso?
-Não tornes isto mais complicado Ashley, eu estou a tentar ser compreensivo e deixar-te ir á faculdade até ao casamento, mas se preferires desafiar-me sempre posso deixar-te em casa! -Grita.
-Pois, é o que tu fazes melhor. não é? -Viro a cara para ele, a chorar. -Dizes as coisas, mas depois voltas com a tua palavra a trás.
-Não me queiras desafiar a esta hora, Ashley! -Ponho o tabuleiro em cima da cama e levanto-me devagar. Ando com dificuldade até á janela e viro-me de frente para ele.
-E por quê? -Cruzo os braços. -Vais fazer o quê? Vais bater-me? Vais fechar-me no quarto?
O Axel olha para mim, com cara de mau e levanta-se da cama devagar. Continuo no mesmo sítio, sem mexer-me enquanto ele caminhava na minha direção. O meu pior feitio é esse... Desafiar as pessoas. Mas o Axel não é uma pessoa qualquer, ele consegue mostrar muitas personalidades ao mesmo tempo e claro, que eu não consigo ficar sem responder. Começo a sentir o meu coração a bater muito depressa, quanto mais ele se aproxima, mais ele batia...
Caminho para trás mas bato as costas na janela, ele estava muito perto, muito mas mesmo muito, perto!
Viro a cara para o lado, quando ele para a poucos centímetro á minha frente, a poucos centímetros de mim. Consigo sentir a respiração dele, a bater minha cara.
-Porque é que me desafias, se sabes que vais fraquejar? -Pergunta num sussurro.
-Porque eu não vou desistir, enquanto não sair desta casa. -Respondo, com uma certa cautela.
-Então seria melhor não deixar-te sair. Assim não corro o risco, de fugires de mim. -Olho para ele e vejo um sorriso naqueles lábios. Eu detesto, quando ele volta com a palavra dele atrás.
-Estás a voltar com a tua palavra atrás, outra vez?
-Não. Só estou a segurar-me, que não corro o risco, que tu fugas de mim.
-Hm... -Reviro os olhos e cruzo os braços. Incrível, como ele volta com a palavra dele atrás, cada vez que eu não faço aquilo que ele quer!
-Eu espero, que o meu filho não tenha o mesmo feitio que tu. -Sussurra. Filho?
-Mas outra vez, essa história dos filhos?! Eu já te disse, que não vou ter filhos contigo, para com isso! -Grito irritada. Mas que história é esta agora, de filhos? Ele que nem pense, que vai obrigar-me a ter filhos com ele, já casar é o problema que é, então ter filhos, não quero nem imaginar.
Quem é que ele pensa que é, para estar a falar de filhos? Ainda mal está no casamento e já está a pensar em filhos... Ele que não pense, que eu vou deixar ele fazer o que ele quiser comigo! Eu já devia de saber, que ele iria perguntar ou melhor afirmar, para termos filhos, se o James afirmou que iria ter filhos com a Liane, então o Axel com a maior das certezas, que iria afirmar comigo também. Vou lutar pela minha liberdade!
Desvio-me do corpo dele para voltar para cama, mas sinto a mão dele a segurar no braço com força e a virar-me de frente para ele, outra vez.
-Larga-me! -Tento tirar o meu braço da mão dele, mas ele puxa-me mais contra o corpo dele e aperta-me o braço, com mais força. -Larga-me Axel! Estás a magoar-me!
-Eu acho, que é preciso mostrar-te agora, o que eu faço quando tu me desafias!
-Eu quero, que tu me largues agora! -Grito.
O Axel agarra no meu braço com mais força e manda-me com força, para cima da cama. Caio em cima da cama e olho para ele de lado. O Axel caminha na minha direção, com um olhar diferente, um olhar que põe medo, isso eu garanto que põe! Fico aflita, ao vê-lo a caminhar na minha direção, puxo-me para longe dele, mas ele coloca a mão dele na minha perna e a aperta com força. O Axel põe as pernas dele, uma em cada lado em cima das minhas e agarra nas minhas mãos, ao prende-las em cima da cabeça. Ele fica a olhar para mim, enquanto eu mexia-me para tirar as minhas mãos, das mãos dele. Não! Não! Não! Ele não vai fazer aquilo, que eu estou a pensar, por favor não.
