000

NOTAS

Marquem um amigo e cometem muitooo pra me ajudar com o engajamento.

Bom capítulo.❤️

[ ... ]

CATARINA

[ 🗓 ] Quarta, 23 de outubro de 2019.
[📍] Rio de Janeiro, Brasil.
Semi final da Libertadores.
Flamengo x Grêmio.

Às exatas 21h eu estava atravessando as portas da UERJ tentando achar um maldito Uber que me levasse até o Maracanã.

Eu tinha que chegar à tempo do jogo. Eu precisava, chegar à tempo do jogo.

Mas com esse trânsito caótico do Rio de Janeiro eu não ia nem chegar a tempo e muito menos conseguir acompanhar pelo celular se tentasse.

O grande evento da noite?

Semifinal da Libertadores entre Grêmio e Flamengo.

Por que é um grande evento?

Porque faz 35 anos meu mengudo não chega a uma semifinal de Liberta e da última vez foi eliminado justamente pelo Grêmio.

Eu nem era nascida ainda.

Me dei por vencida e vi que não ia conseguir atravessar a cidade e chegar a tempo. Gabriel que me perdoe, mas eu juro que tentei.

Lembro que o local mais próximo daqui que posso assistir jogo é um boteco que Flávia sempre me leva em Realengo, uns trinta minutos à pé. Mas, apressada e ansiosa do jeito que eu tô, faço esse trajeto em 20 min.

[ 🍫 ]

— Uma água, por favor. — peço pro Seu Zeca, o senhorzinho sorridente dono do boteco, e me encosto no balcão ainda meio ofegante.

Devo ter caminhando uns 5km até aqui. Graças a Deus não fui assaltada durante o caminho e o jogo ainda não começou também.

— Aqui, moça. — o senhor me dá uma garrafa de água mineral e eu agradeço me afastando para sentar em uma mesa e começar a presta atenção no pré-jogo.

Na mesa ao lado tinham alguns caras, que eu fiz questão de ignorar apenas para evitar comentários que eu provavelmente não vou gostar de ouvir.

Homens são escrotos e homens em um bar parecem mais escrotos ainda.

Me celular toca e eu atendo vendo que é Flávia.

— Onde você tá? — pergunta meio exasperada.

— Realengo.

— Tá fazendo o que ai?

— Vim assistir o jogo, ué. Não consegui Uber pro Maracanã e ia demorar muito.

— Tá, mesmo lugar de sempre?

— Hurum. — bebo minha água.

— Beleza, tô indo praí.

— Tá e vem devagar que o trânsito tá horrível hoje.

Ela ignora é simplesmente desliga na minha cara.

Peço que o seu Zeca trazer meu suco de uva de lei e logo ele traz.

Não sei quando começamos a vir aqui, mas acho que foi logo depois de Flávia ter um rolos com o neto dele. Augusto, eu acho. Nunca conheci a peça, mas sei que o final foi tão amigável que eles são amigos até hoje.

O bola rola em campo e eu sinto meu coração vir até a boca, minhas mãos suam e eu limpo na calça branca.

Acho que vou infartar.

Dei uma olhada discreta na mesa do lado, pra ter certeza que nenhum dos caras tava prestando atenção em mim.

Tinha. Um deles, sentado ao meu lado. Cadeira praticamente grudada a minha e um sorrisinho de canto que me desconsertou completamente. Ele parecia ser mais novo, mas acho que não passa dos 21.

Até que é gatinho.

— Tudo bem ai? — ele fala baixo, sem chamar atenção dos outros focados no jogo.

— Nem um pouco. — suspiro e prendo o cabelo para abanar minha nuca suada. — Acho que vou infartar.

— Relaxa, morena. O jogo mal começou e o flamengo do Mister nunca decepciona.

Olho para ele com lentidão... Morena? Por algum motivo eu gostei disso, gostei muito.

Respiro fundo e volto a focar no jogo.

— Vão matar o coitado do Bruno desse jeito. — resmungo depois que ele leva uma puta entrada do Kannemann.

— Pelo menos ele levou cartão.

O garoto comenta comigo. Não sei seu nome e também estou sem muita vontade de perguntar. Não seria a primeira vez que eu faço amizade com um homem no bar pra depois nunca mais vê-lo na vida.

Com 10 minutos de jogo vejo Flávia passar pela porta com o rosto fechado e uma mochila nas mãos.

— Ih, que cara é essa?

— Um idiota me fechou na entrada da rua e eu quase bati a porra do carro. — fala sentando ao meu lado e jogando a mochila pra mim. — Imaginei que tu ia querer trocar de roupa né, se ficar toda de branco assim vão achar que tú é Gremista.

— Repreende, Flazinha. — faço careta. — Vou trocar só no intervalo.

