2 DE FEVEREIRO - 2015
00:54h

Planejamos por meses essa invasão, de certo uma das mais memoráveis. O banco central fechou há algumas horas e tratamos de ser os últimos "clientes", com alguns déficits de caixa bancário. Na verdade, foi apenas uma estratégia para o resto da equipe atuar pelos fundos. Os únicos que estavam no banco eram justamente os mais difíceis: os seguranças. Já tinha até me esquecido do quão difícil é controlar um deles, por isso mesmo a equipe "disfarçada" tinha cerca de 16 homens, armados até os dentes, para uns 10 seguranças, os quais morreram com sucesso. Claro, tivemos de recorrer a métodos brutais para não chamar atenção dos idiotas que faziam uma festa no quarteirão do lado.

Os alarmes nunca chegaram a disparar, por obra dos crackers que entraram no sistema de segurança. Estávamos divididos por "saídas", cada grupo ficava com uma, assim como os carros de fuga.
O silêncio não durou muito. Assim que começamos a explodir os caixas, o barulho não demorou mais de 10min e já estávamos nos carros.

A festa dos universitários, ou sabe-se lá o que eram, acontecia atravessando a rua.

- Josh? - chamei pelo telefone descartável. - Já pensou que a luz no fim do túnel pode ser um trem?

- É o que? Você tá fumando agora? - questionou. - Sem dó, suba os vidros e passe por cima. - Josh falou friamente, desligando em seguida. Não é como se eu fosse assaltar um banco e deixar os vidros abertos, pagando de ator de Hollywood.

Conforme o carro se aproximava, as pessoas saiam do caminho. Menos ela, sem ter muito tempo para frear, não que eu fosse fazer isso, de toda forma. Senti o impacto do cinto de segurança contra o meu peito, quando a lataria do carro foi de encontro ao corpo da mulher.

Olhei pelo retrovisor o corpo sem vida. Ela estava grávida. A culpa que eu senti naquele momento foi como se eu estivesse começando pagar meus pecados. Apenas começando. Deixei o remorso, e voltei a acelerar.

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O livro vai começar a ser publicado em janeiro.