-Axel por favor, larga-me! -Começo a mexer-me, por todo o lado em pânico.
-Estás com medo é? -O Axel aproxima a cara dele na minha e mexo-me ainda mais.
-Por favor, larga-me! -Grito.
-Sabes Ashley, tu até és bonita, mas o teu único problema é desafiares-me e eu detesto, pessoas que me desafiam!
Paro de me mexer e olho para ele. O Axel tinha um sorriso estranho nos lábios e os olhos dele, estavam azuis claros. Ele está calmo e isso é que é estranho. O olhar dele era calmo, mas ao mesmo tempo era um olhar estranho, então aquele sorriso... Desvio o meu olhar para a almofada, com as lágrimas na minha cara, se ele obrigar-me a fazer isto, eu nunca o vou perdoar. Nunca! Todas as raparigas podem escolher com quem querem namorar e casar e eu não posso, só porque o meu "destino", está a ser destinado por um monstro.
-Fazeres voto de silêncio, não vai mudar nada a tua situação, Ashley! -Diz de maneira calma.
O Axel larga-me as mãos, sai de cima de mim e afasta-se da cama, indo até a janela. Encolho-me na cama, ao abraçar as minhas pernas, contra o meu peito. Eu não acredito que ele ia fazer aquilo, eu não acredito... o Axel fica de costas para mim, se tivesse uma arma era uma boa oportunidade, para lhe dar um tiro. Se ele soubesse, a vontade que tenho de lhe saltar para cima e lhe arrancar a cabeça, acho que ele não falava tão calmamente, assim comigo.
-Então, se não é solução, não estás aqui a fazer nada. -Levanto-me da cama devagar, com uma certa cautela, mas continuava encostada á cama.
-Eu não faço, o que tu queres Ashley. Quem manda nesta casa sou eu e tu, só tens que me obedecer e mais nada! -Exclama e vira-se de frente para mim, com aquele olhar dele assustador. Eu detesto quando ele manda esse olhar, quase que me mata e quem deveria o matar era eu e não o contrario!
-Esta conversa, não vai a lado nenhum sabias? Tal como, este casamento estúpido. -Grito.
Viro-lhe as costas, caminho até á porta do quarto devagar, ao sentir o olhar dele sobre mim, abro a porta e começo a correr, escada a baixo. Acho que não era uma boa hora, para ter dito aquilo. Primeiro, ele detesta que eu grite com ele e segundo, ele não gosta que eu diga estas coisas, porque sabe que é para o desafiar. Corro pelos corredor, eu não sei para que lado era a saída, esta casa parece um labirinto. Começo a ouvir gritos lá em cima, deve ser o Axel á minha procura. Não tenho muito por onde fugir, vejo uma porta no fim do corredor, é a minha única saída!
Abro a porta muito depressa e vejo á minha frente, uma enorme biblioteca. Fecho a porta atrás de mim, antes que o Axel veja onde eu estava e respiro fundo aliviada .Caminho devagar pela biblioteca, onde havia estantes cheia de livros, quero passar o meu tempo aqui nesta biblioteca, deve ter muitos livros da quais eu nunca li e eu amo ler. Vou até á janela e vejo que a biblioteca, não ficava na parte de trás da casa, mas sim na parte da frente.