Meus olhos volta para a TV só pra ver o Rodrigo Caio praticamente metendo a chuteira na cara do Kannemann pra levar cartão.

— Não precisava disso também, oh caralho.

— Quero nem saber o que vai acontecer com eles se eles perderem esse jogo. — minha irmã fala.

— Primeiro que eles não vão perder. — digo sem olhá-la. — E segundo, se acontecer, que eles preparem os ouvidos porque eu não vou poupar nem Jesus das minhas reclamações.

— Você é insuportável.

— Isso é exigência. — a corrijo. — E pra sua informação, todos ele me amam, viu?

— Sei, sei, quem é que não ia amar uma médica que vive pra bajular eles?

— Bajular não, Flávia. Eu só aumento a confiança deles. — digo. — E eu ainda não sou médica, então relaxa o bunda ai.

Depois da arrancada do Gerson do meio campo, uma errada feia do Kannemann no rebote, o BH recebe a bola na cara do gol e, apesar dos esforços do goleiro do Grêmio, meu mengudo saí na frente no placar com uma finalização perfeita do Bruno Henrique.

Atrás de mim na rua ouço gritos, fogos, latidos de cachorros e apito de motos e carros.

O Rio de Janeiro em festa e nem é o apito final.

Vejo os caras da mesa ao lago gritarem, mas o garoto ao meu lago me olha sorrindo e põe a mão na minha coxa. Coloco a mão sobre a dele e aperto.

Não sou do tipo de cantar vitória antes do tempo. O jogo não acaba no primeiro gol, são puros 90 minutos. E se o Grêmio chegou a semi como o Flamengo, então quer dizer que é tão qualificado quanto.

Eu comemoro os gols, sinto a felicidade e a euforia deles, mas não explodo por isso. O jogo ainda não acabou e meu coração ainda está meio apreensivo.

— Achei que ia ficar feliz com o gol. — o garoto fala apertando minha coxa.

— Ela é assim mesmo, só explode depois do terceiro ou quando o juiz apita o fim do jogo.

O moreno me olha meio estranho, mas sorri. O sorriso dele é muito lindo, puta que pariu.

O juiz apita para determinar o fim do primeiro tempo e eu solto um suspiro tenso.

— Vou trocar de roupa. — seguro a mochila e levanto da cadeira indo em direção ao banheiro.

[ 🍫 ]

A mão do moreno ao meu lado segue em minha coxa, agora nua. Acabei trocando minha roupa totalmente branca da faculdade por um short jeans curto e um manto do CRF branco.

Eu dei a ele liberdade para colocar a mão ali, por algum motivo. Ele não foi desrespeitoso, tudo que consigo sentir sob seu toque é conforto.

Eu finjo não sentir o seu aperto forte na comemoração do segundo gol. Enquanto os outro gritam, permaneço na minha e apenas sorrio.

O bar estava ficando cada vez mais cheio de gente. Pessoas de pé focadas na TV de tela plana, vibrando a cada chute ao gol. Vejo de longe uma garotinha que aparenta ter uns doze anos roendo as unhas e me recordo que eu era exatamente assim. Sempre fui louca e inegávelmente apaixonada por esse time.

Sinto a tensão percorrer minhas espinha quando vejo o juiz concede pênalti ao Flamengo. Eu deveria estar plenamente segura já que é Gabriel que vai cobrar, mas não. Relaxo. O jogo só acaba quando termina.

A cobrança é certa. Gabi bate no canto direito bem certinho enquanto o goleiro pula para o outro lado.

E dessa vez sim. Dessa vez eu explodo gritando e xingando e abraçando o garoto ao meu lado.

Coloco meu rosto na curvatura do seu pescoço. Ele tem um cheiro bom pra caralho, o perfume é amadeirado e doce ao mesmo tempo. Eu me afasto meio hesitante percebendo que talvez eu tenha me empolgado até demais.

Volto a me sentar em silêncio. A sua mão volta pra mim coxa, agora mais em cima.

Seu dedo desenha círculos na parte interna e minha pele se arrepia. Ele não olha pra mim, ele tem seus olhos no jogo. Tento fazer o mesmo, mas a umidade que se acumula em minha calcinha me deixa inquieta.

Depois de uma cobrança de escanteio perfeita do meu uruguaio favorito, o Pablo Marí da uma cabeçada direto no fundo da rede.

O bar explode novamente o êxtase percorre o meu corpo. Eu sinto a adrenalina passando pelas minhas veias. A excitação me preenche e me encontro praticamente como uma cadela no sio com absolutamente tudo misturado dentro de mim.

4 x 0 é exatamente TUDO o que eu pedi. E pra ser bem sincera, meus meninos tão arrasando pra caramba viu.

