005
NOTAS
finalmente passou o Enem e, apesar de eu ainda ter que fazer o vestibular da UEMA amanhã, tô mais tranquila pq finalmente estou de férias da escola e agora vou ter mais tempo pra escrever.
enfim, qual o livro favorito de vocês?
comentem muito e não esqueçam de votar
Boa leitura, gadas. ❤️
[ ... ]
CATARINA
[ 🗓 ] Domingo, 18 de Setembro de 2022. Noite.
[📍] Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil.
Pós-jogo.
Flamengo x Fluminense.
— Oi.
Falo e enfio minhas mãos dentro dos bolsos da calça para esconder meu nervosismo. Eu me sinto uma adolescente cheia de hormônios quando fico perto dele e não é algo muito agradável para uma mulher de quase trinta anos.
João me fita de cima a baixo com a mandíbula cerrada e eu o observo por alguns instantes. A pele está mais bronzeada e agora seu peito está coberto de tatuagens, como seus braços também; o corpo mais forte e definido desde a última vez que o vi há uns anos atrás; além do cavanhaque perfeito em seu queixo reto. O tempo só deixou ele mais gostoso. Agora sim ele parece um jogador de futebol.
— O que v-você tá fazendo aqui? — seu tom é áspero. Mas acho que ele está tão nervoso que gagueja um pouco.
Dou de ombros antes de responder:
— Esperando Pedro.
Ele me fita uma segunda vez e eu tomo coragem para me aproximar.
— Tá com muita raiva por terem perdido?
Ele sorri com um pouco de sarcasmo.
— Sim. — é bruto.
Franzo o cenho e olho com seriedade pra ele.
— Tá com raiva de mim?
— Raiva? Não. — diz ele, cruzando os braços. — Eu tô t-tentando te entender.
Engulo em seco com seu olhar fulminante em cima de mim.
Ele enlouqueceu?
O que foi que fiz pra ele?
— Que tá tentando entender sou eu agora... — murmuro.
— Há dois anos você disse que e-eu era uma ótima f-foda e s-só isso. — engulo o nó da garganta. — E agora aparece na m-minha casa, d-descobre que eu sou jogador e vem cheia de s-sorrisos como se não tivesse fugido de mim da primeira vez.
Mordo o lábio inferior. Eu meio que entender a sua "revolta". Eu não fui lá a pessoa mais gentil do mundo dispensando ele naquela noite. Mas tô tentando aproveitar a oportunidade que a vida me deu para reparar esse erro.
— Eu sei que não fui uma pessoa muito legal com você — seguro seu ombro com carinho. — mas, naquele dia, nas circunstâncias em que eu vivia, eu não podia levar aquilo em diante.
Ele sorri, mas não do jeito fofo que eu conheço; o jeito fofo que eu gosto.
— E agora v-você pode? — indaga. — Agora que eu tô no c-campo você pode levar i-isso a diante?
Ohh agora isso me deixou puta. O que ele tá querendo insinuar?
— Espero do fundo do meu coração que você não esteja me chamando de interesseira. — digo à ele seriamente.
— Eu n-não disse i-isso.
Ele gagueja de novo e por algum motivo eu acho isso muito fofo. Ele é sempre nervoso assim, ou é só comigo?
Eu respiro fundo e coloco minhas mãos em seus ombros. Sentindo sua pele úmida debaixo das pontas dos meus dedos. Olho no fundo dos seus olhos castanhos com intensidade.
Não acredito em destino, mas se algo trouxe João de volta à minha vida, eu tenho que aproveitar.
— Acho que a melhor coisa que podemos fazer é conversar — passo meu polegar em seu pescoço. — eu não preciso me explicar pra você, mas quero que entenda que eu nunca fugi, longe disso.
— Certo. — ele fala baixo.
— Eu não tive muito tempo de pensar em você nos últimos dois anos — ele me olha atentamente. — mas desde que meus olhos te encontraram naquela festa ontem, você não saí da minha cabeça.
— Não p-parei de pensar em v-você desde que saí d-daquele banheiro. — sorri de canto e desmonto como da primeira vez.
— Eu tenho que ir agora — falo a ele. — mas eu tenho certeza que a gente ainda vai se ver muito, Moreno.
Ele sorri e eu deixo um beijo na sua bochecha e me afasto dele volta para o vestiário.
