XI.
"I'm wondering if I'll ever see the light" (MONSTERS, All Time Low).
Dezessete dias.
O chão da floresta parecia dançar sob os olhos de Dixie enquanto ela era carregada como um saco de batatas sobre o ombro de Adam. Seu corpo sacudia com cada passo dele, os braços se debatendo, socando suas costas com fúria. Ela gritava, a voz rouca e trêmula, cada palavra cuspida com o peso do desprezo e do desespero.
— Maldito! Assassino! Você matou todos eles, seu psicopata! Eles eram inocentes! — As palavras saíam como uma enxurrada de ódio, mas Adam seguia em frente, frio e impassível, sem demonstrar nenhuma reação. Seu rosto e corpo estavam cobertos de sangue, uma máscara carmesim que o fazia parecer mais uma visão de pesadelo do que um homem.
Dixie continuou a lutar, os punhos golpeando inutilmente suas costas, os pés chutando no vazio. Mas Adam avançava com determinação, os olhos focados à frente, sem dar atenção ao seu protesto desesperado. As sombras da floresta pareciam crescer ao redor deles, uma escuridão opressiva que os engolia enquanto ele a carregava em direção à cabana.
Quando finalmente chegaram, Adam empurrou a porta e entrou, a madeira rangendo sob o peso de ambos.
Adam a jogou no chão da cabana com um movimento brusco, o corpo dela encontrando o piso frio de madeira com um baque surdo. A vela, recém-acendida por ele, lançava sombras vacilantes sobre as paredes, criando um ambiente sombrio e claustrofóbico. A luz fraca mal iluminava o sangue seco e fresco que cobria seu rosto e torso, intensificando o brilho frio e perigoso em seus olhos. Ele respirava com dificuldade, mas não pelo cansaço — era algo mais sombrio, um controle explosivo segurando uma fúria que ameaçava escapar a qualquer segundo.
Dixie abriu a boca para falar, mas antes que pudesse pronunciar qualquer palavra, Adam a interrompeu, a voz baixa e cortante.
— Vá para o quarto — ordenou ele, o tom firme, como uma lâmina passando pela escuridão entre eles.
Dixie bufou, cruzando os braços e girando os olhos com desprezo.
— Você não manda em mim, Adam.
Mal terminou de falar, e ele já estava sobre ela, a mão fria e implacável segurando-a pela nuca, empurrando-a com força contra a parede. O impacto tirou o ar dos pulmões dela, e os olhos dele, frios e ensanguentados, se fixaram nos dela com uma intensidade que a deixou paralisada.
O rosto de Adam estava próximo ao dela, tão próximo que ela podia sentir a respiração quente dele, o cheiro metálico do sangue que ainda o cobria. Ele segurou seus pulsos acima da cabeça, o corpo firme e dominante contra o dela, aprisionando-a.
— Você acha que pode me desafiar? Acha que pode salvar a si mesma de mim? — Ele aproximou os lábios do ouvido dela, a voz baixa, quase um sussurro, mas carregada de uma intensidade ameaçadora. — Não há como fugir, Dixie. Eu sou a única coisa que te resta. Aceite isso, aceite a mim. Ou as consequências serão bem piores do que você imagina.
Ela tremia, mas se recusava a se render ao olhar dele. A raiva ainda fervia dentro dela, a vontade de resistir, de gritar, de lutar.
— Eu nunca vou te obedecer, Adam — sussurrou ela, mas a voz não carregava a convicção que desejava. — Você pode me matar, pode me prender, mas nunca vai me controlar.
Ele riu, um som rouco e cruel, como se as palavras dela fossem apenas um desafio que o excitasse ainda mais. Então, de repente, o rosto dele endureceu, os olhos fixos nos dela com uma intensidade brutal.
— Você já está sob meu controle, Dixie. Não percebeu isso? — Ele afrouxou o aperto nos pulsos dela, mas sua mão deslizou para o pescoço, segurando-a com uma leveza que era quase afetuosa, mas o suficiente para mantê-la imóvel. — A cada respiração, a cada batida do seu coração, você sabe que já pertence a mim. Por mais que odeie, por mais que negue.
Ela mordeu o lábio, o corpo tenso, mas a vulnerabilidade em sua expressão entregava o medo e a fascinação que ele despertava nela.
Adam deu um passo para trás, soltando-a de repente, como se testasse o poder que ele tinha sobre ela. Ele cruzou os braços, o rosto assumindo uma expressão fria e desdenhosa.
