Atriz De Sucesso?

Holá! Senti tantas saudades dos meus bbs, mas agora eles estão de volta e mais velhos

RESUMO PARA QUEM ESTÁ LENDO ESSE, MAS NÃO QUER LER O PRIMEIRO LIVRO

Bianca cresceu em uma família rica, cercada de amor ela vive uma loucura atrás da outra ao lado dos seus irmãos Bruno e Brayan e seus primos: Milena, Nathan e Sophia. Juntos eles conhecem os primos Felipe e Anne na escola e uma amizade surge entre esses 8 adolescentes nem um pouco maduros. Bruno e Anne resolvem entrar em um relacionamento já que ele era doido por ela e os dois tinham muito em comum.

Bianca e Felipe namoram por menos de um ano, mas a revelação dos sentimentos do Nathan por ela a deixa confusa, afinal ele era seu primo e os dois faziam tudo juntos pelo fato de serem vizinhos. Porém o que nenhum deles sabia era que Nathan na verdade fora adotado quando pequeno. 

Essa revelação choca todos, inclusive Bianca que já desconfiava. Até que seu pai avisa que eles precisarão morar em Los Angeles por um ano, então Bianca resolve dizer a Nathan o que sente e ele promete que iria esperar por ela.  

Boa leitura!

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Bianca's point of view

Los Angeles - CA

Todos amadurecemos um dia, pode ser com o tempo ou com as consequências de diversas situações com as quais você já presenciou e passou. Muitos adolescentes só se preocupam em estudar, namorar, se divertir, ficar bêbado ou se apaixonar. Eu já fui como eles, mas fui obrigada a amadurecer, com apenas 16 anos. Agora com 17 anos eu já estive em situações de perigo, presenciei amigos morrerem e o pior, não consegui salvar meu irmão mais novo. As lembranças daquela noite ainda me visitam durante os meus pesadelos, por isso tenho medo de dormir e ver aquelas lembranças de todos que eu amo e não consegui salvar. O destino gosta de brincar com você, eu era apenas uma adolescente qualquer que tinha os pais divorciados e um irmão mais novo. Nós morávamos com a nossa mãe até ela morrer de uma forma misteriosa, eu ainda não desisti de descobrir o que aconteceu com ela, e estou cada vez mais perto de uma resposta. Depois da morte dela fui obrigada a morar com meu pai em uma cidade pequena. Assim que cheguei aqui notei que tinha algo de muito estranho acontecendo por aqui. O pior, tinha algo de muito estranho com o meu pai.

A noite já tinha caído fazendo a floresta ficar sombria, eu estava sozinha caminhando com uma lanterna. Estava frio, por isso estava com minha jaqueta, minha calça preta que era justa e meu coturno preto. Eu só andava com roupas pretas e minha pose séria causava medo nos estudantes da minha escola, eu não me importava, achava até melhor manter as pessoas longes de mim. Meus amigos causavam as mesmas coisas nos outros adolescentes, ninguém se atrevia a chegar perto de nós e os que faziam isso acabavam como nós ou mortos. Escuto um barulho vindo na minha direção se aproximando muito rápido. Fecho os olhos e sinto algo se aproximando cada vez mais e estendo minha mão jogando a pessoa de costas no chão com toda força eu estava de joelhos com uma mão encima do peito da pessoa que acabei de derrubar e faço uma expressão surpresa.

