Epilogo
NOTAS
Nada para dizer, apenas:
Boa leitura. 🤍
[...]
CATARINA
[ 🗓 ] Sexta, 17 de fevereiro de 2023.
[📍] Salvador, Bahia, Brasil.
Nem nos meus mais loucos devaneios infantis eu imaginei que aos 29 estaria no carnaval de Salvador ao lado dos meus amigos e do meu namorado. Sempre fui a garota da farra, mas nunca imaginei chegar nesse nível.
João falou que ficaremos aqui até amanhã ao meio-dia, quando vamos ao Rio passar o domingo e voltamos pra Inglaterra na segunda à noite.
Olho para João enquanto bebo minha sexta caipirinha de morango encostada do bar. Depois de seguirmos o trio da Anitta na rua, viemos para o camarote dela. Filipe e Lennon estão aqui também, além de muitas outras pessoas famosas que eu nem dei conta.
Minha irmã para ao meu lado e chama o garçom.
— Água com gás, por favor — pede sorrindo. Franzo o cenho e coloco meu copo no balcão.
— Não tá bebendo porque? — pergunto.
— Esqueceu que eu ainda amamento as crianças? — disse sem me olhar.
— Mas você bebeu no Réveillon.
— Era só champanhe.
— Mesmo assim. — falo não convencida. — Você geralmente bebe mais do que eu.
— Não hoje, não tô com vontade. — diz e dá de ombros.
Ela se afasta de mim e voltar a ficar grudada com Gabriel. Já até sei o que esse grude todo vai gerar amanhã, as páginas de fofoca amam.
Sorrio quando vejo João vindo em minha direção. Ele me abraça e coloca o rosto da curvatura do meu pescoço, deixando beijos pela região. Ele hoje tá todo cheio de manha.
— Que foi, neném? — pergunto em seu ouvido, acariciando sua nuca.
— Vamo voltar pro hotel? — pede e eu o olho. Não tô querendo voltar agora não.
— O que foi, ném? Achei que você estivesse se divertido.
— Tô, mas não é meu tipo de ambiente, você sabe. — fala e eu assinto. Beijo a bochecha dele.
— Vou dar só mais uma circulada e a gente vai tá? — digo e ele concorda. João se afasta e se aproxima de um canto onde estão Arrascaeta, Pedro, Gerson, Marinho e os outros caras do time, praticamente o elenco toda tá aqui.
Vou na direção das escadas, na intenção de descer e dar uma volta na praia antes de irmos para o hotel. Sei que João tá morto de cansado, por isso vai ser só chegar e dormir
Fui descendo degrau por degrau morrendo de medo de cair pois tava cheio de gente e era muito estreito. Já senti a brisa bater em meu rosto e... algo molhado atingir minha roupa assim que trombo com alguém.
— Oh, porra, mil desculpas, moça — ouço a voz familiar e franzo o cenho, levantando a cabeça.
— Manu? — olho pra garota em minha frente. Seu cabelo continua trançado, só que não mais ruivo, mas sim preto com luzes loiras.
— Carioquinha? — abre um sorriso enorme e rapidamente me abraça. Retribuo de surpresa e um sentimento específico de felicidade me invade.
— Eu falei que um dia a gente ainda ia se esbarrar por ai — falei assim que nos separamos e eu encarava seu rosto. — Tá fazendo o que aqui?
— Só curtindo mesmo, recebi uma proposta de emprego e vim comemorar no melhor carnaval do Brasil, né
— Ai, amiga, eu faria o mesmo — enlaço meu braço no seu e damos a volta para subir para o camarote de novo. Eu nem lembrava mais o que ia fazer lá em baixo. — Vim só curti um pouquinho também, amanhã mesmo volto por Rio.
— Ainda tá fugindo do seu irmão?
— Não. Inclusive, tô aqui com ele. — falo animada. — Também tenho que te apresentar pro meu noivo.
— Então deixou de ser fugitiva e virou noiva? — pergunta descreve.
Assim que chegamos, puxo ela pra um canto perto do bar pouco movimentado para conversamos melhor.
— Sim, tenho que te atualizar de muita coisa — falo assim que sentamos.
— Pode ir começando, aproveita que hoje a consulta tá de graça. — debocha e começa a rir em seguida.
— Ha, ha, vai rindo dona Manuela — cutuco sua costela brincando e ela rir. — Enfim, me resolvi com meu irmão e com a minha mãe. Depois o time que eu trabalhava ganhou dois campeonatos, meu namorado foi vendido e agora eu tô indo de vez pra Inglaterra e, fui pedida em casamento também. — digo tudo muito rápido e ela vai arregalando os olhos à medida que eu falo.
— Para ai, mermã, rebobina essa fita — diz levantando a mão. — O time que tú trabalha ganhou dois campeonatos? — indaga e eu assinto. — Bicha, tú trabalha no Flamengo?
— Sim. — sorrio empolgada e vejo sua colocação ir mudando.
— Mermã, não de dá uma notícia dessas assim não, calma ai — coloca a mão no peito. — Eu sou flamenguista, mas nunca me liguei que tú trabalhava lá não.
— Geralmente eu fazia trabalho interno. — ela assente lentamente.
— O único jogador que foi transferido recentemente pra Europa foi o João Gomes — diz franzindo o cenho e eu abro um sorriso. — Não, Catarina, ai tú foi... sério mesmo?
— Hurum.
— Caralho. — fala impressionada. — Bicha tú nasceu com a bunda virada pra Lua mesmo viu.