— Eu vou repetir, Dixie. Vá para o quarto e não saia de lá, até eu mandar. — A voz dele estava firme, implacável, mas nos olhos havia uma promessa sombria, um aviso de que, se ela tentasse desafiar, ele responderia da forma mais brutal.
Dixie sentiu o impulso de protestar, de se rebelar, mas o olhar dele a fez parar. Ela sabia que, naquela cabana, naquele momento, ele era o rei e ela a prisioneira. E não havia nada que pudesse fazer para mudar isso.
Sentada na cama de casal, envolta pela colcha de retalhos, Dixie observava Elliot, o ratinho, aninhado em seus joelhos. O peso dele era tranquilizador, um resquício de normalidade naquela prisão estranha. Pelas frestas da janela, viu quando Adam cruzou o pátio da cabana, uma pá apoiada no ombro, o rosto virado na direção da floresta. Ela seguiu cada passo dele com o olhar, o coração pulsando num ritmo acelerado, inquieto. Ele se embrenhou entre as árvores, desaparecendo no denso verde, e horas depois, a tensão no peito dela persistia, tornando-se quase insuportável.
Quando finalmente o ouviu, o som do chuveiro ecoando pelo corredor estreito, uma sensação de urgência percorreu Dixie. Ela sabia que não aguentaria ficar ali, imóvel, trancada em um limbo que a sufocava. O medo do que ele faria se a encontrasse fora do quarto parecia menor do que a pressão que a empurrava em direção a ele.
Cautelosa, ela se aproximou do banheiro, a porta entreaberta. A luz suave que entrava pelo buraco no teto iluminava a pele pálida de Adam, criando um contraste com as plantas e o musgo que cresciam no espaço úmido. Ele estava de costas, a água escorrendo por suas omoplatas e descendo pelos músculos tensionados. Cada gota lavava o sangue de sua pele em pequenos rios avermelhados, escorrendo em trilhas que delineavam as curvas e sulcos de seu corpo, revelando a palidez viva e cruel de sua carne, além do mapa de cicatrizes grotescas traçado em cada canto. O fluxo contínuo parecia lavar não apenas a sujeira, mas também as marcas visíveis de sua brutalidade.
Ela prendeu a respiração. A imagem dele, o corpo nu e imponente, enraizou-a no lugar. Seu peito se apertou com o peso das lembranças: dos beijos ferozes, dos toques intensos, do modo possessivo como ele a havia tomado dias antes. Seu corpo parecia quase derreter, como se cada célula fosse tragada pela atração visceral que sentia por ele, uma onda que a deixava vulnerável, intoxicada, incapaz de resistir.
Dixie cruzou o limite da porta, hesitando por um instante antes de entrar por completo. A luz suave e difusa do chuveiro delineava Adam com precisão quase brutal, cada detalhe de seu corpo pálido contrastando com a umidade verde de musgo e plantas que dominavam o banheiro, o chão e as paredes. A água caía, revelando e ocultando o contorno dos músculos que, tensos, se destacavam sob sua pele enquanto ele permanecia imóvel, os ombros rígidos no exato momento em que percebeu a presença dela atrás de si.
Seu toque veio como uma brisa inicial, e então os dedos dela deslizaram pelo ombro dele, sentindo a rigidez, a tensão que vibrava em cada fibra de Adam, algo quase animal. Ele ainda estava coberto de sangue seco, cada linha, cada gota que escorria misturava-se com o fluxo da água, traçando caminhos vermelhos por seu corpo, descendo pelos músculos, pelas costas até a curva dos quadris, um vermelho que se dissolvia em tons de rosa e cinza ao cair no ralo. Ele se virou devagar, o rosto frio e inexpressivo, mas os olhos azuis, intensos e escurecidos, gritavam o que as palavras silenciavam. E entre eles, a tensão não era apenas de raiva ou desconfiança, mas de algo sombrio e essencial, um desejo latente, primitivo.
Adam deu um passo em direção a ela, os olhos sem desviar dos dela, e com um gesto lento, suas mãos subiram pela cintura de Dixie, puxando a barra da camisa e deixando o tecido deslizar pelos braços dela, que cederam com a mesma passividade que sua respiração trêmula denunciava. A camisa caiu no chão com um ruído abafado, encharcada pela névoa úmida do banheiro. Ele não disse nada, mas seus dedos exploraram as curvas do corpo dela, os movimentos firmes, quase devotos, enquanto cada peça de roupa se despia como camadas de resistência, deixando-a vulnerável e aberta, ainda mais subjugada pelo olhar dele que a despia com a mesma intensidade.
