União De Irmãos

Sophia's point of view

O portão se abre eu arrasto minha mala mediana, assim que saio de dentro do táxi. Vejo ele vindo com um sorriso no. Nos abraçamos ele me ajuda com a mala, queria mesmo.

Depois de entrar na casa super aconchegante vejo uma menina deitada no sofá. Ergo a sobrancelha, mas quando chego mais perto reconheço a menina. Era a Milena, minha irmã.

— Oh céus. Nem parece que é um monstrinho quando está acordada. — digo fechando os olhos e sentando no sofá.

Era muito estranho ver que sua irmã não era mais uma garotinha que xingava todo mundo. Ela agora era uma bela jovem. Que ficava bêbada e aparecia em boates. Isso fazia minha cabeça girar.

— Ela parece uma garotinha indefesa enquanto dorme. — disse Nathan ainda olhando pra Milena.

— O que será que ela fez todo esse tempo enquanto estivemos longe? — pergunto olhando a expressão calma no rosto da minha irmã.

— Eu não faço a mínima ideia. — ele suspira. — Ela estava sozinha depois que todos seguiram seu caminho.

Quando Vitor ficou com a guarda dela, eu quase não a via mais. Mas soube de coisas que ela fez. E isso irritou tanto o Vitor que ele mandou ela pra longe. Fiquei com tanta raiva da minha mãe por não ter feito nada, até aceitar depois de anos que ela não poderia fazer nada. Nós sofremos com tudo isso, mas Dani sofreu mais. Porque ela ficou sem nenhum dos seus filhos.

— O tio Luiz convidou a gente pra almoçar lá. — disse Nathan me tirando dos meus pensamentos.

— E se ele estiver lá? — me referi ao Vitor.

— Ele não estará. Mas ela vai.

Lanço um olhar pra ele e levanto.

— Não sei se é uma boa ideia.

— Sophia, eu estarei aqui. — ele olha pra Milena. — Nós dois estaremos aqui.

Respiro fundo. Não teria como prolongar esse reencontro. Mas eu agradecia por ter meus irmãos do meu lado. A Milena começa a se mexer e olha pra nós dois com uma expressão confusa e faz uma careta.

— É irmãzinha, isso se chama ressaca. — disse Nathan.

— Como eu vim parar aqui? — Milena senta no sofá.

— Não se lembra de nada? — pergunto.

Ela balança a mão dizendo que não enquanto mantém uma mão na cabeça.

— Pelo menos eu não acordei na casa de um desconhecido. — disse Milena.

Nathan olha pra mim com os olhos arregalados. Era estranho ouvir isso.

— Exagerou demais no vinho ontem. — disse Nathan.

— Foi só...— ela para e faz uma careta. — Banheiro?

Nathan puxa ela entrando em um corredor enquanto eu fico pensando naquelas palavras. Foi só o que? Ainda não estou aceitando que ela tenha dezenove anos. Depois de minutos o Nathan volta sozinho.

— Eu mandei ela tomar um banho. — ele informa.

— Como vão as coisas por aqui? — pergunto para quebrar o silêncio que havia se instalado.

— Vão indo, Vitor continua insuportável, mas eu aguento.

— O que ele fez dessa vez?

— Bom... — ele suspirou. — O cara fica me enchendo o saco sobre a empresa o tempo todo.

Toda nossa família sabia que Nathan não gostava nem um pouco da empresa, o sonho dele era ser escritor e viver das mais profundas histórias. Mas nosso pai tinha outros planos para o filho mais velho.

— Você não tem obrigação de fazer o que ele manda, pense nisso.

— Não quero mais brigas entre ele, Sophi.

Fico sentada mexendo no celular. Tinha dias que eu não atualizava minhas redes sociais, qualquer hora eu faço isso. Levanto e ando pela sala olhando a decoração. Tia Jéssica, eu reconheço o trabalho dela quando vejo. Abro um sorriso ao ver um porta retrato com nós três juntos. Milena estava com a mão no ombro do Nathan, ele estava com uma mão atrás da minha cabeça fazendo o sinal de "paz e amor" e eu estava com um sorriso no rosto olhando pra Milena que fazia uma careta.

— Nem lembrava mais dessa foto. — disse Milena.