— Oh meu Deus! — pronuncio vendo o Nick com uma expressão de dor com o rosto suado mesmo estando frio se contorcendo embaixo de mim, meus olhos pousam automaticamente no braço esquerdo dele aonde ele apertava com a outra mão. Levanto a cabeça escutando outro barulho e olho ao redor. O que atacou ele poderia estar aqui ainda. Minha atenção volta pro Nick quando escuto um gemido de dor escapar da sua boca. Eu preciso fazer algo, agora. Tento comunicar ao Jason usando minha mente pedindo para ele retornar, mas sinto uma dor aguda no meu pulso direito e cerro os dentes puxando a manga da minha jaqueta pra cima. Lá estava a marca preta no meu pulso queimando minha pele como fogo azul, algo errado tinha acontecido, eu sabia disso e essa era minha resposta. Ainda de joelhos coloco minhas duas mãos no chão e abaixo a cabeça ainda sentindo aquela dor insuportável queimando. Minha testa fica suada enquanto eu espero aquela dor passar. O fogo azul ainda brilhava no meu pulso direito, mas eu não iria gritar por mais que eu quisesse. Eu sabia que isso estava acontecendo porque o Nick estava se curando, mas pra isso minha força era tomada de mim, era como se uma parte da minha alma fosse embora toda vez que isso se repetia com algum dos "herdeiros." É assim que nos chamamos. Uma semana depois que cheguei nessa cidade acordei de noite no meio dessa floresta completamente sozinha. Logo percebi que tinha algo errado comigo e quando vi aquela marca no meu pulso direito eu não sabia o que aquilo significava, pra mim parecia uma simples tatuagem. Mas sempre que me aproximo de alguém ou alguém se aproxima de mim, acontece de novo. A pessoa acorda de noite sozinha na floresta carregando essa tatuagem no pulso e o pior de tudo é que nem todos que são marcados sobrevivem depois do processo. Eu fui a primeira e quando isso acontece de novo eu sou capaz de sentir, então acordo no meio da noite para ver quem foi a pessoa marcada, então eu entendi que eram sempre meus amigos. Por isso eu não me aproximo de mais ninguém, algum deles não estão vivos, já faz um ano que carrego essa maldita tatuagem e ainda não aprendi a conviver com ela. Tudo mudou em um ano, eu já havia me acostumado com essas habilidades estranhas, só nunca tinha imaginado que teria que usa-las para sobreviver quando começamos a ser perseguidos. Eu sou uma espécie de líder? Só porque eu sinto quando um dos "herdeiros" morre ou minha marca arde assim quando eles estão se curando. Depois de ganhar essa marca você fica com mais força, mais rapidez, mas ela não te ensina a lutar, isso tivemos que aprender sozinhos.

— Elizabeth? — pergunta Nick sentando no chão. Finalmente a dor foi embora mais meu corpo ainda tremia. Com um pouco de dificuldade consigo levantar e o Nick faz o mesmo.

— Cadê o Jason? — pergunto entre dentes tentando expulsar aquela sensação ruim do meu corpo.

— Nós fomos atacados, alguma coisa bem grande nos atacou e cortou meu braço, não poderíamos lidar com o que fosse aquilo então resolvemos despistar e nos enfiamos mais na floresta. Ele estava logo atrás de mim então não me lembro de mais nada. — Nick disse.

— Eu não deveria ter deixado vocês virem comigo. — digo voltando a andar na direção da minha casa que não ficava longe dali.

— Nós não deixaríamos você seguir seu pai sozinha, ainda mais sabendo o que ele faz. — Nick disse me acompanhando. — Nós não vamos atrás do Jason? — ele pergunta e eu paro bruscamente com os punhos fechados.

— Alguma coisa aconteceu com ele, não consigo senti-lo. — digo fechando os olhos e respirando com força. Eu não posso lidar com outra morte, eu não conseguiria mais sentir outra pessoa que amo morrer.

— Nós o acharemos, os outros estão fora da cidade atrás de respostas para os acontecimentos, precisamos de reforço. — Nick disse soando firme.

Tinha um "herdeiro" que eu não fui atrás, mas sempre vigiava ou mandava um deles vigiar o garoto de apenas dezesseis anos que era amigo do meu irmão, então eu acho que esse era o motivo para eu ter me aproximado dele sem querer e acabou acontecendo com ele também. Eu sabia que ele não entendia como era capaz de certas coisas, ele estava exatamente como eu no começo. Eu não tive ninguém para me ajudar e tirar minhas dúvidas, mas os outros tiveram, era eu que ajudava eles, afinal a culpa era minha mesmo eu não sabendo o motivo.

— Ele está aqui. — diz Nick olhando para as árvores eu também posso sentir que ele está aqui. Segundos depois consigo ver ele saindo de trás de uma árvore e caminhando parando um pouco longe de nós, pelo menos em uma distância segura se é que ele acha.

— O que faz uma hora dessas na floresta? — pergunto desconfiada.

— Eu senti que deveria estar aqui. — diz Mike tocando a marca por debaixo do casaco.

— Você procura respostas. — digo e ele levanta a cabeça me olhando. — Eu tenho as respostas. — me aproximo parando na frente dele. — Isso vai doer. — seguro no braço dele com uma velocidade incrível e aperto a marca no pulso dele. Ele dá um grito de dor e ajoelha enquanto eu ainda aperto seu pulso sabendo que a minha própria marca estaria acesa com uma cor azul por causa disso. Assim que solto o braço dele ele fica no chão ainda gritando e tremendo. Agora ele era um de nós, estaríamos ligados para sempre.

Corta!

