Capítulo 20

Em um sábado, os habitantes de Verano estavam se preparando para o Festival das Luzes, incluindo Luna, que estava animada porque seus pais a deixaram ir com a condição de que Dalila ficasse de olho nela. Obviamente isso não iria acontecer, mas era melhor do que ficar em casa ociosa. Havia também a possibilidade de Heitor estar lá, mas Luna não chegou a perguntar para ele.

Nesses dias que se passaram, Luna e Heitor trocaram pouquíssimas palavras no colégio e isso a fez lembrar da época que ele chegou na cidade. A diferença, no caso, é que eles já tinham criado uma certa conexão e essa situação estava deixando ambos um tanto quanto entristecidos. A relação com seus pais estava amena, mas às vezes eles perguntavam se os jovens estavam conversando um com o outro no colégio e sempre recebiam uma resposta negativa.

Quando chegou ao parque de diversões, Luna até esqueceu de toda aquela situação. Era uma noite para se divertir e ela faria isso. A decoração estava bem belíssima e bem iluminada como sempre, já havia barracas de comida e bebida e várias pessoas no local. O show de fogos seria um pouco mais tarde, então daria tempo de Luna e Dalila darem uma volta no parque e irem nos brinquedos.

— Tá tão bonito, né? -Dalila comentou, despertando Luna de seus pensamentos.

— Demais! Tô animada para ver o show de fogos.

— Vai demorar um pouco, mas tudo bem... -ela olhou para um grupo de rapazes e comentou um pouco decepcionada. – É uma pena que eu vou ser sua babá hoje.

— Você não precisa fazer isso, Lila.

— O papai tá de olho em você e eu não quero isso pra mim também.

Luna sorriu com o comentário da irmã e negou com a cabeça. As duas começaram a andar no local e cumprimentaram algumas pessoas conhecidas. Numa dessas voltas, elas encontraram Carol, que correu para abraçar Luna.

— Eu não acredito que você veio! -ela comentou animada e cumprimentou Dalila. – Oi, Lila!

— Oi, Carol! Nossos pais deixaram a Luna ir com a condição de ela ser o meu chaveirinho.

— Que horror! Como é que você vai ficar beijando bocas por aí?

— Sacrifícios que eu tenho que fazer em nome da honra familiar.

As três riram com o tom dramático de Dalila e Luna disse de forma convincente.

— Eu já disse que você não precisa fazer isso, Lila... Eu e a Carol podemos ficar por aí.

As amigas se entreolharam com um jeito cúmplice e, após dar um longo suspiro, Dalila se rendeu.

— Tá bom, mas eu quero as senhoritas intactas, por favor. -as duas deram um gritinho animado e ela continuou. – Quando começar o show de fogos, a gente se encontra. Já que a Luna tá sem celular, você pode mandar mensagem do seu celular, Carol.

As duas assentiram, Dalila se despediu e foi em direção à umas colegas de faculdade que estavam perto de uma barraca de artesanato. Quando ela foi embora, Luna e Carol foram direto para o carrinho bate-bate e se divertiram muito no brinquedo. Em seguida, elas compraram pipoca e algodão-doce e aproveitaram mais alguns brinquedos. Quando estava na roda-gigante, elas estavam aproveitando a vista do parque até que Carol exclama.

— Ai meu deus, olha quem tá ali!

Rapidamente Luna olhou para onde a amiga estava apontando e notou que Heitor estava no parque com Caio. Instantaneamente, ela sorriu e acabou sussurrando o nome dele, o que fez Carol perguntar empolgada.

— Será que hoje vai rolar um beijo?

— Não começa, Carol...

— Eu tô falando sério, amiga, aproveita que vocês vão ter essa oportunidade!

A jovem não respondeu a amiga por vergonha e, quando as duas saíram do brinquedo, Luna sugeriu.

— Que tal a gente ir no salão de espelhos?

— Eu acho melhor você ir falar com ele.

— Carol, por favor, só vamos aproveitar um pouco... Aí depois eu vejo se vou falar com o Heitor.

Um pouco contrariada, Carol deu de ombros e as amigas foram ao salão de espelhos, que era um lugar que tinham vários espelhos com reflexos distorcidos. Depois de irem ao local, elas foram dar uma volta no parque e encontraram Dalila conversando com algumas amigas. As três acenaram uma para as outras, e Luna e Carol seguiram caminhando até que elas viram Heitor e Caio na barraca de refrigerante.

Ao notar que eles não estavam longe um do outro, Luna ficou um pouco nervosa e deu um passo para trás, mas Carol comentou.

— Você não pode fugir dele para sempre, vocês estudam na mesma sala.

— Eu não sei o que eu vou falar... E já vai começar também o show de fogos.

— Relaxa amiga! Vem, me deu uma vontade de tomar refrigerante.

Carol pegou levemente a mão de Luna e elas foram até a barraca onde os rapazes estavam. Ao notarem a presença delas, eles se cumprimentaram e Heitor percebeu o quão bonita Luna estava. Na verdade, ela sempre estava bonita, mas nos dias que se passaram ele conseguiu ver isso com mais clareza. Além disso, com a convivência, o jovem se deu conta de quanto ela fazia falta na vida dele.