Adam a pressionou contra a parede fria do box, o corpo nu e ensopado dele se fundindo ao dela, a água fria intensificando a tensão entre eles. Seus lábios encontraram o pescoço dela, descendo pela clavícula com um toque que oscilava entre os lábios e os dentes, deixando marcas invisíveis, cada gesto repleto de posse e desejo. Dixie sentiu as mãos dele explorarem seu corpo, os dedos se movendo lentamente, traçando cada curva, cada contorno, como se ele estivesse memorizando cada detalhe.
Quando finalmente os lábios dele encontraram os dela, foi como uma explosão. O beijo era intenso, possessivo, um comando que ela não podia desobedecer, uma necessidade compartilhada que os envolvia como o jato constante do chuveiro ao redor. A água descia sobre eles, lavando tudo ao redor, mas intensificando o calor entre seus corpos. As mãos dele correram pela pele dela, a prendendo firmemente, e ela envolveu o pescoço dele com os braços, o corpo inteiro se moldando ao dele enquanto cada sensação a consumia, uma onda de desejo incontrolável e avassaladora.
Adam a puxou contra si, o corpo dela se encaixando ao dele, a água fria caindo ao redor, mas o calor entre eles rapidamente tomando conta. Dixie arfou, e ele pressionou os lábios contra seu pescoço, descendo pela clavícula em beijos que misturavam desejo e posse.
— Você não... — ela começou, tentando falar, mas foi interrompida por um gemido enquanto as mãos dele exploravam cada linha de seu corpo, firmes, intensas. Ele a olhou com uma expressão faminta, sem interromper o contato visual.
— Não o quê? — sussurrou ele, a voz rouca. — Não deveria tocar você assim?
Ela apenas fechou os olhos, um suspiro escapando, entregando-se. Adam a pressionou mais contra a parede, os lábios deles se encontrando num beijo feroz, uma fome contida que explodiu assim que suas bocas se encontraram. Ele entrecortava os beijos com murmúrios baixos, roucos, de desejo.
— Preciso... de você — ele murmurou contra os lábios dela, as palavras quase um comando.
— Eu estou aqui... — Dixie respondeu, o corpo movendo-se contra o dele, cada toque, cada suspiro dissolvendo o silêncio com urgência.
Ele não esperou outra resposta. Puxando-a com força, seus movimentos se tornaram mais intensos, cada toque um avanço direto, preciso, guiado pela necessidade. Dixie envolveu as pernas ao redor dele, o corpo deles se movendo em um ritmo sincronizado, a respiração ofegante de ambos se misturando ao som constante da água.
— Você... — ela sussurrou entre um gemido e outro, os lábios dela roçando os dele, as mãos fincando-se nas costas de Adam. Ele apenas a puxou mais para si, a intensidade de seu corpo respondendo cada suspiro dela.
— Não vou... parar — ele murmurou, os movimentos ganhando força, ambos se perdendo em uma fusão onde o mundo desaparecia ao redor.
Finalmente, colapsaram juntos, os corpos escorados na parede fria de cimento, o vapor do chuveiro agora envolvia ambos em uma nuvem densa de calor e umidade. Dixie sentiu o peito de Adam contra o dela, a respiração dele entrecortada, cada exalação um reflexo da intensidade do que tinham acabado de viver. E foi nesse momento, quando o silêncio começou a se dissipar, que as palavras romperam, frágeis e quase inaudíveis.
— Por que você continua me afastando e me machucando, Adam? — A voz dela saiu hesitante, carregada de uma vulnerabilidade que ela raramente deixava transparecer.
Adam ficou em silêncio, os olhos voltados para o nada, a tensão marcada em cada traço do rosto dele. A resposta veio lentamente, as palavras ásperas, com um tom amargo, como se o simples ato de falar fosse uma tortura.
— Porque sou um bastardo que não sabe lidar com a merda que existe aqui dentro. — Ele soltou uma risada curta, seca, um som sem qualquer humor. — Porque, apesar de tudo, não consigo deixar você ir e não sei se vou conseguir quando a hora chegar.
Dixie prendeu a respiração enquanto ele abaixava o olhar, as mãos subindo até segurar seu rosto, cada toque carinhoso com uma firmeza quase possessiva, inclinando-a para que seus olhos se encontrassem, as palavras vindas com um peso avassalador.
