dezesseis
- Ele estava bem perfumado. - falei. - Ele tem um encontro?
- Alessia volta hoje de viagem, provavelmente eles vão sair. - ele falou. - Sabia que era por isso que ele não tinha me entregado a chave do carro.
- Bom, bom pra eles que vão matar a saudade.
- E nada bom pra nós que vamos ficar de babá. - ele riu. - Tudo bem, eu não importo. Eu gosto do Alberto e não é a primeira vez que fico com ele pra eles se divertirem. Mas tudo bem por você?
- Claro. - falei. - Sem problema, Michele.
- Você sabe que pode me chamar de meu amor, né? - perguntou. - De baby, ou então de qualquer coisa.
Chamá-lo de meu amor era um passo muito grande. Ele me chamava de algum apelido carinhoso as vezes, mas esse deve ser o jeito dele de ser.
E só de pensar em quantas mulheres ele chama assim, meu coração aperta.
Eu sou muito idiota mesmo.
- Eu posso? - dei risada. - De qualquer coisa? Isso é muito tentador.
- Qualquer coisa menos meu anjo, seu meu anjo é pura ironia.
- Isso não é verdade. - ri mais ainda, por que as vezes era verdade.
- Claro que é, e você sabe. - ele sorriu e tocou minha perna. - Em que momento estamos?
- Como assim? - perguntei e deitei minha cabeça na sua perna e me seguirei para não tocar sua coxa. - Como assim em que momento?
- Estamos no momento em que tudo bem eu beijar seu rosto e te chamar de querida, entre outras coisas mínimas, já que você não se importa. - falou. - Ou estamos no momento em que se eu tocasse a sua bunda agora por exemplo, você me daria um tapa na cara?
Eu ri com isso é claro.
- Não sei. - pensei e me levantei. - Precisamos conversar sério agora.
Se eu quisesse que isso desse certo, eu teria que dizer o que se passa na minha vida.
Eu nem sabia se ele queria a mesma coisa que eu. Na verdade eu nem sabia o que eu queria.
- Foi você que falou que eu poderia dormir com você. - ele disse. - E não me julgue, seu corpo é tão quente quanto o verão de Itália.
- Que exagero...
- Não estou brincando, Eve. Eu quase achei que você estava doente, maluca. Mas eu não estou reclamando, eu gosto do verão. Enfim, o que vamos conversar sério agora? Estou ouvindo.
Eu ainda iria morrer de amores por esse homem, eu sabia disso.
- Bom, você queria saber o por que de eu estar na Polônia não é?
- Tem certeza que quer falar sobre isso? - perguntou e tocou minha perna. - Eu não quero te pressionar, se você não quiser falar agora não precisamos falar agora. Eu só acho que você não deve mentir para o seu irmão e para os seus pais, sei que eles se importam com você. - falou. - Mas essa é a minha opinião, você não deve levar em conta se não quiser.
- Todo conselho é bem vindo. - falei e respirei fundo. - Primeiro de tudo, eu tenho um namorado.
- Ah fala sério, Eve. Tá brincando né? - ele bufou e riu mas logo ficou sério. - Puta que pariu! - ele quase gritou. - Quando você ia me dizer?
- Na verdade eu o considero um ex namorado já. - falei. - Mesmo que ele ainda não saiba.
- Porra! - ele xingou e passou a mão no rosto, frustado. - Conta isso direito.
- Eu tenho... Tinha, eu tinha um namorado há quase cinco anos. - falei. - Mas agora não tenho mais por que eu o encontrei me traindo, mas ele não sabe que eu vi e por isso não sabe que eu sumi. - expliquei. - Só você e a Alisson sabem sobre isso.
- Isso é muito fodido, querida. - ele suspirou e afagou meu ombro. - Quer que eu bata nele pra você?
- Droga, sim. - sorri. - Por favor.
- Você ainda gosta dele? - ele quis saber. - E onde seus pais entram nessa confusão? E também o motivo de você trancar a faculdade.
Eu ainda gostava do Enzo? Não, acho que não. Eu só o odiava e queria que ele sofresse.
- Não, eu o odeio. - falei. - E bom, meus pais idolatram o Enzo por ele também ser advogado, e eu não quero nada que me lembre ele. Mesmo que metade da minha família faço algo relacionado a essa profissão, eu não quero isso pra mim. Não quero nada que me lembre ele.
- Então você não gostava de estudar direito?
- Eu gostava mas não amava. - disse - Acho que sempre faço as coisas que meus pais gostam para agradar. Eles são incríveis, eu não tenho do que reclamar, mas eu apenas não quero dar motivo sabe?
- Eu entendi, querida. - ele sorriu amigável. - Seus pais vão entender você. Apenas pare de fugir. Ligue pra eles, explique toda a situação, vai ser bem mais fácil.
- Eu vou pensar.
- Era por isso que você não queria se envolver com ninguém?
- Acho que sim. - suspirei. - Eu tinha muita coisa pra pensar, acho que queria um momento sozinha.
- Estou te atrapalhando?
- Não, Michele. Claro que não. - sorri. - Que besteira.
- Baby! - ele me repreendeu. - E o que mudou?
Muitas coisas mudaram.
Agora eu estava interessada, muito interessada.