Eles se entreolharam enquanto esperavam Caio e Carol voltarem com as bebidas até que Heitor comentou um pouco tímido.

— Você tá bonita, Luna.

— Ah obrigada... Você também tá. -ela respondeu no mesmo tom.

— Aproveitando o lugar?

— Sim, já fui em todos os brinquedos com a Carol, e você?

— É, eu fui em alguns com o Caio.

— Legal...

Os dois olharam envergonhados para o chão e, após alguns segundos de silêncio, Heitor sugeriu.

— Tudo bem se a gente conversar à sós... Em um lugar mais calmo?

Luna ficou nervosa com a proposta dele e chegou a gaguejar algumas palavras. A jovem olhou para Carol, que apenas fez um sinal para a amiga ir com Heitor, então por fim ela acabou concordando. Eles foram em direção a um lugar mais silencioso, mas bem iluminado. Ao notar que estavam sozinhos, o jovem disse com um tom neutro.

— A gente precisa conversar sobre o que aconteceu.

— Eu sei... Heitor, me desculpa, eu sei que deveria ter avisado, mas naquele dia meu pai conseguiu pegar um atalho e chegou mais cedo que o normal.

— Você não teve culpa de nada.

Ela estreitou o olhar e perguntou surpresa.

— Não?

— Não. -ele acabou sorrindo com a reação dela. – A gente estuda na mesma sala, Luna, uma hora ou outra eles iam se encontrar.

— É... Faz sentido...

— Mas a questão é que... -ele ficou pensativo por um momento, nas no fim revelou. – Nesses dias que a gente esteve afastado, eu percebi o quanto você era especial pra mim. De alguma forma, eu estava apegado à você.

— Claro, tinha a questão dos trabalhos...

— Não, é só por conta dos trabalhos, Luna... -ele a olhou fixamente e disse de forma calma. – Eu tô apaixonado por você.

Ao escutar isso, Luna sentiu um frio na espinha e borboletas no estômago, mas era por uma coisa boa porque era algo recíproco. Quando Dalila ou Carol entravam nesse assunto, ela não queria falar porque havia muitas inseguranças internas. Só que quando Heitor revelou isso, a jovem concluiu que ela também sentia o mesmo.

— Você não vai falar nada? -ele perguntou, no fundo querendo rir com a expressão estática dela.

— Não... Quer dizer, sim... Só que... Como? Quando?

— Eu sei que a gente não começou muito bem e admito que fui um babaca com você, mas algo em você me encantou e, quando fui ver, eu já estava pensando em você mais do que eu deveria.

— Mas... Os nossos pais...

— Por isso eu não quis falar nada, eu tinha medo de me declarar para você e nossos pais descobrirem toda a verdade... Bom, no final eles acabaram se reencontrando de qualquer maneira.

— Pois é... Por um lado também, se aquilo não tivesse acontecido, a gente não estaria aqui.

Heitor assentiu e, antes que ele pudesse abaixar a cabeça, Luna falou.

— É recíproco, Heitor.

— O quê? -ele perguntou confuso.

Luna acabou rindo da pergunta dele e disse.

— Heitor Mendes bancando o ingênuo? Essa é nova... -ele sorriu com a resposta dela e ela continuou. – Eu também tô apaixonada por você.

Os dois acabaram sorrindo um para o outro e Heitor se aproximou um pouco mais de Luna. Naquele momento, ela não estava mais nervosa e sim esperançosa sobre o que podia acontecer. O jovem acariciou levemente o rosto dela, sentindo sua pele macia, e sussurrou.

— Posso te beijar?

Olhando para os  lábios dele, ela assentiu calmamente e, no instante que eles se beijaram, começou o show de fogos de artifício. As pessoas do parque gritavam e aplaudiam o espetáculo de forma animada, mas Luna e Heitor estavam tão imersos naquele beijo que nem perceberam o barulho. Era o cenário perfeito porque a explosão de luzes fazia contraste ao que estava acontecendo com eles. Era um beijo calmo, mas cheio de sentimentos, e, quando Heitor tornou aquilo um pouco mais intenso, Luna se segurou nele de uma forma firme, aproximando ainda mais os seus corpos.

Quando o fôlego acabou, eles olharam extasiados um para o outro e, em seguida, para o show iluminado que acontecia no céu. Eles sorriram encantados e Heitor deu um longo selinho nos lábios macios de Luna. Estava sendo tão bom que nada podia estragar aquele momento... Até que uma voz familiar surgiu não muito longe dos jovens.

— Luna?

***

Oi gente bonita, tudo bem com vocês? Gostaram do capítulo de hoje? O que acharam do primeiro beijo de Luna e Heitor?  Quem será que flagrou eles? O que será que o futuro reserva à eles? Deem suas opiniões e obrigada por lerem o capítulo 💜

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