Capítulo 17
BENÍCIO
Sentado na minha sala respiro várias vezes pensando no que fazer, pois preciso aprovar a nova campanha de marketing, estou a horas nisso e não consigo me decidir, estou distraído quando a porta da minha sala se abre e o meu pai entra na sua cadeira de rodas, apesar dos esforços na fisioterapia tem dia que ele sente dores ao caminhar então a cadeira de rodas se faz necessária.
– Ninguém mais bate pra entrar na minha sala? O senhor está aprendendo maus costumes com o Bento.
– A empresa ainda é minha, eu não tenho que bater – ele diz com sua costumeira atitude de dono da pora toda, o que me da a certeza que nada abala a pose do meu pai. – vim falar com você sobre a menina Luciana fiquei sabendo que você novamente a destratou.
– Pai apesar disso não ser da sua conta vou falar apenas mais uma vez e espero que entenda: eu não vou me casar ou ter nada sério com a Luciana e não quero mais tocar nesse assunto – falo já sentindo minha irritação chegar a um nível acima.
– Benício quando você vai tomar responsabilidades na sua vida?
– Tomar responsabilidades? você acabou mesmo de dizer isso? – eu me exalto e quando percebo já estou de pé batendo com a mão na mesa – eu comando uma das maiores empresas do país, emprego centenas de funcionários e dezenas de prestadores terceirizados. Sobre minha direção a empresa cresceu como nunca antes. Olhe para aquela parede – aponto a parede onde estão as principais capas de revista onde eu ou a empresa somos destaques e três prêmios de melhor empresário do ano que ganhei por três anos consecutivos – nada daquilo foi conquistado sendo um irresponsável, como o senhor pode dizer isso pra mim? Serio que eu nunca vou ser suficiente para o senhor?
Viro-me de costas para ele e olho pela janela a cidade lá embaixo tentando respirando fundo para me acalmar.
– Você é o suficiente para mim Benício, na verdade suficiente não chega nem perto do orgulho que sinto de você e do seus irmãos. Apesar de mim e de tudo de ruim que fiz na vida, vocês se tornaram homens formidáveis e a Beatriz é uma mulher extraordinária.
– Pai me desculpe, eu... – falo me virando para o encarar, me sentindo horrível por ter gritado com ele principalmente quando o homem está em uma cadeira de rodas, mas ele faz um gesto pedindo para que eu me cale e obedeço.
– Eu sei bem tudo que você fez por essa empresa. Estamos no auge e tudo graças a você, sua carreira é exemplar e eu não tenho uma linha sequer para me queixar sobre isso; eu me referia a sua vida pessoal, você anda bebendo demais, transando com qualquer uma, passando noites em bares e baladas com as piores companhias. Quando você vai finalmente sossegar e arrumar uma boa esposa?
– Ela levou toda a esperança com ela. Não tem mais espaço na minha vida para ter uma esposa. Ela matou esse sonho quando mentiu e traiu.
– Então é isso? É por ela que você ainda sofre?
– Sim – digo com rancor na voz – e por favor, eu te amo e sei que o senhor está interessado no meu bem estar, mas por favor, não se meta mais no modo como escolhi viver minha vida pessoal.
– Sou seu pai, é meu dever me meter na sua vida, eu errei demais com você e seus irmãos, mas agora estou tentando fazer o que é certo para que vocês sejam felizes.
– Eu estou feliz assim. Agora, por favor, eu tenho alguns papeis para analizar
Meu pai suspira e faz menção de falar, mas muda de ideia, eu sei que em breve esse assunto vai voltar à tona, mas me sinto satisfeito que por hora ele resolveu me deixar em paz. Depois que ele sai eu mal tenho tempo de abrir a pasta sobre a minha mesa quando minha secretária entrou depois de bater a porta.
– Benício, a recepção interfonou tem alguém lá embaixo querendo falar com você e disse que é urgente.
– Você sabe que eu não atendo ninguém sem horário. Hoje então é impossível estou atolado em trabalho, marque um horário para amanhã.
– Senhor ela disse que se chama Lívia e também afirmou que não vai sair sem falar com o senhor.
– O que?
– Eu disse que a Lívia..
– Eu entendi o que você disse, só não consigo acreditar que aquela mulher tem a coragem de vir até aqui.
Começo a andar de um lado para outro. Minha cabeça explode com vários pensamentos e o principal deles é: "o que ela veio fazer aqui?" Parece que falar sobre ela com o meu pai foi como invocar sua presença.
– Eu não vou recebê-la. Avise na recepção que ela está proibida de entrar na empresa e peça aos seguranças para tirá-la daqui de dentro
– Mas...
– Vai questionar minha decisão? – falo de maneira fria e ela balança a cabeça em negação.
– não senhor, com licença. – Ela sai me deixando sozinho. Inferno, por que a Lívia tinha que resolver aparecer logo agora? Atormentando minha vida mais uma vez. Já não basta a dor é o amor que ainda sinto por ela. Foda-se.
