CAPÍTULO 13- lembre-se do passado, reflita o presente e imagine o futuro
A cidade se erguia ao redor de Mirdrem, ruas,vielas, pessoas, pessoas brigando com pessoas, casas e construções que mesmo que fossem numerosas não passavam de um amontoado de madeira e pedra, o cheiro também não era muito agradável,claro poderia ser pior se Mirdrem não estivesse em seu cavalo, o que lhe conferia um lugar mais alto em relação as outras pessoas que andavam pela rua, ele estava sozinho dessa vez, tinha partido logo depois de tomar o desjejum junto de Audrir em um dos salões do palácio de lethon e tomado um banho, coisa que não fazia a um certo tempo, isso não parecia ter adiantado pois o fedor da cidade abafava qualquer resquício de um bom banho.
Mirdren agora se dirigia a um lugar um tanto incomum, a um cemitério , mas não qualquer um, era a tumba de seminther onde jazia todas as oráculos, desde que soube da morte dela, ele já planejava ir até o local prestar suas homenagens, e não poderia ter dia melhor do que o anterior a sua despedida de vila tempestade, mesmo assim ele não gostava muito desses lugares, iria apenas pela consideração a pessoa,a tumba ficava debaixo da catedral de seminther ( as principais catedrais de landloc existem a mais tempo do que o próprio reino e seus nomes remetem às línguas antigas,Seminther em tradução literal seria como " altos deuses') ao qual Mirdrem já estava na frente montado em seu cavalo, ela se erguia até os céus imponente com suas paredes de pedra lisa, suas duas torres que continham entalhes de mármore representando os deuses e principalmente os vitrais que se extendiam por toda a construção, na entrada tinha um grande porta de madeira que se abria para um grande salão com diversas saídas cada uma levava a um altar de uma divindade, foi nesse salão que Mirdrem agora entrava, o silêncio profundo penetrava seus ouvidos e apenas os seus passos podiam ser ouvidos pela aquela enorme sala, isso faz parecer que ele estava sozinho mas isso não era o caso diversas pessoas passavam por cada corredor, pessoas que fizeram juramentos dos mais sagrados , eram conhecidos como virmes e seus trabalhos eram de guardar(nas línguas antigas,vir) os templos(na antiguidade eram chamados de, mes) por isso o nome , alem disso eles também guiavam as pessoas pela enorme rede subterrânea onde se encontrava a tumba que Mirdrem procurava, isso pareceu se concretizar quando um homem baixo e velho que estava vestido de uma roupas cinza que caia pelo seu corpo veio de encontro a Mirdrem e disse a ele:
- Poderia saber o que encontra por aqui sor?
A sua voz parecia fraca e sua boca quase não se mexia mas Mirdrem conseguiu entender cada palavra que ele dissera,também viu em seu pescoço tum colar no formato de um pentágono, eram um vinme provavelmente um dos mais velhos.
- Vim aqui ver o subterrâneo.
- sim, sim- o velho fez movimentos lentos com a cabeça para confirmar- mas eles são muito extensos, tem muita coisa lá , oque exatamente você procura?
- vim...vim visitar uma velha conhecida.
- certo, imagino que veio em busca da tumba de seminther,onde as oraculos são enterradas desde o começo dos tempos,sem problema irei leva-lo.
Ele se virou e fez um aceno com as mãos enrugadas para Mirdrem segui-lo, ele concordou e seguiu atrás do velho por um dos corredores.
Eles caminharam um pouco, na verdade esse pouco durou um bom tempo já que o homem não era dos mais rápidos, Mirdrem até tentou puxar conversa perguntando o nome dele mas ele respondeu que seu nome não era importante e sim a função que desempenhava, havia sabedoria nas suas palavras então não voltou a falar, mesmo assim o caminho não ficou apenas no silêncio, quando já estavam nos túneis vez por outra o vinme soltava uma palavra ou outra sobre a construção da catedral e da história que aqueles túneis carregavam, segundo ele , eles foram construídos quando os humanos ainda se escondiam nas sombras do mundo cavando túneis e morando em cavernas para se protegerem dos dragões que circulavam pela terra, aquele foi uma das primeiras construção feitas apenas para fins religiosos e dizem que o próprio Dristen saiu de seu exílio auto imposto para ajudar na construção dele e diferente do que deu a entender os túneis eram extremamente bem feitos e grandes, todos os caminhos eram feitos de pedra polida e lamparinas pendiam pelo teto iluminando o local, pode se presumir que eram quentes ou abafados mas esse não era o caso, vento circulava pelos túneis mantendo eles bem resfriados mas não o bastante para serem considerados frios, não era a primeira vez que andava por aqueles túneis mas ainda sim se sentia impressionado com a construção.