Olho pro lado vendo ela usando um roupão de banho branco e seus cabelos um pouco claros e ondulados, molhado.

— Esse dia foi um pouco depois do meu aniversário de quinze anos.

— Ah! Eu lembro da festa. Você estava linda. — disse Milena se afastando e olhando os quadros que tinha na parede.

— Não tanto igual a você nos seus quinze anos.

Depois da festa da Milena nós nos afastamos mais. Os únicos que ainda estavam morando no Brasil era eu e Brayan. Eu ainda não tinha feito dezoito anos. E nossos pais ainda não haviam se divorciado. Todos eles vieram pra festa sem avisar para ser uma surpresa. Nesse dia nos divertimos muito. E matamos a saudade. Mas no ano seguinte as coisas pioraram. Com o divórcio dos nossos pais acontecendo eu decidi ir embora pra seguir minha carreira de modelo e ter oportunidades melhores. Tinha recebido propostas em marcas bastante famosas. Graças a minha agência que era bastante conhecida e meus trabalhos aqui no Brasil. E a Milena, ela ficou aqui sem os irmãos por perto. Só tinha restado o Brayan ao lado dela.

— Eu preciso contar uma coisa. — disse Milena me olhando nos olhos.

Ela abre a boca pra falar, mas o Nathan se pronuncia.

— Vai se arrumar, estamos atrasados. — disse Nathan.

Eu ainda olhava pra Milena sem reação e Nathan sorri.

— Atrapalhei alguma coisa? — Nathan pergunta.

— Não, estávamos apenas conversando. — disse Milena.

Sento no sofá e cruzo os braços. Não esperava por isso. Meu irmão mexia no celular, enquanto eu olhava para o teto fixamente.

— Anda Milena, quer chegar lá no jantar? — Nathan grita.

— Você demora tanto assim pra se arrumar? — Nathan me olha.

— Sim.

— Mulheres. — ele suspira.

Depois de vinte minutos a Milena aparece na sala usando um short jeans, regata cinza e havaianas preta. Nathan olha pra ela e levanta do sofá.

— Opa, não acha melhor usar uma calça? — disse Nathan pergunta.

— Tá maluco? Tá calor. — digo.

Ele olha pra mim e revira os olhos.

— É pra você me ajudar e não ficar do lado dela. — disse Nathan.

— Desculpa, mas eu não estou vendo nada demais nas roupas dela. — digo.

— Deixa de ser careta. — disse Milena.

Ela vem andando até mim e o Nathan olha para nós duas.

— Vamos?—pergunto.

Tinha uma Ranger Rover na pequena garagem.

Vou conversando com a Milena enquanto o Nathan fica quieto até chegar.

— Nossa antiga casa. — disse Milena olhando para trás.

Me viro e fico olhando a enorme casa um pouco longe, sempre moramos no mesmo condomínio que nossos primos durante a adolescência.

O grande portão se abre e Nathan conduz o carro para dentro.

Saímos do carro e seguimos ele e logo estava dentro da casa dos meus tios. Sinto uma felicidade inexplicável, eu passava mais tempo aqui do que em casa. Entro na sala escutando vozes e vejo um monte de gente conhecida, mas um rosto era desconhecido. Vou até tia Paula que levanta e me abraça.

— Menina como você está linda. — disse Luiz.

Abraço todos eles, Anne levanta e me abraça e eu olho pra menina que estava ao lado dela.

— Essa é a Ally, amiga da Bianca. — Anne apresenta.

— Oi, eu sou a Sophia. — digo.

— Oh Meu Deus, eu sei quem é você.
— disse Ally um pouco eufórica.

— Quem acha a Sophia mais bonita que a Bianca levanta a mão. — minha vó levantou as duas mãos ao terminar de falar. Fiquei em silêncio sem entender a implicância com a minha prima.

— Quem acha que deveríamos colocar a vovó em um asilo levanta a mão. — disse Bianca, logo meus irmãos e primos levantaram as duas mãos em concordância.

— Está vendo como eles me tratam Paula? Vou pegar minhas coisas e sumir, aí não adianta chorar depois. — vovó disse.

Sorrio e me sento cruzando as pernas. Pra que se precisa de uma família normal, não é não?

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top