Sinto meu coração acelerado e minha respiração entrecortada. Preciso beber alguma coisa, maldita hora que deixei a Beatriz levar toda a bebida daqui, saio da minha sala e minha secretária me olhou alarmada acho que ela pensa que vou descer e fazer alguma besteita, vou em direção a da sala do meu irmão e a secretária dele avisa que ele saiu, mas eu a ignoro e entro, vou até o bar que ele mantém e me sirvo uma generosa dose de whisky. Me jogo em uma poltrona e deixo a dor comandar meus pensamentos e mergulho nas lembranças que são minhas maiores bênção e maldição.
====
Estou há um tempo sentado na sala do meu irmão olhando para a parede como se ela pudesse solucionar todos os meus problemas; de repente a porta da sala se abre e para minha total incredulidade meu irmão entra com a Lívia em seus braços.
– Bento, mas que pora é essa? O que você está fazendo com essa mulher nos braços e aqui dentro da empresa?
Ele apenas me olha e me ignora, coloca a Lívia deitada sobre o sofá e se vira para sua secretária que entrou logo atrás dele.
– Carla, interfone até o ambulatório e chame a enfermeira conta que estamos com uma moça desmaiada e peça que ela venha aqui imediatamente. – A secretária dele concordou com um aceno e saiu da sala.
– E então cara, vai me falar ou não o que está acontecendo?
– Eu estava voltando de um café quando vi a confusão lá na recepção, um segurança estava tentando tirar a Lívia a força da recepção, eu intervi começamos a conversar e ela desmaiou.
– interviu por quê? – eu questiono com a raiva e com a preocupação por ela não acordar tomado conta do meu ser, me sento o lado dela e toco sua bochecha, vários sentimentos passam por mim quando olho para seu rosto: amor, saudade, desprezo, mágoa e o maior de todos é a raiva. – eu mesmo dei ordens para que ela fosse retirada da empresa.
– Cara vocês tem sua história eu sei e respeito sua dor, mas eu não iria permitir que o segurança a machucasse. Ela estava disposta a lutar contra o Johnny e eu tive que intervir, a Lívia é bem corajosa
– Bento por que ela voltou? O que ela quer aqui? Voltando pra me assombrar depois de todos esses anos. – Meu irmão me olha estranho, acho que ele está com pena de mim
– Benicio se o que a Lívia me disse for verdade eu acho que você cometeu o maior erro da sua vida.
– O que? Do que ele está falando?
Antes que eu tenha a chance de perguntar, a enfermeira entra e meu irmão explica a situação e se afasta para deixar que ela olhe a Lívia que se encontra assustadoramente pálida, a enfermeira tira de uma bola um estetoscópio e também um aparelho de medir a pressão e começa a checar o estado da Lívia .
Faço menção de perguntar ao meu irmão o que ele estava falando quando a minha secretária entrou carregando uma bolsa.
– Benício a bolsa da moça o segurança trouxe porque o telefone não para de tocar.
– okay Marcia, obrigada.
Assim que elas saem da sala o telefone dentro da bolsa toca eu não me importei de pegar e ia deixar a bolsa em cima da mesa, mas meu irmão me impede pegando a bolsa da minha mão e vasculhando até achar o aparelho.
– E melhor atender pode ser urgente – ele me diz e parece realmente preocupado. – Alô, sim é o celular da Lívia eu sou o Bento – ele escuta o que a outra pessoa diz e de repente solta uma risada - sim sou o irmão do idiota.
Fecho a cara e aponto o dedo do meio pra ele numa atitude infantil, o que faz com que o Bento ria mais. Eu poderia até achar divertido essa brincadeirinha entre nós, mas no momento eu irradio tensão.
– Ela desmaiou por isso atendi ao telefone dela. – ele mais uma vez escuta o que a pessoa do outro lado diz se despede e desliga o aparelho devolvendo a bolsa. – A amiga disse que ligou para falar para a Lívia se alimentar, pois provavelmente ela não come desde ontem.
– então isso explica o desmaio – a enfermeira diz – a moça teve uma queda de pressão, mas já está acordando. Sugiro que ela faça uma refeição leve e se mantenha deitada por um tempo e é sempre bom procurar um médico.
Eu olho para a Lívia que parece atordoada por um momento, ela olha ao redor da sala e é nesse momento que nossos olhares se cruzam e ficamos assim alguns segundos ela é a primeira a cortar o contato visual, mas não sem antes eu perceber sua expressão magoada, minha vontade e de bufar como ela pode se achar no direito de ter alguma mágoa?
.
.
.
aviso:
oi meus amore e amora, eu não sei o motivo mas o wattpad não esta me permitindo responder aos comentários de vocês, principalmente nos capítulos novos. então me perdoem pela falta de interação e não achem que eu sumi. assim que esse bug passar eu repondo a todo mundo. ok.
mas não deixem de comentar pois ler os comentários de vocês me motivam muito e adoro ver os surtos.
um beijão e ate o próximo
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top