Sorrio aliviada por ter terminado essa cena sem nenhum erro.

— Vocês foram muito bem hoje, continuamos amanhã. — Christopher disse.

Christopher era um ótimo diretor, que já dirigiu muitos filmes famosos, mas é a primeira vez que ele dirige uma série e está tudo tão incrível desde a primeira temporada.

Vou para o camarim trocar de roupa. Pego minha bolsa e meu celular e me despeço de todos. Chego ao estacionamento do Estúdio e desativo o alarme de minha Harley Davidson.

— Bianca!

Reviro os olhos e me viro. Olho para o loiro de olhos verdes. Ao mesmo tempo em que ele conseguia ser uma ótima pessoa, ele conseguia ser egocêntrico quando queria.

— Cole, já estava indo embora. — digo subindo na moto.

— Calma, apressada. — ele sorri. — Não gostaria de fazer alguma coisa hoje?

— Claro! Dormir.

— Não sente falta de mim?

Ele chega mais perto com um sorriso divertido no rosto e me analisa.

— Nós só saímos uma vez e faz muito tempo, se eu sentisse falta de você me internaria por carência.

— Isso é o que você diz.

Vejo sua boca se aproximando e viro o rosto.

— Nos vemos amanhã.

Ele se afasta e cruza os braços ainda sorrindo. Coloco meu capacete enquanto ele me observa e saio de lá. Já estava tarde, só queria comer um sanduíche delicioso de frango e dormir, mais nada.

Abro os olhos lentamente enquanto o despertador toca e desligo-o. Esfrego os olhos e vou pra cozinha encontrando a morena mais organizada que eu conheço.

— Ally. — grito.

— Que susto! — ela coloca a mão no peito.

— Venha cá sua pirralha.

Vou até ela e nos abraçamos.

Allyson é minha melhor amiga, nós dividimos o apartamento. Ela tem apenas 20 anos e eu trato ela como uma irmã mais nova. Ela é muito ingênua e como é linda sempre aparece algum cara querendo se aproveitar. Cole é um desses, ele é um safado de primeira.

— Me conta como foi lá no Texas.

— Enquanto tomamos café, você não pode se atrasar. — ela avisa.

Conversamos enquanto comemos. A família dela morava no Texas, ela tinha ido ficar lá com eles por um mês. Senti uma enorme falta dela. O apartamento era grande demais para apenas uma pessoa.

— E a gravação da série? — ela pergunta.

— Está tudo incrível, você sabe que eu amo essa série, ainda nem acredito que estou participando dessa temporada.

Eu tinha sido convidada no ano passado para fazer uma breve participação na série, apenas no último episódio da segunda temporada, quando soube aceitei na hora, sempre gostei de navegar pela netflix e me afogar em séries. Então quis tentar algo novo, estava sempre sendo cotada para filmes de grande sucesso com diretores renomados na indústria cinematográfica. Mas estar em uma série era algo novo para mim. Não sabia se estaria presente na próxima temporada devido a minha agenda cheia, mas felizmente aqui estou, terminando as gravações da terceira temporada.

Acontece que o elenco de mysteries prohibited mudava de uma temporada para a outra, já que uma história nova e cheias de mistérios era narrada em cada temporada. O foco da terceira era os mistérios do mundo sobrenatural que Elizabeth e os amigos tentam descobrir.

— Meu Deus! Olha a hora, vai se arrumar.

— Droga.

Fui direto para o banheiro tomar um banho rápido e escovar os dentes. Já arrumada passo pela espaçosa sala, onde minha amiga estava.

— Vai vim? — pergunto pegando a chave do carro.

— Claro.

Pegamos o elevador e vamos para o estacionamento, como Ally tinha medo de andar em minha moto eu optei por irmos no jaguar, meu mais novo carro.

Ela liga o rádio e vamos cantando enquanto eu dirijo até o estúdio de filmagens.

— Muito bem, essa é uma cena aonde ocorre o primeiro beijo do Nick e da Elizabeth, estou muito animado pra isso. — Christopher disse.

Cole da um sorrisinho se divertindo com aquilo. Nossos personagens em uma cena de beijo, soava tão irônico. Tudo bem Bianca, você é uma atriz profissional, já fez coisas piores que beijar alguém em uma cena.

— Podia ser eu, mas o Christopher não colabora. — Josh disse.

Josh é um dos atores da série e o mais brincalhão do set. Adora uma pegadinha, a última pegadinha que ele fez foi com a Lucy. Ele soltou um ratinho no camarim dela. O vídeo circula até hoje no YouTube.

