trinta
- Eu dirijo! - ouvi Raffaele dizer e tentar pegar a chave do Michele, mas ele não conseguiu.
- Não, eu que vou dirigir.
Começou.
Eu não aguentava mais um minuto do lado deles.
Finalmente tínhamos desembarcado e estávamos indo até o estacionamento pegar o carro, só que, eles estavam brigando pra ver qualquer dos dois iria dirigir.
Nenhum dos dois vai, por que eu vou.
Eles estavam bêbados horas atrás e ainda pensam que eu vou deixar eles pegarem o carro, eles não pensavam direito mesmo.
Eu deixei eles discutirem até o caminho por que não iria adiantar que eu falasse agora, eles iriam me ignorar e eu iria ficar brava.
Quando o Michele destravou o carro para o Raffaele colocar as coisas dele no porta mala, eu peguei a chave da sua mão no momento que se destraiu.
- Eve! - ele tentou pegar de volta mas eu me afastei. - Baby, devolve a chave.
- Os dois quietos, agora. - pedi e quando os dois bonitos pararam pra ouvir o que eu tinha pra falar, eu disse. - Primeiro que nenhum dos dois vai dirigir, eu vou.
- Papo furado. - Raffaele disse. - Me dê as chaves, Eve. Eu quero ir pra casa dormir e ver meu filho.
- Entra no carro, Raffaele. - eu abri a porta de trás e o empurrei pra dentro, pra ver se ele ficava quieto e se ajeitava logo.
Não precisei fazer o mesmo com o Michele por que ele era mais obediente em relação a isso, e já estava dentro do carro sentado ao lado do motorista, que aqui era ao contrário diferente da Inglaterra.
Droga, eu espero não bater essa carro.
E droga, eu vou precisar de um GPS pra saber me locomover por aqui.
Por que eu fui inventar de dirigir? E por que eles foram inventar de beber tanto?
Quando eu me sentei e coloquei o sinto, eu respirei fundo.
- Você sabe dirigir né, Eve? - Raffaele perguntou do banco de trás. - Eu não quero morrer e digo sério.
- Cala a boca. - pedi e me virei para o Michele. - Eu preciso do GPS, não sei me locomover nessa cidade.
Depois do GPS pronto eu liguei o carro e dei partida.
Até que estava sendo bem tranquilo dirigir por aqui. Não sei se era por que tinha pouco movimento por causa do horário ou se era outra coisa.
Agradeci pelo Raffaele não estar falando nenhuma bobagem pra me irritar por que se não eu iria partir pra cima dele e iríamos morrer, e eu não quero isso.
- Você dirigi bem. - Michele falou ao meu lado, sua janela estava totalmente aberta então estava entrando muito vento e isso fazia com que seus cabelos balançase no ar.
- É um pouco diferente. - falei. - Em casa é do outro lado, mas até que está tudo ok.
- Meu deus. - ouvi Raffaele atrás de mim. - Eu sinto que vamos morrer a qualquer momento. - eu o olhei pelo retrovisor e ele estava com a cabeça deitada no banco, olhando para o teto. mas do nada ele se levantou. - Pra onde esse GPS tá indo? - ele não se importou comigo dirigindo e me assustou vindo pra frente e ficando entre os bancos, pra olhar o celular. - Temos que ir pra minha casa, tenho esposa e filho.
- Só por que você quer né. - Michele falou. - Vamos pra minha casa e você que ande até a sua, eu vou precisar do carro então não adianta pegar ele.
- Stronzo. - o amigo respondeu e voltou a se sentar direito. - Vamos pra minha casa sim.
- Não, Bro, não vamos.
- Vamos.
Deus... Eu sabia que isso iria durar horas se eu não intervisse.
- Gente, sério. Eu vou parar o carro e vou deixar vocês aqui e não estou nem brincando, ai sim vai ser bem pior do que andar alguns minutos, Raffaele.
Eles ficaram quietos.
Ao menos eles me ouviam, as vezes.