- chegamos, siga por aqui.
O homem apontou para uma grande porta de madeira semelhante com a da entrada, Mirdrem entrou para o que era um grande salão de pedra com diversas luminárias penduradas pelo seu teto , no chão dispostos em
três fileiras estavam diversos túmulos onde ficara cada uma das oraculos existentes, Mirdrem andou pelo salão, seus passos eram as únicas coisas que podiam ser ouvidas, parecia com quando ele entrara em seminther só que a diferença é que agora estava sozinho, ele continuou andando até chegar em um túmulo que ficava no final da sala, ele era feito de pedra assim como os outros e em sua lapide estava escrito " por todo o dever sagrado desempenhado agora descanse, porque seu trabalho foi honrado e de sua boca saiu palavras de sabedoria."
Logo depois em cima dessas palavras estava escrito o seu nome veldir,vendo aquilo Mirdrem se ajoelhou estendeu a cabeça e em um som quase inaudível começou a falar:
- Eu sei que nos conhecemos por pouco tempo,mas mesmo assim as palavras que disse naquele dia me fazem refletir até hoje,me disse que eu faria grandes coisas, que estava destinado a grandes coisas, eu não sei o que devo fazer e se essas grandes coisas são boas ou más, não sei se as fiz ou ainda as irei fazer, mas uma coisa eu sei, sei que não irei deixar este mundo a esmo, a chama está apagando e se eu vivi tudo o que vivi sei que no momento só eu posso fazer isso, você me disse que nem sempre o destino está carregado de paz, pois bem eu criarei a minha paz, não pelos deuses nem pelos humanos mas pra mim mesmo, assim quando o dever terminar eu... eu poderei ir.
Mirdrem ficou em silêncio quase esperando que alguém respondesse, mas isso claramente não iria acontecer ele estava lá ,sozinho falando com um túmulo,mas isso não era ruim, agora ele podia ouvir seus sentimentos,era o que ele precisava, o objetivo estava claro, e ele o compriria nem que fosse nescessário matar dragões.
Mirdrem se levantou, tirou um pouco da poeira em seus joelhos e foi em direção a porta onde estava o velho homem esperando para guia-lo de volta, quando o viu o homem deu um sorriso de leve e disse:
- vejo que está diferente, não sei seu caminho, mas sei que ele é difícil , então lhe desejo sucesso, sou velho mas vejo muito que os mais jovens não vêem, sinto que vai chegar um momento que suas escolhas vão carregar o mundo, então nessa hora lembre do seu passado, reflita no seu presente e tente imaginar o futuro,assim o caminho parecerá limpo como o em uma tarde de verão.
Aquelas palavras não fizeram sentido para Mirdrem, no mínimo não agora.
Era noite,o único som que podia se ouvir era do vento batendo na janela do quarto,quarto que por sua vez estava com dois indivíduos dentro, um deles estava olhando para a janela quando começou a falar:
- sabe, eu esperei muito tempo pra isso acontecer- o homem pegava um garrafa de vinho e servia em duas taças- agora pode me dizer como está indo o plano?
O outro homem estava próximo do que seria a cama, ele se aproximou e pegou uma das taças, os seus dedos seguravam-a com precisam e força.
- Vendrick, olhe bem como fala comigo, você sabe quem eu sou.
- certo,certo me desculpe então,só queria saber se estava tudo nos conformes.
- está, eles estão partindo agora mesmo, logo eu terei meu poder e você a sua vingança.
- sim- ele deu um sorriso- sim.
Naquele momento apenas uma coisa passava pela sua cabeça, finalmente aconteceria, finalmente chegaria o fim dos deuses.
Mirdrem agora estava saindo de vila tempestade, conforme iam se distanciando ele conseguia ver a luz da lua cobrindo a cidade,essa visão o lembrou que ele tinha matado um deus, o fez refletir sobre a sua espada e por fim imaginar o momento em que chegaria a chama sagrada, ele então se virou e olhou o horizonte em direção ao sul, ao longe ele via apenas a imensidão do rio, Sorthein estava distante mais isso não o impediu de pensar como seria lá,por fim ele resolveu sair do convés e foi dormir afinal aquela seria uma longa viagem.
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