Olho para o céu e lembro-me que nunca mais voltarei, a ver o outro lado do pais, não voltarei a ser aquilo que eu era, não voltarei a estar com os meus amigos, não voltarei a ter aquele sorriso que eu tinha nos lábios, não voltarei a ter aquele brilho nos meus olhos... Tudo isso, foi retirado de mim... Sinto as lágrimas a começarem a cair, isto está a destruir-me em todos os sentidos e ainda só passou um dia, desde que estou aqui. Afasto-me da janela e vou até a um sofá branco, preciso de me sentar, tenho a cabeça estranha, sinto-me zonza, com um sentimento estranho... Caminho dois passos para a frente e sinto o meu corpo, a cair de frente para o chão.
(...)
Abro os olhos devagar e vejo que estava outra vez no quarto, o que é que aconteceu??Sento-me devagar na cama, com dores de cabeça, parece que explodiu uma bomba dentro da minha cabeça, não me lembro de nada do que aconteceu, quando estava na biblioteca. Só me lembro de ir até ao sofá e antes de sentar-me,caí para ochão. Fecho os olhos para aliviar a dor um pouco.
-A partir de hoje, as tuas brincadeiras acabaram Ashley! -Abro os olhos de repente? ao assustar-me com a voz do Axel, no quarto. Olho para a frente e o vejo no meio do escuro, com os braços cruzados, a olhar para mim. -A partir de hoje, acabou as tuas brincadeiras de criança, vais ficar trancada no quarto e só sais, com a minha autorização.
-Tu dizes-te, que eu poderia ir á faculdade. Não vais voltar com a tua palavra atrás, Axel! -Grito. Ele que não pense, que vai conseguir prender-me aqui dentro do quarto, só por orgulho dele! Quem é que ele pensa que é, para falar assim comigo? Chega aqui e já quer dar ordens, como se eu fosse as cumprir.
-CALA-TE! -Grita. Baixo a cabeça ao ouvir o grito dele, eu detesto quando ele grita comigo. -A partir de hoje, não sais do quarto, os seguranças vão estar no lado de fora do quarto, para certificar que tu não foges que nem uma louca, que tu és! O casamento será daqui a uma semana e nem mais um piu, sobre este assunto, ESTÁ MAIS QUE ENCERRADO!
-Tu pensas que isto assim? -Levanto a cabeça para o desafiar e cruzo os braços. -Chegas aqui, dizes que me vou casar contigo e eu caiu assim, nos teus braços??
-Eu já te disse Ashley, não queiras ver o meu lado mau, já disse que isso terá consequências.
-Que consequências Axel, diz-me?! Quais? -Fico em silêncio e ele também, ele vai explodir, tenho a certeza que vai. -Já sei! Eu e os meus pais morremos. Pois, eu digo-te com muito orgulho, que se eu morresse ao menos não casaria contigo.
O Axel apenas sorri para mim, com aquela cara e com aquele sorriso, que mete-me nojo. Vontade de sair da cama e dar-lhr um tiro, na cabeça. Eu tento ao máximo, evitar ter o meu coração a bater a mil á hora por causa dele, tenho que ser forte o suficiente, para ele não fazer o que quer comigo. O Axel que não pense, que eu vou fazer tudo aquilo que ele quer, só porque ele pensa que manda aqui!
Eu sou uma mulher livre, tenho direito a minha opinião, á minha própria palavra. Connecção de olhares, entre amulher e o homem. O Axel acende a luz do quarto, caminha na direção do sofá á minha frente e ficava a olhar para mim. Ele vai dizer mais alguma coisa, para me desafiar e me provocar, tenho a certeza disso. Ele provoca-me e depois ainda vem com ameaças, para cima de mim!
-Eu tenho uma coisa, para te mostrar. -Reviro os olhos. Eu também tenho uma coisa, para lhe mostrar. Vou-lhe mostrar um tiro, naquela cabeça oca! O Axel sorri, tira o telemóvel dele do bolso e marca um número qualquer. -Philippe... Estás com eles?.... -Eles? Quem são "eles"? -Ainda bem, eu tenho aqui uma pessoa, que vai adorar vê-los.
-Eles quem Axel? -Pergunto assustada. De quem, é que ele está a falar.