- Eu só queria ver o meu pequeno logo. - ele falou baixo, mas não o suficiente para eu e Michele ouvir. - Mas tudo bem, eu ando.
Eu olhei para o Michele ao meu lado e vi quando ele revirou os olhos e pegou o celular. Ele iria mudar a rota, pra fazer os gostos do seu melhor amigo, e ainda sim, eles continuavam amigos, que loucura.
- Isso! - ele comemorou e bateu no ombro do amigo. - Eu te amo, Bro. E, Eve, hmm sei lá, te detesto.
- Recíproco meu anjo.
- Você ainda vai ter que mudar essa tática, não vou mais aceitar que você use o Alberto pra nada mais. - Michele falou. - Foi a última vez.
- Papo furado! - ele bateu no meu ombro e no do amigo ao mesmo tempo. - Agora vai logo, Eve. Quero chegar em casa logo.
Estacionei em frente a casa do Raffaele quase as oito da manhã, ele insistiu que entrassemos mesmo que Michele dissesse que estava muito cansado e só queria dormir.
Mas Raffaele é chato quando quer e nos convenceu.
Quando passamos pela porta, ouvimos o grito e riso alegre do bebê para o pai que o pegou e o abraçou, enchendo de beijos.
Totalmente diferente do idiota que é.
Só que tão fofo também.
Michele falou algo em italiano para o bebê que riu e ele logo subiu as escadas lá pra cima.
- Eve chatinha, você pode ficar a vontade. - Raffaele falou e beijou a bochecha do bebê loiro e o colocou no chão. - Alessia?
Sua esposa apareceu saindo da cozinha e eles trocaram carícias, eu observei o bebê vir até mim e segurou minhas pernas. Eu o peguei no colo e beijei seu rostinho.
- Oi. - falei. - Seu pai fez minha vida um inferno nas últimas horas.
- Queita, Eve chatinha.
- Querido, ele não entende. - Alessia falou e beijou seu rosto. - Sobe e vai descansar.
- Tudo bem. - ele sorriu para a esposa e se afastou, mas me chamou enquanto subia as escadas. - Nada de colocar minha família contra mim, Eve.
- Longe de mim, Raffaele.
O bebê se balançou no meu colo pedindo pra descer e eu o coloquei no chão e observei ele subir no sofá com certa dificuldade, pra continuar a assistir o desenho que passava na televisão.
- Toma café comigo?
Eu me virei para mulher baixinha e de cabelos escuros e longo me perguntar e sorri pra ela.
- Claro, vamos lá.
Enquanto tomávamos café eu percebi que estava faminta por que comi um pedaço de casa coisa que Alessia tinha preparado. E a elogiei é claro, por que estava muito bom.
- Obrigada querida, eu não cozinho tanto quanto eu queria por causa do trabalho. Mas eu gosto muito, mas essa tarefa é do Raffaele.
Nós conversamos por alguns minutos. Ela perguntou como tinha sido na Polônia, eu contei e disse o quão divertido foi. Ela perguntou se eles tinham enchido o meu saco.
- A todo momento. - falei. - Mas eles são legais, gosto deles.
- Eles são sim. - ela falou. - Tudo questão de costume.
Eu ajudei a deixar as coisas limpas e disse que iria ver onde o Michele estava, eu subi as escadas para o andar de cima e o encontrei na segunda porta, que era a única que estava aberta, no corredor do lado esquerdo.
Ele estava deitado, ainda com suas roupas e parecia em um sono tranquilo, ele não estava coberto nem nada, mas estava sem os tênis.
Observei o quarto, acho que de hóspedes, era grande e tinha uma janela com cortinas escuras. A decoração era tudo em um tom meio alaranjado e era bem bonito, deveria ser coisa da esposa do Raffaele. Ou do próprio, vai saber. A cama era de casal e Michele estava todo esparramado no meio dela, a vontade.
Eu subi na cama e me sentei ao seu lado, tocando seu rosto para desperta-ló. Eu não sabia se ele já queria ir pra sua casa descansar de vez ou se iria queria ficar aqui. Meu dedos passaram pela sua barba e eu gostei da sensação nos meus dedos.