Seguro a mão do Moreno quando sua mão tenta ir longe demais. Olho para ele sorrindo e simplesmente levanto após lentamente soltar seus dedos.

Sigo em direção ao banheiro e espero que ele entenda o recado e me siga.

Passo pela porta e fecho me escorando nela em seguida. Fecho os olhos e penso no que eu vou fazer sorrindo.

Que se foda, só se vive uma vez.

Duas batidas na porta me fazem abrir. O moreno invade com rapidez e bate a mesma com certa força.

Ele não é tímido, pelo contrário. Ele agarra meu cabelo e me joga contra a parede fria. Encaro seus olhos por alguns segundos antes de finalmente unir nossos lábios e... porra, seus lábios são tão gostosos e terrivelmente beijáveis.

Seus dedos afundam em minha cintura, por baixo da minha camisa, seus polegar acariciando meus lados. Minhas mãos se prendem atrás da sua nuca, arranhando a região.

Quando ele para e começa a beija meu pescoço eu me contenho para não gemer, mas é praticamente impossível.

— Mas devagar, gatinho — suspiro sem fôlego. — eu já tô aqui e não vou a lugar nenhum.

Digo quando seus chupões se tornam mais desleixados e doloridos. Me afasto dele e tiro meu short jeans devagar. eu foco agora está minhas pernas. Jogo a peça de roupa perto da porta e me escoro na pia esperando que ele venha até mim.

O moreno tira sua camisa e eu me surpreendo com a definição de seus músculos. Gostoso pra caralho. Seu rostinho inocente não condiz nem um pouquinho com o restante do material.

Passo a língua para umedecer os lábios e envolvo seu pescoço com os braços. Sinto sua pele quente sobre os meus dedos.

Seu nariz roça no meu e eu fecho olhos quando sinto seus dedos em minha calcinha. Sua testa se cola a minha; seu indicador empurrar o pequeno pedaço de tecido para o lado. Fico na ponta dos pés e me sento por completo na pia de mármore, orando a Deus para não cair e pedindo perdão pelos meus próximos atos.

— Porra — murmuro quando a ponta do seu dedo toca meu clítoris espalhando a lubrificação.

O garoto parece nervoso, julgando pela sua respiração; a forma que seu peito sobe e desce.

Os dedos dele fizeram eu me senti um disco. Dedinhos nervosos que me levaram ao céu e me fizeram despencar no mesmo segundo.

Coloco minha mão sobre a sua e levanto a cabeça e encontro seus olhos.

— Devagar — sussurro gentilmente, guiando sua mão. Em círculos, no lugar certo, meus dedos em cima dos seus. — Rápido é bom, mas devagar? Devagar é perfeito.

Gemo quando solta sua mão e ele enfia um de seus dedos em mim.

Ele não é muito de falar, mas sim de fazer.

— Posso te contar uma coisa? — pergunto mordendo o lábio. Ele me olha assentindo. — Eu quero que você me coma.

Ele sorri de lado.

— Eu também quero te comer.

Sua voz firme e rouca me arrepia.

Ele tirar seus dedos da minha buceta e trabalha rapidamente para eliminar sua bermuda jeans.

Espero sorrindo de felicidade e antecipação.

— Não tenho camisinha. — franze o cenho depois de mexer nos bolsos.

— Relaxa, Moreno — arranho sua nuca. — Eu tomo anticoncepcional.

Ele apenas concorda com a cabeça antes de se afundar em mim. O grito me escapa, mas sua mão cobre minha boca enquanto a outra levanta minha perna, envolve minha cintura e fica espalmada na base da minha coluna.

Esse menino sabe o que tá fazendo. E sabe muito bem.

Ele tira a mão da minha boca, mas volta a cobri-la com seus lábios.

Ele tem um gosto doce e ao mesmo tempo de menta. Viciante e me faz querer mais, muito mais.

— Eu não vou demorar muito. — me inclino para trás quando ele atinge a parte esponjosa e única da minha intimidade.

Ele achou meu ponto G e se aproveita disso, batendo firmemente nesse mesmo ponto. Me aperto ao seu redor e o ouço gemer rouco.

Quando seu polegar desce ao meu clítoris fazendo maravilhas pela região, eu me derreto por inteira.

É bom, gostoso, prazeroso.

Me levanto e passo os braços pelas suas costas; ele faz o mesmo. Escondo meu rosto na curvatura do seu pescoço e cravo meus dentes em seu ombro. A nova posição me faz gemer mais alto pro ele estar mais fundo dentro de mim.