— Todos em suas posições. — Christopher grita.

Ação!

Eu posso sentir o Jason, ele estava por aqui, em algum lugar naquela casa velha no meio da floresta. Eu podia escutar o pensamento dos outros que estavam cercando a casa esperando meu sinal caso algo desse errado. Levo a mão até o coldre na minha coxa esquerda e aperto a arma que tinha ali. Eu tinha uma lanterna como sempre já que não conseguia ver direito à noite. Chego à porta e tento abrir, mas estava enterrada. Afasto-me um pouco e chuto ela fazendo a porta cair no chão.

— Sabe bater na porta não? — escuto o pensamento do Nick e sorrio. Era incrível como ele nunca deixava o sarcasmo de lado. Ergo a lanterna e entro na casa que tinha muita poeira e móveis antigos. A presença do Jason ficou mais forte, podia sentir meu pulso formigar dizendo que ele estava aqui. Mas antes que eu pudesse olhar os quartos alguma coisa me acertou me fazendo voar e bater as costas na parede. Sinto uma dor horrível por causa do impacto, mas levanto rapidamente sem nenhum esforço. A lanterna estava um pouco na frente caída no chão fazendo o local ficar escuro, era difícil enxergar mas eu sabia que a pessoa que me acertou ainda estava aqui logo na minha frente. Tiro a minha arma do coldre e seguro ela com as duas mãos. Meu sobretudo preto estava com umas surpresinhas para quem me acertou. Escuto um barulho e me abaixo bem na hora que uma cadeira é arremessada na minha direção quebrando ao bater na parede.

— Isso é modos de tratar suas visitas? — pergunto com deboche.

Atiro três vezes na direção da pessoa que gritou quando acertei um dos tiros nela.

— Temos companhia. — penso sentindo a raiva me dominar. Foi uma dessas pessoas com as mesmas habilidades que as nossas que matou meu irmão. Não tive tempo pra pensar porque fui interrompida por alguém me puxando para o chão e então o barulho dos disparos. Ele não estava sozinho, claro, eles não andam sozinhos. Os responsáveis pelas mortes dos nossos, dos meus amigos, eles nos caçam sem nenhum motivo e tiram tudo de você, tudo que você ama. Nós o chamamos de "Anti-herdeiros."

— Parece que eles ficaram bem furiosos. — escuto o pensamento do Nick e olho para o lado vendo que foi o Mike que me derrubou no chão para eu não ser baleada, mesmo nos curando rápido ainda podemos morrer.

— Uma ajudinha seria boa. — Nick disse agora perto da onde a gente estava. Eu e o Mike levantamos e paramos do lado do Nick. Eu olhava em todas as direções, a arma do Nick era maior e tinha lanterna o que eu agradeci mentalmente sabendo que eles iriam ouvir meu pensamento.

— Eu disse que não era idiotice trazer essa arma. — Nick ilumina o pouco espaço perto de nós.

Eu não respondo, pois estava concentrada, Nick não consegue ficar quieto nem quando estamos sendo atacados.

— Vá procurar o Jason, eu posso lidar com eles. — digo para os dois e eles não discutem comigo e logo vão fazer o que eu mandei. Pego minha lanterna no chão e encosto na parede respirando fundo.

— Eu já matei muito de vocês, seus amigos, seu irmão. — ele fala as palavras lentamente como se quisesse me afetar. — E vou continuar até não sobrar ninguém que você ama. Então te matarei por último bem lentamente para que você sofra do jeito que merece.

Cerro os dentes ao reconhecer a voz do Peter. Então ele estava aqui o tempo todo. Ele estava me procurando, conseguia ouvir os passos se aproximando. Quando ele estava perto o suficiente da parede eu viro dando uma cotovelada no nariz dele e levanto a outra mão com a arma, mas sou impedida em uma velocidade incrível por ele que segura meu braço com força o virando, mas eu também tinha força. Com a outra mão tiro a faca que eu estava guardando e faço um corte no braço dele. Antes que eu pudesse fazer outro movimento ele some da minha frente usando a velocidade. Vou andando em direção a cozinha segurando a arma, sinto um movimento atrás de mim e me viro interceptando o soco dele parando a mão dele com uma das minhas mãos.

— Eu tenho uma surpresa paro os seus amiguinhos. — Peter me chuta, fazendo com que eu batar de costas no balcão da cozinha.

Procuro a arma e vejo-a a alguns metros longe de mim no chão e sou levantada pelo aperto da mão do Peter no meu pescoço. Ele aperta meu pescoço com força e eu coloco as duas mãos no braço dele tentando me livrar do aperto.