- Baby. - chamei e toquei seu rosto, mas ele apenas continuou de olhos fechados respirando tranquilamente.
Eu passei meus dedos entre os fios do seu cabelo algumas vezes e isso fez com que ele despertasse, eu toquei seu rosto quando ele abriu os olhos e sorri.
- Bom dia, ainda é cedo. - falei.
- Eu ainda estou cansado. - ele falou de olhos fechados e tocou sua camisa e começou a abrir os botões, mas parou no segundo. - Tira pra mim?
- Claro. - eu comecei a abrir sua camisa. - Você ainda pode dormir mais, imagino que esteja cansado mesmo.
Quando desabotoei toda a camisa ele se sentou para tirar com mais facilidade e abriu os olhos.
- Fecha a porta e deita aqui comigo. - pediu e voltou a se deitar. - Tira essa calça e vem.
Houve uma batida na parede, forte, e então eu ouvi a voz do Raffaele.
- Michele! - ele falou alto, atrás da parede. - Você não vai transar na minha casa!
Meu deus.
Eu olhei para o homem ao meu lado e ri, ouvi passos pesados no corredor e Raffaele apareceu na porta do quarto.
- É sério. - ele avisou e apontou para nós. - As paredes são finas e eu não quero ouvir nada disso, vai pra casa e faz tudo que tiver que fazer lá.
Michele revirou os olhos e deu as costas para o amigo, me abraçando.
- Não vamos fazer nada. - falei rindo. - Fique tranquilo, Raffaele.
- Ficarei de olho. - ele falou e apontou pra mim. - E ouvindo. Respeite a minha pessoa, Eve, estou falando sério. E porta aberta, não fechado.
- Sim, senhor.
Eu não entendia esse cara, meu deus.
Ele saiu do quarto aparentemente bravo, e deixou a porta aberta.
- Ele não fechou a porta né? - Michele se afastou para me olhar e eu balancei a cabeça, dizendo que não. - Fecha lá.
Eu ri e me levantei pra fazer o que ele pediu antes que Raffaele chegasse. E depois de fechar a porta e tirar meu coturno e calça, eu me deitei ao seu lado. Ele se virou par mim e deitou a cabeça cabeça no meu peito, suspirando.
- Eu só vou dormir umas horinhas e aí quando eu acordar vamos pra casa. - ele falou baixinho, me arrepiei quando, depois de passar um braço a minha volta, ele tocou minha cintura, passou a mão pela minha bunda e tocou minha coxa, a apertando e trazendo para cima das suas. - Depois disso, eu serei todo seu.
- Tudo bem. - eu ri, de nervoso, e beijei sua cabeça.
Meu deus, eu vou passar mal.
Eu estava na sala brincando com Alberto quando o Michele desceu as escadas com a cara ainda toda amassada. Eu tinha cochilado por alguns minutos mas quando acordei mais tarde, perdi o sono totalmente e me levantei e desci.
No momento que desci, Alessia falou que Raffaele não tinha acordado ainda e por isso eu tinha ficado com ela e o bebê na sala para fazer companhia, conversamos muito e eu brinquei com Alberto algumas vezes.
Eu olhei para o relógio e ia dar três da tarde, ele tinha dormido demais e espero que tenha descansado.
Alberto jogou uma bolinha no meu colo e eu o olhei, ele era um bebê adorável e também tão anjinho. Nem parece que o pai era insuportável no nível máximo, agradeci por ele ter puxado a mãe.
Michele pegou o bebê do chão e se sentou ao meu lado, ele colocou Alberto sentado em suas pernas e falou algo na sua língua nativa e beijou o rostinho do menino que o escalou e ficou entretido com o brinco em sua orelha.
- Eu tenho que aprender em italiano só pra saber o que ele fala. - indiquei o bebê e olhei pra ele. - Você descansou?
- Sim, estou renovado. - sorriu. - E você quer aprender só por causa dele? Eu posso te ensinar, se quiser.
- Aceito.