Ele vira o telemóvel dele para mim e vejo duas pessoas presas, numas cadeiras... A minha boca abre-se chocada com o que eu vejo, mas as duas pessoas são os meus pais... Como é que ele tem coragem, de prender os meus pais, assim em cadeiras, só para me fazer chantagem?! Como é que ele foi tão baixo, até ao ponto de fazer isto, ao ponto de prender os meus pais, deixar eles a sangrar só para me prender a ele, que tipo de homem faz isto?
-Tu... tu és um monstro! -Grito, ao deixar as lágrimas escorrem pela minha cara! -Como é que tu tens coragem, de fazer isto? Tu prendes os meus pais, só para me fazeres chantagem? Que tipo de homem és tu? DIZ-ME!
-É as consequências dos teus atos, Ashley! Tudo dependerá de ti. -O Axel levanta-se e vai até á porta do quarto, que raiva que tenho deste homem.
-Mas eu não fiz nada, para prenderes os meus pais, solta-os! -Sussurro. O Axel para de andar e fica parado, de costas para mim. Chorar, é a única coisa que eu consigo fazer, desde que estou aqui, é a única coisa que sei fazer é chorar, chorar e chorar...
-Não sais do quarto Ashley! -Ordena e sai do quarto, ao bater a porta com força. Isto só pode ser um pesadelo, enorme...
O Axel tranca a porta e começo a chorar ainda mais. Eu não acredito, que ele tem coragem de prender os meus pais, só para conseguir me prender aqui, como é que ele consegue fazer isso? Como é que um homem como este, não sente remorsos, por fazer isto aos pais de uma adolescente? Como? Eu não quero nem imaginar, como é que os meus pais devem estar, coitados devem estar fracos, com fome, com dores, eles tinham sangue nas roupas deles, não quero imaginar o que ele fez com eles!
Os meus pais não tem culpa nenhuma, da espécie de homem que ele é. Ele é um monstro, nunca, mas mesmo nunca, conseguirá o amor por mim, só o que ele fez aos meus pais, não tem o mínimo perdão nenhum, nenhum mesmo! Tudo isto, é por minha causa, se eu tivesse obedecido as regras dele, nada disto estaria a acontecer agora, mas eu não... O meu maior defeito, é ser desafiadora e depois olha, é o que dá ser assim.
Deito-me e abraço-me áalmofada, a chorar. Só queria que este dia acabasse e volta-se a ver os meus pais outra vez, eles não tem culpa de nada, de nada mesmo. Isto é tudo culpa minha, tudo! Eu nunca devia, de o ter desobedecido. Eu pensava que as ameaças dele, eram só ameaças e nunca pensei, que fosse fazer alguma coisa. Eu sei que a culpa é dos meus pais, por eu estar aqui nesta casa e eu sei, que é alguma coisa entre eles os três, mas eles não têm culpa de estarem presos, eu é que desafiei o Axel e agora, os meus pais estão presos! Por mais que esteja chateada, por causa da situação onde estamos, os meus pais não merecem este tipo de coisas... É verdade! Eu nunca os vou perdoar por isto, mas também não sou rancorosa e querer, que isto aconteça com eles! Será que algum dia, vou conseguir sair daqui? Será que vou conseguir ser feliz longe dele, longe de tudo e de todos... Acho que nunca terei essa sorte, nunca...
Fecho os olhos para tentar dormir, mas cada vez que os fechava, só veia a imagem dos meus pais nas cadeiras, com as roupas com sangue. Lágrimas e lágrimas, é tudo o que eu consigo fazer neste exato momento, é uma dor enorme, saberes que tens os teus pais a sofrerem por tua causa e tu sem poderes fazer nada. É como uma facada no coração, assim que está espetada a dor não poderá sair e aqui é exatamente igual, é uma facada pelo sofrimento dos meus pais, por minha causa. Começo a sentir os olhos a pesarem, para quererem dormir, fecho os olhos só por um bocadinho e adormeço...
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