— Você ainda está ouvindo eles? Não? — ele balança a cabeça. — Eu também não vim sozinho. — ele aperta mais me levantando do chão. Eu estava ficando sem ar. — Eu pensei que você era mais forte. — ele me lançou na direção da Janela e eu fechei os olhos sentindo o vidro quebrar e eu cair para fora da casa quando a parede se quebrou.

Coloquei a mão no pescoço levantando do chão. Meu corpo todo doía e eu não conseguia respirar direito, mas eu não cairia sem lutar. Ele saiu pela janela agora quebrada e parou na minha frente com um sorriso no rosto.

— Nós pegamos o Jason, não foi fácil, mas ele já está seguro, estou voltando para te buscar. — ouvi o Nick na minha cabeça e senti um alívio ao saber que eles estavam bem.

— É só isso que sabe fazer? — perguntei querendo provocar e consegui. Ele veio na minha direção e eu estava disposta a lutar. Senti a raiva dominar meu corpo e me deixei levar por ela automaticamente sabendo de tudo que esse homem fez com as pessoas que eu amo. Quando recobrei a consciência eu estava encima dele dando soco e mais soco no rosto dele com toda a força possível, ele estava ficando inconsciente e seu rosto inchado, mas eu não parei até ele ficar desacordado. Soltei a blusa dele e levantei com a respiração rápida demais. Entrei na casa e voltei segurando minha arma apontei na direção dele perto de apertar o gatilho.

— Vai pro inferno. — pronuncio essas palavras com tanto ódio que senti um arrepio percorrer a minha espinha, eu estava prestes a matar uma pessoa e não estava conseguindo parar eu só sentia raiva.

— Liz? — escuto a voz do Nick perto de mim me chamar por um apelido carinhoso, mas eu estava ocupada demais olhando para o homem que fez tanto mal as pessoas que eu amo e minha raiva gritando pra eu atirar nele e acabar logo com isso, era só puxar o gatilho. — Olha pra mim, você não é assim. — Nick coloca toda certeza do mundo naquelas palavras, mas eu ainda não conseguia olhar pra ele, eu só queria acabar com isso. — Você não quer matar ele e ficar com isso na sua consciência, eu sei que você vai sofrer mais ainda se fizer isso. Eu sei que você não vai fazer isso e se tornar como ele, você é melhor que isso Liz, você é uma herdeira, você é nossa líder. — sem perceber ele estava mais próximo de mim e levanto a cabeça encontrando os olhos verdes tão conhecidos, senti algo escorrendo pela minha bochecha e só então notei que eu estava chorando. Ele aproveita esse momento para tirar a arma da minha mão com cuidado e me puxar para poder me abraçar.

— Eu...Eu estou cansada disso, eu não quero mais ver um de vocês morrer, eu quero que isso acabe. Eu não posso perder vocês. — levanto a cabeça para poder olhar pra ele.

— Eu também não posso te perder Liz. — ele da um pequeno sorriso e eu fico paralisada encarando seus olhos enquanto um monte de pensamentos passam na minha cabeça, mas um que nunca se ia, um que sempre estava ali era o medo e isso era inevitável.

— Sinto muito atrapalhar mas eu tenho que matar um dos dois, então qual de vocês quer morrer?

Nos viramos na mesma hora para encarar a Alice, ela era uma
Anti-herdeira mais próxima do Peter.

— Será que vocês sobrevivem a um tiro na cabeça? — ela olha pra arma que segurava e da um sorriso sombrio. — Claro que não, posso dizer isso por todos os herdeiros que já matei ao longo da minha vida.

Uma coisa que ela disse me deixa confusa e surpresa, Nick pareceu perceber o mesmo que eu.

— Como assim, ao longo da sua vida? Nós somos os únicos herdeiros. — diz Nick colocando a mão na minha frente para eu poder chegar pra trás. Ele queria se colocar na minha frente, eu não ia permitir isso.

— Tolos. — ela grita fazendo sua voz ecoar na floresta silenciosa. — Vocês se acham espertos mas não sabem nem a metade. — ela levanta a arma e olha pra nós. — E nunca vão saber.

Antes que eu pudesse fazer qualquer movimento o barulho da arma disparando ecoa, tudo ficou em câmera lenta depois disso, Nick caindo de costas no chão. Alice sumindo com o Peter usando a velocidade e a força ao seu favor sobrando somente eu.