— Já me disseram isso antes. — sorrio e passo o braço pelo seu pescoço. — Tá querendo beber nada, não? — pergunto e ela nega.
— Não, amiga. Eu não bebo. — diz e eu concordo. — O que eu derramei em ti era energético.
— Ah, sim — falo e então vejo os caras de longe e cutuco minha amiga com o cotovelo. — Olha eles lá.
— Puta que pariu, Catarina — fala baixo me fazendo rir. — Como é tá rodeada de homem bonito assim?
— Normal, são como qualquer outros homens — desdenho. — Barulhentos, chatos e bagunceiros. Com exceção do Pedro e do João, que eu eduquei direitinho.
— Educou?
— Foi, mana — olho pra eles conversando. — Pedro é meu primo.
— Faz sentindo — concorda. — Bem cê podia me apresentar por Gerson, né? Sou doida por ele desde dois mil e dezenove.
— Vai ser um prazer dar uma de cupido, já tô até vendo — levanto a mão — Manu e Coringa, o casal do ano.
— Sonha mais baixo, mermã, muito mais.
— Sonhar baixo um cacete, mira pro alto mesmo, cara — digo à ela, que ri negando com a cabeça. — Vamo lá, vou te apresentar pra eles.
— Tô nem preparada pra isso — murmura e eu rio, puxando ela.
— Para de graça que você é uma grande gostosa.
Enlaço meu braço no seu e caminhamos até os meninos, onde apresento ela à eles. O jeitinho de Manu acaba encantado todo mundo e logo ela engata uma conversa com Arrasca, Gerson e Pedro.
Fico observando, enquanto estou abraçada à João e imagino como será a minha vida após a ida definitiva para Inglaterra. Até porque eu não vou poder fazer essa loucura de ficar indo e vindo para o Brasil o tempo todo. João trabalha e eu também, por isso resolvo aproveitar cada segundo que me resta no meu país, já que não faço ideia de quando voltarei aqui novamente.
[...]
[ 🗓 ] Domingo, 19 de fevereiro de 2023.
[📍] Honório, Rio de Janeiro, Brasil.
— Não chora, Filipe — falo olhando pro mais velho, que revira os olhos e me abraça.
— Acabei de te achar e já vou te perder — murmura na minha cabeça e deixa vários beijinhos. Aperto meus braços ao redor do seu tronco forte.
— Vai me perder nada — falo em seu peito. Levanto a cabeça e apoio meu queixo em sua caixa torácica e encaro ele. — Vai me visitar na Inglaterra, sim!
— Vou mesmo — beija minha testa. — E vou levar a tropa toda.
— Vou esperar.
Dou um último abraço no meu irmão e engulo o nó na minha garganta, antes de entrar no carro onde Flávia, Pedro, Gabriel e João me esperavam.
Fungo assim que fecho a porta do carro e sinto os braços de João em mim.
— Tudo bem, preta? — pergunta baixo e eu assinto e abraço ele durante o caminho até a casa da minha mãe.
Como vou embora amanhã definitivamente, Filipe fez um churrasco daqueles como festa de despedida. Foi um dia incrível pra caralho ao lado das pessoas que eu amo e isso meio que deixou um vago no meu coração.
Eu bebi pra caralho pra tentar driblar esse sentimento ruim, não deu certo e agora eu acho que vou dar PT.
Fecho os olhos e me aperto em João até chegarmos em casa.
[...]
— Tá bem mesmo, Kitkat? — João me pergunta quando eu me apoio na parede da sala rindo de alguma coisa idiota que Gabriel falou.
Estávamos todos meio bêbados, com exceção da minha irmã que veio dirigindo. Me joguei no sofá e fiquei encarando o teto por alguns minutos antes do resto do povo entrar em casa, minha irmã auxiliando Gabriel assim como João fez comigo.
Gabriel estava apoiado na parede quando o encarei. A sua camisa de botão branca estava aberta e mostrava toda a sua tatuagem de predestinado. Flávia está seria e eu levanto lentamente me segurando em João meio zonza.
Pedro passa pela porta e me olha, parece que tudo ficou tão lento ao meu redor. Respirei fundo e senti o álcool correr pelas minhas veias.
— Tem alguma coisa esquisita — murmuro olhando pra minha irmã, que engole em seco.
Gabriel me encara.
— Ana Flávia — a chamo seriamente.
— Eu tinha imaginado isso de outra forma — murmura ela e eu franzo meu cenho.
— Kitkat? — a voz de Gabriel me chama, mas ele está olhando para minha irmã. — É uma ótima hora para contar né?
— Contar o quê? — Pedro pergunta e senta ao meu lado. Encaro o atacante tentando entender a situação toda. Seguro o ombro de João.
— Eu tô grávida. — diz Flávia.
— E eu perdi uma parte da visão. — murmuro quando minha visão fica turva.
— Catarina? — a voz do Pedro me chama.
— E eu sou o pai do bebês. — aperto o ombro do meu noivo e encaro Gabriel claramente.
— Be-bebês? Tá gravidez de gêmeos de no-novo? — João pergunta e eu permaneço em silêncio.
— Não. — Minha irmã responde e olha para Gabriel.
— Eu sou pai do gêmeos também.
[...]
E ai? Não tenho certeza se foi um bom final, mas foi o gancho para dar início ao livro do Gabi e da Flávia.
Quer saber o que acontece agora? É só ir ler PREDESTINADO 💜
Para conferir o livro do Gabi é só ir no meu perfil ( @s-succs ) e aproveitar. 🤍
love, succs.
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