O salão por um momento foi tomado pelo silêncio depois da saída do rei, a única coisa que o quebrava era a respiração pesada de todos na sala, Mirdrem que ainda estava em pé no local se virou para Audrir e disse:
- espero que tenha um plano melhor além de fazer essa loucura
Audrir olhou de volta para Mirdrem e falou:
- Não nos resta opção além de perguntar pro próprio Geltir.
- Certo- disse Mirdrem com um tom de ironia e enquanto se despedia, virava para trás e começava a andar em direção a saída, no caminho passou por Mirthus e Alengar que estavam com uma expressão de preocupados, que infelizmente não era infundada já que na história foram feitas diversas incursões a Sorthein e nenhuma retornou, Mirdrem claro também estava preocupado, não por sua vida mas pela dos outros, mas tentou não deixar transparecer enquanto saia a passos largos do imenso salão , estava se aproximando da Porta de carvalho quando ouviu Almer que disse em uma voz alta mas que não chegou a ser um grito:
- Trate de comparecer esta noite a sala de mapas, para acertamos os detalhes da nossa viagem.
Nesse momento Mirdrem se virou para ver a cara de Almer e Audrir que estava do outro lado do salão fez o mesmo , uma expressão de dúvida encheu o seu rosto.
- nossa?- disse Audrir em um tom respeitoso
- Sim,vossa majestade e eu acertamos ontem que devíamos aumentar o número de pessoas nessa empreitada.
- E esse aumento seria de quanto?-Audrir perguntou
- nosso plano consiste em acrescentar um pequeno grupo de 15 soldados , comandados por mim ,além disso teve um nobre senhor cujo as relações com a coroa são bem próximas que se candidatou a viagem.
- Por acaso quem seria?
- Licius Verdium.
- Então foi por isso que ele estava vindo a Vila tempestade- disse Audrir como se pra si mesmo.
Mirdrem que sentia que não fazia parte daquela conversa falou em um tom alto para todos ouvirem:
- Pode contar com a minha presença mais tarde mas agora para não atrapalha-los vou me retirar, se precisarem de alguma coisa estou no pátio central.
- Certo, até mais , ah se passar por Licius pode pedir para ele se encontrar comigo? Quero discutir algumas coisas.- disse Audrir
- sem problemas, até mais.
Mirdrem então se virou para a porta e foi até ela em passos largos que ecoavam pelo salão,os guardas vendo isso abriram a pesada porta de madeira, após isso desceu as escadas de mármore e refez todo o caminho que fizeram até chegar na sala do trono , passou por corredores e grandes salões de baile , um deles tinha um quadro do rei Loctis em cima de um cavalo, vitorioso depois da batalha da forca( a maior batalha que já ouve em landloc, e tem esse nome por causa dos inúmeros enforcamentos que aconteceram após ela), ele parou um pouco para vê-lo e depois que concluiu que a estátua era bem parecida com o quadro continuou seu caminho pelo palácio até chegar na porta de entrada que dava para o pátio, lá ele conseguiu sentir a doce brisa do verão e ver as diversas árvores que se estendiam pelo local, uma em particular chamou sua atenção, era um grande carvalho que ficava perto dos estábulos e abaixo dele um confortável banco de madeira e ferro,Mirdrem começou a caminhar em direção ao banco e por fim sentou, o clima estava ótimo e agradável, o vento soprava e alguns pássaros que tinham seus ninhos na árvore assobiavam belas melodias, nessas condições ele que tinha acabado de se sentar resolveu tirar a espada do quadril para se sentir mais confortável e desatou a pensar para organizar todas as informações na sua cabeça, ele tinha acabado de chegar mas logo teria que sair, coisa que ele particularmente queria já que não gostava tanto de vila tempestade, o problema por sua vez não era se ele sairia mas sim para onde iria, Sorthein, Mirdrem só conhecia o lugar dos livros e queria que as coisas continuassem assim,mas pelo jeito discordar não ajudaria em nada então resolveu deixar esse problema para outro momento onde ele não tivesse coisas mais urgentes para pensar agora , essas outras coisas eram o seu principal problema ,e essa problema era a espada,mesmo que estivesse ansioso por rever um velha companheira, boa parte dele não esqueceu o que aconteceu, pois a espada que agora estava estirada no banco ao seu lado foi a mesma que ele usou para matar ele,Mirdrem ainda se lembrava de ver o sangue de cor azulada escorrendo pela espada,o cheiro nauseante de sangue em contato com ferro quente, e principalmente a raiva que sentira no momento seguido do alívio quando percebeu que o que tinha que ser feito estava feito, mas depois disso veio um sentimento mais aterrador que todos os outros, a culpa, que desde então o acompanhava, sempre martelando na sua cabeça como algum tipo de inseto insistente que mesmo que fosse indesejado continuava lá zumbindo em seu ouvido,isso continuou até que Mirdrem conseguisse se segurar a uma esperança quando Audrir lhe falou da chama sagrada,ele viu nisso uma oportunidade de limpar sua consciência,de fazer algo bom, de parar de ficar se lamentando em um chalé no fim do mundo e começar a agir, no mínimo isso foi o que ele pensou quando nas montanhas acima da vila de petris aceitou o pedido, agora todas essas sensações desapareceram como as folhas nas sua frente,levadas pelo vento, deixando o local como se nunca tivessem existido, será que ele conseguiria? E se o mundo cair em perdição mais uma vez? Todas essas perguntas rondavam a sua mente como um furacão mas mesmo assim Mirdrem resolveu deixar aquilo de lado, ele tinha mais o que fazer além de ficar sentado em um banco remoendo o passado e questionando o futuro, ele por fim se levantou , pegou a espada com sua mão direita e a prendeu no lado esquerdo do quadril, nesse momento uma folha passou pelo seu rosto, a folha era de um verde escuro que contrastava com o amarelo daquele dia, por algum motivo vê-la o deixou aliviado,ele então saiu debaixo da sombra da árvore e retornou ao pátio.

** Esse foi mais um capítulo não muito longo , mas é que eu queria deixar ele mas para desenvolvimento do personagem então o próximo capítulo vai ser bem maior e vai fechar essa parte de vila tempestade , se gostarem por favor votem e até mais**