- Eu te conheci. - falei. - Será que é destino?
- Eu não sei, querida. - ele riu. - Talvez. Mas o destino é a Alisson então, por que você não queria mas ela te empurrou penhasco a baixo.
- Que jeito estranho de te descrever. - ri. - Mas sim, deve ser isso mesmo.
- É isso, Eve. - ele falou e tocou meu rosto. - Eu falei sério quando disse que estava interessado, mas se você não quiser nada tudo bem. Eu não quero que você faça algo que não queira e depois se arrependa, você acabou de sair de um relacionamento não deve pensar apenas na vingança. - falou. - Podemos ser amigos sem problema nenhum, gosto de estar com você até agora. Mas seria um desperdício total, você vê como eu sou bonito não é?
Ele era muito bonito e sabia disso, que saco. Eu seria burra se falasse que queria apenas a amizade dele, eu queria isso mas também queria muito mais.
- Seria lamentável ser uma mulher hétero e sua amiga Michele, não faz sentido. Então não, muito obrigada. - falei. - Então, você queria saber em que momentos estamos... Estamos no momento em que você pode me chamar de querida, entre outros mínimas coisas, por que eu não me importo como você também pode pegar na minha bunda por que não, eu não vou bater na sua cara. A não ser que você goste e peça isso. - eu ri da careta que ele feliz. - É, eu estou interessada agora, baby, então será que podemos?
Ele riu e balançou a cabeça concordando.
Eu estava mais aliviada por ter contado a ele e me sentia um pouco mais leve. Agora eu precisava ligar parar os meus pais e terminar tudo com o Enzo de uma vez. Quando eu fizesse essas duas coisas, eu estaria livre e totalmente leve. Eu não teria mais que me preocupar com isso e poderia focar apenas no que eu e Michele Morrone iríamos ter.
Fui pega de surpresa quando ele me puxou para sentar em seu colo e me apertou, com seus braços fortes apertando a minha cintura junto ao seu corpo. Eu passei meus braços por seu pescoço e o abracei também, ele era tão cheiroso que droga. E ainda tinha o cheiro de tabaco, acho que nunca gostei tanto desse cheiro como agora.
- Obrigada pelos conselhos. - falei e toquei sua nuca e os fios de cabelo. - Você é incrível, obrigada por isso.
- Não há de quê, baby. - ele beijou meu ombro. - Sempre que você precisar. - ele beijou meu ombro mais uma vez e tocou minhas costas. Me arrepiei toda quando senti sua boca se arrastar para o meu pescoço e distribuir beijos. - Você é muito quente. - ele disse ainda com a boca na minha pele. - Se eu beijasse sua boca, você estaria traindo o seu ex babaca agora não é? - ele passou a língua no meu pescoço e logo chupou de leve. - Caralho. Sério, Eve. Você é muito quente.
Se eu era quente ele era sei lá qualquer coisa mais quente. Não consigo pensar estando no colo dele, com suas mãos e boca no meu corpo. Eu não consigo raciocinar direito.
- Tiro trocado não doí. - falei e me afastei do seu corpo, eu precisava beijar esse homem agora. - Me beija, por favor.
Ele me ignorou e tocou minhas pernas, braços e depois enfiou a mão por baixo da minha blusa e tocou minha barriga.
Isso, era isso mesmo que que eu queria.
Ele tocou meu pescoço e também minha cabeça.
Tudo muito rápido, assim não dava pra sentir e absorver tudo.
- Calma, meu anjo. - pedi. - Que pressa.
Ele riu e se encostou no sofá e respirou fundo.
- Você está se sentindo bem? - ele peguntou e tocou minhas pernas.
- Estou ótima. - falei e toquei seu peito por cima da sua camisa, a sensação era única e inexplicável. - Quando você vai me beijar?
- Está falando sério? - ele quis saber e apertou minha coxa. - Você está quente demais, acho que está com febre.
- Bobagem. - falei. - Podemos nos beijar agora?
- Podemos nos beijar no momento que você quiser, querida. - ele falou e senti seus olhos na minha boca, ele tocou meu rosto mais uma vez suspirou. - Mas não agora, vamos medir sua temperatura.
Ele me tirou do seu colo e me colocou sentada no sofá. Antes que eu pudesse reclamar ouvimos o choro do Alberto lá de cima.
- Eu já volto. - ele se inclinou para perto de mim e beijou minha bochecha. - Não sai daqui.
- Como se eu fosse pra alguma lugar sem um beijo seu. - bufei e cruzei meus braços, eu estava irritada por que quando tenho a oportunidade e eu quero, e ele não quer. - Saco.
- Viu, você está sentindo metade do que eu senti quando você me deu um fora. - ele falou rindo e deus as costas pra mim para ir buscar o bebê. - Não sai daí, Eve.
- Não tenho pra onde ir mesmo. - falei pra mim mesma. - Nem me locomover na Itália eu sei.
Respirei fundo e aguardei ele voltar pra ver se conseguia algo, quem sabe um beijo ou sei lá.
Quero qualquer coisa com esse homem.
Toquei meu pescoço e minha testa pra ver se ele estava paranóico ou não e droga, ele não estava.
Eu estava quente mesmo.
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