Vizinhos Dos Meus Pais
Bruno's point of view
Saio da minha casa indo para o jardim receber meus queridos convidados. Que passarão alguns dias aqui na minha humilde residência.
— Bem vindas ao meu doce lar. — digo.
Bianca sorri e me da um abraço, era uma sensação tão boa abraçar minha irmãzinha mais nova.
— Ally. — cumprimento a outra jovem.
Ally acena com a cabeça e sorri me cumprimentando.
— Deixa eu ajudar com as malas, só por educação. — digo.
Bianca revira os olhos e entra em casa com a Ally me deixando sozinho carregando as malas delas.
— Eu disse ajudar, vocês são umas aproveitadoras. — reclamo colocando as malas delas no chão.
As meninas me olham e começam a rir.
— Eu te ajudo. — disse Brayan.
— Uma alma bondosa. — digo.
— Aham sei. — disse Anne.
Subo as escadas e abro a segunda porta no corredor. Entro e coloco as malas na cama.
— Eles sabem que vocês compraram a antiga casa deles? — Brayan pergunta.
— Não compramos, foi um presente de casamento.
Tia Dani nos deu uma casa de presente de casamento. Melhor, a antiga casa dela, toda mobiliada. Agora eu era vizinho dos meus pais.
Ele cruza os braços e revira os olhos.
— Quero só ver o que vou ganhar quando casar.
Sorrio e dou um tapinha no ombro dele.
— Vai ganhar um milagre se alguém quiser casar contigo.
Voltamos para a sala de estar, enquanto Brayan me xingava de coisas ofensivas. Não vejo as meninas então pego o celular da minha noiva que estava por ali – sabia o código dela assim como a mesma sabia o meu- e abro na câmera frontal. Faço diversas caretas enchendo o celular com fotos minha.
— Cara, você é doido? — Brayan me olhava com uma expressão engraçada.
— Imagina a cara dela quando ver todas essas fotos.
— Vai morrer de susto com a sua feiura. — Brayan ri da própria piada.
Podia existir um site online que servisse para vender os irmãos.
— Sabia que posso te expulsar da minha casa?
— Parei. — ficou sério.
— Aliás, eu sei o que veio fazer aqui.
— Te visitar, estava morrendo de saudades.
Quase revirei os olhos com tanto cinismo.
— Fez curso de artes cínicas com a Bianca? — pergunto e o mesmo se faz de ofendido. — Tá na cara que ficou interessado na Ally, mas esqueça dela e siga o baile.
Brayan dá de ombros e se joga no sofá ao meu lado.
— Não sei por que, mas acho que ela não gosta de mim.
Fico pensativo analisando ele e franzo a testa.
— Comigo ela foi amigável. — digo.
— Com a família toda, menos comigo.
— De qualquer forma, você é mulherengo e ela parece tão pura e inocente.
— Você com certeza era pior que eu.
— Sim, e então fui chicoteado e estou prestes a casar. — digo.
— E o que isso significa?
— Quando gostar verdadeiramente de alguém poderá sentir a insegurança, medo e ansiedade que é se apaixonar.
— Como soube que estava apaixonado? — pergunta com curiosidade.
Mesmo depois de quase sete anos conseguia lembrar. As sensações que passei a sentir, antes de conhecê-la já havia me apaixonado algumas vezes, mas não passou disso, com ela o sentimento evoluiu.
— Tudo nela me atraía, a maneira que o nariz se enrugava enquanto ria, a pele suave que lembra caramelo, os lábios. Tudo isso se tratava de atração física, quando comecei a reparar na mania que ela tinha de colocar as mãos no bolso frontal da calça, dançar sempre que tocava uma música qualquer, balançar a cabeça enquanto comia e ver que ela era a garota mais confiável, modesta, impaciente e teimosa que já havia conhecido e mesmo assim conseguir gostar até dos seus defeitos, percebi que não era mais paixão e sim amor.
— Parece ser um sentimento maravilhoso. — Brayan confessou. — Mas tinha que ver sua cara de trouxa ao falar tudo isso. — sorriu com deboche.
Balanço a cabeça. Ele não sabe mesmo o que isso significa. Não o culpo, um dia acontecerá o mesmo com ele e poderei rir a vontade.
Vou para a cozinha beber água. Encontro às meninas cozinhando. Isso mesmo, Anne estava fazendo o almoço e elas estavam ajudando enquanto riam de alguma coisa.
— Desde quando Bianca cozinha? — digo surpreso.
Bianca revira os olhos e continua cortando alguma coisa.
— Ela lava louça também. — disse Ally.
— Ela lava louça? Eu pensei que não estaria vivo pra ver isso. — digo.
— As pessoas mudam. — disse Bianca.
— Sim, infelizmente. — sussurro apenas para mim.
A mudança é uma coisa boa, quando acontece para melhor.
Abro a geladeira e pego uma garrafinha de água. Brayan chega e abre a geladeira pegando outra garrafinha de água.
— Meu amor, você pode arrumar a mesa? — Anne pergunta, mas sabia que na verdade era uma ordem.
— Claro.
Dou um beijo na bochecha dela e vou até a mesa que ficava na enorme cozinha. Com a ajuda do Brayan coloco os talheres e os pratos em seu devido lugar.
Quando o almoço fica pronto me sento na extremidade da mesa e a Anne do meu lado.
— Sempre quis sentar aqui, estou me sentindo um rei. — digo.
— Rei da cocada preta. — disse Brayan.
— Invejoso. — digo.
— Iludido. — ele revira os olhos.
— Quantos anos vocês têm? — Anne se intromete na pequena discussão.
Olho para o Brayan e fico com a testa franzida. Fico em silêncio enquanto eles conversam sobre alguma coisa. Remexo a comida distraidamente.
