KIM DONGHYUN
point of view.

Os dias passaram, mas a confusão entre Taesan e eu parecia apenas crescer. Cada vez que o encontrava pelos corredores, ele me lançava aquele olhar curioso, como se estivesse tentando desvendar um enigma que não entendia completamente.

Por outro lado, Chaeryeong continuava a me observar, agora de uma forma mais preocupada que antes. Talvez ela tivesse notado que algo estava errado, mas eu não sabia como explicar tudo sem complicar ainda mais as coisas.

Na tarde de hoje, enquanto estava na biblioteca tentando estudar ─ mas, na verdade, apenas olhando para as letras sem conseguir me concentrar ─, ouvi passos se aproximando. Tirei o livro da minha frente e encontrei Taesan com seu sorriso despreocupado.

─── Posso me sentar? ── ele perguntou, segurando um livro que parecia totalmente fora do lugar das mãos dele.

─── Claro. ── respondi, tentando não transparecer o pânico enquanto ele se estabeleceu na cadeira, me encarando ao invés de ler o que havia trazido.

─── Você sabe que eu vim aqui pra conversar, né? Não estou exatamente interessado nesse livro. ── Dongmin riu levemente, mas percebi que estava falando sério.

─── Sobre o que você quer falar? ── suspirei, já esperando pelo pior.

─── Estive pensando muito sobre toda a coisa da borracha. ── ele começou, e eu pressenti que não terminaria bem ─── Você disse que era tudo um mal-entendido, mas não consigo parar de pensar no jeito que você reagiu. Foi... diferente.

─── Diferente como?

─── Diferente de como você realmente é. Parecia que estava tentando esconder alguma coisa, não sei explicar.

─── Eu só fiquei nervoso porque era uma situação estranha, é tão difícil de entender? ── ser analisado me deixava ainda mais sem graça, era constrangedor.

─── Mas... ── Taesan assentiu, embora ainda não totalmente convencido ─── Leehan, se houver algo a mais pra dizer, saiba que eu gostaria de ouvir.

Ele estava tão sério, tão genuíno, que se tornou impossível não sentir um peso no peito.

─── Han, eu realmente não estou escondendo nada. Mas agradeço por se preocupar.

Ele finalmente abriu o livro, como se quisesse dar um fim à conversa, mas eu sabia que Taesan ainda estava com aquilo tudo dentro da cabeça. E honestamente, eu também estava. Por que, de repente, parecia tão importante pra mim que ele entendesse tudo? Por que eu estava me importando tanto com o que ele pensava de mim?

Enquanto o mais alto folheava as páginas do livro, claramente fingindo ler, não pude evitar olhar de soslaio. Havia algo em Dongmin, algo que eu não conseguia entender completamente, mas que me fazia querer estar perto dele, mesmo que essa proximidade me levasse até um caminho que nunca imaginei percorrer um dia.