— Mesmo quando eu te afasto, mesmo quando eu te machuco... — ele hesitou, os olhos profundos, uma luta entre desespero e desejo. — Eu preciso de você mais do que gostaria de admitir.
Ela ficou em silêncio, mas Adam continuou, a proximidade entre eles intensificando a tensão. — Eu não tenho motivos para ficar... — Seus lábios quase roçaram os dela, as palavras saindo como uma confissão inevitável.
— Fique porque vou me destruir sem você. — A voz dele era baixa, as palavras quase um suspiro amargo e doloroso. — Fique, porque prometo tentar, mesmo que de forma inadequada, ser melhor para você.
Um brilho de dor atravessou o olhar dele, mas Adam permaneceu firme, forçando-se a continuar.
— Fique porque eu te amo, droga, mesmo que eu não saiba como dizer isso corretamente.
Naquele momento, sob o jorro constante de água fria, as palavras pesaram entre eles. Adam estava tão exposto quanto ela, e Dixie pôde ver o que ele escondia tão bem — a luta que ele travava contra sua própria escuridão, mas também a fagulha de luz, rara e vulnerável, que ela havia despertado nele.
— Eu... — começou ela, a voz falhando sob o peso da vulnerabilidade. A confusão a dominava. A intensidade da declaração dele era quase opressiva, e ela se viu lutando para encontrar a verdade que habitava em seu próprio coração. No entanto, o que mais a surpreendeu foi a forma como a luz que ele mencionara parecia refletir na escuridão que a cercava. Ele era um paradoxo, uma mistura de sombras e luz, e ela estava irresistivelmente atraída por ele.
Adam a observava com um olhar penetrante, e naqueles olhos, ela viu o caos e a esperança entrelaçados. Ele estava tão exposto, tão sincero, e isso fez com que seu próprio coração se abrisse, como se uma porta secreta tivesse se escancarado. Ao invés de recuar, ela deu um passo à frente, aproximando-se dele, as mãos tremendo ao longo de seus braços. O toque dela era gentil, mas a intensidade da conexão era palpável, quase elétrica.
— Eu não sei o que isso significa... — disse Dixie, a voz um sussurro. — Mas sinto isso também.
As palavras saíram de sua boca antes que ela pudesse pensar duas vezes. Era um reconhecimento do que estava crescendo entre eles, uma emoção pura que parecia mais forte do que qualquer medo ou dúvida. O olhar de Adam suavizou, e por um breve momento, o mundo exterior desapareceu completamente. Era apenas eles dois, ali, sob a água que caía como uma cortina invisível, protegendo-os de tudo o que existia fora daquele instante.
Adam a puxou para mais perto, as suas respirações se misturando, quentes e entrecortadas. Havia um novo tipo de urgência entre eles, algo que transcendia o desejo físico. Era uma necessidade de se conectar, de compreender a dor e a beleza que cada um carregava. Dixie fechou os olhos e se entregou àquela sensação, sentindo-se como se estivesse flutuando entre as ondas do mar, deixando-se levar por Adam.
Ele segurou seu rosto entre as mãos, a pressão quase dolorosa, e ela podia sentir a raiva e a paixão pulsando dentro dele.
— Você não entende, entende? — disse Adam, a voz baixa e carregada de emoção. — Eu não sou o homem certo. Eu sou uma tempestade, Dixie. Sou o veneno, a lâmina. O que eu quero de você... o que eu vou te dar: é um abismo.
Dixie balançou a cabeça, o coração disparado. — Eu não me importo, Adam. Eu me aprofundei nesse abismo. Eu... eu já estou caída até os ossos nele.
— Não! — Ele gritou, a frustração estourando como uma onda violenta. — Isso não é o que você quer. Eu não posso ser seu salvador e você não pode querer me salvar, porque eu não sou digno! Sou um monstro, Dixie. A única coisa que posso te oferecer é destruição!
Ela sentiu lágrimas queimando seus olhos, a verdade cortante. — Então, me destrua! — ela desafiou, sua voz se elevando. — Se você é um monstro, então me consuma. Eu prefiro isso a viver sem você. Eu sou uma merda de uma pessoa! Eu não sou boa para ninguém.
Adam a puxou mais perto, os olhos azuis agora profundos, como um mar revolto. — Você não sabe o que está dizendo. Se você é uma merda de pessoa, o que eu sou? Eu posso acabar com você e eu vou. Eu sou a razão pela qual você vai se machucar. A razão pela qual você vai se perder. E ainda assim, eu não quero me afastar de você.