— Não, não, não. — minha voz saia quase num sussurro enquanto eu me abaixava ao lado do corpo desacordado do meu amigo, ele não poderia estar morto, Nick não poderia estar morto. Mas tudo doeu quando eu vi o pequeno buraco na sua testa e seus olhos fechados. As lágrimas agora estavam descontroladas enquanto eu colocava a cabeça dele no meu colo sem conseguir acreditar que ele estava sem vida.

— Fica comigo, eu não posso perder você também. — sussurro puxando a mão direita dele e fechando os olhos enquanto apertava a marca no seu braço querendo curar ele transferindo toda a minha força. Eu nunca tinha tentado fazer aquilo novamente, a única vez que eu tentei fazer isso foi quando eu estava tentando salvar o meu irmão, mas isso quase me matou também no processo. Não pude evitar soltar um grunhido ao sentir meu corpo todo doer, não me lembrava que era tão dolorido tentar fazer isso, era como se minha vida estivesse sendo sugada até o meu coração parar de bater por completo em algum momento se eu não suportasse, mas eu não me importava, eu aguentaria até o final para salvar a pessoa que eu amo. Meu corpo tremia e meu maxilar estava rígido por eu estar fazendo uma força insuportável nos meus dentes a ponto de quebra-los. Eu tinha que ser rápida ou então seria tarde demais. Abro os olhos enquanto minha respiração ficava ofegante e eu sentia meu corpo querendo cair para trás.

— Eu não vou admitir que você se vá está me ouvindo? Fica comigo, por favor. — cada palavra era um enorme esforço para ser pronunciada com dificuldade, então como uma última esperança eu solto seu braço e me inclino mais pra frente deixando um longo beijo na testa dele com os olhos fechados e a respiração entrecortada sentindo minhas lágrimas molharem seu rosto, então me afasto apenas para encostar meus lábios nos dele e apenas com o simples toque eu senti todas as minhas energias voltarem, eu senti toda a força voltar na mesma hora. Era como se nossas forças tivessem se tornado apenas uma. Assim que levantei a cabeça e abri os olhos pude ver sua marca brilhando, não pude deixar de olhar para ela. Nenhuma outra marca brilhava, a única que fazia isso era a minha que sempre se acendia o fogo azul, mas a dele se acendeu em fogo amarelo por alguns segundos e se apagou. O que foi isso? Olho novamente para o rosto dele e meus olhos se encontram com os seus que estavam abertos, ele me olhava confuso como se algo estivesse errado comigo, como se não fosse ele que estivesse morrendo agora a pouco.

— Seus olhos. — diz Nick ainda com a mesma expressão de confusão e medo? — Eles estavam azuis.

Como meus olhos estavam azuis? Nossos olhos não se acendiam ou mudavam de cor, pelo menos de acordo com o livro que roubamos das coisas do meu pai, lá estava escrito que isso só aconteceria quando um herdeiro se mostrasse digno, mas o que significa ser digno?

Corta!

— Corta. — Christopher veio até nós.

— Era isso que eu queria, isso sim é um beijo cheio de paixão. — diz Christopher batendo palma.

— Agora nós vamos gravar a cena comigo? — Josh pergunta me fazendo rir.

— Não, vamos gravar a cena que você morre. — Christopher brinca com ele.

— Sério que ele vai morrer? — Cole pergunta.

— Não, o Jason nunca irá morrer. — Josh disse com um tom convencido.

— Vamos repetir apenas o beijo, vocês estão ótimos. Bianca — Christopher aponta pra mim. — Você foi ótima. — Christopher puxa o Josh para voltarmos a gravar a cena.

Repetimos a cena do beijo mais algumas vezes até deixar o Christopher satisfeito.

— Quinze minutos para vocês e já continuamos pessoal, Lucy, Brant e Thomas a próxima cena é de vocês. — Christopher disse se afastando.

— Estou morrendo de fome. — Josh passa o braço pelo meu ombro enquanto andamos até o local que iríamos almoçar com o resto da equipe.

— Quando você não está com fome? — pergunto provocando e ele concorda com a cabeça.

— Preciso tirar uma foto com essa maquiagem. — ele aponta pra cabeça dele aonde tinha um enorme corte que ia da sua testa até a sua bochecha e estava aberto. Eu adoro a realidade dessas maquiagens.

— Eu posso tirar para você. — digo andando pra longe dele para colocar meu almoço.

Nos sentamos em uma mesa com alguns amigos nossos do elenco e começamos uma conversa animada.

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o que acharam?

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