— Está sem fome? — Bianca me olhava.
Eles olham para mim e eu não respondo.
— Está assim porque eu chamei a atenção dele. — disse Anne.
— Ele é sentimental? — Ally pergunta.
Vejo o Brayan colocar a mão na boca para não rir e a Bianca morder o lábio reprimindo um sorriso.
— Até demais. — disse Anne.
Reviro os olhos. Anne coloca a mão encima da minha acariciando ela delicadamente. Dou um sorriso de lado e olho para ela. Não dá pra ficar bravo com esse sorriso maravilhoso que só ela tem. Ela retira a mão e voltamos a comer.
A conversa fluía calmamente.
— E você Ally, trabalha em que? — Brayan só faltava escrever na testa: Olha pra mim, estou super querendo te pegar.
Ally ergue a sobrancelha e olha para ele com... Desgosto? Raiva? Ele engole em seco e ela muda a expressão. Como se estivesse se controlando.
— Bom... No momento eu não estou trabalhando, mas eu trabalhei em uma lanchonete em Los Angeles, até ser demitida por causa de um cantor estúpido. — disse Ally.
Levo a taça com suco até os lábios prestando atenção naquela conversa interessante.
— Você era garçonete? — Anne pergunta.
— Sim. — disse Ally.
— Não se preocupe com isso. — Bianca suspira. — Se preocupe em mostrar ao mundo essa linda voz que Deus te deu.
— Você canta? — Brayan se sobressalta na cadeira inquieto.
Ally balança a cabeça afirmando e olha para a comida em seu prato.
Fico olhando pra ela e pra Bianca. Ela me lembra tanto a Bianca de 6 anos atrás. Sonhadora e insegura. Talvez seja por isso que a Bianca goste tanto dela. Nesses anos ela mudou, mas a Ally lembra a ela como ela era no passado, como ela deveria ser. E eu sinto um sentimento estranho de proteção e carinho quando percebo isso.
— Bom, nos conhecemos há poucos dias, mas já considero você da família. E família nós ajudamos. — digo.
— Ela canta em bares. — Bianca da um gole no suco de morango.
— Na verdade sou apenas a substituta da estrela principal. — Ally da de ombros.
— Que legal! Comecei na internet, mas cantar em bares também parece divertido. — Brayan parecia nostálgico.
Acabei de ter uma ideia com as palavras do meu irmão.
— O youtube vem tendo muitos destaques nos últimos anos, teria grandes chances de ser conhecida através de cover. — exponho minha ideia.
— Concordo com o Bruno. — disse Anne.
— Me sinto idiota por não ter pensado nisso antes. — disse Bianca.
— Vai dizer que não assiste a meus vídeos?
— Ainda não tive tempo de assistir os desse ano. — disse Bianca.
— Fique sabendo que assisto a todos os seus filmes. — não me leve a mal, mas a declaração dela me deixou chateado e pela expressão da mesma ela não esperava por isso.
— Não sabia, me desculpa irei assistir seus vídeos um por um.
— Ótimo. — dou um sorriso ao ficar sabendo disso.
Ela me da língua, meio infantil para alguém da nossa idade.
— Vou querer te ouvir cantando. — disse Anne.
— A voz dela é maravilhosa. — disse Bianca.
Elas começam uma conversa sobre a Ally enquanto o Brayan tem a testa franzida. Como se tentasse lembrar-se de algo.
— E como você e a Bianca viraram amigas? — Brayan pergunta.
Elas se entreolham e riem.
— Uma longa história. — disse Bianca.
— Pode resumir. — disse Brayan.
Ally fica pensativa e sorri.
— Era tarde da noite eu estava esperando um táxi para ir embora. Quando eu entrei no táxi uma garota doida entrou se abaixando e pedindo para o motorista dirigir. Eu virei para trás sem entender nada e mandei o motorista fazer o que ela tinha dito. Quando o carro começou a andar eu vi um monte de paparazzi correndo e gritando alguma coisa. Quando nos afastamos ela tirou o capuz do casaco e eu fiquei de boca aberta. Depois ela me agradeceu e disse que os paparazzi tinham cercado o apartamento dela e que ela não sabia como entraria em casa. Então eu ofereci meu apartamento. Ela pagou o táxi depois de insistir e dizer que era o mínimo que poderia fazer. Depois desse dia acabou que nos aproximamos. Passamos a noite toda conversando, e agora estamos aqui. — disse Ally sorrindo.
Depois dessa história eu começo a rir imaginando um monte de paparazzi maluco correndo atrás da Bianca. Era tão estranho ouvir isso.
— Estava desesperada e isso foi há um ano. — disse Bianca.
Paro de rir e coloco à mão na boca.
— Tudo bem, não tem ninguém te julgando. — digo.
— Privacidade é algo que não conheço mais. — disse Bianca
— Eu te entendo. — disse Brayan.
— O que acha de causarem polêmica? — Anne estava planejando alguma coisa, o sorriso dela ficava diferente.
Olho para ela meio confuso.
— O que você tem em mente? — disse Ally.
— Todos nós iremos sair hoje à noite. Dançar, beber e tudo mais. —disse Anne.
— Você quer ir ao Pub? — pigarreio.
Ela me dá um sorriso malicioso. Lá vem coisa. Resolvo ficar quieto. Eu sei que nosso plano é aproximar todos novamente, mas é estranho ver a reação da Bianca e do Nathan quando estão perto um do outro. Mas afinal, será que depois de tantos anos ainda existe algum ressentimento?
— Por mim tudo bem. — disse Brayan.
Ele dá um sorriso antes de levar a taça com suco até os lábios. Se ele acha que vai conseguir alguma coisa com a Ally era melhor eu ficar por perto.
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