De longe vejo Flávia com Dandara nos braços conversando com Pedro e Gabi mais atrás brincando com Gabriel nos braços. Até esse momento não tinha percebido o quão bom com crianças o Lil Gabi é.
— A gente pode ir? — falo quando me aproximo.
— Claro — Flávia fala.
— Achei que tinha morrido no banheiro.
— Parei pra conversar com o João e nem dei conta do tempo.
— Vocês ficaram amiguinhos bem rápido né? — fala Gabi.
— Amiguinhos ainda não. — me faço de doida e Flávia me olha de canto. — Ele é legalzinho até, quando não fica se gabando por ser um bom jogador.
— Ele só faz isso pra ganhar confiança e gaguejar menos. — franzo cenho com a fala de Pedro. — O quê? Vai me dizer que você não percebeu que ele é meio gago.
— Isso foi um pouco ofensivo, Guilherme. — dou uma tapa na sua nuca e ele pede desculpas. — E não, eu não tinha percebido. Achei que ele estava nervoso, só isso.
Divago sozinha e continuo o resto do caminho até o o estacionamento em silêncio.
Ele é gago. Mas não parece gago... Foi erro e arrogância minha achar que ele fica tão nervoso por minha causa quanto eu fico por causa dele.
Me despeço de Gabi e ajudo Flávia a colocar as crianças em suas cadeirinhas.
Vou no banco passageiro ao lado de Pedro e Flávia vai atrás com as crianças.
Ligo o rádio e a voz do Filipe Ret soa pelo carro cantando Libertários Não Morrem. Encosto minha cabeça na janela e aprecio o som, essa é uma das minhas favoritas do Filipe.
— Vai ter um show dele aqui essa semana. — Pedro fala e eu viro a cabeça para olhá-lo.
— Sério?
Me animo.
— Claro, pô.
— Eu sou doida por esse homem, puta que pariu.
Falo e ele riz
— A gente pode ir se a Doutora não tiver muito ocupada.
— Amor, se eu tiver ocupada eu arranjo o tempo do mundo todinho pra ver ele.
[ 🍫 ]
— Claro que ele tinha que ter algum defeito — falo comigo mesma após ler o twitter de Ret.
— Tá falando de quem? — pergunta Flavia entrando do meu quarto.
Já se passa das dez e as crianças já dormiram, igualmente a minha mãe, que só foi chegar do culto e foi direito pra cama.
— Ret — olho pra ela jogada da minha cama. — tão lindo, gostoso e rico, mas torce logo pro fluminense.
— Time pequeno — ela fala e eu rio. — igual o pau dele.
Desligo o celular e olho pra ela rindo.
— Como é que você sabe disso?
— Intuição — dá de ombros. — E por falar em intuição, a minha tava certa, né?
— Sobre?
— Sobre o João ter cara de João – sorri balançando os pés. — me conta, como é agora que você sabe quem ele é?
— Não sei, é normal ainda.
— Ah, Catarina — reclama. — qual a probabilidade de vocês se encontrarem quase três anos depois de foderem loucamente no banheiro do bar do seu Zeca?
— Eu não sei, Flávia — suspiro. — e para de falar assim, me faz parecer depravada.
— Mas você é.
— Mas você não precisa ficar explanando — murmuro ouvindo-a rir.
— Vai mesmo no show do Ret?
— Pretendo.
— Beleza, se descobrir o tamanho do pau dele você me fala.
Pego o travesseiro e jogo nela.
— Vai dormir Ana Flávia! — grito e ela gargalha.
Minha irmã fecha a porta do quarto e saí depois de desligar a luz.
Viro-me para o lado e fecho os olhos em uma falha tentativa de pegar no sono, mas minha cabeça não para. Entrevista com o Braz amanhã, o fato de provavelmente vou ter que trabalhar com João daqui pra frente.
Eu espero poder explicar tudo à ele. Espero que ele me dê essa chance de corrigir o meu erro.
E eu não nego que, se pudesse voltar no tempo, eu nunca teria deixado ele sair sozinho daquele banheiro.
[ ... ]
amaram, gadas?
lembrem-se, um capítulo por semana agora e por esse motivo eu prometo trazer capítulos maiores daqui em diante.
enfim, até breve, maconhazinhas.
love, succs.🍃
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