- Eve, você pode... - ela não terminou de falar por que viu que Michele estava aqui. - Ah, Mik, oi, você vai querer comer algo? Tem café, só que o almoço já está quase pronto.
Ele olhou pra mim e eu dei de ombro.
- Acho que vou esperar pra almoçar. - ele falou. - Raffaele ainda não acordou? Eu vou ir chamar ele, tenho que ser bem recepcionado. - ele segurou o bebê e se levantou. - Cadê o bundão do seu pai? Vamos acordar ele?
Fui até a cozinha ver o que Alessia queira comigo e observei ela mexer em uma panela no fogão.
- Hey. - ela sorriu quando me viu. - Você pode dar comida para o Alberto? Eu estou quase acabando mas até passou um pouquinho da hora dele comer.
- Claro. - falei. - Vou só esperar ele descer que eu dou, sim.
- Obrigada.
Alessia era uma mulher incrível, tínhamos conversado bastante e eu ficava cada vez mais surpresa pelas coisas que ela me contou, por tudo que ela passou. Agora, ela estava muito feliz com marido e filho e pelo jeito, não poderia estar melhor.
Raffaele tinha muita sorte.
E falando no diabo...
- Eve, você ainda não foi embora? - perguntou quando me viu. - Realmente você me ama demais, quando você vai embora e me deixará sozinho com o meu melhor amigo?
- Quando você for embora e me deixar sozinha com o seu melhor amigo. - sorri.
- Sinto lhe informar que isso será quase impossível e que...
- Não estou ouvindo nada, está ouvindo algo Alessia?
- Nadinha.
- Querida! - ele repreeudeu a mulher. - Eve, Eve, desse jeito você não vai me conquistar e...
Eu não fique pra ouvir o que ele tinha pra falar, eu sabia que seria baboseira e nada de útil. Eu peguei a comidinha do Alberto e voltei pra sala pra dar a ele.
Mais tarde, mais ou menos umas sete da noite, nós nos despedimos da família Cerracchio.
Eu esperava não ver o Raffaele por um bom tempo, mas eu sentia que a qualquer momento ele iria aparecer pra encher meu saco.
- Obrigado por aturar o Raffaele, não é todo mundo que consegue - eu e Michele estávamos no carro indo finalmente pra sua casa. - E também, obrigado por ontem, eu fiquei bem feliz.
- Acho que o certo seria obrigado por aturar eu e o Raffaele juntos, não é todo mundo que consegue. E eu digo que não a de que, foi muito divertido e diferente. Eu gostei.
- Que bom, querida.
Quando chegamos na sua casa eu já fui logo indo para o quarto, eu queria muito tomar um banho e comer algo muito saboroso, tipo, não sei. Mas eu queria.
O tempo estava um pouco quente então logo que entrei no chuveiro eu molhei minha cabeça, para me refrescar. Eu vi os shampoos e cremes que estavam na prateleira e decidi que iria usar eles mesmo, ele não iria se importar.
Depois que terminei meu banho eu me sequei e me enrolei na toalha, tirei um pouco do vapor que tinha no espelho e me olhei.
Isso tudo estava sendo tão surreal que as vezes não dava pra acreditar.
Eu saí do banheiro pra me trocar e encontrei ele sentado na cama, ele não parecia nada amigável.
Eu fiquei parada no momento que ele olhou pra mim e nossa, ele estava sério demais.
- Tudo bem? - perguntei. - Aconteceu algo?
Ele demorou um pouco pra responder, ele passou a mão no rosto e se levantou, caminhando até mim. Ele respirou fundo quando parou na minha frente, eu olhei pra cima para observar seu rosto mas ele ainda estava sério demais. Ele ergueu as mãos e tocou meus ombros nus, e desceu para os meus braços e pegou na minhas mãos.
- Sim. - ele respondeu. - Eu vou tomar banho e aí conversamos.
Ele se inclinou para beijar um dos meus ombros e depois se afastou, entrando no banheiro e fechando a porta.
- Certo. - falei pra mim mesma. - Ele só quer conversar.
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