Quando gozo, sinto algo diferente. Diferente do que seria normal para um sexo casual. Um arrepio que saí da minha espinha e transcende pelo meu corpo. Ouço o barulho de fogos lá foram, mas a sensação em si eu sinto em meu peito, em meu ventre, absolutamente pelo corpo todo. Levanto a cabeça para olhar os olhos do Moreno que me agarra. Ele ainda não gozou.

Encosto minha testa na dele e seguro em sua nuca assentindo para que continue. Seus próximos movimentos são brutais, fortes e ásperos. Nossos olhos não se desgrudam. Pupilas dilatadas, unhas na sua pele e seus dedos cravados em minhas costas enquanto ele entra e saí de mim desesperadamente.

Fecho os olhos quando sinto os mesmo lagrimejarem e um segundo orgasmo me atingir ao mesmo tempo rajadas de porra pintam o meu interior.

Sua respiração ofegante bate em minha bochecha e eu abro os olhos sorrindo fraco.

— Bom? — sussurro e ele sorri com os olhos baixos.

– Além.

Bico seus lábios um último vez sentindo seu gosto e puxo o inferior entre meus dentes. O ato deixa a sua boca vermelha, por isso passo meu polegar por ele.

— Meu nome... — assim que ele inicia, eu o corto.

— Não — pressiono o polegar em seus lábios e ele me olha atento. — Não diz seu nome.

Ele franze a testa.

Eu sei exatamente o que eu senti agora, o que me coração sentiu agora. Mas eu não posso. Se eu souber seu nome, vou procurá-lo e seu o encontrar, então tudo pelo qual tenho lutado durante todo o esse tempo terá sido em vão. Ele... esse homem com um sorriso perfeito em minha frente, não é algo de uma noite apenas. De jeito nenhum. Eu sei disso, sinto isso.

Mas eu não posso. Eu já me escrevi para fazer a pós em Coimbra, já está tudo planejado. Um relacionamento não vai estragar isso.

— Você parece ser um cara legal — passo o polegar pela sua bochecha. — mas foi uma ótima foda e só isso.

— Certo.

Ele confirma com a cabeça e saí de dentro de mim. Sinto o vazio e o pesar no coração. Vejo ele se vestir e sair do banheiro em silêncio.

Uma lágrima silenciosa caí pela minha bochecha e eu respiro fundo antes de levantar e me vestir.

Eu quero casar, também quero ter filhos. Mas há coisas na vida que possuem a hora certa e essa não é a minha, por mais que doa. Eu não sei porquê estou tão comovido com ele, mas foi algo diferente.

Prometi para mim mesma que antes de ser suficiente e boa para alguém, eu teria que ser para mim mesma primeiro. Por isso, relacionamentos só viram após a minha formatura.

Saí do banheiro após arrumar meu cabelo. A agitação do lado de fora era grande e eu tive que me espremer um pouco entre as pessoa para chegar até a mesa onde está Flávia.

— Tava dando né, bunita? — sorri maliciosamente.

— O que foi que eu perdi?

— Ganhamos de 5 x 0. Foi épico. Os jogadores do Grêmio não conseguiram acompanhar o ritmo dos nosso meninos, tavam até pedindo pra diminuir, juro por Deus.

— Nossa — sorrio. — Vou lembrar de falar isso pro Gabriel na segunda.

Ela rir.

— A gente pode ir agora?

— Bora, né.

Seguro minha mochila e recolho minhas coisas quando Flávia vai pagar a conta com seu Zeca.

Olho para a mesa ao lado de relance e vejo que nenhum dos caras está mais ali, incluindo o Moreno.

Sei que fiz a coisa certa em não ouvir seu nome. Sei disso, mas simplesmente esse sentimento não saí do meu peito. Acho que a melhor coisa que eu posso fazer no momento é esquece que esse dia existiu e deixar que o destino faça o que achar melhor.

Quando Flávia volta eu já estou em pé ao lado do seu Corolla branco. Ela destrava o carro e eu entro no lugar do passageiro.

— Qual era o nome dele?

— Eu não sei

Encosto a cabeça na janela quando ela liga o carro.

— De novo?

— O de sempre.

Ela fica em silêncio enquanto o rádio toca no fundo a música Camisa 10.

— Pra mim ele tinha cara de João.

Franzo o cenho e olho pra ela.

— Nada a ver

— Sei não, só acho.

Ignoro a mesma e volto a observar as ruas de Realengo Barata. Fecho os olhos e deixo a música invadir a minha cabeça.

[ ... ]

Iai? Espero que tenham gostado.

Eu tava doida pra postar, mas tinha que ser hoje.
Final da Copa do Brasil, meu flamengo campeão e semana que vem já estaremos rumo à glória eterna. ❤️

Quase 3k de palavras, então me valorizarem, hein.

bjs e até o próximo.
love, succs.🍃

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top