— Não se afaste! — Dixie implorou, sua voz se quebrando. — Não me afaste. Mesmo que me quebre em pedaços daqui três dias, eu não quero ir embora.
— Você não sabe o que isso significa! — Ele a segurou mais firme, a angústia misturando-se à paixão em cada toque. — Amar alguém como eu é uma sentença de morte. Uma promessa de dor. Vai chegar a hora e eu vou arrasar tudo ao nosso redor.
— Faça isso! — gritou ela, a dor e o desejo se misturando em seu peito. — Destrua essa maldita floresta, mas não me deixe ir. Eu prefiro ser sua prisioneira do que viver sem você. Acha que não vejo a escuridão dentro de você? Eu também sou feita dela!
Adam a olhou, uma mistura de horror e desejo nos olhos. — Você quer isso? Você quer que eu te leve para o fundo comigo? Acha que ter fatiado 6 homens por você foi muito, Dixie? Eu teria dizimado essa cidade inteira, reduzido cada inocente a pó se ficasse entre mim e você. — Ele fez uma pausa, desviando o olhar para o céu estrelado, visto perfeitamente pelo buraco no teto do banheiro acima das nossas cabeças. — Se você descer comigo, não sei se conseguiremos nos encontrar na superfície de novo.
Dixie se inclinou para ele, a respiração pesada. — E se eu não quiser voltar? E se eu quiser ficar? Se você afundar, então eu afundo. Por favor, Adam...
Adam fechou os olhos por um momento, o peito subindo e descendo em um ritmo irregular, enquanto tentava, sem sucesso, controlar a tempestade que o dominava. Quando abriu os olhos novamente, o azul de suas íris estava intenso, carregado de uma paixão selvagem, quase insana. O toque dele se tornou mais possessivo, os dedos pressionando a pele dela como se pudesse segurá-la dentro do próprio caos que o consumia.
— Você realmente quer isso, Dixie? — ele murmurou, a voz rouca, cada palavra carregada de um peso quase físico. — Porque se você está me pedindo para afundar com você... se está me dizendo que quer ser parte da minha escuridão... então não há volta. Vou te levar a cada canto sombrio que existe dentro de mim.
Ela o encarou, o rosto iluminado pela luz fraca que entrava pelo buraco no teto, um brilho de determinação incendiando seus olhos. — Leve-me. Mostre-me. Eu já fiz minha escolha.
Adam soltou um suspiro carregado de angústia e desejo, uma mistura de frustração e rendição, como se ela fosse a última coisa entre ele e um abismo do qual nunca conseguiria escapar. Ele não hesitou mais; o toque em seu rosto tornou-se suave, mas possessivo. Suas mãos deslizaram pelo pescoço dela, desceram por suas costas, puxando-a para si como se aquele fosse o último momento que teriam juntos.
— Dixie... — ele sussurrou contra os lábios dela, a voz entrecortada pela emoção. — Eu avisei. E ainda assim, você não quis ouvir.
Antes que ela pudesse responder, os lábios dele tomaram os dela com uma intensidade feroz, um beijo que carregava o peso de tudo o que ele sempre tentou negar. Cada toque era um pacto não dito, cada movimento selava a promessa sombria entre eles. A pressão de seu corpo contra o dela, o calor, o toque possessivo de suas mãos sobre a pele dela, tudo se tornava uma dança onde não havia vencedor ou vencido, apenas duas almas se perdendo, cada vez mais fundo.
As palavras desapareceram. Restaram apenas os gestos, os suspiros, o toque desesperado, como se estivessem selando um destino irrevogável. Ela sentia o coração dele bater violentamente contra o peito, o corpo todo tenso, como se ele mesmo estivesse à beira de um precipício. E ela sabia que também estava. Mas não se importava. Se o abismo significava ficar com ele, então cairia com prazer.
— Eu não vou deixar você ir — murmurou ele contra sua pele, a voz rouca, as mãos apertando-a com uma força desesperada.
— Não deixe. — O murmúrio dela foi o suficiente para fazê-lo avançar mais fundo, selando o pacto, o corpo dele entrelaçado ao dela, uma união tão completa que parecia consumir não apenas seus corpos, mas também suas almas.
"Fique porque vou me destruir sem você".
Ela ficaria, porque era recíproco.
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